Economia

Ibovespa volta a desabar e aciona circuit breaker pela 5ª vez em março

Foto: © Reuters/Paulo Whitaker/Direitos Reservados

A bolsa paulista começou a semana com fortes perdas e precisou acionar o mecanismo de circuit breaker antes da primeira meia hora de pregão, mesmo após medidas de bancos centrais para frear os efeitos nocivos da pandemia do novo coronavírus nas economias, com agentes céticos sobre a eficácia dessas ações.

O Ibovespa registrou queda de 12,53%, a 72.321,99 pontos, antes de acionar o mecanismo de circuit breaker, o quinto já registrado em março. As negociações serão retomadas a partir das 10h55. O volume financeiro até o momento na bolsa somava R$ 1,39 bilhão.

A segunda-feira também é marcada pelo vencimento dos contratos de opções sobre ações na bolsa paulista.

Na sexta-feira, o Ibovespa à vista fechou em alta de 13,91%, em dia de recuperação global dos mercados.

O Federal Reserve e outros bancos centrais globais agiram agressivamente no domingo, com a autoridade monetária norte-americana cortando os juros para perto de zero, prometendo centenas de bilhões de dólares em compras de ativos e oferta de financiamento barato em dólar.

Em nota a clientes, o Credit Suisse destacou que esses estímulos emergenciais são medidas fortes, que fazem sentido dada a rápida deterioração econômica como consequência do surto do Covid-19, mas que, mesmo com todas essas iniciativas, o mercado parece estar mais cético e negativo.

O mercado parece estar “preocupado que essas medidas não serão suficientes pra conter o real impacto econômico causado pelo coronavírus, o que pode indicar o inicio de uma semana ainda bem volátil”, afirmou o Credit Suisse em nota a clientes enviada pela corretora do banco.

Bolsas no mundo

No exterior, o futuro do norte-americano S&P 500 perdia 4,78%, enquanto, em Londres, o FTSE 100 recuava mais de 7%. Os preços do petróleo também voltaram a desabar, com o Brent caindo 11%.

“As sequelas do Covid-19 já se fazem presentes na economia global e devem se ampliar ainda mais nas economias da Zona do Euro, EUA e aqui no Brasil, com risco de estarmos próximos de uma recessão global”, destacou a equipe da Mirae Asset, em relatório a clientes.

Entre as ações do Ibovespa, as companhias aéreas estavam entre as mais afetadas, devido ao efeito da pandemia no setor de viagens, além da alta do dólar, com Azul em baixa de 27,56% e Gol perdendo 23,46%, antes do circuit breaker paralisar as negociações. A Azul divulgou medidas para limitar o impacto do vírus.

Agência Brasil

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Finanças

Com anúncio de Pandemia do coronavírus, Ibovespa cai mais de 10% e aciona circuit breaker pela 2ª vez na semana

Foto: Luiz Prado/Divulgação/VEJA

Pela segunda vez na semana, a Bolsa de Valores de São Paulo entrou em circuit breaker, ferramenta que para as negociações no mercado financeiro. O mecanismo foi acionado por volta das 15h14, quando o índice marcou 10,11%, aos 82.887 pontos, menor patamar do Ibovespa desde outubro de 2018. O pânico no mercado se acentuou após a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar a doença causada pelo novo coronavírus (Covid-19) como pandemia. O dólar comercial subia 1,65%, vendido aos 4,72 reais.

A parada é usada como ferramenta de segurança para interromper todas as operações da B3, disparada quando ocorrem fortes quedas atípicas nos preços das ações. Após o retorno, caso caia mais 5%, um novo circuit breaker é acionado por uma hora. Se no total a bolsa cair 20%, os negócios são parados em definitivo no dia.

Na segunda-feira, os negócios foram interrompidos logo na abertura do pregão, devido à crise do petróleo e ao aumento das preocupações do coronavírus. Ao final do pregão, a bolsa caiu 12%. Na terça-feira, o Ibovespa subiu 7%, reagindo à baixa recorde da véspera.

“Estamos profundamente preocupados com os níveis alarmantes de disseminação e severidade e com os níveis alarmantes de inação. Por isso, avaliamos que o Covid-19 pode ser caracterizado como uma pandemia”, afirmou o diretor-geral da OMS Tedros Adhanom Ghebreyesus em entrevista coletiva. A notícia também desanimou mercados no mundo todo. Na tarde desta quarta, os índices caiam na casa de 5%.

Veja

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Economia

Bolsa cai 12%, e dólar fecha em R$ 4,72 em dia de pânico global

Foto: Reuters/Amanda Perobelli/Direitos Reservados

Em um dia de pânico no mercado financeiro global, o dólar aproximou-se de R$ 4,80, mesmo com o Banco Central (BC) vendendo a moeda das reservas internacionais. A bolsa de valores brasileira, a B3, caiu 12%, chegando a ter os negócios interrompidos durante a manhã.

O índice Ibovespa fechou o dia com recuo de 12,17%, aos 86.067 pontos, retornando aos níveis de dezembro de 2018. Essa foi a maior queda para um único dia desde setembro de 1998, quando a Rússia declarou moratória. O dólar comercial encerrou esta segunda-feira (9) vendido a R$ 4,726, com alta de 1,97%, R$ 0,091, no maior valor nominal desde a criação do real.

O BC interveio no mercado duas vezes. Pela manhã, a autoridade monetária vendeu à vista US$ 3 bilhões das reservas internacionais. À tarde, vendeu mais US$ 465 milhões, embora tenha oferecido até US$ 1 bilhão. Até a semana passada, o BC estava apenas leiloando novos contratos de swap cambial, que funcionam como venda de dólares no mercado futuro.

Circuit breaker

Pela manhã, a B3 chegou a ter as negociações interrompidas por 30 minutos porque o Ibovespa tinha caído mais de 10%. Esse é o chamado circuit breaker, mecanismo acionado quando o índice cai mais que determinado nível.

A última vez em que a bolsa tinha tido as negociações interrompidas foi em maio de 2017, após a divulgação de conversas do então presidente Michel Temer com o empresário Joesley Batista, dono da JBS.

Petróleo

Os mercados de todo o planeta, que nas últimas semanas têm atravessado momentos de instabilidade por causa dos receios de uma recessão global provocada pelo coronavírus, enfrentaram um dia de pânico com a disputa de preços entre Arábia Saudita e Rússia em torno do petróleo.

Membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), a Arábia Saudita aumentou a produção de petróleo depois que o governo de Vladimir Putin decidiu não aderir a um acordo para reduzir a extração em todo o mundo.

O aumento de produção num cenário de queda mundial de demanda por causa do coronavírus fez a cotação do barril de petróleo iniciar o dia com queda de mais de 30%. Por volta das 18h, o barril do tipo Brent era vendido a US$ 33,41, com queda de 26,2%. Essa foi a maior queda no preço internacional para um dia desde a Guerra do Golfo, em janeiro de 1991.

Para o Brasil, a queda no barril de petróleo afeta as ações da Petrobras, a maior empresa brasileira capitalizada na bolsa. Os papéis ordinários (com direito a voto em assembleia de acionistas) da companhia fecharam o dia com queda de 29,68%. Os papéis preferenciais (que dão preferência na distribuição de dividendos) caíram 29,7%. Segundo a própria Petrobras, a extração do petróleo na camada pré-sal só é viável quando a cotação do barril está acima de US$ 45.

Consequências

A queda nas cotações do barril de petróleo traz outras consequências para a economia brasileira. Caso os preços baixos se mantenham, a companhia repassará a queda do preço internacional para a gasolina e o diesel. Se, por um lado, a queda beneficia os consumidores; por outro, prejudica o setor de etanol, que perde competitividade.

Os preços mais baixos diminuem a arrecadação de royalties do petróleo e a arrecadação de Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o principal tributo estadual, num momento em que diversos estados atravessam dificuldades financeiras.

Paulo Guedes

Hoje pela manhã, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a dizer que a crise internacional deve afetar menos o Brasil que outros países porque a economia brasileira é mais fechada que a do resto do mundo. O ministro repetiu que a melhor resposta para a crise é a continuidade da agenda de reformas e reiterou que a reforma administrativa pode ser enviada ao Congresso ainda esta semana.

Agência Brasil

Opinião dos leitores

Comente aqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *