Tecnologia

Usuários relatam ‘importunação sexual’ em aplicativos disponíveis na App Store

A segurança é uma das bandeiras da App Store . Diferente do ambiente Android , que permite a instalação de aplicativos distribuídos por outros canais, o iOS tem a loja de aplicativos oficial da Apple como única fonte, totalmente controlada pela companhia. Mas uma investigação realizada pelo “Washington Post”, com o uso de inteligência artificial, detectou mais de 1,5 mil reclamações sobre abordagens sexuais indesejadas em aplicativos disponíveis na plataforma, incluindo casos com menores de idade.

O jornal americano usou um algoritmo de aprendizado de máquina para identificar relatos de conteúdo sexual indesejado, racismo e bullying entre os comentários de aplicativos. Foram analisados mais de 130 mil comentários de seis “aplicativos de conversas aleatórias”, que reúnem pessoas desconhecidas para conversas, sendo cinco deles listados entre os cem mais populares da categoria redes sociais da App Store. As mais de 1,5 mil reclamações foram revisadas manualmente.

No aplicativo Monkey, listado como o décimo mais popular na categoria redes sociais da App Store, cerca de 2% de todos os comentários relatam experiências sexuais indesejadas. Mesmo assim, o aplicativo foi aprovado pela Apple para usuários acima de 12 anos. Os outros aplicativos revisados foram Yubo, ChatLive, Chat for Strangers, Skout e Holla. No ChatLive, ao menos 19% dos comentários citam abordagens sexuais indesejadas.

A Apple afirma que revisa cuidadosamente cada aplicativo, para garantir a segurança da plataforma. Segundo o porta-voz Fred Sainz, são mais de cem mil aplicativos revisados semanalmente, usando algoritmos de inteligência artificial e humanos.

“Nós criamos a App Store para ser um local seguro e confiável para nossos clientes conseguirem seus aplicativos, e levamos todos os relados de contato ilegal ou inapropriado muito a sério”, afirmou Sainz, em comunicado. “Se o propósito desses aplicativos não é apropriado, nós queremos dar aos desenvolvedores a oportunidade de garantir que estão cumprindo apropriadamente as regras, mas nós não hesitamos em removê-los da App Store se não estiverem”.

Após o contato do “Washington Post”, a classificação etária do Monkey foi alterada para 17 anos.

Um dos relatos identificados foi o de Katie Brandner, mãe de três filhos de Nova Orleans. No ano passado, ela pegou o celular de uma das filhas, de 14 anos, porque a menina ficava até tarde acordada conversando. Mas em vez de mensagens trocadas com amigos, ela encontrou o aplicativo Yubo, com mensagens de homens mais velhos, incluindo fotografias explícitas. Apavorada, Katie publicou reclamações na App Store, mas não obteve respostas.

O diretor de operações do Yubo, Marc-Antoine Durand, classificou a experiência de Katie como inaceitável e se comprometeu a responder a todas as avaliações do aplicativo. Segundo ele, o aplicativo recebeu melhorias no sistema de proteção aos usuário e, nos últimos seis meses, mais de 20 mil perfis foram removidos, após serem identificados como pertencentes a menores de 13 anos por um algoritmo. O porta-voz do Skout, Robert Rendine, afirmou que menores não são permitidos no aplicativo.

Esses aplicativos funcionam como “roletas-russas”, onde os usuários são apresentados uns aos outros aleatoriamente. No Skout, uma equipe com 350 pessoas, mais da metade do total de funcionários, é dedicada a moderação das conversas, afirmou Rendine. No Yubo, as mensagens trocadas são escaneadas em busca de palavras-chave usadas em conversas inapropriadas. A nudez é proibida em transmissões ao vivo.

O Holla Group, dono do Holla e do Monkey, não se manifestou, assim como o ChatLive e o Chat for Strangers.

O Globo

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Tecnologia

Apple flexibiliza compras exclusivas na App Store

A Apple mudou silenciosamente sua política de regulamentação para venda de serviços por assinatura na App Store. Agora, empresas como jornais, revistas e serviços de música e vídeo podem estabelecer seu próprio preço fora do ambiente da loja virtual — sem ter de repassar à Maçã 30% do valor da venda, o que havia sido estipulado anteriormente pela companhia.

A mudança foi notada nesta quinta-feira, 9, pelo blog MacRumors. Na prática, ela significa que os usuários podem ler, no iPad ou no iPhone, conteúdo comprado em outro lugar que não a App Store. Assim, as empresas que vendem serviços para serem usados nos aparelhos da Maçã — de olho, principalmente, na crescente venda de iPads — podem precificar como quiserem. A única exigência é que a página da assinatura não esteja ‘linkada’ a nenhum outro mecanismo de compra de conteúdo.

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