Frederick Wassef, que advoga para Flavio Bolsonaro e já defendeu o presidente em casos que envolvem o Judiciário, esteve no Aqui na Band deste segunda-feira, dia 11, e contestou trabalho da Polícia Federal de Juiz de Fora (MG), cidade onde Jair Bolsonaro, até então candidato à presidência da República, levou uma facada em setembro de 2018. O programa esteve entre os assuntos mais comentados do Twitter.
Segundo Wassef, quando Adélio Bispo, autor da facada é retido, a pessoa que o detém não é alguém da Polícia Federal, conforme consta no relatório do inquérito. “O relatório começa com uma mentira. Como sei disso? Fui procurado por esta pessoa, que é quem detém Adélio. Há uma testemunha que o detém e o conduz até um prédio e ali eles ficam por um tempo. Sim, essa pessoa esteve por um tempo a sós com Adélio e tem gravação disso, vou levar à Procuradoria-Geral e à Polícia Federal”, disse durante o programa.
O advogado de Bolsonaro não revelou mais detalhes além do descrito acima. De acordo com ele, “não se pode mostrar a estratégia para não alertar os inimigos”. “Esse indivíduo deteve o Adélio; gravou o Adélio e, além desta, há outras testemunhas que me procuraram amedrontadas e narrando coisas assustadoras.”
Wassef questionou, também, o prazo de 30 dias em que foi feito o inquérito oficial. “O delegado da Polícia Federal disse que tinha prazo para terminar o inquérito, 30 dias, mas 99,9% dos inquéritos levam mais de anos para serem concluídos. Então, o delegado, usando da justificativa dos 30 dias, encerra o documento. A polícia de Juiz de Fora não investigou, desmembrou o inquérito. Ao invés de apurar a verdade e chegar aos mandantes, isolam o Adélio dizendo que ele é um louco.” O advogado de Bolsonaro terminou sua participação no programa pedindo a federalização do caso.
Passados dez meses desde que Adélio Bispo desferiu uma facada no então candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL), a Polícia Federal tem direcionado esforços para investigar se ele agiu sozinho.
Até agora, segundo Rodrigo Morais, delegado responsável pelo caso, não há indicativo de que outras pessoas estejam envolvidas.
“Na verdade, a gente tem desconstruído muitas fake news que apontam participação de outras pessoas. Temos demonstrado, através de perícia e outras diligências policiais, que muitas não procedem”, afirma.
A polícia considera que já ficou comprovado que Adélio estava sozinho no ato de campanha no centro de Juiz de Fora (MG) quando atacou Bolsonaro, em setembro de 2018. Contudo, ainda apura se alguém o incentivou ou custeou suas despesas.
Entre os boatos que circulam na internet e que são checados pela investigação está o vídeo “Facada no mito”, uma teoria conspiratória que diz que Bolsonaro teria forjado o ataque a si mesmo. O vídeo de quase uma hora tem mais de 1 milhão de visualizações no YouTube.
Outro vídeo que foi apurado chegou a ser compartilhado pelo próprio presidente Bolsonaro em seu perfil no Twitter, no dia 11 de junho.
Nele, o advogado de defesa de Adélio, Zanone Manuel de Oliveira, abordado em Juiz de Fora (MG) por uma mulher, responde à pergunta “a quem interessa esconder quem mandou matar Bolsonaro” dizendo: “a pessoa que me pagou”.
No mesmo vídeo, o advogado diz que teve despesas bancadas por emissoras de televisão.
Na última segunda-feira (15), Zanone prestou depoimento à Polícia Federal para esclarecer as afirmações. À Folha ele disse que se referia a jornalistas que insistiram em pagar almoços, jantares ou cafés quando se encontravam para entrevistas sobre o caso.
Ele também afirma que, quando falou sobre despesas pagas por emissoras, referia-se a uma viagem a Campo Grande (MS) —onde Adélio está preso— paga por um canal que queria uma entrevista com seu cliente.
Em depoimento, Zanone manteve a versão que tem contado desde que assumiu o caso. Segundo ele, um dia depois do atentado a Bolsonaro, uma pessoa o procurou e pagou R$ 5.000 adiantados. Com a repercussão, porém, a pessoa, que frequentava a mesma igreja de Adélio, sumiu. O advogado decidiu seguir com a defesa mesmo assim.
À PF Zanone contou ainda que quem o contratou seria de Montes Claros (MG). Em março, a polícia fez um pedido para que a Advocacia-Geral da União (AGU) entre com recurso contra a decisão do Tribunal Federal da 1ª Região, que suspendeu as investigações sobre o advogado.
“Infelizmente, a pessoa não voltou para acabar de acertar. Eu não teria colocado aquela equipe toda, no início, se eu não estivesse na esperança de celebrar um contrato grande”, diz Zanone.
Segundo o delegado Rodrigo Morais, o inquérito, que corre em sigilo, é acompanhado desde o início pelo advogado de Bolsonaro. Ele teria, inclusive, proposto algumas diligências à investigação.
“Ele é vítima, ele é parte interessada, o advogado dele acompanha o inquérito. Para ele não teria sigilo não”, explica.
Passados dez meses do crime, a investigação já ouviu mais de 100 pessoas que conviveram ou encontraram com Adélio nos últimos anos. O prazo de conclusão do inquérito vence no final de agosto, mas ele pode ser prorrogado. A PF ainda deve ouvir mais pessoas e periciar materiais. “A ideia é encerrar todas as possibilidades. Não deixar nenhuma dúvida”, afirma o delegado.
Na terça-feira (18), o processo contra Adélio, que corria na Justiça Federal, foi encerrado. Nem o Ministério Público Federal nem Bolsonaro recorreram à sentença que reconheceu que Adélio é portador de transtornos mentais e o considerou inimputável —incapaz de responder pelos próprios atos.
Na decisão, que o enquadrou na Lei de Segurança Nacional por crime político, Adélio recebeu medida de segurança, que prevê internação em um hospital de custódia, com tratamento psiquiátrico. O juiz decidiu mantê-lo no presídio federal onde ele está desde setembro, para garantir sua integridade física.
eu vivi pra ver a esquerda esperniando, é bom demais juno.
E daí se morresse? Vários morrem todos os dias
Pegue capim pro gado!