Foto: Unsplash
A Cogna, maior grupo de educação privada, e o Eleva Educação, grupo carioca que tem entre seus acionistas o empresário Jorge Paulo Lemann, confirmaram, nesta noite, o acordo de compra e venda de ativos. A notícia foi antecipada ontem pelo Valor.
A líder do setor adquiriu o sistema de ensino do Eleva por R$ 580 milhões, o que representa 16,6 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 2020 do grupo carioca. Em contrapartida, a Cogna venderá à Eleva seus 51 colégios por R$ 964 milhões, o que corresponde a um múltiplo de 16,3 vezes do Ebitda do ano passado. Deste montante, R$ 625 milhões também serão quitados em cinco anos e a diferença de R$ 339 milhões será convertida em debêntures conversíveis em ações da Eleva, caso o grupo carioca venha realizar sua abertura de capital (IPO), prevista para esse primeiro semestre. O preço de emissão por ação será correspondente ao valor do papel da Eleva no IPO.
Dentre as escolas que a Eleva comprará estão o Colégio Cei, em Natal. Nesta terça-feira(23), através de comunicado aos pais dos alunos, o CEI confirmou a mudança de sociedade, saindo de cena a Cogna para a entrada da Eleva Educação. O colégio ainda reforça que a aprovação do processo ainda passará pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica(CADE).
Com a realização do IPO, a Cogna passará a ser acionista da Eleva, direta ou indiretamente. No entanto, a Cogna e suas subsidiárias não poderão compor nenhum bloco de controle acionário da Eleva e terão restrições de voto em deliberações sociais e para aumento de sua participação societária no capital social da Eleva, por prazo determinado.
Em ambos os casos, os montantes acordados estão sujeitos a ajustes conforme a receita apurada pelos negócios de colégios e sistemas de ensino em 2021 e 2022. Os valores serão pagos em cinco anos, atualizados pelo CDI.
A transação prevê ainda um acordo comercial entre os dois grupos educacionais por dez anos. A Cogna fornecerá o sistema de ensino à Eleva com um desconto de R$ 15 milhões, por ano, válido pelos quatro primeiros anos do acordo. Além disso, ficou acertado uma parceria entre as empresas para o desenvolvimento de novas ferramentas educacionais e para a expansão da distribuição das escolas da Eleva no Brasil, contratantes dos sistemas de ensino fornecidos pela Cogna. “Tal contrato visa o fornecimento dos sistemas de ensino da Somos Sistemas [empresa da Cogna] para aproximadamente 90% dos atuais alunos das escolas do grupo Eleva, bem como 100% dos alunos das Escolas Saber [empresa da Cogna] e, também, todas as novas escolas com o mesmo perfil que venham a ser abertas ou adquiridas pela Eleva durante a vigência do acordo comercial.”, informa comunicado da companhia.
“Para a Vasta, esse é um movimento fundamental, não apenas por adquirir uma das principais Plataformas de Ensino do Brasil, mas por estabelecer uma parceria de longo prazo com a maior rede de escolas privadas do país e crescer organicamente com o Eleva Educação”, pontua Mário Ghio, CEO da Vasta, braço de prestação de serviços de educação básica da Cogna. “Para a Cogna, este movimento é mais um passo importante na consolidação da estratégia de transformação digital da companhia. Com a aprovação da operação, fortaleceremos ainda mais nosso ecossistema de plataformas – um dos focos de crescimento da empresa para os próximos anos – capazes de levar nossas metodologias de ensino a milhões de alunos em todo o país”, afirma Rodrigo Galindo, CEO da Cogna Educação.
“A aquisição das escolas da Saber é uma oportunidade única para darmos foco e expandirmos o nosso core business de forma estratégica, com a entrada de marcas extremamente reconhecidas e um time de excelência. Estamos muito animados para aprender com todos e investir ainda mais na qualidade para todos os nossos alunos. O mercado de escolas é enorme e ainda muito fragmentado. Com a expertise acumulada nos últimos anos e com o nosso modelo de expansão sem abrir mão de qualidade, ainda temos muito espaço para conquistar no Brasil”, disse Bruno Elias, CEO do Eleva Educação.
A Cogna realiza nesta terça-feira, às 10:00, teleconferência para analistas e investidores.
Com acréscimo de informações da Valor Pro e Valor Investe
A UNP começou assim.