Polícia

Câmara dos Deputados aprova prisão em flagrante por porte ilegal de arma

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (3), em comissão especial, uma única mudança no texto-base da proposta que revoga o Estatuto do Desarmamento. A alteração retira um artigo que impedia a possibilidade de prisão em flagrante por porte ilegal e disparo de arma de fogo. Agora, o texto segue para votação no plenário da Casa.

A mudança retira o artigo 88 do projeto do Estatuto de Controle de Arma de Fogo, que flexibiliza as regras para a compra e porte de armas no país.

De acordo com o trecho do projeto aprovado na última semana, não seria lavrada prisão em flagrante por porte ilegal e disparo de arma “quando essa possuir registro, houver evidências do seu uso em situação de legítima defesa e o responsável tenha se identificado ou permanecido no local do ocorrido para a devida apuração dos fatos ou se apresentado espontaneamente à autoridade policial”. Com a mudança, fica mantida a regra atual, em que há possibilidade de punição nestes casos.

O pedido de alteração no texto foi feito pela bancada da Rede. Para o deputado Alessandro Molon (RJ), líder do partido na Câmara e contrário ao novo estatuto, o trecho agora retirado acabava por liberar o porte de arma “para qualquer um”.

“Bastava ter uma arma registrada. Na prática era um salvo-conduto para qualquer um levasse sua arma para a rua e, se surpreendido, para que dissesse que estava portando para legítima defesa. Era tão absurdo que até os armamentistas concordaram”, afirma, em referência aos deputados que compõem a chamada “bancada da bala”.

De um total de 12 destaques apresentados para mudança no texto do projeto que revoga o Estatuto do Desarmamento, apenas esse foi aprovado. Com isso, o texto segue para o plenário da Câmara e, em seguida, para o Senado, onde também será analisado em comissões e no plenário.

NOVO ESTATUTO

Aprovado na última terça-feira (27) na comissão especial por 19 votos a 8, o Estatuto de Controle de Arma de Fogo reduz de 25 para 21 anos a idade mínima permitida para quem quiser comprar armas, além de autorizar deputados e senadores a portar o objeto.

Apesar de permitir que maiores de 21 anos comprem armas, essas pessoas somente poderão usar armas em casa. Na rua, somente após completar 25 anos. Enquanto a regra atual obriga a revalidação da posse a cada três anos, pelas novas regras o porte precisa ser renovado a cada década. Prevê-se ainda cadastro gratuito da arma.

Uma das alterações mais polêmicas do novo estatuto diz respeito à ampliação do rol de pessoas que podem ter acesso a armas de fogo. Além das categorias ligadas à segurança, o que já é previsto pelo atual Estatuto do Desarmamento, a proposta permite o porte a deputados e senadores, advogados da União, agentes de fiscalização ambiental, oficiais de Justiça, agentes de trânsito, de segurança socioeducativos, peritos criminais, auditores fiscais e analistas tributários da Receita Federal.

Outra mudança tem relação com o direito de uso. A posse, hoje, assegura ter a arma em casa ou no trabalho, se o proprietário for o responsável legal pelo objeto.

O texto avalizado pela comissão amplia os conceitos de casa e autoriza o porte de arma em “qualquer compartimento privado não aberto ao público onde alguém exerce profissão ou atividade, assim compreendidos escritórios, consultórios e, nos estabelecimentos acessíveis ao público, as áreas internas com acesso e circulação restritos, e, ainda, as propriedades rurais e as dependências destas”.

Diferente do que ocorre atualmente, o Estatuto de Controle de Arma de Fogo autoriza que pessoas que respondem a inquéritos policiais ou a processos criminais comprem armas, proibindo apenas os condenados por crimes dolosos.

Também há alterações na forma de registros, que atualmente é feita apenas pela Polícia Federal, e passará a ser contemplada por convênios e também pelas polícias civis e militares dos estados.

Folha Press

Opinião dos leitores

  1. A máfia chegou em peso no congresso. São os bandidos garantindo as melhores condições de prosseguirem com suas atividades. O panorama de absoluta ausência moral, reforçado pela preguiça geral da sociedade em manifestar-se e protestar contra este tipo de absurdo tem estabelecido-se como a nova regra. Lamentável, mas necessário que o Brasil passe por isto. Talvez assim aprenda a dar valor as coisas e agir pensando em algo além de si mesmo.

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Diversos

Câmara dos Deputados aprova obrigatoriedade da venda de meia-entrada pela internet

COe7_NsWEAAzXDhVenda de meia-entrada pela internet será obrigatória – Mônica Imbuzeiro / Agência O Globo

Descumprida muitas vezes por organizadores de eventos culturais, a obrigatoriedade de venda de meia-entrada pela internet está próxima de se tornar realidade. A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou alterações feitas pelos senadores e, se não houver recurso para a votação em plenário, o texto seguirá à sanção presidencial. De acordo com a proposta, o fornecedor de ingressos para um evento cultural deverá tornar disponível na internet a venda de meia-entrada e estabelece sanções, com base no Código de Defesa do Consumidor, caso haja descumprimento da medida.

— A ideia é facilitar. A lei já obriga a oferecer a meia-entrada no balcão, e não se deve obrigar a pessoa a ir pessoalmente para comprar, pode fazer também pela internet. O objetivo não é burlar, tanto que o consumidor tem que comprovar o direito à meia-entrada. Muitas empresas já oferecem, mas muitas, ainda não — justificou o deputado Felipe Bornier (PSD-RJ).

Apresentado em 2007 por Bornier, o projeto foi aprovado pela Câmara em 2009 e seguiu para o Senado, onde recebeu emendas. Na semana passada, a CCJ aprovou as emendas do Senado, que modificou o projeto substituindo os termos “produto e evento cultural” por “eventos culturais”, o que, na opinião de Bornier, amplia o conceito. Se descumprir a exigência, o vendedor estará sujeito às sanções previstas na Lei 8.078, de 11 de setembro de 1990, que dispõe sobre a proteção do consumidor.

DOCUMENTOS EXIGIDOS

Segundo Bornier, a exigência valerá para todo tipo de evento cultural, incluindo shows, cinemas, e também eventos esportivos, como partidas de futebol e de outras modalidades.

— Se tem direito à meia-entrada na bilheteria, terá que oferecer também na compra do ingresso pela internet. Evento cultural é amplo, é show, cinema, partida de futebol — sustenta Bornier.

O consumidor deverá comprovar, com documentos, que tem direito à meia-entrada quando for pegar o ingresso. O projeto estabelece que se o comprador não puder comprovar que possui o direito à meia-entrada, perderá o ingresso, resguardado seu direto de complementar o pagamento do bilhete em seu valor integral. O texto também diz que o fornecedor deverá informar, de forma clara e inequívoca, antes de consumada a venda, quais documentos serão reconhecidos para comprovação do direito ao benefício da meia-entrada, além de essas informações terem que ser afixadas em local visível na entrada do evento.

O Globo

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Polêmica

Câmara aprova excluir empresas públicas de projeto sobre terceirização; PSDB destaca valorização de concursos como ingresso de carreira

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (14), com 360 votos favoráveis, 47 contrários e 4 abstenções, excluir as empresas públicas e sociedades de economia mista das regras previstas no projeto que regulamenta os contratos de terceirização. A exclusão ocorreu com a aprovação de um destaque de autoria do PSDB, que também foi apoiado pelo PT.

O destaque aprovado em plenário vale para empresas públicas e sociedades de economia mista controladas por União, estados, Distrito Federal e municípios. O texto-base do projeto que altera as regras para a terceirização foi aprovado na sem

Conforme o líder do PSDB na Casa, deputado Carlos Sampaio (SP), o destaque aprovado em plenário não proíbe que o setor público realize terceirizações, mas impede que empresas controladas pelo governo façam a terceirização em todas as suas atividades, como prevê o projeto.

De acordo com o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG), a exclusão das empresas públicas, entre as quais estão Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, busca valorizar o concurso como forma de ingresso na carreira.

(mais…)

Opinião dos leitores

  1. Depois que o partido que quer derrubar a presidente votar 100% contra o trabalhador, ele vem agora com esse paliativo!
    Não a terceirização!

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