Economia

“Não descartamos voos domésticos no Brasil”, diz presidente da JetSmart

JetSmart: fundada em 2017, empresa opera no Chile, na Argentina e no Peru (JetSmart/Divulgação)

Estuardo Ortiz, presidente da JetSmart: taxa de embarque nos aeroportos é uma das principais barreiras em voos na América do Sul (JetSmart/Divulgação)

As companhias aéreas de baixo custo chegaram de vez ao Brasil. A última a receber autorização para operar por aqui, a chilena JetSmart, começou nesta terça-feira 24 a vender suas primeiras passagens para voos entre Santiago, capital chilena, e São Paulo (SP), Salvador (BA) e Foz do Iguaçu (PR).

Os preços começam em 269 reais o trecho, em Foz do Iguaçu (com voos a partir de janeiro de 2020), e em 299 reais em São Paulo e Salvador (a partir de março de 2020 e dezembro deste ano, respectivamente).

Em entrevista a EXAME, o presidente da JetSmart, Estuardo Ortiz, falou sobre os planos para o Brasil e os desafios que tende a enfrentar. A empresa espera transportar 100.000 passageiros no país durante seu primeiro ano. “Claramente há muitas outras oportunidades que podemos aproveitar no próximo ano, à medida em que começarmos o trabalho”, disse sobre a expansão para novos destinos brasileiros.

A JetSmart recebeu em setembro autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para operar voos internacionais tanto vindos do Chile quanto de sua subsidiária argentina. Desse modo, novos destinos portenhos também podem ser anunciados em breve.

Fundada em 2017, a empresa é de propriedade do fundo norte-americano Indigo Partners, que também controla outras companhias aéreas de baixo custo (como a europeia Wizz Air, a mexicana Volaris e a americana Frontier Airlines). A JetSmart é a terceira maior do mercado doméstico no Chile, e opera ainda voos na Argentina e no Peru.

A entrada das chamadas low cost no Brasil começou com a também chilena Sky Airline, em 2018. Depois dela, vieram a norueguesa Norwegian Air e a argentina Flybondi, todas para voos internacionais. Mas a grande virada do setor deve vir mesmo quando empresas estrangeiras passarem a operar no mercado doméstico, o que acontecerá após aprovação completa da Medida Provisória 863/18, que permite que empresas com 100% de capital estrangeiro operem voos domésticos (até então, o limite era 20%).

A primeira a chegar nos destinos nacionais será a espanhola Air Europa, e a JetSmart não descarta, no futuro, entrar também no mercado doméstico. O texto que autoriza as estrangeiras foi aprovado em maio deste ano, mas o Senado ainda precisa analisar, nesta quarta-feira 25, se mantém o veto do presidente Jair Bolsonaro a pontos como a obrigatoriedade da franquia de bagagem, outra questão de grande interesse da JetSmart e de outras aéreas low cost, cujos voos não incluem o serviço.

Os vetos presidenciais começaram a ser discutidos no plenário do Senado nesta terça-feira 24, mas o debate não foi concluído e a pauta deve voltar a ser discutida pela tarde. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, disse ser contra a obrigatoriedade da bagagem, mas, no fim, votou a favor da franquia, como mostrou o jornal O Estado de S.Paulo. O deputado Rodrigo Maia, presidente da Câmara, disse ao portal UOL que a franquia obrigatória só interessa a GOL e Latam, as duas empresas que dominam hoje mais de 60% do mercado doméstico.

As aéreas não são obrigadas a despachar bagagens gratuitamente em voos domésticos desde 2016, por decisão da Anac.

“A regulação precisa permitir que as companhias aéreas construam seus preços e produtos da forma como queiram e deixar os consumidores decidirem. Mas de fato acreditamos que o mercado tem muito potencial. Vamos olhar para isso mais tarde”, diz Ortiz sobre a franquia de bagagem e os planos da JetSmart no mercado doméstico. Leia abaixo os principais trechos da entrevista concedida a EXAME.

EXAME: Por que a JetSmart decidiu vir agora para o Brasil? Qual foi a janela de oportunidade que vocês encontraram?

Estuardo Ortiz: Temos um grande plano de crescimento, como parte do grupo Indigo Partners, e estamos expandindo muito rapidamente. Olhamos de forma muito próxima para o Brasil, tanto em voos vindos do Chile quanto da Argentina. O que fazemos é uma análise que inclui não somente a demanda do mercado, mas também os custos operacionais e conexões. Decidimos começar a operação com três rotas, mas claramente há muitas outras oportunidades que podemos aproveitar no próximo ano, à medida em que começarmos o trabalho.

Então vocês planejam no futuro expandir os voos para novas rotas?

Sim, com certeza. Por enquanto, gostamos de dar um passo de cada vez, queremos ter certeza que a demanda está lá, coletar dados sobre as operações. No Chile, atingimos a marca de 4 milhões de passageiros, o mercado cresceu em 45%, os preços caíram pela metade. A demanda tem sido muito positiva também na Argentina, mesmo na recessão econômica em que eles estão. O mercado lá está crescendo em mais de 10%. E, no Brasil, até agora temos visto todas as indicações de que conseguiremos muito potencial e demanda dos consumidores nessas novas rotas. Se isso acontecer, com certeza vamos continuar crescendo no país.

O Brasil não tinha companhias aéreas de baixo custo operando até o ano passado, quando a Sky fez seu primeiro voo por aqui, e outras chegaram desde então. A JetSmart começou hoje vendendo suas primeiras passagens a menos de 300 reais. Um modelo de baixo custo como esse vai funcionar no mercado brasileiro?

Parte do motivo pelo qual começamos a fazer rotas internacionais é porque queríamos levar o serviço a preço baixo para outros países, e acreditamos que há um grande espaço para isso na América Latina. No Brasil, só uma pequena parcela das pessoas de fato viaja de avião. São mais de 100 milhões de passageiros, mas, na média de viagens por pessoa, há uma grande quantidade de pessoas que não viaja. E eu também acredito que a geografia do país oferece muita oportunidade para diferentes rotas.

O que os levou a escolher Salvador, Foz do Iguaçu e São Paulo para iniciar as operações?

Gostamos de Salvador porque é um mercado que tem potencial turístico. Foz do Iguaçu porque é uma rota para a qual nunca houve voos e acho que os chilenos não tiveram ainda a oportunidade de ir para este destino maravilhoso. E São Paulo é um grande mercado.

O Congresso está discutindo uma lei que poderia voltar a obrigar as companhias aéreas a despachar bagagens gratuitamente. Isso é um motivo de preocupação para vocês?

O modelo ultra low cost se baseia em eficiência e em passagens mais baratas. E uma forma de atingir esses preços é que a passagem seja só a passagem, que não haja outros produtos inclusos. Se tornar obrigatório incluir bagagem, não vai ser uma “bagagem grátis”. Bagagens são caras de administrar. Tem de fazer check in da bagagem, é pesada e consome mais combustível. Se você inclui bagagem no preço da passagem, todo mundo vai ter que pagar por isso, mesmo que não use o serviço. Nossa visão é que o jeito mais transparente e aberto de fazer negócio em companhias aéreas é dar aos clientes a possibilidade de dedicir se eles querem ou não pagar pela bagagem. Nós começamos vendendo passagens na Argentina por três dólares. Se tivesse de incluir bagagem, isso seria impossível. Não é algo que só nós acreditamos, todo o mercado de aviação no mundo está indo nessa direção. Na Europa, tudo é exatamente como eu falei. E é muito mais transparente com os usuários.

Especialistas em aviação dizem que é difícil operar no mercado aéreo brasileiro devido a altos impostos ou preço elevado do combustível, por exemplo. Cada estado também tem tributação de ICMS própria. Quais são os principais desafios que a JetSmart espera encontrar no Brasil?

Nós escolhemos mercados em que haja um custo razoável para se operar. Se há uma tributação muito grande em um estado, isso faz com que o produto não seja competitivo na comparação com o restante das empresas já estabelecidas. Isso é chave. Mas outro problema são as taxas de embarque que os aeroportos cobram dos passageiros, principalmente em voos internacionais. Na América do Sul como um todo há uma taxa muito alta. No Brasil é de 30 dólares, e na Argentina, por exemplo, é de 70 dólares. Se o passageiro precisa pagar 30 dólares no lado brasileiro e mais 70 dólares no lado argentino, tem que pagar cem dólares só nessa taxa. Mesmo que a companhia aérea ofereça a ele uma passagem ida e volta por 75 dólares, ele provavelmente não vai viajar de qualquer jeito, porque a taxa de embarque é maior que o preço da passagem! Isso é um ponto que precisa ser revisto para permitir que mais pessoas viajem.

A redução da taxa de embarque já aconteceu em algum lugar?

Na Europa, a taxa é muito baixa, e, por isso, as pessoas conseguem viajar muito. Essas taxas tiveram redução no Chile, por exemplo. No Chile, começamos há dois anos e, como eu disse, o mercado cresceu 45%, o país está mais conectado do que nunca. Antes, tudo saía de Santiago; agora, há muitas rotas que conectam as regiões diretamente. E as regiões da América do Sul são historicamente centradas em algumas cidades. Peru em Lima, Argentina em Buenos Aires, Brasil de certa forma depende de São Paulo, Brasília ou Rio. O modelo low cost também oferece algo novo nesse sentido, porque conecta as regiões entre elas. E essa dinâmica é extremamente benéfica.

Dentro desse ponto de conectar as regiões, a JetSmart tem planos de operar também no mercado doméstico no Brasil, ou de fazer parcerias de code sharing com outras companhias aéreas?

Não descartamos fazer nenhuma dessas duas coisas. Agora vamos focar principalmente nas rotas internacionais, mas acreditamos muito que o mercado brasileiro tem um potencial gigante e vamos olhar atentamente os resultados nos próximos meses.

O que seria necessário para uma low cost como a JetSmart operar no mercado doméstico?

Bem, ainda precisamos avaliar as possibilidades de um projeto como esse e não chegamos lá ainda. Há agora a chance de ter 100% de capital estrangeiro em companhias aéreas brasileiras, acredito que isso é um passo na direção certa, é muito positivo para a competição. A regulação precisa permitir que as companhias aéreas construam seus preços e produtos da forma como queiram e deixar os consumidores decidirem. Mas de fato acreditamos que o mercado tem muito potencial. Vamos olhar para isso mais tarde.

Exame

 

Opinião dos leitores

  1. Olá gostaria que o blog do BG nos desse alguma informação a respeito de quando iram convocar mais aprovados no concurso de Santana do Matos? Por favor , nos ajude!!

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Tecnologia

Apple quebra tradição e antecipa venda do iPhone 11 no Brasil

Foto: Thássius Veloso/TechTudo

O iPhone 11, o iPhone 11 Pro e o iPhone 11 Pro Max vão desembarcar no Brasil antes do que se esperava: a Apple confirmou o lançamento dos produtos em 18 de outubro. Com o anúncio de hoje, revelado em primeira mão pelo TechTudo, a fabricante quebra a tradição de iniciar a comercialização da nova safra somente em novembro. Nos Estados Unidos, eles estão à venda desde 20 de setembro por preços a partir de US$ 699.

Em nota, a companhia disse estar “muito animada” em trazer para o mercado os celulares com câmera dupla ou tripla, a depender do modelo. Só faltou revelar os valores que serão cobrados dos consumidores brasileiros. Por ora, permanecem em segredo.

Os sucessores do iPhone XR, iPhone XS e iPhone XS Max estarão disponíveis no site oficial, no aplicativo da Apple Store, nos parceiros varejistas, em operadoras selecionadas e nas lojas oficiais da Apple (são duas: no Morumbi Shopping, em São Paulo, e no VillageMall, no Rio). Não se sabe em que dia começará a fase de encomendas (a chamada pré-venda) dos aparelhos.

Enquanto as vendas não começam por aqui, alguns brasileiros aproveitam a venda internacional. Os novos iPhones saem pelos seguintes preços nos Estados Unidos:

iPhone 11 de 64 GB: US$ 699 (R$ 2.930 em conversão direta)
iPhone 11 Pro de 64 GB: US$ 999 (R$ 4.185)
iPhone 11 Pro Max de 64 GB: US$ 1.099 (R$ 4.600)

Vale lembrar, porém, que a edição americana não é compatível com todas as faixas do 4G nacional. O mais recomendável é trazê-lo da Europa.

A Apple aposta em diversas cores, com destaque para o Verde Meia-Noite (Midnight Green) dos modelos Pro. Ela se tornou a mais procurada nas vendas internacionais.

As novidades dos iPhones

Dá para dividir a linha 2019 em tradicional e Pro. A primeira conta com câmera dupla, inclusive uma ultra wide que consegue capturar parcela maior da paisagem ou número maior de pessoas. O recurso é tido como um dos principais diferenciais, junto com as esperadas melhorias no poder de processamento – agora com o chip A13 Bionic.

A linha Pro marca a chegada da câmera tripla aos telefones da maçã. O acréscimo em relação ao iPhone 11 regular está na lente teleobjetiva, capaz de um zoom de 2x. O smartphone consegue chegar mais perto da pessoa que está sendo fotografada. Os modelos Pro também têm tela em painel OLED, tecnologia superior ao LCD encontrado no modelo regular.

A bateria foi reforçada para durar entre uma e cinco horas a mais do que na geração passada. A Apple não chegou a divulgar a estimativa oficial de autonomia de uso, mas é sabido que o novo processador garante maior eficiência energética e os celulares também contam com mecanismos para que o desgaste da bateria seja mais lento.

Os criadores do telefone apostam tanto na robustez do equipamento que produziram um vídeo publicitário em que o iPhone 11 Pro resiste a pancadas de diversos objetos arremessados com o auxílio de um ventilador industrial. Até um bolo de casamento caiu sobre o produto certificado, que tem certificação contra água e poeira.[

O slofie também ganhou destaque na comunicação da empresa. Mistura de selfie e slow motion, a palavra indica os vídeos em câmera lenta capturados com o sensor frontal do aparelho. Gostaram tanto da ideia que pediram para registrar o nome.

Ficha técnica do iPhone 11

Tamanho da tela: 6,1 polegadas
Resolução da tela: 1792 x 828 pixels
Painel da tela: LCD
Câmera principal: dupla, 12 megapixels
Câmera frontal (selfie): 12 megapixels
Sistema: iOS 13
Processador: Apple A13 Bionic
Memória RAM: não informado
Armazenamento (memória interna): 64 GB, 128 GB e 256 GB
Cartão de memória: sem suporte
Capacidade da bateria: não informado
Dual SIM: sim (nano SIM e eSIM)
Peso: 194 gramas
Cores: preto, verde, amarelo, lilás, vermelho e branco
Anúncio: 10 de setembro de 2019
Lançamento: 20 de setembro de 2019
Preço de lançamento: a partir de US$ 699 (cerca de R$ 2.930 em conversão direta)

Ficha técnica do iPhone 11 Pro

Tamanho da tela: 5,8 polegadas
Resolução da tela: 2436 x 1125 pixels
Painel da tela: OLED
Câmera principal: tripla, 12 megapixels
Câmera frontal (selfie): 12 megapixels
Sistema: iOS 13
Processador: Apple A13 Bionic
Memória RAM: não informado
Armazenamento (memória interna): 64 GB, 256 GB e 512 GB
Cartão de memória: sem suporte
Capacidade da bateria: não informado
Dual SIM: sim (nano SIM e eSIM)
Peso: 188 gramas
Cores: dourado, cinza espacial, prata e Verde da Meia-Noite
Anúncio: 10 de setembro de 2019
Lançamento: 20 de setembro de 2019
Preço de lançamento: a partir de US$ 999 (cerca de R$ 4.185 em conversão direta)

Ficha técnica do iPhone 11 Pro Max

Tamanho da tela: 6,5 polegadas
Resolução da tela: 2688 x 1242 pixels
Painel da tela: OLED
Câmera principal: tripla, 12 megapixels
Câmera frontal (selfie): 12 megapixels
Sistema: iOS 13
Processador: Apple A13 Bionic
Memória RAM: não informado
Armazenamento (memória interna): 64 GB, 256 GB e 512 GB
Cartão de memória: sem suporte
Capacidade da bateria: não informado
Dual SIM: sim (nano SIM e eSIM)
Peso: 226 gramas
Cores: dourado, cinza espacial, prata e Verde da Meia-Noite
Anúncio: 10 de setembro de 2019
Lançamento: 20 de setembro de 2019
Preço de lançamento: a partir de 1.099 (cerca de R$ 4.600 em conversão direta)

Globo, via Techtudo

 

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Economia

Brasil tem quinto mês consecutivo com saldo positivo de emprego

FOTO: MARCELLO CASAL JR

Pelo quinto mês consecutivo, o Brasil teve um saldo positivo na geração de emprego formal. Em agosto, o número de vagas adicionais no mercado de trabalho foi 121.387, que é o saldo positivo decorrente 1.382.407 admissões e de 1.261.020 desligamentos. As informações são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta quarta-feira (25) pela Secretaria de Trabalho da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia.

O resultado de agosto representa uma variação de 0,31% em relação ao mês anterior. Foi o melhor resultado para o mês de agosto desde 2013, segundo os números. No acumulado de 2019 foram criados 593.467 novos postos, com variação de 1,55% do estoque do ano anterior. No mesmo período de 2018 houve crescimento de 568.551 empregos.

Entre os principais setores da economia, quatro tiveram saldo positivo de emprego e em dois houve mais fechamento de vagas no mês encerrado em agosto. Lidera o número de empregos gerados a área de serviços (61.730 postos), seguida por comércio (23.626), indústria de transformação (19.517), construção civil (17.306), administração pública (1.391) e extrativa mineral (1.235). Apresentaram saldo negativo a agropecuária (-3.341 postos) e os serviços industriais de utilidade pública/SIUP (-77 postos).

Agência Brasil

Opinião dos leitores

  1. Hoje vi alguns venezuelanos pedintes na Av. Eng. Roberto Freire. Por um momento, fiquei triste por eles mas, depois louvei a Deus está num país que tem pessoas que acreditam e desejam lutar por nossa Pátria amada. Vamos juntos, independente de partido, orar e lutar pelo nosso Brasil .

  2. Os petistas deixaram um saldo negativo de 13. Milhões de desempregados. Aos poucos o Brasil vai saindo do buraco.
    Esquerdistas piram
    Kkkkk

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Economia

JetSmart terá voos internacionais no Brasil com passagens a até R$ 299 o trecho

Empresa chilena JetSmart começa a operar no Brasil – Reprodução

A companhia aérea chilena JetSmart anunciou nesta terça-feira (24) início de sua operação no Brasil com voos sem escalas de Santiago para São Paulo, Salvador e Foz do Iguaçu.

A empresa opera no formato de baixo, custo com passagens mais baratas e sem oferecer serviços como refeições, marcação de assentos, entretenimento de bordo e despacho de bagagem gratuita. Cada passageiro tem o direito de levar, gratuitamente, apenas uma pequena bolsa de mão.

Os voos para Salvador e São Paulo começarão a ser vendidos por R$ 299 o trecho e para Foz do Iguaçu custarão R$ 269 o trecho. O valor é acrescido das taxas operacionais.

A operação entre São Paulo e Santiago começará em 20 de março de 2020, a partir do aeroporto de Guarulhos, e terá a frequência de dois voos semanais. Entre Foz do Iguaçu e a capital chilena, a operação começa em 5 de janeiro de 2020 com dois voos semanais.

A linha entre Salvador e Santiago começa a operar no dia 27 de dezembro de 2019. Serão três voos semanais durante o verão –entre 30 de dezembro e 2 de março– e dois voos semanais no restante do ano.

A expectativa é que cerca de 100 mil passageiros sejam transportados por ano nas três rotas. Para o fundador e presidente-executivo da JetSmart, Estuardo Ortiz, o Brasil tem um mercado promissor para companhias aéreas de baixo custo.

Enquanto na Europa e no México as companhias aéreas de baixo custo dominam 50% do mercado, na América do Sul este tipo de companhia tem apenas 7% do mercado.

“É uma região com uma grande classe média, mas que tem passagens aéreas com preços muito altos. São milhões que pessoas que não viajam ou viajam pouco, e passarão a ter preços mais acessíveis”, afirmou Ortiz.

O anúncio do início da operação da JetSmart acontece no momento em que o Congresso Nacional deve decidir sobre o veto do presidente Jair Bolsonaro (PSL) à lei que prevê a obrigatoriedade da franquia gratuita de bagagem.

A obrigatoriedade foi inserida por emenda parlamentar na medida provisória que abriu o setor aéreo para o capital estrangeiro e é criticada por parte do trade turístico, que vê na medida um obstáculo para a operação das companhias aéreas de baixo.

“Este é um presente inadequado para os consumidores porque sempre alguém vai pagar a conta. O ideal é que o país esteja alinhado com marco regulatório que vigora no restante do mundo”, afirmou Julio Ribas, diretor-presidente do Salvador Bahia Airport.

A JetSmart é a quarta empresa aérea de baixo custo a conseguir autorização da Anac (Agência Nacional de Aviação) para operar no Brasil – também estão autorizadas para voos internacionais a norueguesa Norwegian, a chilena Sky Airlines e a argentina Flybondi.

Fundada em 2017, JetSmart opera no Chile, Argentina e Peru e já transportou milhões de passageiros nos últimos dois anos.

A empresa pertence fundo de investimento Índigo Partners, que também controla as companhias aéreas Wizz Air, Volaris e Frontier Airlines, todas de baixo custo.

Folha de São Paulo

Opinião dos leitores

  1. coincidencia grande. No mesmo dia que o congresso vai votar os vetos do presidente Bolsonaro. Um dos vetos foi que manteve a cobranca da bagagem pelas aereas. O deus mercado alega que se voltar a gratuidade das malas, os precos das passagens vao subir…..as operadoras de baixo custo nao vao chegar no Brasil. Etc. So sei que quando foi para cobrar, diziam que iria baixar o preco das passagens. Muita coincidencia.

    1. Começaram a cobrar as malas, e as passagens fizeram foi subir em 30%. Se as malas voltarem a serem pagas, os preços voltam aos patamares anteriores.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Política

Bolsonaro, em discurso na ONU: Brasil ressurge “depois de estar à beira do socialismo”

Foto: Reprodução

Em seu discurso na abertura da Assembleia Geral da ONU, Jair Bolsonaro atacou o socialismo e disse que o Brasil esteve perto desse regime antes do início de seu governo.

“Apresento aos senhores um novo Brasil, que ressurge depois de estar à beira do socialismo”, disse Bolsonaro. “Um Brasil que está sendo conduzido a partir dos anseios do seu povo.”

Bolsonaro disse também:

“Meu país esteve muito próximo do socialismo, o que nos colocou em uma situação de corrupção generalizada, grave recessão econômica, altas taxas de criminalidade.”

O Antagonista

Opinião dos leitores

  1. Lindo e verdadeiro discurso, como sempre. É de homens assim que o Brasil precisa, sem mentiras, falsidade, enganação, bravatas. Espero que os corruptos entendam que acabou.

    1. Relaxa André, os seus representantes estão sendo processados ou foram condenados por corrupção. Cada uma faz suas opções e assim, uns estão na ONU combatendo o colonialismo moderno de países europeus e lutando contra a corrupção, outros querem a volta do populismo, de uma nação igualitária com todos na miséria como em Cuba e na Venezuela.
      Acho que nessas opções o Brasil está com 80% do povo querendo o melhor e 10% lutando para voltar o poder e transformar o país numa colônia economicamente falida. Os outros 10%, ficam boiando, vão para onde a correnteza levar.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Diversos

Mercado vai valorizar mais comunicação do que capacidade técnica: no Brasil, 7,2 milhões deverão ser treinados em novas habilidades

SEGUNDO A PUBLICAÇÃO, NOS PRÓXIMOS TRÊS ANOS, 120 MILHÕES DE TRABALHADORES NAS DEZ MAIORES ECONOMIAS DO MUNDO PRECISARÃO DE RECAPACITAÇÃO PROFISSIONAL (FOTO: GOVERNO DO ESPÍRITO SANTO/DIVULGAÇÃO/AGÊNCIA BRASIL)

Menos treinamento e mais relacionamento. No futuro, o mercado de trabalho vai valorizar mais habilidades interpessoais do que técnicas.

Essa é uma das conclusões do estudo do Institute for Business Value (IBV), feito pela International Business Machines Corporation (IBM) e divulgado no mês de setembro.

Segundo a publicação, nos próximos três anos, 120 milhões de trabalhadores nas dez maiores economias do mundo precisarão de recapacitação profissional como resultado do impacto da utilização de Inteligência Artificial e Automação Inteligente no mercado de trabalho. E essa capacitação não deve ser necessariamente técnica.

Só no Brasil, 7,2 milhões de profissionais terão que ser treinados em novas habilidades. E parte desse treinamento vai ter que vir do próprio empregador. “O mercado de talentos está saturado, há uma necessidade da empresa de olhar para a própria força de trabalho”, diz Christiane Berlinck, diretora de RH da IBM Brasil.

A pesquisa feita com quase 6 mil CEOs (sigla, em inglês para Chief Executive Officer – Diretor Executivo em português) de 48 países indica que 59% reclamam de não contar com pessoas, habilidades ou recursos necessários para executar suas estratégias de negócios. Segundo o estudo, o tempo investido para capacitar um profissional em uma nova habilidade aumentou 10 vezes em apenas 4 anos. No Brasil, por exemplo, o tempo passou de quatro para 40 dias.

E porque esse movimento ocorre? “Num mundo com tarefas automatizadas a gente vai precisar de uma sofisticação do profissional para garantir a continuidade de capacitação. Na área de tecnologia tem ainda um agravante que a atualização é muito rápida dos sistemas. Talvez seja a indústria que primeiro sofra nesse ponto de escassez de talentos. E por isso a que mais investe na capacitação da força de trabalho”, comenta Christiane.

E não é só da capacitação técnica que a diretora de RH está falando. A parte dos 120 milhões de trabalhadores que tem mais chance de despontar deve investir também nas “soft skills”, que dizem respeito à personalidade e ao comportamento. As “hard skills” falam das habilidades técnicas: é saber programar, usar ferramentas e até, para quem, por exemplo, é jornalista, escrever um texto com coerência e sentido.

Segundo Daniel Goleman, no livro Inteligência Emocional, as “soft skills” são as capacidades mentais, emocionais e sociais que as pessoas adquirem ao longo da vida. São conquistadas por vivências, contexto cultural, educação.

A escola, a universidade, o grupo de amigos, e como se relacionar com todos esses agentes, fazem parte do pacote desenvolvido pelas “soft skills”. Se essas características começam a se desenvolver já na infância, requerem atenção durante toda a vida, em especial para quem quer trabalhar em um ambiente corporativo.

Nesse cenário, a pesquisa concluiu que enquanto novas aptidões estão surgindo rapidamente, outras estão se tornando obsoletas. No caso do Brasil, em 2016 habilidades críticas eram “capacidade de se comunicar efetivamente em um contexto de negócios” e “Recursos técnicos CTEM – ciência, tecnologia, engenharia e matemática”. Já em 2018, as duas principais habilidades procuradas foram as comportamentais “gerenciamento de tempo e capacidade de priorizar” e “disposição de ser flexível, ágil e adaptável às mudanças”.

Para Goleman, as habilidades comportamentais mais importantes são: colaboração, flexibilidade, trabalhar sob pressão, comunicação eficaz, orientação para resultados e liderança de equipe. O autor sugere ainda características que profissionais precisam ter para desenvolver a inteligência emocional como “método emocional de autogerenciamento” (por exemplo, meditação), gerenciamento do tempo (saber priorizar) e apostar na cultura do feedback (permitir que as pessoas avaliem suas habilidades).

Para Christiane, desenvolver as habilidades técnicas e as interpessoais é também trabalho das empresas pois isso significa criar um ambiente de trabalho mais flexível, colaborativo e empático. “Esse mapa de talentos é limitado, se as empresas não fizerem nada para cobrir essa necessidade de mão de obra existe o risco da própria organização não conseguir crescer o seu negócio por falta de pessoas qualificadas”, comenta.

Época Negócios

Opinião dos leitores

  1. Esses CEO's como sempre exigindo perfil de "Eistein" pra arrochar parafusos em suas megaempresas. Não tem nada de ingênuos, alimentam um desejo de aumento de ganhos proporcionais à formação; na realidade só querem mão-de-obra qualificada pagando barato e quando o funcionário não puder mais atender às metas, passe no RH pra pegar a carteira. Não há dúvida que o profissional do futuro tem é o autônomo, afinal, se é pra investir em habilidades e cursos que seja pra trazer ganhos financeiros a si próprio.

    1. A conclusão foi ok, mas a introdução só falou besteira

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Clima

Primavera começa nesta segunda-feira, mas chuvas devem se fixar apenas em outubro

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

A primavera começa nesta segunda-feira (23) em todo o hemisfério sul do planeta. No Brasil, a estação é caracterizada pela chegada das chuvas. Este ano, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) as precipitações deverão começar em outubro, um pouco mais tarde que no ano passado, quando tiveram início em setembro.

“A primavera, no geral, é a mudança da estação do inverno para a chegada do verão. Estamos saindo de um período frio para começar um período quente. Quando vamos para a parte central do Brasil e Sudeste, a estação é associada com a chegada das chuvas. Por isso, grande parte do Brasil tem plantio nessa época do ano, em outubro, quando as chuvas começam a se fixar”, disse, em Brasília, o chefe da previsão do tempo do Inmet, Francisco de Assis.

Acrescentou que a primavera é sempre associada a temporais, pancadas de chuva e trovoadas: “Exatamente por isso que estamos entrando em um período quente com a formação de nuvens, para começar o período de chuva”, explicou.

Norte

De acordo com a Meteorologia, a previsão para a Região Norte é que, em Roraima, Amapá, nordeste do Amazonas e meio norte do Pará as chuvas ocorram próximas ou abaixo da média para o período. Já na parte centro-sul do Amazonas, sudoeste do Pará e no Acre e Rondônia, haverá possibilidade de chuvas acima da média durante os meses de outubro a dezembro. As temperaturas serão de normal a acima da média.

A região apresentou bastante irregularidade nas chuvas entre junho a agosto. A redução das chuvas em localidades dos estados de Rondônia, Tocantins e sul do Pará e as altas temperaturas e baixa umidade relativa do ar, favoreceram a incidência de queimadas, muito comuns nesta época do ano. Alguns episódios de friagem também foram registrados neste período e atingiram o Acre, Rondônia e sul do Amazonas.

Nordeste

A previsão para a primavera indica maior probabilidade de chuvas perto da média na parte leste do Nordeste. Nas demais áreas, haverá o predomínio de chuvas ligeiramente abaixo da média. Ressalta-se que o trimestre de outubro a dezembro é o mais seco da parte leste do Nordeste.

As temperaturas estarão mais elevadas sobre todo o Nordeste, principalmente na região sul do Maranhão e do Piauí.

Durante os meses de inverno, as chuvas registradas foram próximas ou abaixo da média em grande parte da região.

Em lugares como João Pessoa, na Paraíba, onde geralmente chove em torno de 790 milímetros (mm) entre os meses de junho a agosto, choveu 670 mm somente em junho. As chuvas amenizaram as temperaturas nesta região, principalmente no sudeste da Bahia, onde a média das máximas em agosto ficou entre 24 ºC e 26 ºC.

Centro-Oeste

A previsão para o Centro-Oeste indica alta probabilidade de chuvas de normal a acima de normal em grande parte da região, exceto na metade norte do Goiás, onde as chuvas serão ligeiramente abaixo da média climatológica.

As temperaturas serão acima da média, principalmente no sul do Mato Grosso do Sul, norte de Mato Grosso e Distrito Federal.

Municípios de Mato Grosso e Goiás ficaram mais de 100 dias consecutivos sem chuva, a partir de maio deste ano.

Nestas mesmas áreas, as temperaturas médias foram acima do normal climatológico, em razão da permanência de massas de ar seco e quente, as quais favoreceram a ocorrência de queimadas e incêndios florestais.

Em alguns dias entre junho e setembro, a umidade relativa do ar apresentou valores abaixo de 20% nos horários com temperaturas mais elevadas, como ocorrido no Distrito Federal, em que a estação meteorológica do Inmet, no Gama (DF), registrou 8% de umidade relativa do ar no dia 4 de setembro.

Sudeste

Na Região Sudeste, a previsão é que as chuvas sejam ligeiramente abaixo da faixa normal, exceto no estado de São Paulo, sul de Minas Gerais e Rio de Janeiro, onde podem ocorrer chuvas mais fortes, principalmente em novembro. As temperaturas devem permanecer acima da média em grande parte do Sudeste.

A precipitação de chuvas no inverno seguiu características típicas para o período, com baixa ou total ausência de precipitação, com exceção do leste de São Paulo e Rio de Janeiro, onde as chuvas foram entre 20 e 70 mm acima da média.

As temperaturas médias foram de normal a ligeiramente acima da média em grande parte da região. Foram registrados nos estados de São Paulo e Minas Gerais alguns poucos episódios de geadas somente no início de julho, com intensidade variando de fraca a moderada.

Sul

Na primavera, ainda de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia, as chuvas devem permanecer ligeiramente acima da faixa normal nos três estados da região Sul. Já as temperaturas médias devem predominar dentro da normalidade na parte oeste da região e acima da média no restante.

Durante o inverno, os maiores volumes de chuva estiveram localizados sobre a metade sul do Rio Grande do Sul. Durante os primeiros dias de junho, deu-se o início da temporada de temperaturas mais baixas, entretanto, as temperaturas abaixo de zero só ocorreram em julho e agosto.

Em áreas de serra e planalto da Região Sul do país, houve formação de geadas com intensidade variando de moderada a forte. Durante a primeira semana de julho e também de agosto, houve registro de neve na região serrana do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Agência Brasil

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Diversos

Produção de camarão no Brasil tem aumento de 11,4% em relação ao ano anterior e RN tem maior destaque com 43,2% do total

Foto: (Arquivo/Governo de SP/ Divulgação)

A Agência Brasil destaca nesta sexta-feira(20) que a produção de camarão, ou carcinicultura, somou 45,8 mil toneladas no ano passado, aumento de 11,4% em relação ao ano anterior.

Entre 2016 e 2017, a produção sofreu queda de 21,2%, devido ao Vírus da Síndrome da Mancha Branca. O resultado de 2018 já demonstra recuperação, disse a analista da pesquisa. “A gente teve queda nas edições anteriores (da pesquisa), mas agora ela voltou a crescer”.

A Região Nordeste responde por 99,4% do total nacional. Destaque para os estados do Rio Grande do Norte, responsável por 43,2% do total da produção, e Ceará, com participação de 28,5%.

O valor de produção da carcinicultura atingiu R$ 1,1 bilhão. Dos 162 municípios que produziram camarão em cativeiro no ano passado, Pendências (RN) se tornou o líder.

Com informações da Agência Brasil

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Diversos

Atriz Angelina Jolie diz que Brasil é um conto de fadas: ‘Que país extraordinário! Que gente interessante!’

Foto: Divulgação

Sem aviso prévio, Angelina Jolie surge em cena enrolada num robe branco e com grampos nos cabelos. Um boas-vindas e tanto para desconstruir qualquer imagem de perfeição que pudesse existir. O primeiro contato é rápido e sem troca de palavras. A atriz, de 44 anos, apenas escuta algumas instruções da equipe de relações públicas dos Estúdios Disney e desaparece do hall do hotel, em Beverly Hills. Nossa conversa só acontece quase sete horas depois desse “encontro”. Na agenda, o lançamento do filme “ Malévola: dona do mal ”, com estreia marcada para 17 de outubro nos cinemas brasileiros. Os assessores deixam claro a todo instante que perguntas pessoais estão terminantemente proibidas, ainda que o clima familiar do ambiente esteja propício para a investida. Circulam pelo espaço os três filhos biológicos que teve com o ator Brad Pitt — de quem se separou em 2016, após 12 anos entre namoro e casamento, alegando “diferenças irreconciliáveis”.

Shiloh, de 13, está no grupo. Talvez essa seja a herdeira do clã Jolie-Pitt com mais destaque na imprensa, em reportagens que abordam, na sua maioria, a identidade de gênero da adolescente. Defensora da diversidade , Angelina nunca tratou o tema como tabu. “Ela gosta de se vestir como um garoto. Quer ser um menino. Ela acha que é um dos irmãos”, disse a atriz em entrevista à revista “Vanity Fair”, em 2010.

Sem causar o mesmo alarde de Shiloh, os gêmeos Vivienne e Knox, de 11 anos, também são vistos e até param para lanchar na sala de espera. Vivienne, aliás, fez uma ponta no primeiro “Malévola”, de 2014. Era a única criança que não caía no choro ao ver Angelina caracterizada como a “vilã” de chifres e asas do conto de fadas. A família, no entanto, não está completa. Os filhos adotivos da atriz, Maddox, de 18 (que agora é um estudante de bioquímica numa faculdade na Coreia do Sul), Pax, de 15, e Zahara, de 14, aparentemente não estão acompanhando a mãe no trabalho. “À medida que crescem, vejo que eles são indivíduos fortes, com a cabeça aberta”, disse a estrela à revista “Hello!”. “Tento liderar pelo exemplo e ser gentil, agradável, amorosa e tolerante.”

Não se trata de mais um de seus papéis. Ao vivo e a cores, Angelina é tudo isso. Ao longo da nossa entrevista, a americana não parece desinteressada em momento algum. Dá uma gargalhada logo no primeiro minuto do bate-papo ao ouvir que nasceu para interpretar a elegante Malévola. “Foi tão divertido voltar ao set. Considero um trabalho fácil porque amo a personagem”, comenta ela, vencedora do Oscar de atriz coadjuvante pelo filme “Garota, interrompida”, em 2000. “Foi realmente incrível nos reencontramos em fases diferentes da vida”, acrescenta Elle Fanning , coprotagonista de “Dona do mal”, que tinha apenas 14 anos quando rodou o primeiro filme.

A continuação do longa se passa tempos depois de a princesa Aurora (Elle, hoje com 21) despertar do sono da morte com um “beijo de amor” — e não foi de um príncipe encantado. “O que acho bonito na sequência é que no centro da discussão está o direito de Aurora defender o que quer: um casamento, formar uma família própria com o príncipe que ela ama”, conta Angelina. “Esse filme é sobre abraçar sua verdadeira natureza. Espero que encoraje as pessoas a aceitarem quem são. Elas podem ser suaves, guerreiras, selvagens… Não importa, contanto que seja real.”

E Angelina é muito “de verdade”, cheia de nuances. Filha do ator Jon Voight, com quem nem sempre teve uma boa relação (chegou a tirar o sobrenome do pai na Justiça) e da atriz Marcheline Bertrand, morta em 2007 (vítima de câncer no ovário), foi uma adolescente abastada com tendência depressiva, tinha uma queda por facas e automutilação, usou heroína e chegou a carregar um colar com o sangue do diretor americano Billy Bob Thornton, seu segundo marido — Pitt foi o terceiro; e o ator britânico Jonny Lee Miller, o primeiro.

Depois de uma temporada no Camboja, onde rodou “Lara Croft: Tomb Raider” (2001) e presenciou a pobreza e o sofrimento, a jovem rebelde foi se transformando numa importante voz a favor dos direitos humanos. A americana, inclusive, fica visivelmente tocada ao falar sobre o trabalho que desempenha no Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados(Acnur). Colaboradora da ONU desde 2001, ela roda o mundo para fazer o bem. Em junho, visitou a América do Sul para conferir a situação dos refugiados venezuelanos. “Tenho sorte de passar um período com essas pessoas, que sobrevivem com tanta graça e cuidam dos filhos apesar dos obstáculos inacreditáveis pelo caminho. Sinto-me honrada de levar um pouco de sorriso para as crianças”, conta a atriz. “Ela não se conforma em acompanhar os casos pela TV. Vai a campo passar longas horas com os refugiados. As histórias ajudam a torná-la uma defensora ainda mais poderosa”, diz Federico Sersale, chefe do escritório do Acnur em Riohacha, na Colômbia.

A estrela, que retirou os seios, os ovários e as trompas de Falópio para prevenir o câncer, parece imune aos efeitos colaterais da fama. “Precisamos ter uma razão para viver. Estamos aqui, de alguma forma, nessa condição humana, juntos, para explorar nossas diferenças. Descobrir em que pontos somos semelhantes para nos unirmos; desafiar uns aos outros. Mas é necessário ser quem somos. Não há tempo nessa vida para fingir”.

Autora do icônico vestido preto que Angelina usou no Oscar de 2012, a estilista Donatella Versace afirma que a atriz ama ser quem é: “Ela gosta de ser a criadora do próprio destino”. Ícone do tapete vermelho, Angelina, que é garota-propagada da Guerlain (“É livre, independente, sensível e autêntica, com diferentes papéis, elogia Laurent Boillot, CEO da grife), não enxerga esses momentos como um conto de fadas, mesmo vestindo Versace, Saint Laurent e tantas outras grifes: “Claro que é uma parte interessante do meu ofício, mas o red carpet nunca foi meu objetivo. Para mim, o Brasil é como um conto de fadas. Sei que existem muitos desafios e dificuldades, mas que país extraordinário! Que gente interessante! Que história incrível, com aquela natureza linda. É um sonho.”

Depois de rodar o mundo, Angelina deseja que os seis filhos — todos nascidos fora dos Estados Unidos, em países como Camboja, Etiópia, Vietnã, Namíbia e França —, e até os futuros netos tenham a chance de ver de perto o que ela viu. “Espero que todos sejam capazes de entender o quão preciosa é a diversidade.”

O Globo

 

Opinião dos leitores

  1. Fumou maconha estragada. O Brasil já foi um país maravilhoso. Hj temos uma população neurótica e intransigente…

  2. Só o Brasileiro não valoriza o Brasil. Todos sabem que o pior do Brasil, é justamente o brasileiro.

  3. O país é o povo brasileiro são verdadeiramente extraordinários, o grande problema e um percentual, uma camada de brasileiros políticos, que destrói a grande e imensa maioria.
    Até quando??

    1. Coitada. Não conhece o Bozo,os filhos dele, eleitores e milícias. Nem o Luladrao e os petistas fanáticos.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Economia

Em queda, desemprego no Brasil alcança 11,8% da população, menor percentual para o período desde 2016, confirma Ipea

Imagem: Rodrigo Bellizzi/Getty Images/iStockphoto

No trimestre encerrado em julho deste ano, o índice de desemprego no Brasil alcançou 11,8% da população economicamente ativa, segundo dados divulgados nesta quarta-feira(18) pelo Ipea.

Trata-se do menor percentual de desempregados para o período desde 2016.

Ao longo de 2019, a taxa já registrou um recuo de 0,9%.

No fim de agosto, o IBGE também registrou uma queda no desemprego pelo quarto mês consecutivo. A pesquisa mensal de emprego do IBGE foi uma das bases de dados utilizadas pelos pesquisadores do Ipea.

Com informações de O Antagonista e Ipea

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Política

‘Bolsonaro está mudando o país. É natural a indignação da esquerda’, diz empresário sucesso com vídeos no YouTube em entrevista

Leandro Ruschel faz sucesso com vídeos no YouTube. Frame/YouTube

Leandro Ruschel é um gaúcho com 39 anos que alterna sua vida entre Brasil e Estados Unidos e é sócio-fundador de duas empresas: a Liberta Global, que ensina brasileiros a operar no mercado de ações americano, e o Grupo L&S, que já treinou mais de 40.000 investidores. Mas ele atingiu mais de 300 mil seguidores no Twitter e vídeos no YouTube com mais de um milhão de visualizações por outros motivos.

Ruschel tornou-se conhecido nas redes sociais por abominar o PT e os petistas, por citar o pensador Olavo de Carvalho e por críticas ásperas à imprensa. Para ele, jornalistas atacam tudo o que está relacionado ao governo federal e ao presidente Jair Bolsonaro, e fazem isso porque são de esquerda. Assim como os professores, principalmente os de universidades públicas.

Também defende a proposta de escolas sem partido.

É a favor das pautas liberais e de muitos pontos da chamada agenda de costumes do governo.

Mais importante do que os tropeços é o caminho, acredita. “Bolsonaro mudou todos os paradigmas, está mudando o país. É natural a indignação e frustração da esquerda.”

Acha que o Brasil segue o rumo certo nas mãos de Bolsonaro e de seu ministro da Economia, Paulo Guedes. “Mas podia estar num ritmo mais acelerado. Talvez por tantas dificuldades criadas pelo Congresso, as coisas demorem a acontecer. De qualquer forma, estou otimista.”

O empresário se mostrou favorável à investigação do senador Flávio Bolsonaro, mas defendeu o vereador Carlos, o outro filho do presidente, pela postagem recente que foi considerada um risco à democracia. “Ele só foi mal interpretado.”

Veja mais trechos da entrevista:

(mais…)

Opinião dos leitores

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Diversos

Relatório aponta as cidades mais inteligentes e conectadas do Brasil

(FOTO: GETTY IMAGES )

Quais são as cidades mais desenvolvidas e conectadas do Brasil? É essa a pergunta que o Ranking Connected Smart Cities pretende responder. Realizado pela consultoria Urban Systems, o relatório traz indicadores que qualificam os locais mais inteligentes e conectados do país.

Campinas foi a primeira colocada na lista deste ano. É a primeira vez que a líder do ranking não é uma capital. São Paulo ficou com a segunda posição e Curitiba ficou em terceiro lugar.

O relatório mapeia as cidades com maior potencial de desenvolvimento no Brasil por meio de indicadores que retratam inteligência, conexão e sustentabilidade. Ao todo, são avaliados 70 indicadores, separados em 11 tópicos: mobilidade e acessibilidade, meio ambiente, urbanismo, tecnologia, saúde, segurança, educação, empreendedorismo, energia, governança e economia. Confira as 20 primeiras colocadas:

1. Campinas (SP)
2. São Paulo (SP)
3. Curitiba (PR)
4. Brasília (DF)
5. São Caetano do Sul (SP)
6. Santos (SP)
7. Florianópolis (SC)
8. Vitória (ES)
9. Blumenau (SC)
10. Jundiaí (SP)
11. Campo Grande (MS)
12. Niterói (RJ)
13. Belo Horizonte (MG)
14. Rio de Janeiro (RJ)
15. Joinville (SC)
16. Itajaí (SC)
17. Balneário Camboriú (SC)
18. São Bernardo do Campo (SP)
19. Palmas (TO)
20. Porto Alegre (RS)

Época Negócios

Opinião dos leitores

  1. A inteligência e a capacidade de discernimento é inversamente proporcional a região inteligente e conectada. Por isso o nordeste votou em peso no pt, uma demonstração da inteligência dessa região ao longo das eleições.

  2. Aqui a Prefeitura e a STTU fazem de tudo para nos deixar conectados.
    Conectados ao Waze para tentar escapara do congestionamento artificial que aquela secretaria adora criar.

  3. Tá explicado porque o Pessoal de Santa Catarina deu maioria absoluta pra Bolsonaro na eleição presidencial.
    Já nos Estados da Região Nordeste, nem com um binóculo, uma luneta da nasa se vê alguma cidede nessa lista.
    Tái um exemplo claro de uma população, que não depende de esmolas.
    Alguma dúvida??

    1. O que não duvido é de seu complexo de vira-latas. As regiões sul e sudeste sempre foram beneficiadas pelo governo federal e mesmo assim estadoscomo o Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas estão com o pires na mão, enquanto para o norte/nordeste sobravam as esmolas, inclusive para a educação.

    1. Essas Cidades não chegaram a esse patamar nesse governo. Vem crescendo ao longo dos anos inclusive nos anos que o pais foi administrado pelo PT.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Economia

Paulo Guedes destaca ritmo de crescimento do país e mira longo trabalho no governo: “vamos trabalhar os quatro anos, e se o presidente for reeleito, os oito anos”

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Paulo Guedes já está falando em governar por oito anos:

“Nós vamos trabalhar os quatro anos, e se o presidente for reeleito, os oito anos, nessa direção. Não vamos prometer milagres. O crescimento virá naturalmente. Esse primeiro ano foi o mais difícil, foi onde o aperto foi maior. No ano que vem, já é mais suave, o ritmo de crescimento deve ser bem melhor, possivelmente o dobro deste ano. O terceiro ano já decola, porque aí as reformas já começam a operar. E no quarto ano, está voando, já está em voo de cruzeiro”.

Ele tentou explicar também por que não cumpriu a promessa de zerar o déficit público:

“As pessoas perguntam: e o déficit público, você vai cortar? E eu dizia: ‘eu quero zerar’. E as estatais? ‘Eu quero vender todas’. ‘Ah, mas você não entregou ainda o que prometeu, você falou que ia zerar’. Vocês ficaram quarenta anos esburacando, a gente não pode ter um ano e meio pelo menos para tentar trabalhar?”

O Antagonista

Opinião dos leitores

  1. Enquanto esse Sr. estiver a frente de nossa economia estaremos no rumo certo!!! Lembro quando a "sumidade" Mantega disse: – a economia da Venezuela, sob a liderança do Chavez, está no caminho certo, logo será uma potencia mundial…O Sr. Paulo Guedes defende o caminho inverso…

  2. No ano que vem, já é mais suave, o ritmo de crescimento deve ser bem melhor, possivelmente o dobro deste ano. O terceiro ano já decola, porque aí as reformas já começam a operar. E no quarto ano, está voando, já está em voo de cruzeiro”. ESPERO MUITO QUE ACONTEÇA, MAS O QUE FOI PROMETIDO PÓS REFORMA TRABALHISTA ESTÁ PASSANDO LONGE…

    1. vc queria que os sabichoes que se aproveitam do trabalhador, sugando, vivendo as custas atraves de taxas sindicais, mantendo subservientes a partidos de esquerdas, dependentes do Estado, retirando do trabalhador dinheiro atraves de encargos que poderiam se transformar em salarios, iriam querer largar o osso facil? tem toda uma cadeia improdutiva vivendo as custas do trabalhador. so o trabalhador que vivia acorrentado a esse atraso, sentia medo de mudancas. o país tava quebrado. O emprega ta vindo, enquanto o resto do mundo vive uma recessao economica.

    2. Parei em "o dobro desse ano". O dobro de zero é zero! Já tá na hora do presidente para de falar asneiras e começar a trabalhar.

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Economia

ANP se diz atenta quanto a abusos em preços de combustíveis no Brasil

Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) informou, por meio de nota, que está “atenta” para possíveis cobranças abusivas por combustíveis no Brasil. A cotação internacional do petróleo sofreu uma alta depois de ataques a uma refinaria na Arábia Saudita, na semana passada.

Segundo a nota da ANP, os preços no Brasil são “livres, por lei, em todas as etapas da cadeia: produção, distribuição e revenda. Diante de denúncias de preços abusivos, a ANP faz ações de campo para confirmar essas suspeitas. Quando constata a prática de preços abusivos, a agência atua em conjunto com os Procons para penalizar os infratores”.

Na última segunda-feira (16), a Petrobras divulgou nota informando que também está monitorando a cotação internacional do petróleo, mas que, até aquele momento, não havia previsão de reajustar o preço dos combustíveis.

Agência Brasil

Opinião dos leitores

  1. Bg estou vendo um aumento em média de 35 centavos nós preços dos combustíveis hoje, não vi a Petrobrás fala em aumento. O que está avendo.

  2. É um absurdo o gás natural estar cartelizado aqui em nossa região metropolitana…tinha postos de gasolina vendendo esse combustivel na faixa de $ 3.50 e automaticamente aproveitaram no dia de ontem, passou para $ 3,69 em todo os postos que passei para abastecer de Natal a Parnamirim…Agora pergunto? Cadê os Órgãos de defesa do consumidor que não vêem esse absurdo nas costas do trabalhador?

  3. Então, porque o preço do etanol sobe acompanhando o preço da gasolina, se são fontes bem diferentes???

    1. o álcool sobe também pra não servir de alternativa para o abastecimento dos veículos, é somente usura

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Economia

Ataques fazem disparar preço do petróleo: entenda possíveis impactos no cenário global e no Brasil

Os ataques feitos supostamente por drones a instalações da petroleira estatal Aramco na Arábia Saudita no último sábado (14) provocaram uma disparada nos preços do petróleo, com o barril de Brent registrando a maior alta durante uma sessão desde a Guerra do Golfo, em 1991, em meio às preocupações com a redução da oferta global da principal fonte de combustível do planeta e da elevação da tensão geopolítica entre Estados Unidos e Irã.

Os danos provocados pelos ataques cortaram pela metade a produção do maior exportador mundial de petróleo, provocando uma redução de cerca de 5,7 milhões de barris por dia, o que representa mais de 5% do suprimento global atual.

As autoridades sauditas ainda não informaram quanto tempo será necessário para restabelecer plenamente a produção nas instalações destruídas. Analistas acreditam que podem ser necessárias várias semanas ou até meses para o país voltar à normalidade.

As incertezas geopolíticas e o risco de queda na oferta tende a manter os preços do barril de petróleo e dos combustíveis com viés de alta nos próximos meses, com impactos também nas bolsas e no comércio global.

No Brasil, as ações da Petrobras tendem a ter uma valorização, mas os analistas lembram também que o preço da gasolina e do diesel podem ser elevados pela estatal, que mantém um política de preços alinhados aos do mercado internacional. Por outro lado, a alta do preço do barril também pode aumentar a arrecadação do governo federal e estados produtores com royalties e participações especiais, além de contribuir para aumentar o interesse das grandes petroleiras internacionais nos próximos leilões bilionários de áreas de exploração de óleo e gás no Brasil.

Como foi o ataque e quem assumiu

No sábado (14), ataques por supostos drones provocaram incêndios na unidade saudita de Abqaiq, a maior do mundo dedicada ao processamento de petróleo, e na instalação de Khurais. Não houve relatos de feridos, mas a fumaça foi vista do espaço.

Após o ataque, rebeldes iemenitas houthis, que são apoiados pelo Irã no conflito que acontece no Iêmen, disseram ter enviado dez drones para atacar as instalações da Aramco.

Desde 2015, a Arábia Saudita lidera uma coalização internacional que apoia o governo local e ataca os houthis no Iêmen. Em retaliação, os rebeldes têm feito vários bombardeios fronteiriços com mísseis e drones contra bases aéreas sauditas e outras instalações no país.

A Organização das Nações Unidas (ONU) e países ocidentais acusam Teerã de fornecer armas ao grupo, algo que o governo iraniano nega.

Disparada de preços do petróleo

Na abertura dos mercados nesta segunda (16), a cotação do barril do tipo Brent disparou 19,5% em Londres, para US$ 71,95, a maior alta intradia desde 14 de janeiro de 1991, durante a guerra do Golfo.

Segundo informou a petroleira Aramco, os ataques provocaram uma redução de cerca de 5,7 milhões de barris por dia na produção, o que representa mais de 5% do suprimento global atual. A Arábia Saudita é o maior exportador global de petróleo, além de ter uma grande capacidade ociosa.

“Retirar mais de 5% da oferta global de uma única tacada – um volume que é maior que o crescimento da oferta acumulado em países de fora da Opep entre 2014 e 2018 – é altamente preocupante”, escreveram, em nota, analistas do UBS.

Os preços do petróleo reduziram o ritmo de alta nesta segunda, depois que o presidente norte-americano Donald Trump autorizou o uso de estoques de emergência de seu país para assegurar a estabilidade do suprimento.

Os preços médios estavam relativamente reduzidos nos últimos meses, uma consequência das reservas abundantes e dos temores de desaceleração da economia mundial, fatores que afetavam a demanda. A Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) chegou a estabelecer limites de produção para tentar manter a faixa de preço e evitar uma viés de baixa.

Estados Unidos acusam Irã; Teerã rebate

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, disse que não havia “evidências de que os ataques tenham partido do Iêmen” e acusou o Irã de estar por trás da ação.

Em princípio, o presidente Donald Trump não citou diretamente o Irã, mas deixou claro que os Estados Unidos estão prontos para atacar, “dependendo da verificação”, pois esperam conhecer a versão saudita para determinar como proceder. Mais tarde, ele deu entender que o Irã pode estar envolvido.

Para o governo iraniano, os Estados Unidos buscam um pretexto para retaliar o país.

A Rússia considerou “inaceitável e contraproducente” discutir uma possível resposta aos ataques e que usar o incidente para aumentar as tensões é contraproducente. “Propostas de ações retaliatórias difíceis, que parecem ter sido discutidas em Washington, são ainda mais inaceitáveis”, afirmou o ministério de Relações Exteriores russo em um comunicado.

Já a China e a União Europeia (UE) pediram “moderação”.

Aumento da tensão entre EUA e Irã

A relação entre os Estados Unidos e o Irã vem se deteriorando desde a eleição de Donald Trump. Em 2018, Trump cumpriu sua promessa de campanha e retirou seu país do acordo nuclear assinado em 2015.

Na época, os Estados Unidos alegraram que o Irã financiava grupos terroristas e não cumpria os termos do tratado – o que não foi confirmado por organizações independentes. Desde então, os americanos adotaram sanções que prejudicam a economia iraniana.

Em julho de 2019, o Irã ultrapassou o limite de 300 kg de urânio de baixo enriquecimento que foi previsto no acordo nuclear em retaliação contra as sanções americanas.

O urânio de baixo enriquecimento é usado para produzir combustível para reatores nucleares, mas, potencialmente, pode servir para a produção de armas nucleares. A violação dos termos abre espaço para a volta de sanções multilaterais que foram suspensas em troca de o Irã limitar suas atividades nucleares.

Perspectivas para o petróleo e mercados

Por enquanto, os investidores estão no aguardo de mais detalhes sobre o ataque e danos às instalações da Aramco e a atentos a qualquer reação política aos acontecimentos.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) informou que está avaliando o impacto dos ataques a instalações da Arábia Saudita, e considera ainda muito cedo para os membros da entidade tomarem medidas para aumentar a produção ou convocarem uma reunião para discutir outras medidas.

Embora países como Arábia Saudita, Estados Unidos e China possuam centenas de milhões de barris de petróleo em armazenamento estratégico, o ataque aumentou também a preocupação em relação à vulnerabilidade das infraestruturas das petroleiras a ataques com drones e a uma piora ainda maior nas relações entre EUA e Irã, que voltaram a trocar acusações.

Analistas avaliam que a tendência é de muita volatilidade nos preços nas próximas semanas, em meio à maior aversão ao risco e dúvidas sobre o real impacto dos ataques na oferta global.

“Se a tecnologia de drones alterar o jogo de força no Oriente, isto [tendência de alta] pode se tornar mais grave”, afirmou o economista-chefe da Necton, André Perfeito.

Aneeka Gupta, estrategista de commodities da Wisdom Tree, avaliou que os preços poderão atingir chegar a até US$ 75 por barril se se a interrupção na produção da Arábia Saudita durar mais de seis semanas, segundo a BBC.

Para o sócio-diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, o preço do barril tende a se manter com viés de alta ao longo dos próximos 3 meses pelo menos. “Ainda não sabemos se o preço do barril pode ir a US$ 70, US$ 80 ou para US$ 100. Ainda é muito cedo. O que ficou claro é que lá no Oriente Médio essas estruturas gigantes de petróleo são mais frágeis do que se imaginava, e isso influencia o preço”, afirma.

Para a agência de classificação de risco Moody’s, os preços tendem a se manter pressionados mesmo após a retomada da produção saudita. “Preços mais elevados ajudarão os produtores e prejudicarão as refinarias no curto prazo, mas efeitos de mais mais longo prazo sobre as companhia de energia dependerão do tempo e da magnitude da menor produção da Aramco”, disse o diretor-gerente Steve Wood.

Analistas também avaliam que, caso a situação não se normalize rapidamente, o episódio deverá impor maior cautela nas próximas decisões sobre taxas de juros nos Estados Unidos e no mundo, uma vez que aumentam as chances de um cenário de maior desaceleração de crescimento global.

Reajuste dos preços do diesel e da gasolina no Brasil

Se os preços do petróleo se mantiverem em alta, em algum momento o aumento também chegará nas bombas dos postos de combustíveis, avaliam os especialistas da área.

“Mantida a política de alinhamento de preços dos combustíveis à flutuação do petróleo e dos derivados lá fora, a tendência é que haja aqui internamente um aumento do preço da gasolina e do diesel, e isso pode gerar algum tipo de tensão interma como a gente já viu no passado, além de um impacto inflacionário”, afirma Helder Queiroz, ex-diretor da Agência Nacional de Petróleo (ANP).

Para analistas, a disparada dos preços do petróleo será um “teste” para a política de preços da Petrobras para o diesel e a gasolina. A estatal leva em conta os preços internacionais do petróleo e a variação cambial para definir os preços nas refinarias, embora a companhia não trabalhe mais com uma periodicidade definida para os reajustes.

“Ao longo dos últimos anos, nós temos visto diversos exemplos em que a companhia não foi capaz de seguir os preços internacionais, levando a perdas significativas no negócio de refino. A atual gestão tem conseguido implementar uma estratégia de sucesso até o momento, e esse evento pode ser um importante teste sobre quão sólida é a política (de preços)”, escreveram os analistas do banco UBS em nota citada pela agência Reuters.

“Se o preço realmente subir e permanecer alto, e se a Petrobras demorar muito a repassar esse preço para a bomba, vai ficar claro outra vez uma intervenção entre aspas na Petrobras”, afirmou ao G1 Adriano Pires, citando ainda os possíveis reflexos no programa de venda de ativos da estatal.

A Petrobras iniciou na semana passada processo para venda de quatro refinarias, enquanto outras quatro unidades de refino já haviam sido colocadas no mercado anteriormente.

“Desde a greve dos caminhoneiros temos falado da necessidade do Brasil criar um fundo de estabilização de preços para absorver essas grandes variações de preços sem que a Petrobras seja afetada. Quem conhece o mercado de petróleo sabe que o petróleo tem uma variável geopolítica muito forte”, destacou o diretor do CBIE.

Impacto em royalties e nos megaleilões do pré-sal

Para o Brasil, preços internacionais de petróleo mais altos tendem a favorecer não só a balança comercial, como também a arrecadação da União e governos estaduais e municipais com royalties e participações especiais pagas pelas petroleiras que atuam no país. “Aumenta a arrecadação como um um todo mundo. Um dinheirinho a mais é sempre bem-vindo”, destaca Pires.

Os analistas avaliam que a crise aberta pelos ataques na Arábia Saudita pode também aumentar a atratividade dos megaleilões de áreas do pré-sal que o governo brasileiro pretende realizar até o final do ano.

“Apesar de ter um custo de produção relativamente mais caro, o pré-sal está situado em uma região que não enfrenta nenhum tipo de problema geopolítico, de tensão, que tem no Oriente médio. De certa maneira, algumas empresas podem reorientar suas decisões de investimento para tentar concentrar e disputar aqui as novas áreas que vão ser ofertadas”, avalia Helder, ex-diretor da ANP.

G1

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Economia

Estudo do BNDES prevê crescimento dos investimentos no Brasil nos próximos anos

Foto: Ilustrativa

Os investimentos no Brasil devem melhorar no quadriênio 2019/2022, segundo o boletim Perspectivas do Investimento, produzido por analistas setoriais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e divulgado nesta sexta-feira (13) pela instituição.

A publicação estima investimento total no período de R$ 1,1 trilhão para 19 setores mapeados, sendo 11 da indústria e oito da área de infraestrutura, que respondem por cerca de 25% da formação bruta de capital fixo (FBCF) da economia. O valor revela incremento real de 2,7% em relação aos investimentos previstos no levantamento anterior (2018 a 2021).

De acordo com o boletim, os números consideram investimentos apoiados e não apoiados pelo BNDES. “No conjunto dos setores analisados, o boletim revela crescimento real médio de 3,9% ao ano no período, puxado por uma aceleração do cres­cimento no final do quadriênio. O desempenho é bem superior às projeções atuais para o PIB [Produto Interno Bruto] do boletim Focus [produzido pelo Banco Central]”, destaca o estudo.

O economista Fernando Puga, assessor da presidência do BNDES, ressalta que a perspectiva para 2022 é de forte crescimento do investimento, sobretudo em setores como petróleo e gás e também na energia elétrica.

Os investimentos na indústria justificam a previsão de expansão geral das inversões, destacando o segmento de petróleo e gás, não só em razão da recuperação do preço do petróleo no mercado internacional, mas também pelos leilões de concessão ou de partilha de blocos exploratórios ocorridos nos anos de 2017 e 2018. Já na infraestrutura, o BNDES estima que os segmentos de logística e saneamento terão melhor desempenho dos investimentos nas áreas mais carentes de desenvolvimento, especialmente a partir de 2020.

O estudo prevê também que políticas pú­blicas, mudanças no marco regulatório e programas de concessão de serviços de infraestrutura ao setor privado têm influência positiva sobre os investimentos, enquanto a situação fiscal das unidades da Federação segue sendo fator de inibição de investimentos.

Agência Brasil

 

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *