A Igreja Católica levanta a bandeira de combate à corrupção, tendo na punibilidade um fator corretivo e preventivo. Por isso, o Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) cobrou do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF), providências para punição de corruptos. Por meio nota oficial, os integrantes do colegiado, considerando as denúncias de desvio de recursos públicos, advertiram que a sociedade chega “a colocar em xeque a credibilidade das instituições”.
Os bispos cobraram aos deputados e senadores, na sexta-feira (22), resultado nas investigações em andamento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira. Os integrantes da CNBB manifestaram aos ministros do STF a expectativa de que avancem no julgamento dos 36 acusados pelo Ministério Público de participar de formação de quadrilha, prevaricação, peculato e lavagem de dinheiro no episódio do mensalão.
O processo em julgamento pelo STF resulta dos trabalhos de investigação da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquéritos) dos Correios, em 2006. De outro lado, a CPMI em curso no Congresso investiga a participação de políticos e agentes públicos e privados em um esquema de corrupção que seria comandado pelo empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
“Esperamos que a CPMI dê em alguma coisa. O Congresso Nacional deve representar nossa sociedade. Isso é fundamental para que o trabalho dos deputados e senadores não termine em pizza”, declarou o presidente da CNBB, cardeal Raymundo Damasceno Assis.
De acordo com o cronograma da Corte, está previsto para agosto o julgamento dos réus do mensalão no STF. “Se a Justiça não cumpre sua missão, isso servirá de estímulo para outros crimes”, disse o cardeal Raymundo Damasceno.
Aproveitando que 2012 é um ano eleitoral, a Conferência Nacional vai estimular os padres a debaterem com os fiéis o tema da ética pública, ensejando que os eleitores cobrem dos candidatos compromisso no cumprimento de projetos que melhorem a qualidade de vida nas comunidades e nos municípios. A orientação é que os párocos incentivem a comunidade a promover debates com a participação dos próprios candidatos.
O Conselho Permanente é o órgão de orientação e acompanhamento da atuação da CNBB e dos organismos a ela vinculados. Está abaixo da Assembléia Geral, órgão supremo da entidade, conforme o Artigo 27 do seu estatuto canônico.
Com informações da Agência Brasil
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