Saúde

Lote da vacina de Oxford já chegou ao Brasil; saiba quem pode ser voluntário e como será o teste contra a Covid-19

Foto: CDC/Unsplash

O primeiro lote da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford, que será testada em dois mil brasileiros já chegou ao Brasil. As doses serão aplicadas nas próximas três semanas em testes conduzidos no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Antonio Carlos Moraes, um dos pesquisadores da equipe do Idor, responsável pelos testes no Rio, disse ao G1 que parte da imunização já chegou ao país e está armazenada em temperaturas negativas até que seja iniciado o estudo. O Brasil é o primeiro país fora do Reino Unido que vai começar a testar a eficácia da imunização contra o Sars-CoV-2.

“A vacina está congelada, ela já está chegando para a gente operacionalizar. Parte já chegou e fica em congelamento de onde a gente vai tirando, progressivamente, com a necessidade da demanda”, disse o pesquisador do grupo que testará a vacina ChAdOx1 no Rio de Janeiro.

No Rio de Janeiro, os testes em mil voluntários serão feitos pela Rede D’Or São Luiz, com custo de cerca de R$ 5 milhões bancados pela Rede e sob coordenação do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor).

Em São Paulo, os testes em outros mil voluntários serão conduzidos pelo Centro de Referência para Imunológicos Especiais (Crie) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), com financiamento da Fundação Lemann.

Três semanas de vacinação

Ele explicou que seu grupo se prepara para, a partir da semana que vem, em um esforço que deve ir até a última semana de junho, começar a triagem de voluntários para a pesquisa. Segundo ele, os escolhidos serão submetidos a testes para confirmar que não foram infectados pela Covid-19 para poder seguir com o experimento.

“Primeiro precisamos seguir as regras de segurança”, disse o especialista que espera receber muitos voluntários interessados em participar da pesquisa. Neste momento, são os profissionais da saúde –que estão em maior contato com pacientes infectados – que têm a prioridade para os testes.

A regra é a mesma para os dois centros de testagem, tanto no Rio como em São Paulo, poderão se inscrever como voluntários profissionais da saúde que atuam na linha de frente de combate à Covid-19, além de adultos entre 18 e 55 anos que também trabalhem em ambientes de alto risco para exposição ao vírus.

A Unifesp especificou por meio de um comunicado, que motoristas de ambulâncias, seguranças que trabalhem em hospitais e agentes de limpeza de hospitais também poderão se inscrever. Entretanto, a entidade esclareceu que ainda não foi iniciado o processo de recrutamento.

“A previsão é de que os procedimentos no Brasil comecem ainda em junho”, garantiu em nota.

Um ano de acompanhamento

O pesquisador explicou que após as primeiras três semanas, os voluntários serão acompanhados por sua equipe durante um ano. Neste período irão por cinco vezes ao centro de investigação onde passarão por consultas, terão o sangue coletado e serão examinados para possíveis efeitos colaterais.

“Depois de um ano vamos avaliar os resultados a partir de dois parâmetros: primeiro a eficácia, a partir da porcentagem de infectados e segundo a segurança, porque não se justifica usar uma vacina que apresente mais riscos do que a própria doença.” – Antonio Carlos Moraes, pesquisador do Idor

O chefe do serviço de clínica médica do Hospital Copa D’Or também explicou que o procedimento é seguro, já que a vacina usa apenas parte da proteína que reveste o material genético do vírus, e não o vírus em si, e por isso não há o risco da duplicação do Sars-Cov-2 no paciente.

Vacina e placebo

Para ser um estudo válido, Moraes explicou que há uma série de protocolos e regras que devem ser seguidos por todos os centros de investigação. Entre eles está o uso de placebo em parte dos voluntários, o que significa que nem todos receberão, num primeiro momento, essa dose da vacina contra a Covid-19.

“Dos mil participantes, 500 recebem a vacina ChAdOx1 e 500 recebem a vacina para meningite”, disse o pesquisador. “Isso porque esse é um estudo extremamente importante precisa de um alto índice ético. No final do estudo, os 500 que receberam a vacina para meningite receberão a vacina da Covid-19 caso ela tenha sido eficaz, como a gente acredita que será.”

No Rio de Janeiro, voluntários que façam parte do público-alvo da pesquisa devem procurar o Idor e perguntar sobre como participar do experimento. Em São Paulo, a seleção está a cargo do Crie, da Unifesp.

Aprovado pela Anvisa

Para ser conduzido no Brasil, o procedimento foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com o apoio do Ministério da Saúde. Os voluntários serão pessoas na linha de frente do combate ao coronavírus, com uma chance maior de exposição ao Sars-CoV-2. Eles também não podem ter sido infectados em outra ocasião. Os resultados serão importantes para conhecer a segurança da vacina.

Testes já começaram no Reino Unido

Com a previsão otimista de ficar pronta ainda em 2020, a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford ofereceu proteção em um estudo pequeno com seis macacos, resultado que levou ao início de testes em humanos no final de abril.

Em humanos, os testes têm apenas 50% de chance de sucesso. Adrian Hill, diretor do Jenner Institute de Oxford, que se associou à farmacêutica AstraZeneca para desenvolver a vacina, disse que os resultados da fase atual, envolvendo milhares de voluntários, podem não garantir que a imunização seja eficaz e pede cautela.

A vacina já está sendo aplicada em 10 mil voluntários no Reino Unido. A dificuldade para provar a possível eficácia está no fato de os cientistas dependerem da continuidade da circulação do vírus entre a população para que os voluntários sejam expostos ao coronavírus Sars-Cov-2.

A busca pela vacina

Para chegar a uma vacina efetiva, os pesquisadores precisam percorrer diversas etapas para testar segurança e resposta imune. Primeiro há uma fase exploratória, com pesquisa e identificação de moléculas promissoras (antígenos). O segundo momento é de fase pré-clínica, em que ocorre a validação da vacina em organismos vivos, usando animais (ratos, por exemplo). Só então é chegada à fase clínica, em humanos, em três fases de testes:

Fase 1: avaliação preliminar com poucos voluntários adultos monitorados de perto;

Fase 2: testes em centenas de participantes que indicam informações sobre doses e horários que serão usados na fase 3. Pacientes são escolhidos de forma randomizada (aleatória) e são bem controlados;

Fase 3: ensaio em larga escala (com milhares de indivíduos) que precisa fornecer uma avaliação definitiva da eficácia/segurança e prever eventos adversos; só então há um registro sanitário.

Depois disso, as agências reguladoras precisam aprovar o produto, liberar a produção e distribuição. Das dez vacinas em testes em fase clínica, algumas aparecem em estágio mais avançado, como a desenvolvida por Oxford, em fase 3.

A vacina do Reino Unido é produzida a partir de um vírus (ChAdOx1), que é uma versão enfraquecida de um adenovírus que causa resfriado em chimpanzés. A esse imunizante foi adicionado material genético usado para produzir a proteína Spike do SARS-Cov-2 (que ele usa para invadir as células), induzindo a criação de anticorpos.

A empresa AstraZeneca fechou com EUA e Reino Unido para cuidar da produção em escala mundial. O CEO da farmacêutica disse à rede britânica BBC, no domingo (31), que a população pode ter acesso a 100 milhões de doses da vacina já em setembro.

G1

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Saúde

Estudo da Fiocruz diz que covid-19 chegou ao Brasil em janeiro

Foto: Sérgio Lima/Poder360

Estudo liderado pela Fiocruz (Instituto Oswaldo Cruz) indica que o novo coronavírus –causa da covid-19– já estaria circulando no Brasil em janeiro de 2020. Mais de 1 mês antes do 1º registro da doença, em 26 de fevereiro, em São Paulo.

Leia aqui (597kb) a íntegra da pesquisa.

De acordo com a Fiocruz, a transmissão do vírus já acontecia em 4 de fevereiro, muito antes dos registros oficiais, que indicam 13 de março. Ou seja, a doença já estava se propagando na época do carnaval. Quando o Brasil começou a monitorar a doença em fronteiras e aeroportos, o vírus já estava nas ruas.

A metodologia da pesquisa usa como base os registros de óbitos, além de análises dos resultados de investigação de casos de SRAG (síndrome respiratória aguda grave) por exames moleculares, disponíveis nos portais InfoGripe e MonitoraCovid-19, ambos da Fiocruz. Integraram o estudo pesquisadores da Fiocruz-Bahia, da UFES (Universidade Federal do Espírito Santo) e  Udelar (Universidade da República) – no Uruguai.

De acordo com o estudo, o 1º óbito por covid-19 no Brasil foi no Rio de Janeiro, na 4ª semana epidemiológica –ou seja, de 19 a 25 de janeiro.

O 1º registro oficial de morte por Covid-19 é de 17 de março, em São Paulo. Mas nessa semana –15 a 21 de março–, segundo os registros do MonitoraCovid-19, já havia 670 mortes.

Ao jornal, o coordenador da pesquisa, Gonzalo Bello, disse que a 1ª morte foi identificada por meio de exames moleculares (RT-PCR) em estudos retrospectivos. Os resultados das amostras colhidas dos mortos e doentes identificados apenas como “SRAG” começaram a ser divulgados na última semana.

Poder 360

Opinião dos leitores

  1. Não sou fã de Bolsonaro, mas ao caro leitor que malha o Presidente por qualquer motivo, em 6-2-2020 ele fez a lei 13. 979, que já permitia a quarentena pelos governadores. Inclusive você deve ter aproveitado o carnaval, não é? A propósito, este blog não lançou uma nota sobre descobrimento do Brasil, dia da Vitória (ainda mais em Natal) e o 13 de mao.. Mas civismo é coisa brega, não é?

  2. O importante para o governadores é que tivesse o carnaval, mesmo sabendo que nesse período seria o start para a disseminação aqui no Brasil. Agora ficam com discurso de lockdown… As contas chegando e o trabalhador e empresários quebrando…

  3. Por que ele não mandou aumentar a produção de cloroquina nessa época?
    Ou ele já contava com milhares de mortos no carnaval. Ele gosta…

  4. Quem não sabia, desde novembro/dezembro, que a peste chinesa não estava prestes a se espalhar pelo Mundo? Claro, a santíssima e inquestionável tava dizendo para abraçar um chinês.

  5. Só papai Noel, Doria e outros governadores papagaios é que não sabiam. Incrível é que eles foram avisados por um tal Jair Bolsonaro. Estranho né?

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Diversos

Tsunami que devastou Portugal em 1755 chegou ao Brasil no Nordeste, conclui estudo

Sabia que o Brasil já foi vítima de um tsunami? Mas calma: não como Japão, em 2011, ou Indonésia, em 2006 e 2010. Segundo o estudo de doutorado do pesquisador Francisco Dourado, da Faculdade de Geologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), um tsunami que atingiu Portugal no século 18 também chegou ao nordeste brasileiro.

O evento ficou conhecido como Sismo de Lisboa, já que a capital portuguesa foi devastada pelo tsunami no dia 1º de novembro de 1755. Um grande terremoto desencadeou as ondas, atingindo também as costas atlânticas da África e da América. Até pouco tempo atrás, os impactos transatlânticos tinham sido descritos apenas em algumas ilhas caribenhas. Contudo, Dourado viu que as ondas chegaram ainda mais longe — ou perto, no caso do nosso país.

O grupo de pesquisadores da Uerj realizou um trabalho de campo, percorrendo 270 km ao longo de 22 praias do Nordeste para captar evidências da chegada do tsunami na costa brasileira. Na cidade de Pontinhas, na Paraíba, por exemplo, foi possível detectar uma camada peculiar de areia grossa que, ao ser analisada, apontou um evento de alta energia como responsável por sua deposição.

Com base em dados de modelagem histórica, sedimentológica e numérica apresentados, os cientistas encontraram uma associação altamente provável e compatível ao tsunami de 1755, demonstrando pela primeira vez as evidências desse fenômeno no Atlântico Sul.

A equipe liderada por Dourado encontrou evidências do evento até quatro quilômetros do litoral nordestino, principalmente em locais com rios e nas proximidades da Ilha de Itamaracá, em Pernambuco.

O pesquisador conta que há registros de que as ondas que chegaram ao nosso país mataram um casal, mas isso não foi investigado neste estudo. O que o pesquisador concluiu é que o tsunami não causou muitos danos por aqui.

Segundo Dourado, no ano do fenômeno, o governador da Paraíba enviou uma carta ao Rei de Portugal informando que “uma grande onda” também havia inundado o litoral do estado. “Mas não houve muitos estragos porque o Brasil ainda não era tão populoso”, explica o especialista à GALILEU.

Galileu

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Diversos

Oceanógrafo da UFPE descobre como óleo chegou às praias do NE

A mancha de óleo que já atingiu todos os nove estados no Nordeste possivelmente teve origem em um navio que passou no litoral de Pernambuco, no final do mês de agosto. Quem afirma é o professor do departamento de Oceanografia da Universidade Federal daquele estado (UFPE), Marcos Silva.

De acordo com ele, a embarcação teria passado a cerca de 40 ou 50 quilômetros da costa. O oceanógrafo chegou a esta conclusão aplicando um modelo matemático que calculou como as manchas chegaram ao litoral, levando em consideração o vento e as ondas.

Segundo ele, boa parte desse óleo se deslocou, carregado pela corrente, atingindo o litoral norte do Nordeste; enquanto outra parte se dispersou para o litoral sul nordestino. Com base nessa informações, o professor vai agora em conjunto com a Capitania dos Portos tentar identificar qual embarcação se enquadra na descrição feita com base nos cálculos.

A Petrobras informou nesta terça-feira que já recolheu 133 toneladas do material. A informação foi dada pelo presidente da empresa, Roberto Castelo Branco, em audiência pública na Câmara dos Deputados. Também nesta terça, a Marinha do Brasil emitiu nota sobre o assunto informando que a exemplo da Polícia Federal instaurou inquérito sobre o caso.

O Inquérito Administrativo sobre Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN) vai analisar dados do tráfego marinho na área. A ideia é reunir informações de patrulha de navios e aeronaves da Marinha, simulações computacionais sobre as influências de corrente no Atlântico Sul e análises dos perfis químicos dos resíduos coletados.

Possivelmente esse inquérito vai usar as informações do professor Marcos Silva para identificar os responsáveis pelo crime ambiental. A presença de óleo no mar e nas praias nordestinas começou a ser denunciada por cidadãos no dia 2 de setembro. Ao todo, as manchas já foram identificadas em pelo menos 133 pontos do litoral, em 68 cidades dos nove Estados do Nordeste.

OP9

Opinião dos leitores

  1. Em julho/2019, o governo Brasileiro, reteve navio do ira. https://oglobo.globo.com/mundo/ira-ameaca-suspender-importacoes-do-brasil-se-navios-retidos-em-paranagua-nao-forem-reabastecidos-23829562
    E as manchas começaram em agosto/2019. é preciso estudar se esse ou esses navios passaram pela Venezuela ou transportavam petróleo daquele pais. Não duvido, se o derramamento foi mesmo proposital, ou seja, criminoso. Ate a Franca , no meu entender é suspeita. Afinal, estava em guerra ideológica com o Brasil. Tudo é possível.

  2. A manchete diz que o pesquisador "descobriu". O texto diz que "possivelmente" teve origem de um navio que passou no final do mês de agosto. Ou seja, NÃO DISSE NADA!
    Que veio de um navio, isso é claro, já que o óleo não é produzido aqui. Quanto a data, basta voltar alguns dias a partir da data em que as manchas começaram a aparecer para dizer que "possivelmente" a contaminação aconteceu em agosto.

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Diversos

Agosto chegou: confira os memes sobre o ‘mês mais longo’ do ano

O mês de agosto chegou e com ele vem, para algumas pessoas, a angústia do mês mais longo do ano – embora ele tenha apenas e normais 31 dias. Além dessa sensação do mês eterno, agosto tem má fama devido a algumas crenças populares ou acontecimentos marcantes ao longo da História.

Para rimar, há quem diga que agosto é o mês do desgosto. A justificativa é uma superstição trazida de Portugal que dizia que casar em agosto traz desgosto. Isso porque era nesse mês, no tempo das navegações, que as caravelas iam ao mar e, por isso, as mulheres comprometidas com os navegadores ou não se casavam, ou passavam a lua de mel sozinhas ou corriam o risco de ficarem viúvas.

Ainda em termos de História, foi em agosto que bombas nucleares destruíram as cidades de Hiroshima e Nagasaki no final da Segunda Guerra Mundial, em 1945. No Brasil, foi nesse mês que Getúlio Vargas cometeu suicídio, em 1954, e Jânio Quadros renunciou à presidência do País, em 1961.

Outro apelido para o oitavo mês do ano é ‘mês do cachorro louco’. A explicação seria o aumento do número de cadelas no cio devido às condições climáticas, o que deixa os cachorros ‘loucos’ pelas fêmeas. Em decorrência disso, haveria muitas brigas entre os cães, facilitando a transmissão da raiva.

Por essas e tantas outras crenças, agosto ganhou a fama de mau e, no Twitter, as pessoas são bem criativas na hora de expressar o ‘temor’ pela chegada desse mês. Até a apresentadora Sabrina Sato entrou na brincadeira. Confira alguns memes abaixo:

Emais – Estadão

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