Com o objetivo de otimizar as ações educativas de combate à dengue, o secretário municipal de saúde, Jalmir Simões, reuniu sua equipe na manhã da última quinta-feira (17). Também esteve presente no encontro Valter Luiz dos Santos, representante da Secretaria de Saúde do Rio Grande do Norte. “O município vem desenvolvendo diversas ações educativas em parceria com as escolas e Unidades Básicas de Saúde (UBS). Estamos fazendo um trabalho integrado sobre a conscientização de combate ao mosquito Aedes egipity. Atualmente, São Gonçalo dispõe de uma equipe de borrifadores e, desde a primeira semana do mês de março, a unidade da UBV (carro fumacê) vem trabalhando fortemente nas ruas da cidade”, afirma Jalmir.
De acordo com a Vigilância Sanitária do município, 97% dos focos do mosquito estão nas residências. “O trabalho de conscientização deve iniciar em casa. A população também deve participar, por exemplo, ao denunciar terrenos baldios com possíveis focos do mosquito. A UBV atua no suporte, mas todos devem cumprir sua parte”. Acrescenta Vicente Mauricio, Coordenador Geral da Vigilância Sanitária.
A partir da próxima segunda-feira (21), 2 unidades da UBV estarão nas seguintes comunidades: Serrada, Novo Amarante, Amarante, Jardim Lola, Golandim, Novo Santo Antônio, Santo Antônio, Centro e Santa Terezinha.
Ações de combate ao mosquito:
Tampe os toneis e caixas d’agua, mantenha as calhas sempre limpas e as garrafas sempre viradas para baixo. Lembrando que o Aedes Aegypti é um mosquito doméstico que se alimenta através de sangue humano. A reprodução acontece em água limpa e parada, podendo também transmitir chikungunya e o vírus da Zika.
Primeiro município brasileiro a adotar uma estratégia diferenciada para o diagnóstico precoce e a prevenção ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zikavírus e febre chukungunya, Natal se prepara para apresentar os resultados alcançados com a nova metodologia ao Ministério da Saúde, em agosto. Entre eles estão a redução do período de epidemia da dengue deste ano, que durou cerca de dois meses e a otimização das ações e dos recursos humanos da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) utilizados no combate ao vetor.
Segundo o chefe do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da SMS, Alessandre Medeiros, o objetivo principal é diminuir drasticamente a possibilidade de uma nova epidemia da doença e evitar a ocorrência e notificação de novos casos das enfermidades transmitidas pelo mosquito. Ele destacou que a nova metodologia, que vem obtendo sucesso em suas metas, será apresentada ao Estado nos próximos dias e aos representantes do Ministério da Saúde, no próximo mês.
Alessandre Medeiros explicou que antes, o controle vetorial do mosquito transmissor da dengue era feito de forma homogênea em todo o município, com visitas de rotina aos imóveis, em determinados intervalos de tempo. No entanto, esse modelo, aplicado em todo o país, não leva em consideração as particularidades de cada bairro ou região, o que compromete a eficácia dos procedimentos realizados para prevenção e combate à dengue.
Hoje, com a aplicação dessa nova metodologia de trabalho, é possível não apenas a detecção das necessidades específicas de cada bairro ou área do município, em vários cenários de riscos. Além de permitir o melhor planejamento do conjunto de ações diferenciadas a serem feitas, também contribui para a otimização das atividades a serem realizadas e o monitoramento das situações humana e vetorial de toda Natal.
“Planejamos uma estratégia específica para cada cenário de risco apresentado, o que exige muito mais capacidade técnica para análise e planejamento das ações, para cada semana. E os resultados são positivos e animadores, pois conseguimos reduzir em mais da metade o tempo da última epidemia de dengue em Natal, que durou cerca de dois meses apenas, ao contrário dos anos anteriores”, afirmou.
Natal escolhida internacionalmente
Alessandre Medeiros disse que, em abril passado, foi realizada uma reunião internacional como grupo de pesquisas em dengue da Organização Mundial da Saúde (OMS) em Natal, que foi escolhida para sediá-la por causa da nova metodologia aplicada no município. “Fomos escolhidos como município modelo pela implementação das novas estratégias adotadas recentemente e, na ocasião, quando tivemos participantes de vários países da América, como Argentina e México, que discutiram conosco as novas formas de controle e prevenção da dengue”, falou.
O chefe do CCZ-SMS explicou ainda que o órgão enviou as planilhas construídas a partir dos dados coletados no município à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), para a demarcação do mapa de risco de Natal e que servirão para os próximos anos. E afirmou ainda que uma técnica da CCZ está em Brasília para participar da reunião de estudos dos indicadores para a detecção precoce de epidemia de dengue. Na ocasião, ela apresentará a opinião do município sobre a mudança das estratégias usadas na prevenção e combate ao Aedes, que trouxe muitas vantagens para o trabalho realizado por Natal.
A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) realizou, na manhã desta quarta-feira (01), no Hotel Praia Mar, em Ponta Negra, o Fórum Estadual sobre Controle e Prevenção da Dengue e Inovação Tecnológica, em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
O objetivo foi apresentar a situação da dengue no estado aos municípios e ofertar um espaço de discussão sobre o tema, além de sensibilizar os gestores municipais para adesão ao projeto do Observatório da Dengue, desenvolvido por professores e alunos da UFRN.
Presente na abertura do evento, o Secretário de Estado da Saúde Pública, Ricardo Lagreca, falou da importância da união de esforços para controlar essa doença evitável. “O apoio da Sesap aos municípios é irrestrito, mas nós também precisamos que todos se inteirem do assunto e assumam suas responsabilidades nesse processo. Precisamos nos associar e ser colaborativos, num envolvimento maciço para tratar a origem do problema, que são os ovos do mosquito”, frisou o secretário.
O Rio Grande do Norte vive uma epidemia de dengue, decretada no último dia 27 de março pelo secretário estadual de saúde. A medida foi tomada com base no Diagrama de Controle da Dengue, ferramenta que identifica a situação de epidemia de acordo com o comparativo de anos anteriores que não foram epidêmicos. A última epidemia de dengue decretada no Rio Grande do Norte havia sido em 2008.
Em 2015, até o último dia 28 de março, foram notificados 7.530 casos suspeitos de dengue, o que representa um aumento de 220,84% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando houve 2.347 casos notificados. Até o momento, houve 774 confirmações da doença. Foram notificados sete óbitos suspeitos, com a confirmação laboratorial de apenas um óbito pela doença, até o momento.
A subcoordenadora de vigilância epidemiológica da Sesap, Stella Leal, solicitou aos municípios que intensifiquem o processo de inserção das notificações nos sistemas nacionais de cadastramento online, já que 41 cidades do estado estão em situação “silenciosa”, ou seja, ainda não apresentaram nenhuma notificação de caso suspeito de dengue este ano. Stella também reforçou o apoio do Ministério da Saúde no combate a doença. “Este ano o Ministério da Saúde já enviou para todos os municípios um recurso financeiro de 12% sobre o piso fixo da Vigilância em Saúde, de acordo com a Portaria 2.757, para ações de controle da dengue. Além de também disponibilizar manuais com diretrizes para organização dos serviços de saúde e prevenção e um aplicativo para celular, o UNA SUS Dengue, para ser utilizado pelos profissionais de saúde com orientações para o correto manejo dos pacientes com dengue”, destacou a subcoordenadora.
O coordenador do Laboratório de Inovação e Tecnologia em Saúde (LAIS) da UFRN, Ricardo Valentim, explicou o funcionamento do Observatório da Dengue e frisou que a adesão dos municípios ao projeto não exige nenhuma contrapartida financeira.
A ferramenta, desenvolvida através do Telessaúde Brasil Redes/Governo Federal, funciona basicamente com dois módulos: um para ser utilizado pelos agentes de endemias – promovendo redução de custos com formulários e economia de tempo na disponibilização dos dados estatísticos – e outro módulo para ser utilizado pela população com denúncias on-line dos focos do mosquito da dengue ou de pessoas infectadas com a doença. A ferramenta já está sendo utilizada em Natal, e para fazer denúncias, basta acessar: www.telessaude.ufrn.br/observatoriodadengue
“Esse esforço coletivo no combate a dengue é extremamente produtivo. A UFRN gera conhecimento e a Sesap faz com que esse conhecimento se torne algo operacional. O Observatório da Dengue vai consubstanciar as decisões dos gestores, ou seja, vai dar subsídios para que decisões efetivas sejam tomadas no combate a dengue”, disse Ricardo Valentim.
Estiveram presentes no Fórum cerca de 250 participantes, entre secretários municipais de Saúde, Conselho dos Secretários Municipais de Saúde (COSEMS), Federação dos Municípios do RN (FEMURN), Conselho Estadual de Saúde (CES) e Unidades Regionais de Saúde Pública (URSAPs).
A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) reuniu, na manhã desta terça-feira (24), representantes dos municípios da Grande Natal para discutir as atividades de prevenção e controle da dengue nessa região.
De acordo com Stella Leal, subcoordenadora de vigilância epidemiológica da Sesap, o Governo do Estado atua no monitoramento, apoio e estímulo às ações de controle da dengue em cada município. “O nosso objetivo com essa reunião é, mais uma vez, chamar a atenção para a grande subnotificação de casos e ver qual a programação de cada município no controle vetorial, com a atuação dos agentes comunitários de endemias”, disse.
A Sesap vem realizando diversas ações no combate a dengue, com destaque para capacitações para agentes de endemias, visitas aos municípios para prestar apoio técnico, além da operação de UBV (carro fumacê) em Currais Novos, Natal, Acari, Parelhas, Carnaúba dos Dantas, Bodó e Cerro Corá, conforme os critérios estabelecidos em nota técnica.
Para a coordenadora do Programa Estadual de Controle da Dengue, Sílvia Dinara Alves, a principal arma contra a doença é a prevenção, responsabilidade de todos. “A utilização do UBV é importante, mas é um paliativo. É preciso controlar as formas imaturas do mosquito e aproveitar para eliminá-los no criadouro, quando estão concentrados, num ambiente restrito e vulneráveis”, explicou a coordenadora. Sílvia Dinara também reforçou a necessidade de ações contínuas e uma maior integração entre as áreas da atenção básica, vigilância epidemiológica e controle vetorial de cada município para a prevenção eficaz da doença.
Estiveram presentes na reunião técnicos das equipes de vigilância epidemiológica, atenção básica, educação e comunicação, e controle vetorial dos municípios de São Gonçalo, Extremoz, Parnamirim, Natal e Ceará-Mirim.
Secretário de Saúde sugere parceria da Cruz Vermelha no combate a dengue
O secretário de Estado da Saúde Pública, Ricardo Lagreca, sugeriu à Cruz Vermelha Brasileira uma parceria para o combate a dengue no Rio Grande do Norte. Segundo Lagreca, a Cruz Vermelha pode ser uma grande parceira nesta “guerra” contra o mosquito Aedes Aegypt.
A proposta foi aventada pelo secretário Ricardo Lagreca numa reunião ocorrida na manhã desta terça-feira (24), em seu gabinete, com representantes da Cruz Vermelha Brasileira que desejam estreitar mais as ações do órgão com a Sesap.
De acordo com Marcus Amorim, coordenador e gestor hospitalar da Cruz Vermelha no Rio de Janeiro, o órgão já atua no trabalho de prevenção a dengue, mas a sugestão do secretário Ricardo Lagreca é bem vinda. Para tanto, já foi agendada uma reunião com a coordenadora de Promoção a Saúde da Sesap, Cláudia Frederico, para esta quarta-feira (25), às 8h, objetivando discutir o assunto.
A Secretaria Municipal de Saúde vai realizar, nos dias 6 e 7 de fevereiro, uma oficina com seus servidores para a construção de um Plano de Contingência da Dengue em Natal. A oficina acontece no Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva (NESC), localizado no Campus Universitário, das 8h às 12h.
Segundo o chefe do Centro de Controle de Zoonoses, Alessandre Tavares, como o primeiro semestre do ano costuma ser um período epidêmico, a SMS pretende construir um plano operativo para o enfrentamento de possíveis agentes endêmicos.
“O Plano de Contingência é um importante instrumento para planejarmos as possíveis ações de resposta, possibilitando a contenção na expansão de uma situação epidêmica, bem como contribuindo para minimizar o impacto dessa situação para a rede e a população”, explicou Alessandre.
A oficina será dividida em duas etapas. Na primeira será feita a apresentação da situação epidemiológica da cidade de Natal e, na segunda etapa, os participantes serão divididos em grupos que deverão elaborar ações exequíveis caso existam níveis de alerta deflagráveis durante a Copa do Mundo de 2014.
O Centro de Controle de Zoonoses vai realizar, ainda, a partir de fevereiro, uma monitoria dos índices de infestação pelos mosquitos Aedes Aegipty e Coolex (idêntico ao do Aedes Aegipty, transmissor da dengue) na praia de Ponta Negra, além de ações educativas de prevenção aos agentes endêmicos.
No período de 10 a 14 de fevereiro, representantes do Ministério da Saúde estarão em Natal para avaliar o Plano de Contingência elaborado na oficina.
Comente aqui