Polícia

‘Crime por encomenda custava até R$ 1,5 milhão’, diz delegado da Homicídios no RJ sobre grupo de matadores

Mad, suspeito por integrar o grupo, foi levado para a Delegacia de Homicídios Foto: Hermes de Paula / Agência O Globo

Quanto custa uma morte por encomenda? Segundo o titular da Delegacia de Homicídios (DH), Daniel Rosa, o grupo de matadores cobrava até R$ 1,5 milhão por cada assassinato que praticavam. Os principais clientes seriam contraventores em disputas por pontos de exploração de jogo. Na manhã desta terça-feira, a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) deflagraram uma operação tendo integrantes do bando como alvos.

— Foram prisões relevantes, não só para esclarecer os casos em andamento na DH, como para proteger a população do Rio, uma vez que eles matavam por dinheiro. Eles cobravam de R$1 milhão a R$ 1,5 milhão — afirmou o delegado.

Segundo Daniel Rosa, o grupo era contratado para executar friamente. O valor da morte por encomenda dependia da dificuldade do “serviço”, de acordo com o delegado.

— O nível de sofisticação chegou a nos impressionar durante as investigações. Em alguns casos, os criminosos usaram drones. Para fazer a vigilância de suas vítimas, ficavam seis, sete, nove meses até conseguirem seu objetivo: executar friamente com diversos tiros de fuzil — detalhou Rosa.

Um dos mandados de busca e apreensão foi contra o contraventor Fernando Ignacio, genro do famoso bicheiro dos anos 80 e 90, Castor de Andrade, já falecido. De acordo com o delegado da DH, ele é suspeito de pagar o grupo pela morte de um rival conhecido como Andinho.

— As vítimas do Escritório do Crime são, geralmente, decorrentes de desentendimento de grupos criminosos que disputam o território no Rio — disse Rosa. — A morte de Diotti, por exemplo, foi por ordem do ex-capitão Adriano em disputa por área — concluiu.

O bando de Mad foi investigado até outubro de 2018 pela morte de Marielle, quando uma denúncia anônima chegou à DH informando que Ronnie Lessa havia executado a parlamentar. Mad e Tonhão, inclusive, haviam sido ouvidos pela DH sobre o Caso Marielle, assim como o ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega, em agosto de 2018. No entanto, o titular da DH Capital, delegado Daniel Rosa, descartou a participação do bando na morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

O Globo

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