Fotos: Jânio Duarte – Blog Apodiário
A proposta de inclusão de carne de jumento no cardápio dos detentos do sistema penitenciário do Rio Grande do Norte, de autoria do promotor Sílvio Ricardo Brito, da 2ª Promotoria de Apodi, está cada vez mais próxima de se tornar realidade na culinária potiguar. Nesta quinta-feira (13), durante um almoço de degustação, autoridades convidadas marcaram presença, entre eles prefeitos, vereadores, juízes e representantes de unidades prisionais, que experimentaram pratos com carne do animal. O objetivo é mostrar que se trata de um alimento saudável, e pode dar um “rumo” aos mais de 600 animais apreendidos nas estradas federais na região Oeste do Estado.
Segundo o promotor, que vem sendo bastante procurado para falar sobre a ideia, tudo começou depois de reuniões com professores do curso de Veterinária da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa). No entendimento dos especialistas, a carne é saudável para consumo humano e não faz parte do prato comum por questão cultural. Ainda segundo Sílvio Ricardo Brito, caso o cardápio tenha uma boa receptividade, não está descartada a possibilidade da inclusão na merenda escolar e até hospitais.
Uma ideia equina!
Sob o pretexto de impedir os acidentes, ganha repercussão no noticiário nacional, a proposta de determinado promotor do Ministério Público, da inclusão nos cardápios da merenda escolar e presídios do estado Potiguar, o consumo da carne dos jumentos que forem recolhidos pastando nas suas estradas.
Alega-se que os jumentos estão sendo substituídos por motocicletas e, por esse motivo, são abandonados à própria sorte, pelos seus antigos proprietários e que, transitando livremente nas rodovias são os responsáveis por elevarem os índices de acidentes com vítimas. Então, o mais prático é exterminar a espécie?
A proposta é tão inusitada que, nos levar à crer, ser a verdadeira intenção dos ilustres propositores e defensores dessa ideia, chamar a atenção para uma outra causa muito mais profunda, como por exemplo: a fome do povo nordestino.
Vê-se quão distante encontra-se o humano da, dita, humanidade. Substitui-se a ação de educar, de atribuir e cobrar responsabilidades ao cidadão, pelo ato de matar e consumir a carne do pobre animal. Simples, assim!
Há de se questionar: quem nas estradas brasileiras provoca mais acidentes, inclusive com vítimas fatais: as motos, a associação álcool-direção ou os jumentos abandonados nas rodovias?
Entretanto, o consumo de bebidas alcoólicas continua sendo incentivado pelas mais diversas mídias. São elas, as indústrias produtoras de bebidas, as que mais patrocinam os grandes eventos populares, estão ai os exemplos: do carnaval e da copa do mundo, todos sob o beneplácito dos poderes públicos. Pudessem os inocentes jumentos também contribuírem com verbas para patrocinar eventos e campanhas políticas certamente, seriam poupados dessa insana ideia?
Nas periferias dos grandes centros urbanos e, principalmente, nas cidades do interior, os motociclistas conduzem as suas motos sem cumprir qualquer obediência às normas estabelecidas no Código Nacional de Trânsito. Trafegam sem capacete, andam sob as calçadas, carregam de uma só vez, tantos passageiros quanto um automóvel, sem que os órgãos competentes exerçam a sua competência.
Mas, em relação a tais fatos o que se vê é a mudez do Ministério Público.
Certamente, que existem outras alternativas, mais plausíveis e menos crueis, para solucionar tal questão.
Entretanto, se a intenção for, de fato, proteger o cidadão como justifica o ilustre representante o Ministério Público, há de se manifestar absoluto e irrestrito apoio em relação a tal medida, desde que, também promovam campanhas no sentido de suspender a fabricação, o comércio e uso de motocicletas e de bebidas alcoólicas no Brasil.
Jair Araújo
Parabéns a Katia Lopes e Mauricéia Cavalcante. Gostei do que li e sei que o assunto agora está em boas mãos. Valeu mesmo! Parabéns, também, ao BG, que presta um grande serviço.
Infelizmente, como alguém estuda tanto pra se tornar um tirano vamos ficar de olho em quem são os políticos que estão aprovando tamanha crueldade, resposta nas urnas. chorando horrores por imaginar o que ja sofrem esses animais e ter u m fim tão triste, ainda servir a bandidos que tiram nosso direito de paz, sossego o que eles merecem é pena de morte. Acabar com essa violência e impunidade.
Gostaria de saber quantos animais e de que forma os mesmos foram abatidos para realização deste almoço/degustação.
Mauricéia Cavalcante
Jornalista e presidente da Ong SPARN
(Sociedade Protetora dos Animais do RN)
POR QUE SOMOS CONTRA O ABATE:
I – Por respeito, não há necessidade de degustar uma carne por pura curiosidade. Brasil já possui poucos animais respeitados e evitados ao consumo, qual necessidade mórbida de INCENTIVAR A CULTURA DO ABATE a um animal que este é o único respeito da população em troca de toda sua valia histórica???
II – SANIDADE ANIMAL, não há registros divulgado em nenhum lugar e o Digníssimo promotor se nega a apresentar em qualquer lugar os laudos técnicos e o nome dos profissionais envolvidos no acompanhamento destes animais, até onde sabemos este animais eram errantes e devido as condições locais alta probabilidade de Mormo, Botulismo, Brucelose, Babesiose, Tuberculose, Raiva, …
III – VIABILIDADE ECONÔMICA – os estudos já realizados, e sim há pesquisas na década de 80 sobre o rendimento de carcaça destes animais, que chega no máximo ao aproveitamento de 50kg/animal, o que sairia MUITO CARO uma vez que a carne similar a bovina, é produzida sem prejuízos coisa que economicamente falando não aconteceria com a produção de jumentos para abate, a fisiologia do animal, a conformação não é típica para produção de carne;
III – AMEAÇA DE EXTINÇÃO – sim, este foi o argumento principal para embargar o acordo Brasil x China e RN x CHINA, estudos realizados recentemente, revelam que o numero de jumentos é muito pequeno (pode parecer grande, mas para um animal que tem uma gestação de 12 meses, e leva 2 anos para atingir sua maturidade sexual estatisticamente falando SIM é muito pouco) o consumo indiscriminado de sua carne (abate) uma fez que é inviável a produção destinada a abate tornaria em poucos anos esta espécie extinta.
IV – UTILIDADE, ha inúmeras outras formas de "REVITALIZAÇÃO" do jumento em nossa cultura. Sim a modernidade o fez ser substituído por maquinas e automóveis. Contudo estes novos "usos" dependem de políticas publica, dependem de intensivo econômicos, depende da população reaprender o valor do jumento, mas não REAPRENDER O SABOR DO JUMENTO, a morte pura e simples é uma saída simplória, que não faz jus ao tamanho do problema, tão pouco o soluciona, e menos presa a capacidade humana de encontrar soluções par seus dilemas. Os Nazistas um dia pensaram assim quanto aos judeus…
são ótimos animais de tração, dóceis, inteligentíssimos, podendo ser utilizados em zooterapias seja de fisioterapia a terapia ocupacional, dentre outros convívios úteis com o ser humano, mas com relação de respeito ao mesmo e não menosprezo ao seu valor;
V – RECONHECIMENTO DE SEU VALOR NA HISTORIA DO BRASIL, abater um animal destes deveria ser um crime contra o patrimônio cultural nordestino, cada jumento morto levianamente, é um elemento importante da fundamentação da cultura e desenvolvimento do nordeste pulverizados. se há algo que represente o povo nordestino é este animal, e atualmente muito mais valorizado em outras regiões e países. Somos capasses de reconhecer musicas, quitutes, prédios,… mas não elementos vivos???
Ridículo preso comer carne, ainda que seja de jumento, ovo já contém toda a proteína que precisam, interessante nosso país… quem trabalha não pode pagar por carne, come ovo mesmo! Todos deveriam trabalhar pra ter direito aos benefícios que existem!
Aliás, o recado aí debaixo é para o Promotor, e não para a prefeitura. Desculpe.
A questão não é mais se a carne é ou não apropriada para o consumo humano. Já está provado que a carne do jumento é saudável e nutritiva. A questão é que o animal está em vias extinção. Quem fizer uma pesquisa básica, encontrará inúmeros artigos sobre o assunto. Como órgão municipal, a prefeitura tem que se ater ao consumo sustentável. Se alguém da UFRN tiver algum dado concreto, gostaria de ver aqui. Atenção prefeitura de Apodi: devagar, isso não é a farra do boi.