O número de arrombamentos de residências relacionados ao crime de furto caiu 25% em Natal, no período de janeiro ao dia 15 de julho deste ano em comparação a igual período do ano passado. A média, que já foi de quase quatro arrombamentos por dia, é agora de 2,7 casos/dia. Os dados são do Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp), com base nos pedidos de socorro da população para a Polícia, e não incluem queixas registradas diretamente nas delegacias de bairros.
No ano passado, nos primeiros seis meses do ano, foram 717 ocorrências oficialmente registradas pelo Ciosp, enquanto este ano o número foi de 536 casos de arrombamento. A distribuição de ocorrências mostra que no chamado “Top 20” de bairros e conjuntos com maior número de casos, em apenas um houve um crescimento, de 6,25%, em Dix-Sept Rosado, na Zona Oeste da cidade. Assim mesmo, o número de arrombamentos subiu de 16 para 17 no período de 197 dias coberto pelo levantamento estatístico.
Outro dado aponta que a variação no número de ocorrências em Lagoa Nova, também na Zona Oeste, manteve-se estável, com 48 arrombadores em igual período de 2011 e 2012. Em outros 18 bairros da capital, houve uma diminuição no número de arrombamentos, sendo que os índices mais baixos foram registrados no Alecrim (-3,70%) e em Ponta Negra (-7,14).
Já em outros bairros considerados de classe média, como Barro Vermelho e Petrópolis, na Zona Leste, ocorreram a maior queda no número de arrombamentos (-56,25%), seguido de Neópolis (-51,85%), na Zona Sul de Natal.
De acordo com os dados do Ciosp, que funciona no QG de Comando da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, na avenida Rodrigues Alves, no Tirol, em números absolutos, os bairros onde mais ocorrem arrombamentos situam-se na Zona Norte de Natal, sendo que o recordista é o bairro de Nossa Senhora da Apresentação, que, ainda assim, experimento uma redução de casos, caindo de 85 para 72 ocorrências, um índice de -15,29%. No bairro de Lagoa Azul, entre janeiro e a metade de julho de 2011 e de 2012, os casos de arrombamentos diminuíram de 64 para 36 (-43,75%).
Análises dos números
Ex-coordenador do curso superior de Segurança Privada na Faculdade Estácio, o coronel da reserva da PM-RN, Geilton Protásio Bentes, diz que “não se pode fazer uma ligação muita em cima” da criminalidade com a questão do poder aquisitivo da população de um bairro em relação a outro, “pois aí estão os crimes do colarinho branco”. Mas, o coronel Geilton Bentes, avalia que o criminoso só age onde encontra mais facilidade, como diz o dito popular: “O ocasião faz o ladrão”.
O coronel Bentes admite, porém, que em bairros mais nobres da cidade, as dificuldades para os ladrões que atuam nessa modalidade de crime são outras, porque as pessoas podem investir mais em segurança privada, constroem casas de muro alto, com cerca elétrica e também residem em condomínios com vigilância eletrônica, que inibem as ações criminosas: “O criminoso não vai ao local onde corre mais risco”.
Então, segundo Bentes, o criminoso vai procurar entrar “numa casa onde não tem muito aparato de segurança”, embora a criminalidade “esteja em todo lugar”.
Fonte: Tribuna do Norte
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