Proposta de companhia aérea neozelandesa pretende colocar cápsulas com seis camas cada para serem usadas por um período pré reservado pelos passageiros da classe econômica
Esta é uma proposta que certamente vai agradar muita gente: camas para a classe econômica de uma aeronave. Esta é a proposta anunciada nesta quarta-feira (26) pela Air New Zealand. A companhia aérea acredita que a ideia pode definitivamente revolucionar a experiência de muitos passageiros em voos de longa distância.
A companhia neozelandesa opera alguns dos voos mais longos do mundo e, segundo o diretor de marketing da empresa, Mike Tod (e também de acordo com qualquer pessoa que já tenha ficado mais de 10, 15 horas em uma classe econômica qualquer), a impossibilidade de simplesmente deitar e “se esticar” é uma das maiores dores dos passageiros das classes econômicas em viagens mais longas. “O desenvolvimento do Economy Skynest é uma resposta direta a esse desafio”, explica Tod.
As cápsulas contêm seis camas, cada uma com dois metros de comprimento por 58 centímetros de largura. E tem ainda travesseiro, lençóis, cobertores, tampões para os ouvidos e até uma cortina de privacidade. A idéia é que os pods estejam na cabine da classe econômica e os passageiros reservem as sessões para interromper os voos de longo curso, em vez de ocupá-los durante toda a viagem.
As camas não devem chegar às aeronaves em um período menor que um ano. A Air New Zealand trabalha agora para aprovar o conceito com os reguladores locais. Mais interessante e animador é que a empresa já disse estar disposta a licenciar o formato para outras companhias aéreas também.
Apesar de o projeto das camas ainda não ter saído do papel, a companhia neozelandesa já oferece há algum tempo a possibilidade de o passageiro da classe econômica reservar o que eles chamam de “skycouch”. A proposta consiste em transformar uma fileira de assentos em um grande sofá, inclusive com a possibilidade de ser usado como uma mini-cama após a decolagem.
Carlos Brito, diretor-presidente da AB InBev – Bloomberg News / Paul O’Driscoll
Carlos Brito diz que a companhia que ele administra e as garrafas de cerveja que a empresa vende têm um aspecto muito importante em comum: os conteúdos estão sob pressão.
“Se você quer obter o melhor de seus funcionários é preciso pressioná-los o tempo todo”, disse o diretor brasileiro da Anheuser-Busch InBev NV a uma sala cheia de estudantes na Stanford Graduate School of Business em 2010.
Brito, 55, um protegido do negociador Jorge Paulo Lemann, vem fazendo exatamente isso nos dez anos em que está no comando da fabricante da Budweiser. Ele elaborou um estilo de gerenciamento muito exigente que lhe rendeu margens de lucro incomparáveis na indústria e elogios tanto dos analistas do setor de bebidas alcoólicas quanto de decanos de faculdades de Administração. Os retornos aos acionistas durante sua administração foram quase o dobro que o de seus colegas.
Agora, Brito — um milionário que vai de jeans ao trabalho, evita os escritórios e prefere viajar na classe econômica — embarcou em sua maior jogada, uma transação de US$ 106 bilhões para comprar a cervejaria britânica SABMiller Plc. A oferta da terça-feira, a quarta após um mês de combate público, conseguiu a aceitação do conselho da SABMiller onde as propostas anteriores tinham fracassado.
“Carlos Brito é um dos figurões mais calculistas e batalhadores que eu já tive oportunidade de ver em ação”, disse David “Bump” Williams, que dirige uma firma de consultoria no setor de bebidas alcoólicas em Shelton, Connecticut, em mensagem enviada por e-mail. “Talvez ele não seja o tipo de pessoa que iria com você a um jogo de beisebol e dividiria uma cerveja, mas em termos de negócios há muito poucos melhores do que ele”.
VENDAS ESTAGNADAS
Em parte, a decisão foi impulsionada pela pressão que o próprio Brito está sentindo, pois as vendas em mercados-chave, como os EUA e o Brasil, estão estagnando. As ações da AB InBev caíram 15% nos últimos seis meses. Com a fusão, a cervejaria terá acesso a mercados de crescimento mais acelerado na África, onde 65 milhões de pessoas chegarão à maioridade para o consumo de bebidas alcoólicas até 2023.
Mas são os executivos da SABMiller que vão vivenciar em breve a existência carregada de pressão que Brito adota. Basta perguntar a um dos gerentes de longa data da Anheuser-Busch em St. Louis — se você conseguir encontrar algum. Quando a InBev de Brito comprou a histórica cervejaria americana em 2008, ele demitiu aproximadamente 1.400 pessoas, cerca de 6% da folha de pagamento da empresa nos EUA. Com os cortes, Brito teve a oportunidade de encaixar funcionários mais jovens e ambiciosos que aderiram à cultura eficiente e voltada aos resultados que ele professa.
“A primeira camada dos dois escalões administrativos mais altos foi embora desde o primeiro dia” depois de fechado o negócio, disse ele aos estudantes de Stanford. “Isso foi ótimo porque nós promovemos pessoas e eles disseram: ‘Essa é minha companhia agora’”.
LEMANN É O MENTOR
Brito aprendeu esse modelo de negócios com o também brasileiro Lemann, que pagou os estudos de Brito em Stanford e tem sido seu mentor desde então. Depois de estudar engenharia mecânica no Rio de Janeiro, onde nasceu, Brito conhece Lemann, 76, através de um amigo da família. Quando Brito se formou em 1989, ele foi trabalhar como gerente de vendas na Brahma, uma cervejaria brasileira controlada por Lemann. Agora, ele é membro fundador da firma de private equity 3G Capital, que financia a AB InBev.
A Brahma cresceu através de aquisições e em 2004 se fundiu com a Interbrew, da Bélgica. O acordo transformou a player regional latino-americana em uma potência mundial, com marcas, como Stella Artois, que existem há séculos. Em dois anos, Brito e seus partidários brasileiros estavam no comando, substituindo o diretor-presidente John Brock.
Esses acólitos, como o diretor financeiro Felipe Dutra e o diretor de vendas Luiz Fernando Edmond, trabalham ao redor de uma mesa grande na sede da empresa em Park Avenue, Nova York. Há uma diferença gritante com os confortáveis escritórios panorâmicos que pontilham a maior parte dos arranha-céus do centro de Manhattan — sem falar nos alojamentos da SABMiller no elegante bairro de Mayfair, em Londres.
Por que essas acomodações tão simples? “Porque isso faz com que a informação flua”, disse Brito em 2010. “Estabelecemos conexões em reuniões de dois minutos na mesa. Conseguimos fazer muito mais coisas. Não há onde se esconder”.
Normal. É como andam os cachaceiros, o que ele representa, além de vender um produto ruim, se vangloria em passar seu recado para que empresários coloquem seus funcionários sobre pressão para tirar o melhor deles e com isto conseguir grandes lucros. Como vai a saúde dos teus colaboradores. Vai te catar fanfarrão. Deve ter tomado uma para dar a entrevista.
Ideia genial. Espero que todas as companhias aéreas copiem.