A promotora Ana Márcia Machado iniciou as alegações desta quinta-feira (22) disparando contra o sargento da FAB Andrei Thies, acusado de matar e ocultar o cadáver da dona de casa Andreia Rodrigues com a ajuda dos pais, Amilton e Mariana, em 2007.
A promotora afirmou que Andrei é mentiroso e que, durante laudo do Itep, já teria confirmado a participação dos pais.
Ana Márcia cogita até que ele tenha mentido para a psicóloga Tatiane Guedes, testemunha de defesa, e afirma que a profissional não poderia ter dado o depoimento.
Ana Márcia Machado afirmou que Andrei Thies e os pais mentiram durante todos os momentos da investigação e, inclusive, nos depoimentos, quando supostamente deram versões divergentes sobre a ocultação do cadáver de Andreia Rodrigues. Para a promotora, uma das mentiras está relacionada à postura que Andreia Rodrigues tinha na família.
“Quando a Andreia veio morar de vez aqui em Natal, eles disseram que era ela quem mandava na casa. Como, se ela nem tinha as chaves da casa?”, questionou a promotora.
Sobre Andrei, Ana Márcia afirmou que o sargento continua a mesma pessoa e que não mudou nada com relação ao período em que cometeu o homicídio. “O Andrei mente muito. Sempre mentiu. E agora vem dizer que está arrependido, que só fala a verdade, que tem uma religião. Ele diz que mudou, mas não demonstrou emoção nenhuma ontem quando relatou a forma como matou a Andreia”, acusou a promotora.
Ana Márcia também leu trechos de laudos feitos por peritos do Itep que, segundo ela, não puderam depor por questões éticas. A promotora afirmou que Andrei descreveu aos peritos a participação dos pais no homicídio e que a participação da psicóloga como testenmunha deveria ter sido vetada. “No laudo do Itep, Andrei contou da participação dos pais no crime. Mas eles não falam por causa da ética profissional. O artigo 217 do Código Penal diz que a psicóloga não poderia depor aqui”, disse, afirmando também pode presumir que próprio Andrei mentiu também para a psicóloga.
“O Andrei não mudou nada. Ele permanece mentindo”, disse a promotora.
As alegações de Ana Márcia Machado vão prosseguir durante toda a manhã. Em seguida, a defesa dos réus fará a exposição das alegações aos jurados.
O advogado Álvaro Filgueira, que defende a família Thies, reclamou que Amilton e Mariana não pernoitaram nos presídios onde já estavam. Devido a esse problema ocorrido na escolta dos réus, a juíza Cinthia Cibele já adiantou que o início do júri será atrasado.
Juíza acredita que julgamento dure até a noite desta quinta-feira. O que o Estado do Rio Grande do Norte fez hoje com Amilton e Mariana foi desumano. Eles estão aqui com as mesmas roupas de ontem, não se alimentaram direito e dormiram sem seus pertences. Foram tratados como animais”, reclamou, Filgueira.
Amilton e Mariana foram retirados da sala de audiência. Eles tomaram café da manhã e vão tomar um banho e escovar os dentes. Ainda não se sabe se vestirão as mesmas roupas de ontem.
A juíza Cínthia Cibele Diniz de Medeiros acredita que a sentença do julgamento dos integrantes da família Thies acusados da morte da dona de casa Andreia Rodrigues seja dada na noite desta quinta-feira (22).
A magistrada afirma que o depoimento de Andrei Thies, marido de Andreia, deve se estender por toda a manhã de hoje (21).
Na sequência, prestarão depoimento Amilton e Mariana Thies, pais de Andrei, que devem ser ouvidos por um período de tempo menor.
Em seguida, a promotora Ana Márcia Morais Machado e os advogados Álvaro Filgueira e Caio Túlio vão defender as teses, sendo concedidas duas horas e meia para a acusação e o mesmo tempo para a defesa.
Andrei Thies chegou hoje ao Fórum Tabelião Otávio Gomes de Castro no mesmo horário de ontem.
Foto: Thiago Macedo
O delegado Raimundo Rolim de Albuquerque Filho afirmou em seu depoimento que a filha mais velha de Andreia Rodrigues teria lhe informado durante as investigações do caso que a mãe de seu padrasto, Mariana Thies, agredia a mãe dela.
De acordo com Rolim, depois de muitas brigas, Andrei prometeu a Andreia que não aceitaria mais a interferência de Mariana na relação dos dois e que “tudo ficaria bem”
Rolim relembra: “Andressa chegou a me dizer que, em certo dia, Andrei disse à menina que no dia seguinte ela iria ficaria órfã e que a mãe só sairia de casa em um caixão”.
O delegado segue o depoimento relatando passo a passo as investigações que apontam os réus como responsáveis pelo crime.
O sargento da Aeronáutica Andrei Bratkowski Thies, acusado do assassinato de Andreia Rodrigues, chegou ao Fórum Tabelião Otávio Gomes de Castro, em Parnamirim, para o julgamento.
O militar chegou às 8h12, trajando um paletó, e entrou no Fórum sem falar com a imprensa.
Policiais da Divisão de Investigação e de Combate ao Crime Organizado (Deicor), coordenados pela delegada Sheila Freitas, prenderam na manhã desta segunda-feira (19) o policial militar Evandro Medeiros e o pastor Gilson Neudo Soares do Amaral, em Caicó, distante 280 km de Natal. A prisão ocorreu em função do envolvimento deles na morte do jornalista F Gomes, ocorrida no dia 18 de outubro de 2010.
O policial Evandro recebeu voz de prisão quando estava no 6º Batalhão da Polícia Militar (BPM) na manhã de hoje. O pastor Gilson Neudo já estava detido no Presídio Estadual de Caicó. Ambos tiveram as prisões preventivas decretadas pelo juiz Luiz Cândido de Andrade Villaça.
A delegada Sheila Freitas ficará em Caicó durante todo o dia de hoje, onde irá ouvir presos e outras testemunhas do caso.
Durante uma festa marcada pela internet na noite deste sábado no Tênis Clube em Mossoró, a polícia foi acionada para uma ocorrência de tiroteio. Um jovem identificado como George Eduardo, 18 anos foi atingido por um tiro no peito e morreu no caminho do hospital. Outro jovem identificado como Diego David do Nascimento 18 anos e um adolescente de 15 anos também foram baleados e socorridos no hospital.
De acordo com a polícia, pouco tempo após o início da festa por volta das 20h em uma confusão entre grupos diferentes aconteceram os primeiros disparos de arma de fogo. A polícia foi ao local mas os suspeitos armados fugiram.
Novamente ás 23h houve novo tiroteio na festa e desta vez três foram baleados. George Eduardo morreu com um tiro no peito, enquanto que Diego David atingido com um tiro na perna e um adolescente de 15 anos atingido por tiro de raspão foram socorridos.
Um rapaz identificado como Fábio Jeferson Câmara da Silva, de 21 anos, foi assassinado a tiros na sede do Departamento de Trânsito do RN (Detran) no início da tarde desta sexta-feira (9). O crime aconteceu no setor de vistorias do prédio, que é localizado no bairro da Cidade da Esperança, zona Oeste de Natal. O autor dos disparos, Richardson da Silva Nogueira, foi preso em flagrante delito pelos policiais.
De acordo com as primeiras informações, Fábio Jéferson foi com o sogro, Pedro Elói de Oliveira, ao Detran para fazer a transferência de uma moto que Pedro havia comprado para a sua filha. Chegando no local, Fábio Jéferson foi surpreendido pela ação de Richardson que desferiu tiros contra Fábio Jéferson. A vítima ainda tentou sair pelo portão do setor de vistorias, mas não resistiu, caiu e morreu ainda no local.
A polícia acredita que o crime tenha sido motivado por vingança. Segundo as primeiras informações, Richardson acusa Fábio Jéferson de ter matado seu irmão e ter esfaqueado seu pai, por isso cometeu o crime.
O sogro da vítima, Pedro Elói, disse à polícia que ele e o rapaz conversavam pouco e que não possuíam muito contato. Apesar disso, Fábio Jéferson morava na casa do sogro, junto com a esposa.
O responsável pelo crime foi detido pelos policiais e encaminhado para a Delegacia de Plantão zona Sul. O Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep) está a caminho do local para fazer o recolhimento do corpo.
A Polícia Militar registrou um duplo homicídio no início da madrugada desta quinta-feira (7), por volta de 1h, no município de Nísia Floresta.
O crime foi cometido dentro de uma residência no conjunto Carnaúba.
De acordo com o soldado Josemir Sales, da PM local, cinco homens armados invadiram a casa de Jeová Paulo de Lima, 28 anos, e encontraram uma criança de 12 anos dormindo na sala.
Na ocasião, os bandidos mandaram o menor sair e invadiram o quarto de Iraci Paulo de Lima, 78 anos, mãe do proprietário, que foi baleada por duas vezes na região do tórax.
Os disparos contra a idosa deram início a cenas de horror, a partir da invasão dos assassinos ao quarto de Jeová, que foi executado com quatro tiros nas regiões da cabeça e tórax.
A vítima estava na companhia de sua companheira, uma jovem adolescente de 17 anos identificada como Nataniara, que também foi executada com quatro disparos.
Segundo o soldado Josemir Sales, o proprietário da residência (Jeová Paulo de Lima), era ex-detento e tinha saído do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Parnamirim na semana passada.
Informações dão conta que a polícia havia recebido denúncias que Jeová vinha ameaçando pessoas na comunidade, que pode representar uma retaliação.
A madrugada de hoje foi movimentada com quatro homicídios registrados pela Delegacia de Plantão da Zona Norte (DPZN). Em dois casos, a Polícia suspeita de crime passional, ambos envolvendo um triângulo amoroso.
O primeiro deles ocorreu na rua Santana, em Jardim Progresso. A vítima vivia na mesma residência que a amante e o esposo dela. Ao saber da situação, o acusado ameaçou a mulher, que fugiu. Francisco das Chagas Soares de Oliveira, de 26 anos, acabou morto após sofrer inúmeros golpes de barra de ferro na cabeça.
No outro caso, a vítima foi o marido de uma mulher, personagem central de outro triângulo amoroso. A Polícia acredita que o crime ocorreu na BR-101, em Extremoz, onde foi encontrado o corpo do rapaz. Ainda não se sabe a identidade dos envolvidos.
A agente de Polícia da DPZN acredita que o assassinato ocorreu antes do carnaval porque o corpo já estava em estado de putrefação. A suspeita é de que o amante tenha envolvido a vítima em uma emboscada a e ao matá-lo escondeu o corpo de um buraco raso às margens da rodovia.
A DP Zona Norte registrou também o assassinato de um jovem de 15 anos, no Loteamento Aliança, bairro Nossa Senhora da Apresentação. O fato ocorreu por volta das 5h da manhã de hoje entre as ruas Abimael Florêncio e a Travessa Libanês. O adolescente conversava com amigos na rua quando dois homens se aproximaram em uma moto e desferiram vários tiros. Ele não resistiu e veio a óbito no local.
A família informou que a vítima trabalhava como camelô e não tinha notícias de inimizades. Também na madrugada o registro de um suicídio. Os casos serão encaminhados para as Delegacias dos respectivos bairros que serão responsáveis pelas investigações.
Um homem acusado de dois homicídios, um latrocínio, e suspeito de várias tentativas de homicídio no bairro de Mãe Luiza foi preso por volta das 9h desta segunda-feira (27) por policiais da 4ª DP.
Givanildo da Cruz Silva de Carvalho, conhecido por Vanvan, foi detido em candelária, próximo ao fórum Miguel Seabra Fagundes. Segundo informações da polícia, a prisão foi realizada em cumprimento a dois mandados de prisão em aberto contra Vanvan, expedidos pela 3ª vara Criminal.
Dia triste para a deputada estadual Larissa Rosado, prefeitável em Mossoró. O Blog acaba de ter a informação que o a mulher encontrada morta com quatro tiros nas costas e com o rosto desfigurado como sendo a sua funcionária Cristiana Barreto Viana, de 36 anos, natural de Quixadá, no Ceará.
Cristina trabalhava na casa de Larissa e era querida pela parlamentar. Durante a madrugada, ela foi morta. No início da manhã de hoje, ela foi levada para o Instituto Técnico-científica de Polícia (Itep) sem identificação, mas as amigas da moça fizeram o reconhecimento do corpo.
Por volta das 5h40 deste domingo, populares encontraram o corpo de uma mulher ainda não identificada, de aproximadamente 30 anos as margens de uma estrada na zona rural de Mossoró.
De acordo com a polícia, a mulher teria sofrido pelo menos quatro disparos de arma de fogo nas costas e estava com parte do rosto desfigurado.
Os moradores da localidade teriam ouvido disparos durante a madrugada, mas não souberam informar sobre suspeitos do crime. A mulher estava sem documento de identificação e portava dois preservativos e um chaveiro com cinco chaves. O Itep foi ao local realizar os procedimentos legais.
A Polícia Militar registrou dois homicídios por arma de fogo na noite deste domingo de carnaval (19). Em ambos os casos, não há informações sobre quais seriam as motivações dos crimes.
Os dois assassinatos foram registrados por volta das 23h30. No primeiro crime, a vítima foi Alexandre Moura de Araújo, de 32 anos. Ele foi encontrado morto dentro de um Fiat Uno prata de placas MYJ-0303 em frente ao parque de exposições Aristófanes Fernandes, em Parnamirim. A polícia ainda não sabe quem matou Alexandre Moura.
O segundo caso se deu em Santo Antônio do Potengi, distrito de São Gonçalo do Amarante. José Rivelino de Melo Teixeira, de 26 anos, foi morto com um tiro na região lombar. Neste caso, populares informaram à polícia que o suspeito seria um homem conhecido na região por Jobinho. A polícia ainda não sabe do paradeiro do suspeito.
Os corpos das duas vítimas foram levados para necropsia no Itep e já foram liberados para velório e sepultamento.
Os crimes serão investigados, respectivamente, pelas equipes do 1º Distrito Policial de Parnamirim e da delegacia de São Gonçalo do Amarante.
Lindemberg Alves Fernandes, 25, foi condenado a 98 anos e 10 meses de prisão nesta quinta-feira pela morte de Eloá Pimentel, 15, em 2008. A sentença foi proferida pela juíza Milena Dias. Pela lei brasileira, ele não pode ficar preso por mais de 30 anos. Como a soma das penas excede este limite, elas devem ser unificadas.
Na sentença a juíza afirma Lindemberg agiu com frieza e premeditadamente. “O réu agiu com frieza, premeditadamente em razão de orgulho e egoísmo”, diz.
O crime ocorreu na casa da vítima, em Santo André (Grande São Paulo), após a adolescente ter sido mantida em cárcere privado por mais de cem horas. Os jurados reconheceram todos os crimes.
O júri que condenou Lindemberg era formado por seis homens e uma mulher. O julgamento durou quatro dias e foi marcado pelo depoimento do réu, que falou pela primeira vez sobre o caso, e também por discussões e ameaças de abandono do plenário da advogada de defesa.
Lindemberg confessou ter atirado contra Eloá, mas disse que não planejou crime. Disse ainda que tinha reatado o namoro com a garota dias antes e que ela o havia traído.
Em um dos momentos polêmicos do julgamento, a advogada de defesa, Ana Lúcia Assad chegou a falar que a juíza Milena Dias deveria ‘voltar a estudar’. Assad foi hostilizada na frente do fórum e criticou a imprensa. No terceiro dia de júri, a promotora Daniela Hashimoto pediu que o público não confundisse os atos do réu com o trabalho da defesa.
A decisão da advogada de Lindemberg de convocar em cima da hora a mãe de Eloá como testemunha de defesa também causou comentários. No momento do depoimento, Ana Cristina Pimentel foi dispensada pela própria advogada. No pouco tempo em que ficou no plenário, a mãe de Eloá encarou o réu e disse estava disposta a falar.
A estratégia da defesa foi tentar mostrar que houve falha da PM no caso e que o clima dentro do apartamento era mais ameno.
Ao todo, foram ouvidas 13 testemunhas nos quatro dias de julgamento. Entre as pessoas ouvidas estão os três amigos de Eloá que estavam no apartamento invadido por Lindemberg em outubro de 2008. Também foram ouvidos os dois irmãos da garota, que demonstraram muita emoção e lembraram do relacionamento conturbado que ela mantinha com o réu.
Já os policiais ouvidos reafirmaram que a invasão do apartamento ocorreu apenas após ter sido ouvido um disparo de arma de fogo no interior do imóvel. Durante a ação, Eloá e sua amiga Nayara Rodrigues –que também tinha 15 anos à época– foram baleadas. O capitão Adriano Giovanini, do Gate, também afirmou que, durante a negociação, percebeu que Lindemberg espancava Eloá e, desde o início, dizia que mataria a jovem e cometeria suicídio.
Lindemberg ficou sem algemas durante todo o julgamento e foi acompanhado por dois PMs armados. Ele demonstrou pouca reação durante o júri, sorriu uma vez para um dos irmãos de Eloá, com quem tinha amizade antes do crime, e para familiares dele que acompanharam o júri.
Lindemberg Alves Fernandes, réu pela morte de Eloá Pimentel, em 2008, afirmou nesta quarta-feira que os dois haviam retomado o namoro em segredo dias antes do início do cárcere privado, em Santo André, no ABC Paulista. À juíza, ele afirmou que não foi ao apartamento com a intenção de matar a adolescente, mas que se surpreendeu ao encontrá-la com colegas no local. Ele disse ainda que andava armado porque sofria ameaças de morte.
“Fiquei surpreso com a presença do Iago (de Oliveira), do Victor (de Campos) e da Nayara (Rodrigues) no apartamento. A Eloá ficou assustada ao me ver”, disse. A jovem, segundo ele, não conseguiu explicar o que os três estavam fazendo lá, começou a chorar e gritar. Ele questionou sobre a relação de Victor com ela. “Ele disse ‘eu dei uns beijos nela’ e a Eloá fez um barraco”, disse. Lindemberg, então, mostrou a arma que carregava e pediu para conversar com a namorada sozinho, mas os três se recusaram a deixar o apartamento.
Lindemberg afirmou que os dois namoravam desde 2006 e haviam terminado em setembro, três semanas antes do cárcere. O réu afirmou que tentou voltar com Eloá diversas vezes, mas a adolescente recusava. “Ela me deu uma canseira (nas tentativas de reatar) e eu pensei ‘preciso retomar minha vida’.” Ele disse, então, que ficou com uma menina, mas que Eloá descobriu, chorou muito e pediu para voltar.
Quando retomaram o relacionamento, o casal fez, segundo Lindemberg, um “pacto” para não contar a ninguém porque a família de Eloá não poderia saber, uma vez que a jovem teria mentido que Lindemberg havia batido nela. “Acho que a Eloá não tinha coragem de expor ao pai que ela tinha mentido sobre a agressão”, disse.
O réu disse que recebeu ligações com ameaças de morte de números não identificados. Segundo ele, as ameaças eram sem motivo. “Tinha muito medo de morrer”, afirmou. Lindemberg afirmou que, devido às ameaças, comprou uma arma “de um senhor que precisava de dinheiro para voltar para sua terra”.
Trágico desfecho
Segundo Lindemberg, os amigos de Eloá se negaram a deixar o apartamento quando ele exigiu ficar sozinho com a ex-namorada. Por isso, ele considerou que os três não foram mantidos em cárcere privado. Segundo o réu, eles podiam entrar e sair a hora que quisessem, mas ficaram por solidariedade à Eloá.
Lindemberg disse também ter ficado muito nervoso com a chegada da polícia, no primeiro dia de cárcere. “A situação tinha ficado difícil”, disse. Segundo ele, Eloá começou a gritar muito e ele mostrou a arma para a namorada, mas a polícia viu. “Agora eu estava em um processo que eu não sabia como contornar a situação, eu estava perdido.”
Ele negou ter disparado contra o sargento Atos Valeriano e classificou a acusação de tentativa de homicídio contra o PM como “ficção”. “Eu fiquei sabendo pela minha advogada. Fiz disparos para o chão (da janela), mas para policial nenhum”, disse, classificando os tiros como ato de nervosismo.
Lindemberg ainda disse que tinha medo de se entregar porque Eloá lembrou “um fato que aconteceu com um ônibus no Rio de Janeiro, em que uma refém foi baleada” – em referência ao sequestro do ônibus 174, que terminou com uma refém morta após a polícia disparar contra o seqüestrador.
Ele confirmou que atirou contra Eloá após a explosão da porta. “Quando a polícia invadiu, a Eloá fez menção de levantar e eu, sem pensar, atirei. Foi tudo muito rápido”, afirmou. Ele acrescentou que não poderia afirmar que havia atirado contra Nayara porque não se lembrava.
Pedido de perdão a mãe de Eloá
No início do depoimento, Lindemberg falou sobre a mãe de Eloá, Ana Cristina Pimentel. “Quero pedir perdão para a mãe dela em público, pois eu entendo a sua dor”, afirmou. “Estou aqui para falar a verdade, afinal tenho uma dívida muito grande com a família dela”, acrescentou.
Ele afirmou que o gesto que fez para Ana Cristina na terça-feira, no plenário – considerado pela mãe de Eloá como um sinal de “alivia a minha barra” -, foi na verdade um pedido de perdão.
O mais longo cárcere de SP
A estudante Eloá Pimentel, 15 anos, morreu em 18 de outubro de 2008, um dia após ser baleada na cabeça e na virilha dentro de seu apartamento, em Santo André, na Grande São Paulo. Os tiros foram disparados quando policiais invadiam o imóvel para tentar libertar a jovem, que passou 101 horas refém do ex-namorado Lindemberg Alves Fernandes. Foi o mais longo caso de cárcere privado no Estado de São Paulo.
Armado e inconformado com o fim do relacionamento, Lindemberg invadiu o local no dia 13 de outubro, rendendo Eloá e três colegas – Nayara Rodrigues da Silva, Victor Lopes de Campos e Iago Vieira de Oliveira. Os dois adolescentes logo foram libertados pelo acusado. Nayara, por sua vez, chegou a deixar o cativeiro no dia 14, mas retornou ao imóvel dois dias depois para tentar negociar com Lindemberg. Entretanto, ao se aproximar do ex-namorado de sua amiga, Nayara foi rendida e voltou a ser feita refém.
Mesmo com o aparente cansaço de Lindemberg, indicando uma possível rendição, no final da tarde no dia 17 a polícia invadiu o apartamento, supostamente após ouvir um disparo no interior do imóvel. Antes de ser dominado, segundo a polícia, Lindemberg teve tempo de atirar contra as reféns, matando Eloá e ferindo Nayara no rosto. A Justiça decidiu levá-lo a júri popular.
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