Judiciário

Processo em que Marco Feliciano era acusado de tentativa de estupro contra a jornalista Patrícia Lélis é arquivado

Foto: Agência Câmara

O processo que investigava o pastor e deputado federal Marco Feliciano (PODE-SP) por tentativa de estupro e lesão corporal foi arquivado nesta quinta-feira. O juiz responsável pelo caso, em Brasília, determinou que não havia elementos convincentes de que Feliciano tenha agredido ou tentado violentar a jornalista Patrícia Lélis . Um laudo encomendado pela Justiça concluiu que a jovem sofria com “isolamento social”, cansaço e problemas de sono na época da denúncia.

Em junho de 2016, ela disse que o deputado a chamou para uma reunião com integrantes da juventude do PSC, seu partido na época, em seu apartamento funcional. Nessa ocasião, ela disse que o parlamentar teria tentado estuprá-la. Feliciano também teria dado um soco em sua boca e um chute em sua perna, segundo relatou a jovem à Polícia. Ela contou ainda que o chefe de gabinete do deputado, Talma Bauer, a tinha mantido em cárcere privado.

Após o episódio, Patrícia procurou a polícia de São Paulo acusando Bauer de procurá-la diversas vezes para que ela fizesse uma gravação que inocentasse o deputado. Ela contou que se sentiu coagida e ameaçada, e que ele a perseguiu.

Vídeos divulgados na internet, no entanto, mostraram uma conversa amistosa entre Bauer e Patrícia no hall de um hotel. Ali eles teriam acertado um pagamento no valor de R$ 50 mil. À polícia, Bauer confirmou ter dado dinheiro para Lélis, para que ela não levasse adiante a acusação contra Feliciano. O delegado do caso, Luís Roberto Hellmeister, concluiu que Patrícia não foi submetida à cárcere privado.

Em 2017, a Justiça de São Paulo aceitou uma denúncia feita pelo Ministério Público (MP) acusando a jornalista de mentir e extorquir dinheiro do chefe de gabinete do deputado federal. O processo, em que Lélis é acusada de falsa comunicação de crime e extorsão, ainda está em andamento.

O Globo

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Educação

Projeto do Escola sem Partido é arquivado em comissão da Câmara

Foto: Jorge William / Agência O Globo/31-10-2018

Após seis semanas seguidas de reuniões, a votação do projeto “Escola sem Partido” foi adiada para a próxima legislatura. Ao encerrar os trabalhos da comissão que analisava a proposta no início da tarde desta terça-feira, o deputado Marcos Rogério (DEM-RO) criticou a atuação da oposição. Na visão dele, a oposição “está de parabéns” por ter usado de todos os processos regimentais da Câmara para obstruir os trabalhos e que os culpados por esse projeto não ter sido votado este ano, foram os parlamentares apoiadores do projeto.

— Votar ou não votar, vencer ou não vencer faz parte do processo. Se essa matéria não será votada nesta legislatura é por falta de compromisso dos deputados apoiadores do projeto, que, com suas muitas tarefas, não conseguem ficar aqui algumas horas para debater a matéria, dialogar, deliberar. A oposição chega aqui cedo e fica sentada, ouvindo, debatendo e dialogando, merecem o seu reconhecimento. Quem está sepultando esse projeto não é a oposição, são aqueles que são a maioria neste parlamento e aqui não comparecem e permanecem.

Como acontece com projetos não aprovados, o texto será arquivado. Na próxima legislatura, a proposta pode ser desarquivada com pedido de qualquer parlamentar. Segundo Marcos Rogério, em 2019 deverá ser formada uma nova comissão especial para analisar a proposta que passar a tramitar na Câmara.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro chegou no fim da comissão e se registrou no plenário, mas não havia quórum para dar continuidade à votação dos requerimentos.

O presidente Marcos Rogério revelou que sofreu uma pressão de novos deputados que estarão na próxima legislatura para o projeto não ser votado neste ano, pois eles pretendem fazer revisões.

— Eu recebi o apelo aqui de muitos parlamentares novos para participar dessa comissão. Eles não gostariam que nós votássemos agora, eles pediram para que esse tema ficasse para o próximo ano, terão a oportunidade. Eles entendem que o projeto do que jeito que está não há punição, eles querem endurecer o projeto, eles querem trazer elementos novos ao projeto, o que eu discordo.

O relator do projeto, deputado Flavinho, acredita que eles saem vitoriosos, apesar do parecer não ter sido votado.

— Nós já ganhamos sim, foi uma vitória muito grande. Porque o fato de nós trazermos luz para esse problema dentro das escolas brasileiras, fez com que pais, alunos e professores que eram perseguidos nas escolas tivessem consciência dos seus direitos. Então o meu papel como relator é esse, eu não voto o meu relatório aqui e dou uma vitória a mim mesmo. Eu apresento meu parecer para ser discutido e os parlamentares votam — destacou.

A deputada da oposição Érika Kokay (PT-DF), acredita que o adiamento foi uma vitória da oposição. Ela admitiu que, no próximo ano, o projeto poderá ficar ainda pior.

— Vão voltar seguramente com a escola amordaçada. Mesmo que esse projeto fosse aprovado, nada impediria que no próximo ano viessem com um projeto ainda mais duro. Cada dia uma agonia, nós impedimos esse, ano que vem tem mais.

A comissão foi marcada por discussões. O momento mais tenso ocorreu quando o relator Flavinho chamou a deputada Erika Kokay de mentirosa e dissimulada, por na visão dele, ela afirmar sistematicamente que o projeto criminaliza educadores, mas ele destacou que isso não está no projeto.

O Globo

 

Opinião dos leitores

  1. Ainda bem que esse retrocesso foi arquivado. Todos os professores como eu estão temerosos com essa lei da mordaça. Tomara que ano que vem essa lei continue sendo arquivado ou que seja rejeitada em definitivo.

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