Comportamento

Aumenta o número de jovens que excluem perfis em redes sociais para aproveitar a vida real

LONGE DO CELULAR - O escritor Enrique Coimbra abandonou até seu canal no YouTube: sem distrações – Brenno Prado/VEJA

“Meu conselho é: se puder sair das redes sociais, saia”, cravou Tristan Harris, ex-funcionário do Google, em entrevista a VEJA em setembro. Ele está no documentário da Netflix O Dilema das Redes, que detalha os riscos à privacidade das pessoas, que, em sua visão, acabam virando produtos do Facebook, Instagram, Twitter e outros. Se for tomado por base o estudo realizado pela agência de pesquisa Dentsu Aegis Network, muita gente já estava dando ouvidos ao conselho de Harris antes mesmo de ver o documentário. Foram entrevistadas 32 000 pessoas em 22 países, em março e abril, e o resultado foi surpreendente: entre os jovens de 18 a 24 anos, a Geração Z, um em cada cinco afirmou ter desativado suas contas nas redes sociais.

O número também impressiona por outro motivo: a debandada é duas vezes maior nessa faixa etária do que entre usuários acima de 45, mostrando que os mais velhos parecem se sentir menos afetados pelo admirável mundo novo. Entretanto, a maior preocupação apontada pelos que pularam fora das redes, em qualquer idade, é o dano que elas estariam causando à saúde mental. Mas qual seria, na prática, esse prejuízo psicológico? Harris diz que o ambiente virtual vicia. Trata-se de um processo químico no cérebro. Sempre que vivenciamos algo prazeroso, o neurotransmissor chamado dopamina é ativado, fazendo com que procuremos mais do mesmo, e receber curtidas no Facebook e Instagram dispara o processo. Na mesma medida, a sensação contrária é frustrante.

Foto: Reprodução/Veja

O escritor carioca Enrique Coimbra, de 28 anos, faz parte do grupo de desertores das redes sociais. Ele largou todas elas, até mesmo seu canal no YouTube, no qual dava dicas de controle emocional e tratamentos para ansiedade e depressão a mais de 200 000 inscritos. “Minha vida sem rede social melhorou 2000%. As pessoas não fazem ideia da manipulação emocional que elas nos impõem”, conta o escritor. Antes leitor assíduo de livros pelo celular, mudou para o leitor de e-book a fim de evitar distrações.

A Dentsu detalha a posição dos entrevistados brasileiros em sua pesquisa: 39% afirmaram que pretendem se distanciar do mundo virtual. A empresa ressaltou, porém, que resultados mais concretos devem ser observados quando a pandemia acabar. Com a Covid-19, as pessoas usaram mais o computador para trabalhar e se divertir, possivelmente ficando sobrecarregadas de tanto contato com as redes. Uma vez que as restrições forem sendo afrouxadas, elas talvez passem a se preocupar menos com a exposição a elas.

O cenário de polarização política e propagação de notícias falsas também tem tratado de afastar usuários. Muitos ficam desiludidos quando ofendidos e acabam se dando conta de que estão em um ambiente hostil. Há queixas dirigidas também a um dos maiores sucessos dos últimos anos, o TikTok, aplicativo que tomou o mundo. A psicóloga Marina Haddad Martins ressalta que as redes dão uma ilusão de falso preenchimento. “A Geração Z, que já nasceu na era da internet, talvez dê menos importância às redes do que os mais velhos, que pegaram a virada da tecnologia”, diz ela. Isso explicaria a disposição em largá-las. Eles estariam valorizando o palpável, a segurança emocional e as relações pessoais. Quem diria, o mundo real, este no qual sempre vivemos, parece estar na moda outra vez. Que bom.

Veja

Opinião dos leitores

  1. Ótimo que a maturidade da geração Z tá chegando, que o povo que são presos, a procurar do saber sobre vida dos outros estão perdendo , tempo que na juventudi vale ouro.. E que não se recupera na mesma qualidade, por que tudo tem o seu tempo de depreciação. Desde a paixão ate União, Tudo é real, menos a ilusão que são os fotógrafos da vida a leia. Nem tudo é real na vida digital. A única coisa real na vida digital é a velocidade do tempo perdido. Nas redes, você não só encontra conhecimento e comunicação, mas a futilidade e o vazio de pessoa querendo mostrar o que realmente não são. Pois são escravos do vício em querer viver dando satisfação na rede para pessoas que nem querem ver o mundo real, mas só o colorido digital que vai da anatomia e passa pela estética efêmera do ser vivo que não consegue viver fora da rede. É UM VAZIO IMENSO DE UM SER, QUE PREENCHE OLHANDO O PASSANDO E O PRESENTE EM FOTOS SEM PERCEBER QUE NÃO ENXERGA O FUTURO A QUATRO PALMO DOS OLHOS.

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Economia

Como o açúcar e etanol brasileiros podem se aproveitar da crise Irã-EUA

(Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)

Esta deverá ser uma sexta-feira (3) meio atípica em alguns mercados internacionais. O dia prometia ser calmo, de baixa liquidez, com 2020 mais ativo a partir da segunda.

Mas o ataque dos Estados Unidos ao Iraque e a morte do comandante militar iraniano está dando potencial de alta ao petróleo e ao dólar index (na contramão de Dow Jones, em queda), pelo menos por hora.

O reflexo mais claro nas commodities agrícolas neste estágio dos negócios (10h55 de Brasília) é sobre o açúcar e, por tabela, sobre o etanol. Diante do petróleo com potencial de alta e de repasse para os preços dos combustíveis no mundo, mais matéria-prima seria desviada para etanol (que segue com potencial de competitividade e de alta na entressafra, com o governo podendo dar novo aumento à gasolina).

E o Brasil, em particular, é o fiel da balança na visão dos agentes.

Apesar de não ser mais o maior exportador de açúcar, a expectativa de enxugar mais a oferta ajuda na especulação na bolsa de Nova York (ICE Futures).

Especulação

Mas o suporte que o cru Brent em Londres pode dar é limitado e no nível da especulação de rally, sem força de fundamento que assegure uma tendência de alta, avalia Maurício Muruci, da Safras & Mercado.

Enquanto o petróleo vai e volta em torno dos 4% de alta, encostando e descendo um pouco dos US$ 69/barril, para o vencimento de março, o adoçante tenta se recuperar da forte queda de ontem. Fechou em 13.42 cents de dólar por libra-peso no dia 31 e caiu para 13.13 c/lp no primeiro dia útil do ano.

Agora, sobe mas 1,22%, a 13.29 c/lp o março.

Mas o analista também percebe que o movimento de alta hoje também está ligado à oportunidade que a queda da véspera deu aos grandes compradores mundiais, as indústrias. Se aproveitam para comprar um pouco.

Tudo com limitação de sustentação. Tanto pelo lado do petróleo – a menos que haja um caldo de crise mais longa e drástica entre Irã e Estados Unidos, podendo comprometer o fornecimento de petróleo em toda região do Golfo -, quanto pela Índia.

Para Muruci, a produção indiana pode ficar mais robusta com os reservatórios de água do país garantindo a umidade da cana, além da queda do PIB, que também limita o consumo interno da commodity e deixa mais volume disponível para as exportações (subsidiadas).

Money Times

Opinião dos leitores

  1. Em Natal não compensa abastecer com álcool, seu valor é sempre maior que 70% do preço da gasolina !

  2. A proposta do etanol como combustível nos automóveis sempre foi reduzir nossa dependência do petróleo como fonte de energia. Infelizmente, depois de décadas do Proálcool, pouco foi feito para que o combustível da cana se tornasse uma opção melhor para o consumidor, pois dificilmente está com preço inferior a 70% do custo da gasolina.

  3. As bolsas mundiais tiram proveito dessa crise instantânea, ao mesmo tempo que enche os bolsos de trump com dólares por ter desencadeado essa nova safra de dólares, tendo a reboque as empresas petrolíferas, inclusive a Petrobrás com o pré sal. se o presidente não intervir, vão fazer um rapa no consumidor brasileiro.

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Diversos

Canadá recruta milhares de pessoas e brasileiros não conseguem aproveitar; veja áreas com mais empregos

Bandeira do Canadá: questão da imigração é assunto de economia e, não, de segurança nacional (Chris Jackson/Getty Images)

No Canadá a questão da imigração é tratada e planejada dentro da esfera econômica, e não na política ou de segurança nacional. “O país tomou a decisão de manter há muitos anos um processo de imigração aberto porque ajuda na economia do país”, diz o consultor especialista em imigração Ed Santos,  co-fundador da Canadá Intercâmbio.

O Canadá recebe imigrantes em três classes: refugiados – que quem é concedido asilo – reunião familiar para unir cônjuges, pais e filhos e a categoria economia. É nessa classe que profissionais brasileiros podem usar para tentar visto de trabalho e posteriormente pedido de residência permanente no país.
“A perspectiva do Canadá é aumentar os níveis anuais de imigração para 340 mil até 2020 e reduzir o processo que demora hoje, 24 meses, para um ano apenas. Em torno de 80% do crescimento populacional é resultado da imigração”, diz Santos.

A necessidade de profissionais é urgente. Conforme relatório de novembro de 2018, da Statistics Canada (IBGE canadense) 430 mil vagas de empregos estavam disponíveis e não foram preenchidas.

O índice de desemprego no país de 5,6 %, o mais baixo desde 40 anos. O envelhecimento da população e a queda na taxa e fertilidade têm agravado o problema ao a ano.

Mesmo com perspectivas promissoras para quem deseja seguir carreira internacional no país, brasileiros não está conseguindo surfar na onda gigantesca de oportunidades.

Mais de 286 mil imigrantes receberam autorização de residência permanente em 2017 por meio da categoria classe econômica e 39% deles se estabeleceram fora dos três destinos mais buscados pelos brasileiros: Toronto, Vancouver e Montreal. Outros 164 mil profissionais chegaram ao Canadá no mesmo ano e, destes, apenas 1.284 eram brasileiros.

“O brasileiro está descobrindo as oportunidades mais velho, os jovens não estão percebendo a oportunidade”, diz Santos. Idade, nível de conhecimento do idioma, boa formação acadêmicia e experiência profissionais robusta são os requisitos para conseguir boas oportunidades de emprego no Canadá.

Como aproveitar as oportunidades no Canadá

O domínio do idioma inglês ou francês é o grande desafio dos candidatos (escrita, conversação e leitura) para conseguir emprego. Para quem tem a fluência no idioma o primeiro passo para conquistar as oportunidades de trabalho é verificar se a profissão é regulamentada no país.
Algumas áreas de de atuação necessitam de licença profissional no país. É o caso de médicos, engenheiros, professores, advogados, contadores, enfermeiros, farmacêuticos, eletricistas, arquitetos, entre outros.

Caso seja necessário tirar licença, é necessário fazer exames que exigem algumas horas de formação complementar. No site Working In Canada é possível encontrar detalhes das exigências de formação.

Quem precisar validar o diploma terá que entrar em contato com o órgão regulador de sua área de atuação na província onde pretende residir.

“Se você é enfermeira e quer se estabelecer em Vancouver, por exemplo, terá que entrar em contato com o Colégio de Enfermeiros da B.C.. Agora se é professor e quer se fixar em Ontário, deverá se comunicar com o Ontario College of Teachers”, diz Santos.

Profissionais como administradores, gerentes de negócios ou de recursos humanos ou trabalhadores semiqualificados não precisam fazer a relicenciamento de diploma. Mas Santos alerta que nem escolas renomadas no Brasil terão, a piori, prestígio entre os empregadores canadenses. Ele indica que os interessados visitem o site de Serviços de Educação Mundial

As áreas com mais emprego

As áreas de construção civil, finanças, recursos humanos, comunicação, engenharia, arquitetura, transporte, marketing, saúde, administração pública, tecnologia da informação, artes, agricultura são as mais promissoras no Canadá.

Mas a região do país tem influência na demanda por profissionais. Na província de Quebéc, por exemplo, as áreas de tecnologia, usinagem e enfermagem têm mais empregos e frequentemente o governo do Québec faz missões de recrutamento em outros países, inclusiva o Brasil, para atrair profissionais. Para esta região, o grande desafio é o domínio do idioma francês, principal língua falada na província.

O sistema de imigração também é diferente para quem quer se estabelecer em Quebéc e não segue as mesmas regras do processo federal. Para mais informações espeíficas para a imigração para região francófona é possível visitar o site Quebec Em tête

Confira as principais profissões acordo com a região do país e a atividade:

Automobilística: Ontário
Finanças: Toronto
Tecnologia: Columbia Britânica, Quebec, New Brunswick
Agricultura: Prairies, Manitoba, Ontário
Fazendas de Leite: Saskatchewan
Manufaturas: Ontário
Governo: Ottawa e capitais provinciais
Óleo e Gás: Alberta, Saskatchewan
Hotelaria e Turismo: Ontário, Colúmbia Britânica
Artes e Cultura: Montreal e Toronto
Jornalismo: Ontário
Saúde Pública: Todas as regiões
Indústria Madeireira: Colúmbia Britânica
Mineração: Colúmbia Britânica, Manitoba, Labrador e Newfoundland, Northwest Territories e Yukon

Evento dá o caminho das pedras para quem quer estudar ou morar no Canadá

A cidade de São Paulo recebe no sábado, 23, a EXPOCANADÁ. A feira é gratuita e tem objetivo de conectar instituições e ensino e interessados em estudar e trabalhar no país. No site do evento é possível fazer a inscrição.

Também vão recebei a feira, as cidades de Ribeirão Preto (SP) –19 de março -, João Pessoa (PB) – 21 de março – , Belo Horizonte (MG) – 25 de março -São Luís (MA)- 27 de março – , Campinas (SP) – 29 de março – e Uberlândia (MG)- 1º de abril – também vão receber o evento. Todos os endereços estão disponíveis no site da EXPOCANADÁ 

Exame

 

 

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