Política

Após criticar Campos Neto, Maia conversa com presidente do Banco Central, diz que confia nele e culpa terceiros por vazamento

Foto: Jorge William | Agência O Globo

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta quinta-feira que a atitude do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de ter vazado para a imprensa uma conversa particular entre os dois “não está à altura de um presidente de Banco de um país sério”. Uma hora depois, publicou que conversou com Campos Neto, disse que o “vazamento certamente foi provocado por terceiros” e afirmou que confia no presidente do BC.

Segundo o jornal “Estado de São Paulo”, Campos Neto procurou Maia na quarta-feira para discutir as turbulências políticas que podem afetar a agenda econômica do país, que já sofre com os efeitos da pandemia do novo coronavírus.

Foto: Reprodução

Procurado, o BC, por meio de sua assessoria de imprensa, disse que não comenta o caso.

Desde o início deste mês, partidos do maior bloco na Casa, liderados pelo deputado Arthur Lira (PP-AL), decidiram não votar a pauta do plenário em protesto ao impasse sobre a presidência da Comissão Mista de Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO). Na quarta-feira, o presidente da Câmara reclamou da obstrução feita pelos deputados governistas.

— Se o governo não tem interesse nas medidas provisórias, eu não tenho o que fazer. Eu pauto, a base obstrui, eu cancelo a sessão. Infelizmente é assim. Eu espero que quando nós tivermos que votar a PEC emergencial, a reforma tributária, que o governo tenha mais interesse e a própria base tire a obstrução da pauta da Câmara — disse na ocasião.

A conversa entre os presidentes do BC e da Câmara ocorreu no mesmo dia que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), decidiu manter a taxa básica de juros, a Selic, em 2%, apesar de apontar a existência de riscos, como o aumento de casos de Covid-19 nos países ricos. O patamar é o menor da série histórica iniciada em 1996.

A manutenção dos juros vem em um cenário de alta na inflação. A prévia de outubro foi a maior para o mês desde 1995 puxada pelo aumento do preço dos alimentos, como a soja, milho e arroz.

Apesar da alta, a inflação nos últimos 12 meses foi de 3,14%, dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo da meta de 4% estabelecida para 2020. Segundo o boletim Focus, que reúne as expectativas de mercado para os indicadores econômicos, o índice deve fechar 2020 em 2,99%.

A Selic é uma das ferramentas do Banco Central para atingir a meta de inflação. Quando está abaixo da meta, o BC corta os juros, estimulando o crédito, aumentando o consumo e a inflação.

Quando a inflação parece caminhar para acima da meta, o BC eleva os juros, encarecendo o crédito, que por sua vez freia o consumo, reduzindo a inflação.

O Globo

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Finanças

Inflação está bastante baixa e estável no curto, médio e longo prazo, afirma presidente do Banco Central (BC), Campos Neto

Foto: Marcello Casal/Agencia Brasil

A inflação está bastante baixa e estável no curto, médio e longo prazo, afirmou o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, nesta terça-feira (19).

“A inflação está bastante baixa e bastante estável tanto no curto, médio e longo prazo”, disse aos senadores. Segundo Campos Neto, a inflação está baixa em todo o mundo. Além disso, ele citou que no Brasil há o efeito da estratégia do governo de estimular os investimentos privados, no lugar do público, e de ajuste nas contas públicas.

“O Brasil está se reinventando com dinheiro privado e o mercado tem finalmente a compreensão de que o governo tem um programa fiscal sério que vai atingir o equilíbrio das contas públicas”, afirmou.

Campos Neto afirmou que os investimentos somente públicos são ineficientes. “O dinheiro público como máquina de crescimento bateu no muro”, disse.

Cheque especial

O presidente do BC reafirmou que tem um projeto para redesenhar o cheque especial, considerado “um produto muito regressivo”, com peso maior de juros sobre quem tem menor renda.

Campos Neto também afirmou que nos próximos dias será lançado um mutirão de renegociação de dívidas com os bancos. No início do mês, em audiência na Câmara dos Deputados, ele disse que está negociando a abertura de agências aos sábados ou após o horário normal de funcionamento para renegociar dívidas. Em troca pela renegociação, os clientes terão que fazer um curso de educação financeira.

Agência Brasil

Opinião dos leitores

  1. ALGUÉM PODE ME EXPLICAR PORQUE NAO SINTO ISSO QUANDO VOU PAGAR MINHAS CONTAS?
    E POR QUE NAO VEJO ISSO NO CAIXA DO SUPERMERCADO?

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Economia

Com reformas, crescimento econômico no país será sustentável, diz o presidente do Banco Central, Campos Neto

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O crescimento da economia, acompanhado de reformas, será sustentável, diferentemente do que ocorreu no passado. A avaliação é do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, que apresentou nesta quinta-feira (26) o Relatório Trimestral de Inflação.

No relatório, o BC estima que o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, crescerá 0,9% neste ano e 1,8%, em 2020.

Segundo Campos Neto, houve crescimento maior da economia no passado, impulsionado por dinheiro público. “Mas foi um voo de galinha”. Agora, destacou, houve uma mudança com maior participação do dinheiro privado no crescimento da economia porque não há espaço fiscal para mais gastos públicos e por ter sido adotada uma política de economia liberal. “É uma recuperação gradual. E essa recuperação, acompanhada das reformas, terá crescimento mais sustentável”, disse Campos Neto.

O presidente do BC ressaltou que, além do andamento da reforma da Previdência, em outras áreas há avanços que são necessários para o estímulo da economia. Ele citou avanço em programa de venda de ativos públicos, a Lei da Liberdade Econômico e medidas de abertura comercial, por exemplo.

Campos Neto também afirmou que, para o Banco Central, “a melhor forma de contribuir com o crescimento é manter a inflação estável”.

Mercado de câmbio

Campos Neto enfatizou que o câmbio é flutuante e que o papel do BC é fazer intervenções no mercado de câmbio quando há disfunções. “Não temos nenhum dogma com relação a instrumentos”, disse, explicando que havia entendimento no passado de que todas as intervenções tinham que ser feitas prioritariamente por meio de swaps (operações no mercado futuro). Ele afirmou que o BC pode atuar também no mercado à vista, se julgar necessário. “Não temos nenhuma meta para swap”, afirmou.

Sobre o aumento da cotação do dólar no Brasil, o presidente do BC explicou que uma parte desse movimento foi reflexo da alta da moeda no mundo. De acordo com Campos Neto, parte do processo foi também provocada pela antecipação de pagamentos de dívidas de empresas brasileiras no exterior, como a Petrobras.

Agência Brasil

 

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