Tecnologia

Com modelos sugeridos por R$ 280, celular ‘tijolão’ é aposta para atrair quem não se adaptou ao smartphone

Aparelho foi apresentado por Marvin Chow, vice-presidente de Marketing do Google, em evento no Brasil Foto: SAMUEL K. / Google

Um novo telefone que está chegando ao Brasil pretende atacar duas barreiras ao acesso à internet : o preço e a dificuldade no uso. Batizado como “smart featurephone”, o P70S, da Positivo , permite que os usuários acessem as principais funções do aparelho por comando de voz , num hardware de baixo custo. O produto chega ao mercado com preço sugerido de R$ 279.

Além da Positivo, Multilaser e DL disputam o mercado brasileiros dos chamados feature phones , aparelhos simples voltados para a população de baixa renda e para quem não conseguiu se adaptar aos smartphones. O smart featurephone se apresenta como uma opção intermediária, com sistema operacional KaiOS e aplicativos.

— A missão é democratizar a tecnologia. Ainda existe uma quantidade enorme de pessoas que não têm acesso à internet, que estão fora do mundo digital — afirma Jorge Bosch, responsável pelo Marketing de Produto da Positivo Tecnologia.

Com o assistente de voz, o usuário pode acender a lanterna, aumentar o volume, abrir o navegador, mandar uma mensagem, fazer uma ligação, abrir um vídeo no YouTube, ver a rota para um local no mapa. Tudo sem tocar no teclado.

Mais parecido com os antigos “tijolões”, o P70S foca no público de baixa renda e nas pessoas mais velhas, que não se adaptaram à tela sensível ao toque dos smartphones. É um produto de nicho, mas que ainda encontra mercado.

O último relatório da consultoria IDC, referente ao primeiro trimestre do ano, mostra que no período foram comercializados 701 mil aparelhos desse tipo, com tíquete médio de R$ 109, movimentando R$ 76 milhões.

Renato Meireles, analista de mercado em Mobile Phones & Devices da IDCBrasil, explica que os chamados feature phones representam 5% do mercado total de smartphones, com queda nas vendas nos últimos dois anos, mas previsão de um pequeno crescimento para 2019.

A expectativa é que o ano termine com 2,595 milhões de unidades comercializadas, contra 2,585 milhões em 2018 e 3,084 milhões em 2017.

Para fabricantes menores faz sentido explorar esse nicho, dada a concentração do mercado brasileiro de celulares. Das oito fabricantes que atuam no segmento, cinco abocanham fatia de 91% das vendas. As outras três — Positivo incluída — disputam na parte baixa do mercado, com smartphones de baixo custo e feature phones .

— Nas camadas de renda mais baixa, R$ 100 fazem muita diferença — afirma Meireles. — O smart featurephone é uma sacada interessante para um nicho, mas não acredito que essa nova tecnologia vá abocanhar uma parcela do mercado de smartphones.

O Globo

 

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