Política

Bolsonaro considera “egoísta” postura de Moro, afirma jornal, por “interlocutores” do presidente, na crise do coronavírus

Foto: Adriano Machado / Reuters

O presidente Jair Bolsonaro está irritado com a postura do ministro da Justiça, Sérgio Moro, na crise do coronavírus. No final de semana, o presidente reclamou a interlocutores que Moro é “egoísta” e não está atuando para defender as suas posições no enfrentamento às medidas restritivas dos Estados e municípios como controle da covid-19. Bolsonaro, segundo o Estado apurou, reclama de estar desassistido juridicamente.

A irritação do presidente já é sintetizada em uma montagem que circula em grupos de WhatsApp bolsonaristas e mostra o ministro da Justiça em três versões. Na primeira foto, Moro está com uma máscara na boca. Na segunda, a proteção cobre os olhos. Na terceira, duas máscaras tapam os ouvidos.

No final de semana, em conversa com interlocutores, Bolsonaro reclamou da postura do ex-juiz da Operação Lava Jato, dizendo que o ministro “só pensa nele” e “não está fazendo nada” para ajudar o governo na batalha que o presidente trava com os governadores.

Nas redes sociais, Moro tem se isentado de abraçar o discurso de Bolsonaro, que defende que as pessoas fora do grupo de risco voltem ao trabalho. Nesta segunda-feira, o ministro da Justiça, que já sofre pressão nos bastidores, deu seu recado no Twitter: “Prudência no momento é fundamental”.

A frase foi publicada junto com um artigo do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), publicado no jornal O Globo, em que faz um apelo aos magistrados dizendo que “é hora de ouvir a Ciência.” Moro fez questão de destacar um trecho do texto de Fux: “Está na ordem do dia a virtude passiva dos juízes e a humildade de reconhecer, em muitos casos, a ausência de expertise em relação à covid -19”.

O governo federal tem perdido batalha consideradas caras a Bolsonaro contra governadores e prefeitos. Apesar de Bolsonaro defender um isolamento vertical, somente para idosos e pessoas com doenças, os Estados e municípios seguem adotando a quarentena como medida para controlar o avanço da covid-19.

Na semana passada, a Justiça do Rio derrubou decisão de Bolsonaro de reabrir os templos e as casas lotéricas. Outra derrota foi imposta quando o ministro Marco Aurélio Mello, do STF, decidiu liminarmente que governadores e prefeitos podem determinar sobre as restrições de circulação de transporte. A decisão derrubou um trecho da medida provisória que restringe ao governo federal determinar o que são serviços essenciais.

No domingo, Bolsonaro disse que teve um “insight” para baixar um decreto para liberar “toda e qualquer profissão” a trabalhar. Auxiliares da área jurídica têm alertado o presidente que as decisões individuais da União, Estados e municípios podem acarretar uma série de ações judiciais questionando as medidas uns dos outros. Eles tentam convencer Bolsonaro que chegar a um consenso com governadores e prefeitos é mais eficaz.

O presidente, no entanto, não está convencido. Para ele, Moro, o qual considera o mais experiente e tem mais popularidade, deveria ajudar o governo na disputa jurídica. A conclusão do presidente, segundo relatos ao Estado, é que Moro, ao optar por não buscar auxiliar o governo fora dos temas diretamente à sua pasta, demonstra atuar somente no que lhe dá capital político. Moro já assinou decretos para restringir a entrada de estrangeiros no País.

A avaliação no círculo mais próximo de Bolsonaro é que o ministro André Luiz Mendonça, da Advocacia-Geral da União (AGU), embora seja tecnicamente bem preparado, é tímido politicamente e tem ficado aquém das expectativas do presidente na guerra que se transformou a crise do coronavírus. Já o ministro Jorge Oliveira, da Secretaria-Geral da Presidência e responsável pela Subchefia de Assuntos Jurídicos (SAJ), mesmo tendo uma relação família com o presidente, tem adotado uma postura comedida. Para Bolsonaro, a parte jurídica está sem rumo.

Estadão

 

Opinião dos leitores

  1. Acho muito engraçado esses BOZOLOIDES, quando o energúmeno do presidente faz merda, acham “pouco provável”. Não se decidem. Esse governo já deu o que tinha que dar. Renuncia já! Ninguém aguenta mais esse rei do gado mais não. Só o rebanho mesmo.

    1. Çei, melhor substituí-lo por um ladrão condenado apenas pelos primeiros dois processos, faltando sair a condenação dos outros seis, né? É, dá pra ver a sua capacidade intelectual de discernimento, e que você não é teleguiado. tá sabendo, rsrsrs

  2. Mito cacete!!!! para de mexer com Moro e Mandetta. É para baixar o pau em Lula e nos petralhas. Desse jeito vc vai se fuder.

  3. É MENTIRA!!
    Mais uma envolvendo o ministro Moro.
    O caso é de Saúde pública, não de justiça.
    O ministro Sérgio Moro, já mais vai dar palpites nessa hora.
    Isso não tem cabimento.
    É mais uma da mídia.

  4. Se for verdade tudo isso mesmo ( que eu acho pouco provável que seja) Bolsonaro está cavando a própria sepultura.

  5. pode crer , que jornalismo chulo , parece fofoca de vizinha, o que isso influi pra um país ? , coisa feia.

  6. Bolsodoidobestá mais perdido do que cego em tiroteio, e depois da decisão Trump determinado isolamento social, o babão se desorientou de vez.

  7. Segundo a grande mídia está rolando treta com Mandeta tb, semana passada o PG estava prestes a pedir as contas…Enquanto não desestabilizarem o governo, pararem o país, visando apenas a queda do presidente e retorno da mamata milionária (verbas gordas de publicidade, empréstimos absurdos e projetos Rouanet´s), não sossegarão…

    1. Que teoria da conspiração mais patética.
      P.S. Votei nulo no segundo turno.

  8. Onde está o jornalismo sério ? Esse artigo usa expressões vagas como "segundo relatos" e "reclamou a interlocutores". Quem são esses interlocutores ? Relatos de quem ? Querem a todo custo criar intrigas e polêmicas.

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