Blog Josias de Souza
Sondado pelo Planalto e instado por seu partdo a assumir a pasta dos Transportes, o senador Blairo Maggi (PR-MT) preferiu se abster.
A decisão, já esboçada na véspera, solidificou-se nesta sexta (8), em reunião com executivos de seu grupo empresarial, o Amaggi.
O senador concluiu que há “impedimentos legais” para que ele assuma o ministério. Suas empresas mantêm contratos com o governo.
A decisão de Maggi ainda não foi transmitida a Dilma Rousseff. A recusa será formalizada na semana que vem.
Em notícia veiculada pela Folha, informa-se que uma das empresas de Maggi, a Hermasa Navegação da Amazônia, é beneficiária de verbas dos Transportes.
A empresa administra um porto graneleiro e uma frota de barcaças. Transporta soja plantada na região Norte até o porto de Itaqui (MA).
Belisca, desde 1996, verbas do Fundo de Marinha Mercante, gerido pelo Ministério dos Tranportes. O agente financeiro é o bom e velho BNDES.
Apenas no ano da graça de 2008, a Hermasa logrou aprovar no ministério R$ 66 milhões em projetos. Coisa destinada à fabricação de 41 barcaças graneleiras.
Com tantos interesses, Maggi não deveria nem ter apadrinhado Luiz Antonio Pagot para a chefia do Dnit. Assumir o ministério seria um escárnio.
Dono de patrimônio pessoal declarado R$ 152 milhões, o senador faturou em seu grupo empresarial, o Amaggi, R$ 3,9 bilhões em 2010.
A mistura de tais cifras com o lodo dos Transportes converteria Maggi em manchete instantânea. E a visibilidade nem sempre é boa para os negócios.
Enquanto Maggi sucumbe ao temor de virar o escândalo da vez, Dilma acalenta o sonho de efetivar nos Transportes o interino Paulo Sérgio Passos.
O PR mantém o pé (de cabra) na porta. A legenda anuncia a intenção de prover a Dilma, na próxima semana, uma lista de “opçõe$”.
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