Jornalismo

Soninha diz que campanha pró-Serra aumentou seu isolamento na ESPN

soninha2A derrota nas urnas nas eleições para deputada federal foi um duro golpe para Soninha Francine. Ou significou uma ‘brochada’, como ela melhor define. Diante da frustração na política, agora ela quer voltar à TV. À mesma TV em que ela fez sucesso como comentarista esportiva e que a fez guardar boas e más recordações.

Soninha ainda tem frescos na memória os bons amigos, mas também o preconceito e o isolamento político que diz ter sofrido na ESPN Brasil por ter trabalhado na campanha presidencial de José Serra nas eleições de 2010.

“Naquele momento eu era um ponto muito fora da curva tendo trabalhado na campanha do Serra. O pessoal da ESPN era muito Lula, vai? Então isso também não me dava muito ânimo de voltar. Um lugar onde a gente discute a política dentro do futebol, eu estava praticamente isolada ali”.

Entre os livros espalhados até pela escada, ela arrumou um espacinho em sua casa na Zona Oeste de São Paulo para receber a reportagem do UOL Esporte. Soninha relembra temas como as grosserias dos técnicos Vanderlei Luxemburgo e Emerson Leão e a sua frustração com a política. “Você disputa uma eleição e perde, uma eleição que era para ganhar, né? Não tem cabimento eu ficar tão atrás na fila da suplência, dá uma brochada”.

Você sempre foi conhecida como VJ da MTV. Como iniciou sua carreira como comentarista esportiva?

Quando entrei na MTV, entrei carregando pedra. Todo mundo que começou como assistente de produtor, virou produtor, editor, diretor. Foi bom ter feito esse caminho todo para depois ser VJ. Isso contou quando o Trajano (José Trajano, então diretor de jornalismo da emissora) me convidou para trabalhar na ESPN para ser comentarista. Ele dizia que lá futebol tinha contexto muito maior, política, literatura, cinema, sociedade, então tudo o que eu já tinha feito interessava para ser comentarista.

E como é ser mulher em um meio majoritariamente masculino?

Você fica sujeita a um espectro muito maior de ofensas: mulher é vagabunda, mal amada ou está dando para alguém e por isso que ela está ali. Mas também tem uma simpatia inicial, uma abertura. Às vezes o jogador está cansado de dar entrevista para repórter agressivo ou de participar de determinado programa porque foi massacrado. Quando a repórter é mulher, às vezes ele fica até aliviado, sabe que nunca vai ter o mesmo tipo de embate, não quer que dizer que eu vá ser café com leite, mas é outro tipo de enfrentamento. E eu nunca levei cantada. Não me lembro nem de um comentariozinho a mais, nada. Tenho o maior orgulho disso.

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