Saúde

Risco de transmissão da Covid-19 é maior entre membros de uma família, e isso até é uma notícia boa, diz novo estudo; entenda

Foto: (monzenmachi/Getty Images)

Enquanto a Covid-19 avança para a marca de 100 mil casos confirmados no mundo, especialistas em saúde pública estão correndo para tentar entender melhor como o vírus se espalha pela população. Agora, uma nova análise revelou o que parece ser uma boa notícia: as chances de infecção entre membros de uma mesma família são muito mais altas do que entre um paciente e pessoas que tenham contato com ele fora de casa – o que ajuda a conter o espalhamento do vírus.

O estudo, feito pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, acompanhou os 10 primeiros casos da doença confirmados em território americano. Os pesquisadores rastrearam todas as pessoas que tiveram “contato próximo” com os pacientes – ou seja, que permaneceram a no máximo 1,8 metros do infectado por um intervalo maior que 10 minutos. Isso levou a um total de 445 pessoas acompanhadas, entre pessoas que moram na mesma casa que os infectados (19), indivíduos que compartilharam espaços com eles fora de casa (204) e agentes de saúde que atenderam os pacientes (222).

Dessa amostragem, apenas duas pessoas acabaram infectadas com o coronavírus – ambas eram parentes que compartilhavam a mesma casa com os pacientes confirmados. Nenhum outro caso testou positivo para o SARS-cov-2019, incluindo cinco pessoas que permaneceram em contato domiciliar com pessoas infectadas por longos períodos.

Os resultados são positivos porque indicam que muitas pessoas que entram em contato com infectados fora de suas casas não acabam infectadas. E também mostra que a epidemia pode ser enfraquecida com medidas de precaução e de higiene, especialmente dentro de famílias com casos suspeitos ou confirmados.

A conclusão da pesquisa também faz sentido: o vírus passa de pessoa para pessoa através de fluídos, como gotículas de saliva. O contato é essencial para que a doença entre no organismo: principalmente através das mãos sendo levadas à boca ou ao nariz. Esses tipos de contato mais diretos se concetram em relações familiares, o que explicaria os resultados.

Mas há ressalvas importantes: o estudo foi feito com uma base de dados pequena: apenas 10 casos (até essa quarta, dia 04, os Estados Unidos já haviam confirmado 138 ocorrências). E o país, assim com a Alemanha, já registrou casos de Covid-19 sem fonte determinada, ou seja, em pessoas que não viajaram para o exterior e nem tiveram contato claro com nenhuma pessoa conhecida que esteve em outro país ou que teve o diagnóstico confirmado. Isso pode indicar que a doença pode sim se espalhar por contatos aleatórios, apesar de parecer bem mais difícil.

Além disso, muitos casos são assintomáticos ou apresentam sintomas leves, principalmente em pessoas mais jovens – mas, mesmo nesses casos, parece ser possível a transmissão do vírus para outras pessoas. Resumindo: não dá para se descuidar.

No Brasil, até agora, são três casos confirmados, todos em São Paulo. Não se conhece nenhum caso de transmissão entre familiares por enquanto – todos parecem ter sido “importados” da Europa, especialmente da Itália, que enfrenta um surto da doença. De qualquer forma, o Ministério da Saúde recomenda precauções, como lavar bem as mãos com água e sabão ou higienizá-las com gel antisséptico; evitar grandes aglomerações e pessoas com sintomas; evitar tocar a boca, nariz e olhos antes de lavá-las e procurar uma unidade de saúde caso sintomas apareçam.

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Meio Ambiente

Satélite flagra redução notável em poluição na China após coronavírus

A Nasa registrou uma redução significativa na poluição atmosférica da China. A imagem captada por um satélite revela uma diminuição nas concentrações de dióxido de nitrogênio (NO2), um dos principais poluentes do ar, após a quarentena imposta pelo governo a diversas cidades por conta da epidemia de Covid-19.

A primeira região a registrar uma queda no nível de NO2 foi Wuhan, epicentro da doença. Os mapas abaixo mostram, na esquerda, a concentração da substância entre os dias 1 e 20 de janeiro, antes da imposição da quarentena. Já do lado direito, apontam a incidência do poluente entre os dias 10 e 25 de fevereiro.

“Há evidências de que a mudança está pelo menos parcialmente relacionada à desaceleração econômica após o surto de coronavírus”, afirmou o Observatório da Terra da Nasa. O que faz sentido, já que autoridades chinesas tomaram medidas drásticas para conter a doença. Além de restringir o deslocamento da população, diversas fábricas foram temporariamente fechadas no país.

A queda também coincidiu com as férias do Ano Novo Lunar, porém, as concentrações de NO2 no leste e no centro da China foram de 10 a 30% menores do que o observado no período normalmente. Além disso, não houve recuperação dos níveis após o feriado.

Um outro estudo feito em fevereiro indica que as emissões de carbono no país diminuíram em pelo menos 100 milhões de toneladas. Esse número representa cerca de 6% das emissões globais durante o mesmo período do ano passado.

OLHAR DIGITAL

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Saúde

Brasil confirma 3º caso de coronavírus; menina de 13 anos é monitorada

Imagem: reprodução

O Ministério da Saúde confirmou nesta quarta-feira (04) o terceiro paciente com coronavírus no país, que também mora em São Paulo. O homem tem 46 anos, é de nacionalidade Colombiana, mora em São Paulo, e foi atendido hoje no hospital Albert Einstein, com sintomas de tosse seca e dificuldade de respirar.

Administrador de empresas, ele viajou recentemente para Espanha, Itália, Áustria e Alemanha. “Ele está clinicamente bem. Já foi levantado em qual voo ele estava, e as pessoas próximas a ele já foram notificadas e serão monitoradas”, explicou o ministro Luiz Mandetta, em coletiva de imprensa.

A pasta investiga, ainda, um quarto possível caso da doença, em uma adolescente de 13 anos, que foi atendida no hospital Beneficência Portuguesa. O primeiro teste já deu positivo, mas exames de contraprova estão sendo realizados para confirmar a amostra. De acordo com Mandetta, ela esteve em Milão e depois na região de Dolomitas, na Itália, onde visitou um hospital por causa de uma lesão no joelho.

Segundo novo balanço divulgado nesta tarde, o número atualizados da doença está em 530 casos suspeitos, 3 confirmados e 315 descartados.

Além do novo paciente, há mais dois casos confirmados em SP: um homem de 61 anos e outro de 32. Todos os casos são importados, ou seja, foram trazidos para o Brasil.

Segundo o ministério, eles não apresentaram problemas de saúde ou complicações decorrentes da doença, nem foram registrados sinais ou sintomas em pessoas próximas.

O surto de Covid-19, nome oficial do coronavírus, pode causar infecções respiratórias como pneumonia. A doença já provocou mais de 3.100 mortes e infectou mais de 90 mil pessoas em cerca de 70 países e territórios.

Das pessoas que contraíram a doença, cerca de 48 mil se recuperaram, segundo autoridades de saúde de vários países.

Além das mortes na China, onde o surto foi detectado em dezembro, há registro de mortes no Irã, na Itália, Coreia do Sul, no Japão, na França, em Hong Kong, Taiwan, na Austrália, Tailândia, nos Estados Unidos, em San Marino e nas Filipinas.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como emergência de saúde pública internacional de risco “muito elevado”.

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Saúde

CORONAVÍRUS: Paciente com teste positivo para Covid-19 é de SP

O Hospital Albert Einstein, na Zona Sul da capital paulista, registrou em 25 de fevereiro a notificação do caso suspeito de um homem de 61 anos. Ele é brasileiro e viajou para o norte da Itália entre 9 e 21 de fevereiro. O paciente tem sinais brandos da doença, como tosse, e está em isolamento domiciliar.  Foto: Arte/G1

O Ministério da Saúde afirmou que está comprovado o caso positivo de coronavírus na capital paulista. Este é o primeiro caso da doença no país, que já chegou a ter casos investigados, mas todos deram negativo.

De acordo com o ministro Luiz Henrique Mandetta, o paciente chegou assintomático e, depois de alguns dias, procurou um serviço de saúde com sintomas respiratórios. O hospital Albert Einstein registrou a suspeita, fez um teste, que deu positivo. O caso foi para o Instituto Adolfo Lutz para contraprova, que foi concluído rapidamente e comprovou a infecção por coronavírus.

O coronavírus é conhecido desde 1960. A doença provocada pelo novo coronavírus, chamada de Covid-19, está sendo investigada, mas apresenta gravidade moderada a leve, segundo o Ministério da Saúde. Cada pessoa infectada pode transmitir para duas ou três pessoas, em alguns casos chegando a sete. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o período de incubação varia de 0 a 14 dias, mas já há estudos apontam que os sintomas aparecem de 9 a 10 dias.

Um estudo feito com 44 mil pessoas com casos confirmados apontou que a maioria dos infectados tinham idade entre 40 e 69 anos. Destes, 1.023 morreram. Os quadros mais graves deste estudo apareceram em pessoas acima de 60 anos.

O Hospital Albert Einstein, na Zona Sul da capital paulista, registrou em 25 de fevereiro a notificação do caso suspeito de um homem de 61 anos. Ele é brasileiro e viajou para o norte da Itália entre 9 e 21 de fevereiro. O paciente tem sinais brandos da doença, como tosse, e está em isolamento domiciliar.

“O paciente encontra-se em bom estado clínico e sem necessidade de internação, permanecendo em isolamento respiratório que será mantido durante os próximos 14 dias. A equipe médica segue monitorando-o ativamente, assim como as pessoas que tiveram contato próximo com ele”, diz nota do Hospital Albert Einstein (veja nota completa abaixo).

Segundo o Ministério da Saúde, no atendimento, o hospital “adotou todas as medidas preventivas para transmissão por gotículas, coletou amostras e realizou testes para vírus respiratórios comuns e o exame específico para SARS-CoV2 (RT-PCR, pelo protocolo Charité), conforme preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Com resultados preliminares realizados pela unidade de saúde e de acordo com o Plano de Contingência Nacional, o hospital enviou a amostra para o laboratório de referência nacional, Instituto Adolfo Lutz, para contraprova.

Este processo de validação dos resultados está em curso e o Ministério da Saúde divulgará o laudo final da investigação oportunamente. A pasta recomenda, portanto, cautela sobre quaisquer informações que não sejam as oficiais, uma vez que a investigação não está concluída.

Trata-se de um homem de 61 anos, residente em São Paulo/SP. Traz o histórico de viagem para a Itália, na região da Lombardia (norte do país), a trabalho, sozinho, no período de 09 a 21 de fevereiro. Iniciou com sinais e sintomas (Febre, tosse seca, dor de garganta e coriza) compatíveis com a suspeita de Doença pelo Coronavírus 2019 (COVID-19). O paciente está bem, com sinais brandos e recebeu as orientações de precaução padrão.

A SES/SP e SMS/SP estão realizando a identificação dos contatos no domicílio, hospital e voo, com apoio da Anvisa junto à companhia aérea”, diz a nota do Ministério da Saúde.

Nota do Hospital Albert Einstein

“O Hospital Israelita Albert Einstein informa que recebeu na noite do dia 24 de fevereiro, na Unidade Morumbi, em São Paulo, um paciente com sintomas semelhantes aos do Covid-19, sendo confirmada a infecção viral pelo novo coronavírus após a realização do teste PCR em tempo real. Na manhã do dia 25 de fevereiro o caso foi notificado à Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo.

A equipe assistencial do Pronto Atendimento seguiu com rigor todos os protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde, Organização Mundial de Saúde (OMS) e Centers for Disease Control and Prevention (CDC-EUA), para oferecer o atendimento apropriado e garantir a segurança do paciente e de todos os profissionais envolvidos.

O paciente encontra-se em bom estado clínico e sem necessidade de internação, permanecendo em isolamento respiratório que será mantido durante os próximos 14 dias. A equipe médica segue monitorando-o ativamente, assim como as pessoas que tiveram contato próximo com ele.

Desde o início da epidemia mundial, o Hospital Israelita Albert Einstein mantém uma agenda ativa de monitoramento do avanço de novos casos e evolução do cenário mundial. O Hospital, que conta com os mais avançados recursos diagnósticos e assistenciais para os atendimentos que se fizerem necessários, inclusive os mais graves, vem atuando no treinamento intensivo de seus colaboradores com o objetivo de assegurar a oferta de atendimento adequado, bem como a segurança de pacientes, familiares e funcionários.

O Hospital Israelita Albert Einstein reforça que os padrões de conduta em todas as situações têm como foco preservar a segurança de todos os pacientes da instituição e manter a excelência nos atendimentos de qualquer natureza”,diz a nota.

Com G1

Opinião dos leitores

  1. Governo já devia ter declarado estado de alerta máximo e de emergência. Vão morrer milhares pra ele começar a tomar providências

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Saúde

OMS nomeia infecção por coronavírus de Covid-19

Foto: Denis Balibouse/Reuters/Direitos Reservados

A infecção provocada pelo novo coronavírus detectado na China passa a ter o nome oficial de Covid-19. A decisão foi anunciada na tarde desta terça-feira (11), em Genebra, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), no início de um encontro de especialistas internacionais. O nome é um acrônimo do termo “doença por corona vírus” em inglês – CoronaVirus Deceased 2019.

Na abertura do encontro, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, anunciou que dentro de um ano e meio poderá estar disponível uma vacina para tratar a doença.

Segundo ele, o novo vírus é “mais poderoso do que qualquer ataque terrorista” e defendeu a necessidade de utilizar “todas as armas disponíveis” para combatê-lo.

Francisco George, especialista em saúde pública e antigo diretor-geral de Saúde, disse que este é o tempo da Ciência e enfatizou a importância da troca de informação entre cientistas, investigadores e peritos em saúde pública.

Segundo um comunicado da OMS, os especialistas vão se basear na pesquisa dos tipos de coronavírus que provocaram a Síndrome Respiratória Aguda (Sars) e Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers) para identificar lacunas e prioridades de investigação.

O objetivo é que haja coordenação na investigação para que se descubra a fonte exata do surto, que começou na cidade chinesa de Wuhan, bem como acelerar o desenvolvimento de uma vacina e de medicamentos específicos.

A OMS espera que deste fórum resulta uma agenda global de investigação sobre o novo coronavírus, com prioridades e projetos definidos.

Agência Brasil

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