Apesar do Rio Grande do Norte ter uma das maiores reservas em belezas naturais, o estado vive uma das piores crises do Turismo nos últimos tempos, ao ponto de perder a condição de um dos principais destinos turísticos do país e contar prejuízos econômicos em um setor que terminou o ano passado como o de maior participação na economia formal potiguar. As frequentes quedas na ocupação turística, mês a mês, têm impactado diretamente nas 52 atividades econômicas que integram a cadeia produtiva turística, definida pela Organização Mundial de Turismo. A situação preocupa as autoridades ligadas ao setor que temem pelo futuro da atividade no estado.
Para se ter uma ideia dessa queda, basta comparar o movimento no Aeroporto Augusto Severo com dos anos anteriores e os registros de outras capitais do Nordeste. No último quadrimestre de 2011, o aeroporto registrou um movimento de 43.567 passageiros a menos que o último quadrimestre de 2010. Nesse mesmo período, em Fortaleza, houve um aumento de 55.394 passageiros e Maceió teve um incremento de 9.228. Até setembro de 2011 houve queda de 8,1% em relação a setembro de 2010. Em outubro, a queda foi de 2,5%, e em novembro de 1,7%, registrando novamente uma nova queda em dezembro de 7,5%. Na opinião do coordenador da Câmara Empresarial do Turismo da Fecomércio, George Gosson, essa queda no fluxo não se deve a fatores macroeconômicos, mas a problemas locais. “Falta divulgação”, afirma.
Outro dado que aponta para a queda é o número de empregos gerados com o turismo no estado. O CAGED (Cadastro Geral de Empregados do Ministério do Trabalho) registra ano a ano uma queda na geração de novos empregos da ordem de 77% no RN. Em 2010, os serviços de alojamento e alimentação geraram 3.864 novos empregos. Em 2011, apenas 890. Quando se compara com outras capitais do Nordeste, Natal teve o pior desempenho no ano de 2011, apesar dos setores de serviço de alojamento e alimentação ainda estarem gerando emprego. Com relação à taxa de ocupação dos hotéis, segundo a ABIH/RN, houve uma queda de 9,16%. No primeiro semestre de 2011 foi observado um crescimento mês a mês até agosto do ano passado, mas a partir de setembro começou a cair.
Com a ausência do turista, sofrem os mais diversos setores da cadeia produtiva, desde a sua chegada ao aeroporto até a sua saída da cidade. Perdem as lojas do aeroporto, as empresa de receptivo, os guias de turismo, as empresas de ônibus, locadoras de carro, bugueiros, taxistas, postos de combustíveis, rede hoteleira, fornecedores, restaurantes, bares, serviços bancários e financeiros; e na área de entretenimento, as casas de show, boates, bares, músicos, artesanato, além das compras no comércio local, farmácia, supermercado, shoppings. Até o mercado imobiliário é atingido.
Fonte: Diário de Natal
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