A inflação está bastante baixa e estável no curto, médio e longo prazo, afirmou o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, nesta terça-feira (19).
“A inflação está bastante baixa e bastante estável tanto no curto, médio e longo prazo”, disse aos senadores. Segundo Campos Neto, a inflação está baixa em todo o mundo. Além disso, ele citou que no Brasil há o efeito da estratégia do governo de estimular os investimentos privados, no lugar do público, e de ajuste nas contas públicas.
“O Brasil está se reinventando com dinheiro privado e o mercado tem finalmente a compreensão de que o governo tem um programa fiscal sério que vai atingir o equilíbrio das contas públicas”, afirmou.
Campos Neto afirmou que os investimentos somente públicos são ineficientes. “O dinheiro público como máquina de crescimento bateu no muro”, disse.
Cheque especial
O presidente do BC reafirmou que tem um projeto para redesenhar o cheque especial, considerado “um produto muito regressivo”, com peso maior de juros sobre quem tem menor renda.
Campos Neto também afirmou que nos próximos dias será lançado um mutirão de renegociação de dívidas com os bancos. No início do mês, em audiência na Câmara dos Deputados, ele disse que está negociando a abertura de agências aos sábados ou após o horário normal de funcionamento para renegociar dívidas. Em troca pela renegociação, os clientes terão que fazer um curso de educação financeira.
A inflação ficou negativa em 0,04% em setembro, divulgou o IBGE na manhã desta quarta-feira. Trata-se do menor resultado para um mês de setembro desde 1998 e é a primeira deflação registrada desde novembro de 2018, quando o resultado do mês foi de -0,21%.
Com os resultados de setembro, a inflação acumulada em 12 meses ficou em 2,89%, muito abaixo da meta do ano, que é de 4,25%. Já o acumulado nos nove primeiros meses de 2019 está em 2,49%.
O resultado ficou abaixo das projeções dos analistas do mercado, que previam ligeira alta, de 0,03% no IPCA de setembro. O resultado da inflação reforça a previsão de um corte maior nos juros pelo Banco Central na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no dia 30 de outubro.
Os analistas da Capital Economics, que antes do resultado do IPCA previam um corte de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros Selic, agora estimam uma redução de 0,5 ponto percentual, para 5%.
Após a divulgação do IBGE, os juros futuros negociados no mercado financeiro recuaram, sinalizando as novas projeções para a Selic. Os contratos de juros DI para janeiro de 2021, por exemplo, eram negociados a 4,79%, contra 5,09% na véspera.
O resultado do IPCA foi o menor para o mês de setembro desde 1998, quando o índice registrado foi de -0,22.
Em setembro, 10 regiões das 16 regiões pesquisados pelo IBGE apresentaram deflação. No mês anterior, agosto, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo ( IPCA ), usado nas metas de inflação do governo tinha avançado 0,11%.
O resultado negativo do mês foi influenciado pela deflação dos preços de alimentos e bebidas, com queda de 0,43% no mês. Segundo o IBGE, o índice foi puxado por conta da alimentação fora de casa, que caiu de 0,53%, em agosto, para 0,04%, em setembro. A alimentação em domicílio também caiu (-0,7%) pelo quinto mês consecutivo.
Na cesta de alimentos, a principal queda foi em tubérculos, raízes e legumes (-11,33), hortaliças (-5,05%) e frutas (-1,79%). Segundo Pedro Kislanov da Costa, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços, as quedas ocorreram em função do aumento da oferta de produtos alimentícios, como tomate, batata-inglesa e cebola
– Ainda temos uma oferta elevada desses produtos, essas deflações são por conta de uma oferta excedente no mercado – afirma Kislanov.
Deflação em três grupos
Segundo o IBGE, três dos nove grupos pesquisados apresentaram deflação em setembro. A maior redução veio de artigos de residência, com queda de 0,76%. Já a maior alta foi registrado no grupo de saúde e cuidados pessoais, com variação positiva de 0,58%. O índice foi influenciado pelo reajuste nos preços dos planos de saúde de 7,35%, autorizado em julho pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Entre os itens não alimentícios, o IBGE registrou queda de -2,26% nos preços dos eletrodomésticos. Uma das razões para a deflação no período pode ser a realização da Semana Brasil, campanha que ofertou descontos e promoção no comércio no início de setembro.
– De fato observamos na coleta de preços muitos descontos e promoções dos lojistas, principalmente nas duas primeiras semanas do ano. É uma possibilidade – afirma.
O grupo de transportes ficou estável, mesmo com as altas recentes no preços da diesel e etanol. De acordo com o instituto, no mês, apesar de etanol (0,46%) e óleo diesel (2,56%) terem apresentado alta, o resultado foi puxado com a queda da gasolina (0,12%).
Energia elétrica ficou estável
Já a inflação da energia elétrica se manteve estável se comparável ao mês anterior, interrompendo dois meses consecutivos de alta. O desempenho se deu em virtude da manutenção da bandeira tarifária vermelha, que representa uma cobrança extra de R$ 4 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
Para outubro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou a redução para bandeira amarela, de R$ 3,50. Logo, as contas tendem a ficar mais baratas.
Outros fatores como o reajuste de 2,7% no preço dos combustíveis nas refinarias pode impactar a inflação do próximo mês, o aumento de 4,87% da taxa de água e esgoto no Rio de Janeiro e de 15,3% nas tarifas de energia em em uma das concessionárias em São Paulo podem impactar a inflação no próximo mês.
Nesta semana, os economistas consultados pelo Banco Central (BC) para a elaboração do Boletim Focus apontaram que a inflação deve encerrar o ano a 3,42%. O percentual é inferior à meta estipulada para o governo em 2019, que é de 4,25%.
O Banco Central encaminhou nesta segunda-feira (7) ao Congresso Nacional uma proposta de projeto de lei para ampliar, gradualmente, as possibilidades legais de brasileiros manterem no país contas em dólares. A medida valerá tanto para pessoas físicas quanto jurídicas.
A intenção de ampliar as possibilidades já havia sido anunciada anteriormente pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto.
Atualmente, as contas em dólares estão disponíveis somente para segmentos específicos, como agentes autorizados a operar em câmbio, emissores de cartões de crédito de uso internacional, sociedades seguradoras e prestadores de serviços turísticos.
O modo como o BC aplicará as novas regras, se aprovadas no Congresso, ainda será definido por regulamentação do banco.
O projeto de lei começará a tramitar primeiro pela Câmara dos Deputados. O presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu a necessidade de se atualizar a lei cambial e disse que a análise do texto será ágil.
“É muito importante a modernização de uma lei muito antiga. Vamos dar celeridade a esse projeto”, afirmou Maia em podcast divulgado em uma rede social.
O BC ainda não detalhou o prazo de execução da medida nem se a meta estenderá a permissão de contas em dólares para todos os brasileiros.
Justificativa
Na exposição de motivos do projeto de lei, o BC informou que a proposta representa “passo importante na direção de aumentar a conversibilidade internacional da moeda nacional, ao simplificar tanto seu uso no exterior, quanto seu uso pelos agentes internacionais no Brasil”.
A instituição disse ainda que uma moeda aceita internacionalmente “ajuda a reduzir os custos de captação”, o que facilita o financiamento público e privado e tende a aprofundar o processo de integração financeira e econômica com outros países.
O projeto, informou o BC, lhe confere possibilidade de “gradualmente e com segurança, expandir a possibilidade de pessoas físicas e jurídicas serem titulares de contas em moeda estrangeira no Brasil, a exemplo do que já é permitido nas economias avançadas e nas principais economias emergentes”.
De acordo com a instituição, tais preceitos contribuem para que o real passe a integrar “efetivamente” os ativos dessas instituições, “expandindo o uso da moeda nacional em negociações no exterior, além de simplificar a participação de investidores internacionais em títulos públicos denominados em reais diretamente no exterior”.
Segundo o BC, o projeto também favorece o uso do real em negócios internacionais ao permitir o envio ao exterior de ordens de pagamento de terceiros a partir de contas em reais mantidas no Brasil e tituladas por bancos do exterior.
Novo marco legal
O Banco Central informa, ainda, que o projeto de lei tem por objetivo instituir um novo marco legal, “mais moderno, mais conciso e juridicamente seguro para o mercado de câmbio e de capitais estrangeiros no Brasil e brasileiros no exterior”.
De acordo com a instituição, o projeto de lei está estruturado em três pilares: consolidação, modernização e simplificação.
Em termos de “consolidação”, o BC informou que o projeto consolida em lei única mais de 40 dispositivos legais, editados desde 1920, que apresentam comandos dispersos e eventualmente obsoletos, que aumentam a insegurança jurídica do público e não contemplam as mudanças tecnológicas em curso e as necessidades atuais da economia brasileira.
Para modernizar e lei cambial, o BC diz que haverá uma compatibilização dos requerimentos legais às “exigências de uma economia inserida nas cadeias globais de produção, facilitando o desenvolvimento do comércio exterior e do fluxo de recursos e investimentos”.
Explicou que o projeto permite a adoção de novos modelos de negócios e a eliminação de exigências criadas há mais de 50 anos “em contextos econômicos superados e configuração das relações econômicas mundiais totalmente diferentes das atuais”.
No pilar de “simplificação”, a instituição informou que a proposta permite adotar requerimentos proporcionais aos valores dos negócios e aos riscos envolvidos e, também, “racionalizar” as exigências para os investimentos estrangeiros no Brasil, bem como para os investimentos brasileiros no exterior.
Combate à lavagem de dinheiro
O BC informou, ainda, que, ao tempo que avança na maior racionalidade para as operações de câmbio, o projeto, “de maneira alinhada aos imperativos de prevenção e combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo”, estabelece expressamente a necessidade de avaliação do cliente e dos riscos da operação, pelas instituições autorizadas a operar no mercado de câmbio.
“No que se refere particularmente à possibilidade de acesso às informações relacionadas ao desempenho das atividades do Banco Central do Brasil, o anteprojeto tornará possível obtê-las de forma mais flexível, seletiva e eficiente aos propósitos dos trabalhos de monitoramento do mercado, de supervisão das práticas de combate à lavagem de dinheiro e de compilação das estatísticas macroeconômicas oficiais a cargo do Banco Central do Brasil”, informou.
Medida Provisória publicada em agosto pelo governo que transferiu o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) – órgão que combate o crime organizado e a lavagem de dinheiro – do Ministério da Economia para o Banco Central (BC) e mudou o nome do organismo para Unidade de Inteligência Financeira. O texto também revogou a obrigação de que o conselho de combate à lavagem de dinheiro seja composto só por servidores públicos.
O crescimento da economia, acompanhado de reformas, será sustentável, diferentemente do que ocorreu no passado. A avaliação é do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, que apresentou nesta quinta-feira (26) o Relatório Trimestral de Inflação.
No relatório, o BC estima que o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, crescerá 0,9% neste ano e 1,8%, em 2020.
Segundo Campos Neto, houve crescimento maior da economia no passado, impulsionado por dinheiro público. “Mas foi um voo de galinha”. Agora, destacou, houve uma mudança com maior participação do dinheiro privado no crescimento da economia porque não há espaço fiscal para mais gastos públicos e por ter sido adotada uma política de economia liberal. “É uma recuperação gradual. E essa recuperação, acompanhada das reformas, terá crescimento mais sustentável”, disse Campos Neto.
O presidente do BC ressaltou que, além do andamento da reforma da Previdência, em outras áreas há avanços que são necessários para o estímulo da economia. Ele citou avanço em programa de venda de ativos públicos, a Lei da Liberdade Econômico e medidas de abertura comercial, por exemplo.
Campos Neto também afirmou que, para o Banco Central, “a melhor forma de contribuir com o crescimento é manter a inflação estável”.
Mercado de câmbio
Campos Neto enfatizou que o câmbio é flutuante e que o papel do BC é fazer intervenções no mercado de câmbio quando há disfunções. “Não temos nenhum dogma com relação a instrumentos”, disse, explicando que havia entendimento no passado de que todas as intervenções tinham que ser feitas prioritariamente por meio de swaps (operações no mercado futuro). Ele afirmou que o BC pode atuar também no mercado à vista, se julgar necessário. “Não temos nenhuma meta para swap”, afirmou.
Sobre o aumento da cotação do dólar no Brasil, o presidente do BC explicou que uma parte desse movimento foi reflexo da alta da moeda no mundo. De acordo com Campos Neto, parte do processo foi também provocada pela antecipação de pagamentos de dívidas de empresas brasileiras no exterior, como a Petrobras.
O Banco Central (BC) aumentou ligeiramente a previsão de crescimento da economia para este ano e prevê, ainda com “elevado grau de incerteza”, melhora no ritmo de expansão em 2020.
A projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, passou de 0,8% para 0,9% em 2019, de acordo com o Relatório de Inflação, divulgado nesta quinta-feira (26), em Brasília.
“Para o PIB de 2020, ainda com elevado grau de incerteza, projeta-se crescimento de 1,8%. Ressalte-se que essa perspectiva está condicionada ao cenário de continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira e pressupõe que o ritmo de crescimento subjacente da economia, que exclui os efeitos de estímulos temporários, será gradual”, disse o relatório, divulgado trimestralmente.
De acordo com o documento, o resultado melhor que o esperado para o PIB do segundo trimestre de deste ano favoreceu o ajuste na estimativa para 2019.
“A projeção ora apresentada considera ritmo de crescimento ainda lento no terceiro trimestre, em linha com indicadores coincidentes divulgados até o momento, e aceleração no quarto trimestre, para a qual deve contribuir o impulso das liberações extraordinárias de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do Programa de Integração Social (PIS)/Programa de Formação de Patrimônio do Servidor Público (Pasep)”, afirma o Relatório de Inflação.
Setores
A previsão para o crescimento da agropecuária passou de 1,1% para 1,8%. Segundo o BC, essa revisão é compatível com o resultado mais recente do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que aumentou a estimativa de safra para alguns produtos com elevada participação no setor da agricultura, como soja e milho.
A projeção para o desempenho da indústria apresentou ligeira redução de 0,2% para 0,1%, com recuo na estimativa para a indústria extrativa e elevação ou estabilidade nos demais setores.
“A redução na projeção para a indústria extrativa, de 1,5% para -1,6%, reflete diminuição no prognóstico da Petrobras para produção de petróleo em 2019 e a expectativa de que a recuperação da produção de minério de ferro, após o rompimento da barragem de mineração em Brumadinho, ocorra de forma mais gradual”, afirma o documento.
Em sentido oposto, acrescenta, após o resultado do segundo trimestre, as estimativas para a indústria de transformação e para a construção civil foram revisadas de -0,3% para -0,2% e de -1,0% para 0,1%, respectivamente.
A previsão de crescimento para produção e distribuição de eletricidade, gás e água foi mantida em 2,8%.
A estimativa de crescimento para o setor de serviços em 2019 foi mantida em 1%. “Há, contudo, mudança relevante na composição, com aumentos nas estimativas para comércio (reflexo da ligeira melhora na previsão para a indústria de transformação e dos efeitos das liberações extraordinárias de recursos), serviços de informação, atividades imobiliárias e aluguel e outros serviços; compensados por reduções nas estimativas para os setores de transporte, armazenagem e correio, intermediação financeira e serviços relacionados e administração, saúde e educação públicas”, explica o relatório.
Consumo e investimentos
Já a previsão para o crescimento do consumo das famílias foi revista de 1,4% para 1,6%, incorporando impacto da liberação extraordinária de recursos do FGTS e do PIS/Pasep.
A projeção para o crescimento da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) – investimentos – recuou de 2,9% para 2,6%. A estimativa para o consumo do governo passou de crescimento de 0,3% para queda 0,3%, repercutindo o resultado do segundo trimestre.
Comércio Exterior
A estimativa de exportações de bens e serviços passou de crescimento de 1,5%, no relatório divulgado em junho, para queda de 0,5% e para as importações, de expansão de 3,8% para 1,9%. “O recuo na projeção para as exportações reflete redução no prognóstico para as vendas externas de petróleo e o aprofundamento da crise na Argentina, importante destino para bens industrializados.”
A diminuição na estimativa para as importações decorre do resultado abaixo do esperado no segundo trimestre. Nesse cenário, diz o relatório, as contribuições da demanda interna e do setor externo para a evolução do PIB em 2019 são estimadas em 1,2 ponto percentual e queda de 0,3 ponto percentual, respectivamente.
Estimativas para 2020
A previsão para 2020 é que as atividades da agropecuária, da indústria e de serviços avancem 2,6%, 2,2% e 1,4%, respectivamente. O Banco Central destacou a expectativa de aumento da produção de petróleo e de continuidade da recuperação da produção de minério de ferro.
As taxas de crescimento esperadas para o consumo das famílias e para a Formação Bruta de Capital Fixo são de 2,2% e de 2,9%, respectivamente. “Em cenário de restrição fiscal, o consumo do governo deve registrar expansão modesta, de 0,5%”, acentua o estudo.
Exportações e importações de bens e serviços devem crescer 1,7% e 1,6%. O BC só espera por contribuição da demanda interna para o crescimento do PIB, estimada em 1,8 ponto percentual.
Erika Marena no lançamento do livro “Lava Jato: o juiz Sérgio Moro e os bastidores da operação que abalou o Brasil”, em Curitiba Foto: Geraldo Bubniak 21-06-2016 / Agência O Globo
Apesar de Medida Provisória editada pelo presidente Jair Bolsonaro abrir brecha para indicações políticas para o comando do novo Coaf , o presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, decidiu manter, por enquanto, os 11 conselheiros que já atuavam no Conselho de Controle de Atividades Financeiras. Todos são servidores de carreira. O órgão foi rebatizado e agora está vinculado ao BC e se chama Unidade de Inteligência Financeira ( UIF ).
Entre os integrantes do conselho deliberativo do órgão que age no combate à lavagem de dinheiro estão os delegados da Polícia Federal Erika Marena e Márcio Anselmo, que atuaram na chamada Operação Lava-Jato.
Medida Provisória editada pelo presidente Jair Bolsonaro deu poder ao presidente do BC para escolher os nomes do conselho. O texto da MP abria brecha para indicações políticas já que os integrantes do conselho podem ser escolhidos entre qualquer cidadão com competência na área de combate à lavagem de dinheiro.
A composição do antigo Coaf estava restrita a servidores públicos. Especialistas alertam que permitir a nomeação de pessoas de fora do serviço público poderá fragilizar o sigilo das informações fiscais e bancárias manuseadas pelo órgão.
Os 11 conselheiros terão poder para aplicar sanções a instituições e pessoas físicas envolvidas em casos de lavagem. A função de conselheiro não é remunerada, segundo a MP.
Veja quem são os nomeados para o conselho deliberativo do novo Coaf:
Antônio Carlos Vasconcellos Nóbrega, ex-corregedor geral da União e já era integrante do Coaf;
Eric do Val Lacerda Sogocio, conselheiro do Ministério das Relações Exteriores;
Erika Marena, delegada da Polícia Federal e atuou na operação Lava-Jato;
Gustavo da Silva Dias, já era conselheiro do Coaf na qualidade de representante da Secretaria de Seguros Privados (Susep);
Gustavo Leal de Albuquerque, já era conselheiro do Coaf na qualidade de representante da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
Márcio Adriano Anselmo, delegado da PF, e atuou na Lava-Jato. Já era conselheiro do Coaf;
Marcus Vinicius de Carvalho, já era conselheiro do Coaf na qualidade representante da Comissão de Valores Mobiliários (CVM);
Rafael Bezerra Ximenes de Vasconcelos, já era conselheiro do Coaf, na qualidade de representante do Banco Central;
Ricardo Pereira Feitosa, já era conselheiro do Coaf, na qualidade de representante da Receita Federal;
Sergio Djundi Taniguchi, já era do Coaf na qualidade de representante do Ministério da Economia;
Virgílio Porto Linhares Teixeira, já era conselheiro do Coaf na qualidade de representante da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional.
Kkkkkk, a petralhada pira, não vão poder tão cedo repatriar os bilhões de reais roubados na época da esquerdalha tava no poder e que estão nos paraísos fiscais. Dizem que a meta é, luladrão morre, mas não usufrui o dinheiro roubado.
Bolsonaro, ao lado do ministro da Justiça, Sergio Moro, falou com jornalistas na porta do Palácio da Alvorada nesta sexta-feira (9) — Foto: Guilherme Mazui/G1
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira (9) que o governo avalia tirar o Conselho de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Economia e colocá-lo sob a estrutura do Banco Central. Segundo Bolsonaro, a medida serviria para livrar o órgão do “jogo político”.
O Coaf atua em conjunto com outras instituições, como a Receita Federal, a Polícia Federal e o Banco Central, para identificar operações financeiras suspeitas e auxiliar no combate a crimes como lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo.
O órgão esteve no centro de uma polêmica no início do mandato de Bolsonaro. Assim que assumiu, o presidente editou a medida provisória da reforma administrativa, com mudanças na estrutura de ministérios. Uma dessas alterações previa o Coaf na alçada do Ministério da Justiça, do ministro Sergio Moro.
No entanto, durante a tramitação da medida no Congresso, parlamentares aprovaram voltar o Coaf para a Economia. Na época, Moro defendeu que o órgão ficasse em sua pasta, mas a reação de deputados e senadores foi mais forte.
“É natural, em indo para Economia, que tenha alguma mudança. O que nós pretendemos é tirar o Coaf do jogo político, pretendemos”, disse Bolsonaro na saída da residência oficial do Palácio da Alvorada.
Questionado se o órgão poderá ser vinculado ao Banco Central, o presidente confirmou a possibilidade.
“Exatamente, já está sabendo, é vincular ao Banco Central. Tudo onde tem política, mesmo sendo bem-intencionado, sempre sofre pressões de um lado ou de outro. A gente quer evitar isso daí. Isso não é desgaste para mim nem para o Moro. Coaf lá, porventura, caso vá para o Banco Central vai fazer o seu trabalho sem qualquer suspeição de favorecimento político”, explicou Bolsonaro.
Ainda de acordo com Bolsonaro, o presidente do Banco Central, Roberto Campos, seria o responsável por escolher o comando do Coaf.
O atual presidente do conselho, Roberto Leonel, foi indicado pelo ministro Sergio Moro quando o órgão ainda era vinculado ao Ministério da Justiça.
Na quarta-feira (7), o ministro da Economia, Paulo Guedes, já havia dito que ainda não se decidiu se manterá Leonel à frente do órgão. “Uma cabeça rolar pode até acontecer, mas desde que haja um avanço institucional”, afirmou o ministro.
Grande base de dados
Segundo balanço de 2018 do Coaf, no ano passado foram recebidos 6.915 pedidos de informações de autoridades nacionais e realizadas 297 trocas de informações com outras unidades de inteligência financeira no exterior.
Dos relatórios produzidos pelo Coaf no ano passado, cerca de 400 municiaram operações da força-tarefa da Lava Jato, além de operações da PF como Cui Bono e Greenfield. O órgão informa que sua atuação possibilitou, em 2018, o bloqueio judicial de cerca de R$ 36 milhões no Brasil e no exterior.
Trata-se, portanto, de um órgão de controle, e não necessariamente de investigação. Na prática, o Coaf funciona como uma grande base de dados que reúne todas as operações financeiras e transações que, por lei, precisam ser comunicadas por bancos e também por corretoras, seguradoras, cartórios, joalherias e negociantes de obras de arte, entre outros.
Desde o final de 2017, por exemplo, bancos estão obrigados a comunicar previamente ao Coaf todas as operações em espécie, como saques e depósitos, acima de R$ 50 mil, com a identificação dos clientes. Para transferências bancárias não há um limite fixo. “O valor de R$ 10 mil é um valor referencial para que as instituições financeiras monitorem as operações para verificar se, por suas características, há suspeição”, explica o Ministério da Economia.
Quem deixa de cumprir com esses procedimentos está sujeito a sanções como como advertência, multa, inabilitação temporária ou até mesmo a cassação da autorização para exercício da atividade.
Somente no ano passado, foram cerca de 3 milhões comunicações obrigatórias feitas ao órgão, entre suspeitas e em espécie, o que representou um aumento de 90% em relação ao ano anterior.
Moro
Ao sair do Alvorada na manhã desta sexta, Bolsonaro estava acompanhado do ministro da Justiça, Sergio Moro.
Depois, em um evento de promoção de oficiais no Clube do Exército, o ministro também acompanhou o presidente.
Logo no início do discurso no evento militar, o presidente disse que a sua vida e a do ministro não são fáceis, “mas quem tem a paz na consciência e um norte a seguir supera esses obstáculos”.
Em seguida, Bolsonaro afirmou que grande parte da democracia e da liberdade que o país tem se deve a Moro, numa referência ao trabalho do ministro como juiz responsável pela operação Lava Jato na 1ª instância até o ano passado.
“Quero fazer um elogio público também e aqui ao nosso ministro Sergio Moro, o homem que teve coragem, a galhardia e a vontade de fazer cumprir a lei. Fazer com que as entranhas do poder fossem colocadas à visa de todos do passado e também do presente. Uma pessoa também a quem devemos em grande parte a situação em que o Brasil se encontra, ao lado da democracia e da liberdade”, afirmou Bolsonaro.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central indicou nesta terça-feira (5), por meio da ata da reunião realizada na semana passada – quando os juros básicos caíram para 6% ao ano, o menor valor da série histórica – que a taxa Selic pode recuar novamente nos próximos meses.
“O Comitê avalia que a consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva [nos próximos meses] deverá permitir ajuste adicional no grau de estímulo [monetário, ou seja, redução da taxa Selic]”, registrou o BC na ata.
O mercado financeiro acredita que o BC continuará reduzindo os juros nos próximos meses. A expectativa dos analistas, ouvidos em pesquisa realizada pela instituição na semana passada, é de que a taxa Selic recue para 5,5% ao ano em setembro, e para 5,25% ao ano em dezembro.
Controle da inflação
Por meio da definição da taxa básica de juros, a missão do Banco Central do Brasil é controlar a inflação, tendo por base o sistema de metas.
Para este ano, a meta central de inflação é de 4,25%, podendo oscilar entre 2,75% a 5,75%. Para 2020, a o objetivo central é de 4% – com oscilação autorizada de 2,5% e 5,5%.
Quando as estimativas para a inflação estão em linha com as metas, o BC reduz os juros. Quando estão acima da trajetória esperada, a taxa Selic é elevada.
Para definir a taxa básica de juros neste momento, o BC já está de olho nas previsões de inflação do ano que vem. Isso porque as decisões demoram meses para terem impacto pleno na economia.
De acordo com o Copom, com a perspectiva de redução dos juros para 5,5% ao ano no fim de 2019 e manutenção nesse patamar até o fim do ano que vem, as projeções do BC para a inflação situam-se em torno de 3,6% para 2019 e 3,9% para 2020.
Crescimento do PIB
Sobre o crescimento da economia, o Banco Central avaliou que os dados sugerem possibilidade de retomada do processo de recuperação da economia brasileira, que tinha sido interrompido nos últimos trimestres.
“O Comitê estima que o Produto Interno Bruto (PIB) deve ficar estável ou apresentar ligeiro crescimento no segundo trimestre, com alguma aceleração nos trimestres seguintes, que deve ser reforçada pelos estímulos decorrentes da liberação de recursos do FGTS e PIS-PASEP”, informou.
Na reunião anterior do Copom, realizada em junho, o BC informou apenas que o PIB deveria “apresentar desempenho próximo da estabilidade no segundo trimestre”.
Segundo a instituição, indicadores recentes da atividade econômica sugerem possibilidade de retomada, em “ritmo gradual”, do processo de recuperação da economia brasileira.
De acordo com o BC, porém, a economia segue operando com “alto nível de ociosidade dos fatores de produção, refletido nos baixos índices de utilização da capacidade da indústria e, principalmente, na taxa de desemprego”.
O Banco Central, o mercado financeiro e o governo estimam que o Produto Interno Bruto apresentará um crescimento ao redor de 0,8% neste ano – abaixo do patamar de 1,1% registrado em 2018.
Reformas econômicas
O Banco Central informou ainda que a reforma da Previdência, aprovada em primeiro turno pela Câmara dos Deputados, reduzirá o ritmo de crescimento dos gastos do governo, aumentando a poupança pública.
“Além disso, gera incentivos para aumento da taxa de poupança por parte da população, visando sustentar um certo padrão de consumo após a aposentadoria”, informou, acrescentando que a reforma também “induz aumento da oferta de trabalho e tende a estimular investimentos privados ao reduzir incertezas sobre aspectos fundamentais da economia brasileira”.
O Copom avaliou que a continuidade do processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira são um fator “essencial para a queda da taxa de juros estrutural, para o funcionamento pleno da política monetária e para a recuperação sustentável da economia”.
“O Comitê ressalta ainda que a percepção de continuidade da agenda de reformas afeta as expectativas e projeções macroeconômicas correntes. Em particular, o Comitê julga que avanços concretos nessa agenda são fundamentais para consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva”, concluiu a ata.
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, anunciou nesta quarta-feira (29) uma série de ações que o banco deve tomar para melhorar o ambiente de negócios no país, reduzir a burocracia e estimular a produtividade. As medidas fazem parte da agenda BC#.
Entre elas está um projeto de lei que deve ser enviado para o Congresso Nacional para simplificar a legislação cambial. Um dos pontos do projeto pode permitir contas bancárias em dólares no Brasil e também facilitar que bancos em outros países tenham contas em real.
Campos Neto afirmou, no entanto, que o objetivo é simplificar a legislação de câmbio e que o país ainda está longe do cenário de ter contas em dólares. “É um processo longo”, afirmou.
Segundo o diretor de Regulação do BC, Otávio Ribeiro Damaso, o processo deve ser feito com cautela. Segundo Damaso, atualmente alguns setores da economia já podem ter conta em moeda estrangeira no país, como a indústria de petróleo e embaixadas. “Se for permitir para outros segmentos, isso deve ser feito com cautela”, disse.
Agenda BC#
A agenda inclui ainda medida para incentivar o microcrédito, ações para educação financeira, para ampliar o crédito imobiliário e melhorar a transparência do mercado financeiro. Segundo Campos Neto, os detalhamentos das ações serão apresentados com o tempo.
Durante coletiva, Campos Neto enfatizou a importância da educação financeira. “Parte dos problemas que nós temos é falta de educação financeira”, disse. Ele citou a necessidade de apoio aos superendividados e lembrou, por exemplo, que o cheque especial penaliza mais quem ganha menos.
“Esses esforços, em conjunto com reformas estruturais promovidas pelo governo, são fundamentais para a retomada da atividade econômica e da trajetória de desenvolvimento da economia brasileira”, disse.
BANCO CENTRAL DO BRASIL (FOTO: WILSON DIAS/AGÊNCIA BRASIL)
O Banco Central (BC) reduziu a parcela que as instituições financeiras são obrigadas a recolher sobre operações de leasing, divulgou há pouco a autoridade monetária. A mudança resultará na injeção de R$ 8,2 bilhões na economia, de acordo com o órgão.
Em circular editada no fim da tarde, o BC excluiu da base de cálculo do compulsório sobre depósitos a prazo os depósitos interfinanceiros feitos por Sociedades de Arrendamento Mercantil (SAM) em instituições financeiras de um mesmo conglomerado. Dessa forma, esses depósitos deixarão de entrar na parcela dos depósitos a prazo sobre a qual as instituições financeiras são obrigadas a depositar uma parte no BC.
Segundo o BC, o órgão regulamentou uma resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) de 2016, que proibiu operações compromissadas (com compromisso de o tomador devolver os recursos depois de alguns meses) com lastro em títulos de instituições ligadas ou integrantes de um conglomerado. O período de transição para a decisão entrar em vigor havia acabado em dezembro do ano passado, mas a regulamentação para os depósitos interfinanceiros das SAM em instituições do mesmo conglomerado não havia saído até agora.
As novas regras entrarão em vigor em 1º de julho, com efeitos no sistema financeiro a partir de 15 de julho. Segundo o BC, os R$ 8,2 bilhões que deixarão de ser recolhidos atualmente representam 3,3% do total de compulsórios sobre depósitos a prazo.
Histórico
Os depósitos interfinanceiros de SAM fazem parte da estratégia de instituições financeiras que usavam debêntures (tipo de título privado) emitidas por companhias de leasing do mesmo conglomerado para captar recursos de investidores por meio de operações compromissadas. Os recursos eram captados do público e repassados às SAM, retornando às instituições financeiras por meio dos depósitos interfinanceiros.
Por muito tempo, os bancos usavam os depósitos interfinanceiros das empresas de leasing para escapar dos compulsórios. Até que, em janeiro de 2008, o recolhimento passou a incidir também sobre essas operações. No fim de 2016, essas transações foram proibidas, mas o estoque de R$ 8,2 bilhões continuou até agora parado no BC.
A inadimplência das famílias ficou estável nos últimos quatro meses no menor nível histórico registrado pelo Banco Central (BC). Em agosto, a inadimplência permaneceu em 5%, a menor taxa da série histórica iniciada em março de 2011. Essa taxa considera atrasos acima de 90 dias.
A taxa média para pessoas físicas e empresas – de 4,2% em agosto – também é a menor da série histórica. Essa é a inadimplência do crédito com recursos livres, em que os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado.
(Arquivo/ Wilson Dias/Agência Brasil)
Segundo o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, a inadimplência “em valores muito baixos” deve-se à retomada gradual da atividade econômica, à melhor análise da capacidade de pagamento dos clientes feita pelos bancos antes de liberar o empréstimo e a um “gerenciamento mais ativo” após a concessão de crédito, com oferta de renegociação para os tomadores permanecerem adimplentes.
Perguntado sobre as taxas de juros ainda muito altas no cheque especial e no rotativo do cartão de crédito, mesmo com inadimplência baixa, Rocha disse que são modalidades para serem usadas apenas em situação de emergência.
Cheque especial
Ele destacou que há uma redução no saldo do cheque especial (R$ 26,435 bilhões, com recuo de 4,6% em 12 meses). “Ou menos pessoas estão demandando ou está tendo aumento da educação financeira”, disse. Para Rocha, o rotativo do cartão de crédito, “de preferência”, não deve ser usado.
Em agosto, a taxa média do rotativo do cartão de crédito subiu 2,6 pontos percentuais em relação a julho, chegando a 274% ao ano. A taxa de juros do cheque especial ficou estável em agosto comparada a julho em 303,2% ao ano. Já a taxa média para pessoas físicas caiu 0,2 ponto percentual para 51,8% ao ano, em agosto.
Para Rocha, os clientes bancários devem pesquisar entre as instituições antes de tomar um empréstimo e optar por modalidades de crédito adequadas à sua necessidade.
“Os preços numa economia são importantes fontes de informação em relação à decisão de consumo, seja de combustíveis e alimentos, em que se pode trocar um bem por outro.
No caso do crédito, o cliente pode fazer isso buscando modalidades que sejam mais favoráveis para suas necessidades, isso inclui tanto taxas, montantes e as instituições que estão no mercado”, disse.
Questionado sobre a baixa competitividade no mercado de crédito, Rocha disse que “esse espaço pode ser mais reduzido do que o ideal, mas não é nulo”.
“As taxas em geral são mais altas do que desejaríamos. Tem uma pauta no Banco Central concentrada na Agenda BC + [medidas para reduzir os custos dos empréstimos, aumentar a educação financeira, modernizar a legislação e tornar o sistema financeiro mais eficiente] que não estão encerradas”, afirmou.
Saldo dos empréstimos
O chefe do Departamento de Estatísticas do BC disse que em agosto foi verificada a continuidade do crescimento do saldo de crédito.
No mês passado, o estoque de todos os empréstimos concedidos pelos bancos ficou em R$ 3,155 trilhões, com aumento de 1% no mês e de 2,1% no ano.
Explicou, também, que a alta do dólar contribuiu com aumento de R$ 10 bilhões no saldo do crédito. Isso aconteceu porque principalmente as empresas têm empréstimos atrelados ao dólar.
“Esse impacto fez com que o crescimento no saldo do crédito fosse maior do que seria se não houvesse a desvalorização [do real frente ao dólar]”, diss. Segundo ele, se fosse desconsiderada essa contribuição da alta do dólar, o crédito teria crescido 0,7% no mês.
A taxa de juros do rotativo do cartão de crédito para quem paga pelo menos o valor mínimo da fatura em dia continuou a cair, em novembro. A taxa chegou a 218,3% ao ano no mês passado, com redução de 2,8 pontos percentuais em relação a outubro, de acordo com dados divulgados hoje (22), em Brasília, pelo Banco Central (BC).
Já a taxa cobrada dos consumidores que não pagaram ou atrasaram o pagamento mínimo da fatura caiu 3,2 pontos indo para 410,4% ao ano, em agosto. Com isso, a taxa média da modalidade de crédito ficou em 333,8% ao ano, com queda de 4,2 ponto percentual em relação a outubro.
O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão. Desde abril, os consumidores que não conseguem pagar integralmente a fatura do cartão de crédito só podem ficar no crédito rotativo por 30 dias. A nova regra, fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em janeiro, obrigou as instituições financeiras a transferirem a dívida para o crédito parcelado, que tem taxas menores.
A taxa do crédito parcelado subiu 1,5 ponto percentual para 168,5% ao ano, em novembro.
Cheque especial
A taxa de juros do cheque especial ficou estável em 323,7% ao ano, em novembro em relação a outubro.
A taxa média de juros para as famílias caiu 1,4 ponto percentual para 58,1% ao ano, no mês passado. No caso das empresas, a taxa foi reduzida em 0,4 ponto percentual para 22,9% ao ano.
A inadimplência do crédito, considerados atrasos acima de 90 dias, para pessoas físicas, ficou em 5,4 %, com redução de 0,2 ponto percentual em relação a outubro. No caso das pessoas jurídicas, a inadimplência caiu 0,1 ponto percentual para 5,1%. Os dados são do crédito livre em que os bancos têm autonomia para aplicar dinheiro captado no mercado.
No caso do crédito direcionado (empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural e de infraestrutura) os juros para as pessoas físicas caiu 0,5 ponto percentual indo para 8% ao ano. A taxa cobrada das empresas caiu 0,3 ponto percentual para 11,4 % ao ano. A inadimplência caiu 0,1 ponto percentual tanto para famílias como para as empresas, ficando em 2% e 1,5 %, respectivamente.
O saldo de todas as operações de crédito concedido pelos bancos ficou em R$ 3,063 trilhões, com aumento de 0,4%, no mês. Em 12 meses, houve retração de 1,3%. Em relação a tudo o que o país produz – Produto Interno Bruto (PIB) – o volume correspondeu a 47%, com aumento de 0,1 ponto percentual em relação a outubro.
O ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles avaliou que o Brasil vai precisar de um aumento de impostos no curto prazo para solucionar as dificuldades nas contas públicas.
“Acredito que, talvez, seja necessário, mas claramente temporário”, disse ele após participar de evento organizado pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos com especialistas, no Harvard Club, em Nova York.
Isso é conversa . TEMER E A OPOSIÇÃO VÃO FAZER O CONTRÁRIO . Baixar combustível , sepultar CPMF , continuar com os programas sociais . Tenho esperança nesse novo Brasil que surge . No RN TEREMOS O GRANDE LÍDER Henrique Eduardo Alves , trabalhando para ajudar o governador Robison Farias . Teremos muitas alegrias . Estou deveras otimista .
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Rindo ate o final do processo de impeachment!!!
Desta vez, deveria poupar a sofrida "classe média", no caso de um possível aumento do imposto de renda. Deveria aumentar a alíquota, SOMENTE, de quem ganha, por exemplo, acima de R$ 20.000, 00, por mês, criando alíquota de 30%, 35% acima de 40.000,00, 40% acima de 50.000,00. Minha opinião.
Comecei a gostar da aprovação do impeachment. Nunca vi a oposição baixar impostos no Brasil, só quando lhe interessa, como a CPMF que eles criaram e só tiraram no governo alheio.
Se presente no momento da fala dele eu teria indagado o seguinte:
Caro Senhor Henrique Meirelles, o Senhor não acha que já chega desse negócio dos outros fazerem uma péssima gestão, se locupletarem do dinheiro público e depois mandarem a conta pra gente pagar?
O Brasil deve fechar 2017 com a inflação no teto da meta oficial, segundo pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta quarta-feira. O levantamento, realizado semanalmente pelo BC com uma centena de economistas, mostrou ainda pioras nas expectativas de preços para este ano também diante da postura mais moderada da política monetária do Banco Central.
Para o próximo ano, a alta do IPCA deve ser de 6%, exatamente no limite máximo estabelecido pelo governo, de 4,5%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. No Focus da semana anterior, a elevação esperada era de 5,80%.
Para 2016, o cenário de inflação também piorou, com alta do IPCA de 7,56% – a previsão anterior era de 7,26%. Nesse caso, se confirmado, o BC não terá cumprido a meta, de 4,5%, com tolerância de 2 pontos.
O levantamento também mostrou que, mesmo com a pressão cada vez maior das expectativas inflacionárias, as projeções são de que a Selic será mantida neste ano em 14,25%. E, para 2017, elas recuaram a 12,50%. No Focus anterior, a projeção era de 12,75%.
O BC sinalizou que não deve mexer na taxa básica de juros tão cedo diante da fraqueza econômica do país, que enfrenta severa recessão. O cenário para a atividade econômica também continuou em deterioração. A mediana das projeções no Focus apontou que o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano recuará 3,21% – a projeção da semana anterior era de 3,01%. É esperada alguma retomada para 2017, porém com expansão de apenas 0,60%. Na pesquisa anterior, os economistas previam avanço de 0,70%.
O dólar comercial atingiu um novo recorde nesta quarta-feira, ao chegar aos R$ 4,15, o que contribuiu para o Banco Central anunciar uma nova intervenção no mercado de câmbio, de US$ 2 bilhões em leilão que será feito a partir das 15h, o que fez com que a divisa se afastasse um pouco das máximas. No atual pregão, o ambiente político e a desaceleração na China são fatores que preocupam. Às 15h07, a divisa era negociada a R$ 4,107 na compra e a R$ 4,109 na venda, alta de 1,35% ante o real. Já a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera em queda de 1,51%, aos 45.556 pontos.
A moeda até abriu o pregão em queda, após o governo conseguir manter 26 de 32 vetos. No entanto, ainda falta o Congresso Nacional avaliar o que é considerado o mais importante, que é o veto da presidente Dilma Rousseff ao aumento de salário de servidores do Poder Judiciário.
— Nem tudo foi ganho e a situação ainda está complicada. E preocupa o fato do Congresso de um lado não querer votar o aumento de impostos e, do outro, ameaçpar aumentar despesas — disse Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio Treviso Corretora.
Além do ambiente político, que dificulta a aprovação das medidas de ajuste fiscal, os investidores estão de olho na decisão da Fitch, que em breve deverá divulgar a revisão da nota de crédito (rating) do Brasil. Nessa agência, o país ainda está com duas notas acima do grau especulativo. Na Moody’s essa margem é de apenas uma nota e na Standard & Poor’s o Brasil não é mais grau de investimento.
A mudança de humores, após o recuo da moeda até a mínima de R$ 4,016, ocorreu devido a rumores de mudanças no governo e da possibilidade de impeachment da presidente Dilma. Além disso, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), votou a declarar que segue contra a criação de uma nova CPMF mesmo com a redução do número de ministérios pelo Executivo.
Apesar da intervenção do Banco Central, a moeda norte-americana voltou a fechar em alta hoje (21), aproximando-se de R$ 4. O dólar comercial encerrou o dia vendido a R$ 3,981, com alta de R$ 0,023 (0,57%). A moeda fechou no segundo maior nível desde a criação do real, perdendo apenas para o valor do fechamento de 10 de outubro de 2003 (R$ 3,99).
A cotação oscilou fortemente ao longo do dia. No início da sessão, o dólar chegou a cair, chegando a atingir R$ 3,947 na mínima do dia, por volta das 9h30. Nas horas seguintes, a moeda subiu fortemente. Por volta das 16h, voltou a ficar próximo da estabilidade, mas subiu perto do fim da sessão. A divisa acumula alta de 9,75% em setembro e de 49,73% em 2015.
O dólar não caiu apesar das intervenções do Banco Central. Além de vender dólares no mercado futuro, por meio da rolagem (renovação) dos leilões de swap cambial, a autoridade monetária vendeu US$ 3 bilhões por meio de um leilão com compromisso de recompra. Nessa modalidade, o BC vende dólares das reservas internacionais, mas adquire a divisa de volta algum tempo depois.
A cotação da moeda não tem caído nos últimos dias, apesar de o Federal Reserve (Fed), Banco Central norte-americano, ter adiado o aumento da taxa básica de juros da maior economia do planeta na reunião da última quinta-feira (17).
Desde o fim de 2008, os juros nos Estados Unidos estão entre 0% e 0,25% ao ano. Na época, o Fed cortou a taxa para estimular a economia americana em meio à crise no crédito imobiliário. A última elevação de juros nos EUA ocorreu em 2006.
Juros mais altos atraem capital para os títulos públicos americanos, considerados a aplicação mais segura do mundo. Os investidores retiram recursos de países emergentes, como o Brasil, pressionando a cotação do dólar.
ALGUÉM PODE ME EXPLICAR PORQUE NAO SINTO ISSO QUANDO VOU PAGAR MINHAS CONTAS?
E POR QUE NAO VEJO ISSO NO CAIXA DO SUPERMERCADO?