Faltando nove meses para o pleito que definirá o futuro prefeito de Natal, pesquisa realizada pela Consult para o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) do Rio Grande do Norte revela, além da folgada vantagem do ex-prefeito Carlos Eduardo Alves (PDT), algo que obriga os líderes governistas, no plano estadual, a repensar suas estratégias: nenhum candidato ligado ao governo estadual tem, hoje, chances de vencer as eleições. Pelo menos sozinho.
Juntos, o deputado estadual Hermano Morais, do PMDB, o deputado federal Felipe Maia (DEM) e o suplente de deputado Rogério Marinho (PSDB) somam 11,1% das preferências dos eleitores natalenses. Abaixo dos 19,1% conferidos à ex-governadora Wilma de Faria (PSB) e muito longe do líder nas pesquisas, Carlos Eduardo, com 42,8% das intenções de voto.
O internauta vai dizer, com toda razão, que ainda faltam nove meses para o pleito que será realizado no domingo 7 de outubro. E pode dizer ainda que muita coisa ainda pode acontecer e que eventuais alianças podem dar novo rumo à campanha eleitoral que só começa de fato em junho, com a realização das convenções partidárias para escolha dos candidatos.
Mas uma coisa já se pode afirmar, sem medo de erro: as forças governistas lideradas pela governadora Rosalba Ciarlini e pelo senador José Agripino não conseguiram definir um nome forte capaz de fazer frente aos candidatos de fora do sistema político controlado pelo DEM.
Se os nomes ligados ao governo não conseguem ganhar corpo, do lado oposicionista parece não haver muitos motivos para união. Carlos Eduardo não dá mostras de ter pressa na definição de alianças com outros candidatos menos votados. Entre ele e Wilma há diferenças irremediáveis. Restam, para compor a cena, candidatos do PT e do PSD.
Enquanto um lado vai dividindo o tempo todo, Carlos Eduardo e Wilma vão do outro com altos índices de transferências de votos entre eles, mesmo o ex-prefeito sendo conhecido como ruim de composição e de cumprir acordos políticos.
No meio de tudo isso, fica flagrante a fragilidade política da prefeita Micarla de Souza, que aparece na pesquisa com pouco mais de 2% de intenções de voto e com rejeição superior a 90%.
Ao que parece apesar de quase 65% ainda não ter candidato, o eleitor natalense já sabe quem ele não quer ver sentado na cadeira de prefeito a partir de 1 de janeiro de 2013. Mas ainda restam nove meses – e uma campanha inteira pela frente – para muita gente descobrir quem, de fato, o natalense deseja escolher para prefeito. Ou prefeita.
Qualquer coisa, menos Micarla.