Diversos

Beber para esquecer? Consumo de álcool reforça memórias negativas, diz estudo

Quando os problemas apertam, há quem recorra a uma boa dose de bebida alcoólica para tentar esquecê-los. Mas, segundo um estudo feito por pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, o efeito é um pouco diferente. O consumo de álcool, na verdade, reforçaria as memórias negativas.

No estudo, dividiram ratos de laboratório em dois grupos. Um bebeu água por duas horas e o outro, grande quantidade de álcool. Depois, todos foram submetidos a um som específico seguido de descarga elétrica. No dia seguinte, os animais ouviram o mesmo barulho, mas sem o choque. Os que tinham ingerido álcool demonstraram lembrar mais do choque do que os outros.

Para a coordenadora da Comissão de Dependência Química da Associação Brasileira de Psiquiatria, Ana Cecília Marques, o estudo deve ser feito em humanos para resultados mais precisos. Por enquanto, o que é certo, diz ela, é que, na primeira fase da bebedeira, o álcool pode resgatar memórias antigas, não necessariamente as vividas enquanto se bebe.

— Dependendo da dose, memórias mais intensas, boas ou ruins, podem ser desencadeadas por conta da liberação de dopamina, que estimula a acetilcolina (hormônio da memória) no sistema límbico (responsável pelas emoções) — explica.

Ela fala ainda como o álcool age naqueles que bebem para amenizar alguma dor:

— A dopamina traz a sensação de anestesia e a pessoa não fica presa ao mal estar que vive. Mas com o fim do efeito, tem que enfrentar a realidade como é.

Afogar mágoas e não parar de falar sobre elas

Se quando se começa a beber a tendência é lembrar de coisas não tão boas, após algumas doses a mais, a sensação é de relaxamento mental.

— Após duas a três latas de cerveja, passa a se abolir a atenção, o reflexo, a capacidade de tomar decisões — conclui Ana Cecília.

O neurologista André Gustavo Lima afirma que o estudo da universidade americana pode trazer respostas químicas para um comportamento já conhecido: falar sem parar.

— Quem bebe fica desinibido, então, fala mais ainda do que o incomoda. O álcool ocupa receptores de glutamato do lobo frontal (responsável pelo planejamento de ações e movimento, bem como o pensamento abstrato) o que causa essa desinibição — diz o membro da Academia Brasileira de Neurologia.

Sinais de ressaca

Dor de cabeça

O álcool causa a dilatação dos vasos sanguíneos do cérebro, provocando o incômodo. Mas evite tomar medicação que tenha paracetamol. Elas sobrecarregam o fígado.

Sede e boca seca

São sinais de que o corpo está desidratado. Tome bastante líquido, como água, sucos, e isotônicos. Não entre na onda de tomar mais uma. Isso só intoxica mais o corpo.

Enjoos e náuseas

A bebida ataca o aparelho digestivo, aumenta a produção de suco gástrico e de secreções intestinais, podendo causar gastrite e vômito. Por isso, alimente-se de forma leve.

Sonolência

O álcool desregula a produção de glutamina, um estimulante natural do organismo. Isso agita o cérebro e dificulta o sono. Para se recuperar, descanse.

Não fume

Quanto mais nicotina, menos oxigênio no sangue, o que apressa e facilita a intoxicação pela bebida alcoólica.

Extra – O Globo

 

Opinião dos leitores

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Jornalismo

MP cobra das Prefeituras medidas para evitar consumo de álcool por menores em festas

O Ministério Público expediu uma Recomendação aos municípios de Areia Branca, Grossos e Tibau para que tomem providências para dificultar o consumo de bebidas alcoólicas por menores em festas.

O MP pede ao gestores públicos que informem a  indicação dos horários de início e termino do eventos, que exijam a apresentação da carteira de identidade nos shows e só permitam a presença de menores nas baladas quando estes estiverem acompanhados por pais ou responsáveis.

O órgão ressalta a importância do Conselho Tutelar nos eventos, pois estes tem o dever de coibir eventuais infrações referentes aos menores.

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