“Se nos Estados Unidos, a Black Friday é a largada da temporada de compras de Natal, no Brasil, é uma data para varejistas enganarem consumidores ávidos”. Foi assim que o site da revista norte-americana “Forbes” destacou a ação brasileira, que teve início na madrugada desta sexta-feira (29).
A publicação, divulgada ontem (28), critica o evento no Brasil, destacando as fraudes e os problemas ocorridos nas edições anteriores, como falta de produtos, demora na entrega e, principalmente, descontos “falsos”.
“Se os brasileiros fizessem um Black Friday direito, eles teriam pessoas acampadas em frente ao Pátio Higienópolis quinta-feira à noite”, alfinetou o site. “Enquanto a Black Friday nos Estados Unidos é um dia de negócios, no Brasil ele é conhecido como o dia da fraude”.
No texto, a “Forbes” ressaltou, ainda, a preparação do governo e de entidades de proteção ao consumidor para que o evento desta sexta não repita problemas passados. “O departamento de defesa do consumidor de São Paulo [Procon-SP] divulgou uma lista na última terça-feira com as 325 empresas que devem ser evitadas no evento.”
Outra medida destacada pela publicação foi o código de ética elaborado pela camara-e (Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico), que tem o objetivo de proteger consumidores e varejistas durante o evento por meio de normas de conduta e boas práticas para promoções de e-commerce. Em teoria, se empresas violarem o código, elas serão proibidas de participar do evento em 2014.
Bem Brasil. É isso o que somos. Além do mau caratismo, o banditismo e a impunidade campeiam. Vide mensaleiros. Esse faz-de-conta do emprego inventado é mais um achincalhe com a cara da gente.
Os usuários das redes sociais reclamam de possíveis falsos descontos durante a Black Friday no Brasil. A principal reclamação dos internautas é com relação a “maquiagem de preços”. Nas redes sociais, muitos afirmam que no evento brasileiro os produtos são vendidos “pela metade do dobro” do preço original.
As sociais as hashtags #blackfraude e #blackfridaybrasil fazem sucesso entre os internautas, que criaram diversos memes para ironizar a data.
Reclamações
O site Reclame Aqui, especializado em reclamações de consumidores, criou uma página especial para avaliar os serviços durante a Black Friday, sexta-feira de descontos em lojas de todo o País.
Um ranking, constantemente atualizado durante o dia, funciona como um “termômetro” das empresas com mais acusações. As denúncias giram em torno de problemas como mau atendimento, queda dos sites, propaganda enganosa e “maquiagem de preços” (queixa comum na última edição da Black Friday, quando lojas teriam aumentado preços dias antes para simularem descontos).
Evento
Na quarta edição doméstica da Black Friday, que surgiu no Brasil nas vendas apenas pela Internet, varejistas se aproveitam da data para aumentar prazos das ofertas e estendê-las às lojas físicas, num esforço para antecipar parte das vendas de Natal. Em meio à desconfiança dos consumidores após fraudes no ano passado, as empresas não desanimaram e anunciam descontos de até 95% nesta sexta-feira em produtos que vão de roupa íntima a apartamentos.
A fraude mais comum neste evento são as falsas ofertas, com “maquiagem” de descontos que nunca existiram, conforme ocorreu em edições anteriores. Segundo órgãos de defesa do consumidor, a pesquisa de preços deve acontecer não só no momento da compra, como antes dela, para ter ideia de quanto realmente custava o produto fora da Black Friday.
Para auxiliar o consumidor nesse dia, a Serasa Experian liberou gratuitamente a consulta do CNPJ das empresas entre os dia 29 de novembro e 1 de dezembro. O consumidor pode acessar o site da Serasa e consultar a razão social, ocorrência de protestos, cheques sem fundo, ações judiciais, endereço, falências e a existência legal da empresa com a qual pretende fechar negócio.
Além disso, neste ano surgiram algumas ferramentas que ajudarão o consumidor a não comprar por impulso. Sites como Terra Shopping, Zoom, JáCotei.com.br e Buscapé Company fazem o monitoramento de preços para garantir que as empresas não aumentem os preços uns dias antes para depois ofertarem os descontos astronômicos na sexta-feira.
Mesmo assim, as perspectivas de crescimento do faturamento com a data ajudam a explicar o interesse. A empresa de pesquisas E-bit estima que o comércio eletrônico irá faturar R$ 390 milhões com o evento, alta de 60% ante igual período de 2012, quando consumidores reclamaram da manipulação de preços para divulgação de descontos artificialmente maiores. A estimativa de crescimento da entidade para o varejo online em 2013 é de 25%.
Desta vez, a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, Camara-e.net, criou um Código de Ética para o evento prometendo suspender a utilização do seu selo “Black Friday Legal” das redes que desrespeitarem as regras. Fazem parte da iniciativa empresas como Netshoes e Ricardo Eletro. Além disso, empresas sócias do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV) se comprometeram com o Procon-SP a solucionar pontos críticos da edição de 2012, como falhas no serviço de atendimento e instabilidade nos sites.
Confira dicas do Procon e da Proteste para evitar problemas durante o Black Friday:
– Atrair o consumidor com ofertas enganosas é uma prática abusiva. Caso encontre ofertas desse tipo, denuncie;
– Verifique os preços cobrados antes do dia marcado para o evento. Isso pode ser feito por meio dos sites das empresas que participarão da Black Friday e de outros fornecedores, inclusive na data da liquidação. Assim, evita-se o risco de cair na armadilha de promoções que não são tão vantajosas como o anunciado;
– Leia a política de privacidade da loja virtual para saber quais compromissos ela assume quanto ao armazenamento e manipulação de seus dados;
– Veja a descrição do produto, compare-o com outras marcas e certifique-se de que ele supre suas necessidades;
-Imprima e/ou salve todos os documentos (telas) que demonstrem a compra e confirmação do pedido (comprovante de pagamento, contrato, anúncios, etc.);
-Procure no site a identificação da loja (razão social, CNPJ, endereço e canais de contato). Caso ocorra algum problema, localizar a empresa será fundamental para a solução. Se o fornecedor não possuir essas informações, escolha outro;
– Evite sites que exibem como forma de contato apenas um telefone celular;
– Prefira fornecedores recomendados por amigos ou familiares;
– Instale programas de antivírus e o firewall (sistema que impede a transmissão e/ou recepção de acessos nocivos ou não autorizados) e os mantenha atualizados em seu computador;
– Nunca realize transações online em lan houses, cybercafés ou computadores públicos, pois estes podem não estar adequadamente protegidos.
Bem Brasil. É isso o que somos. Além do mau caratismo, o banditismo e a impunidade campeiam. Vide mensaleiros. Esse faz-de-conta do emprego inventado é mais um achincalhe com a cara da gente.