McKrae Game Foto: Reprodução/YouTube(Post and Courier)
Um homem que fundou uma dos maiores programas de terapia de conversão de gays – a chamada “cura gay” – revelou-se homossexual.
McKrae Game, de 51 anos, comandou por duas décadas o Hope for Wholeness, grupo que atua na Carolina do Sul (EUA), prometendo fazer homossexuais se tornarem heterossexuais.
O americano costumava classificar a homossexualidade como um “grande ardil”. Agora, McKrae decidiu se desculpar pela “nociva prática que feriu gerações” e a ele mesmo.
A terapia antigay, baseada em aconselhamento psicológico e ensinamentos religiosos, é proibida em 17 estados americanos. O slogan do programa de McKrae era “Para se libertar da homossexualidade por meio de Jesus Cristo”.
Dois anos atrás, McKrae foi demitido do Hope for Wholeness.
“Fui um fanático religioso que feriu pessoas. Pessoas disseram ter tentado o suicídio por minha causa e das coisas que eu dizia. Eu estava errado, por favor me perdoem”, desabafou o americano ao “Post and Courier”.
O Supremo Tribunal Federal ( STF ) concedeu uma liminar cassando a decisão que permitia a prática de “reversão sexual”, também conhecida como ” cura gay “. Com isso, volta a valer o entendimento do Conselho Federal de Psicologia (CFP), que proíbe psicólogos a oferecerem serviços que proponham o tratamento da homossexualidade. A decisão é do dia 9 de abril, mas só foi publicada nesta quarta-feira.
A ministra Cármen Lúcia, responsável pelo caso, defende que é papel do STF julgar esse tipo de alteração. Por isso, a decisão do juiz federal Waldemar Claudio de Carvalho, da 14ª Vara Federal no Distrito Federal, que permitiu o tratamento no fim do ano passado, não seria válida.
“Neste exame preliminar e precário, próprio desta fase processual, parece haver usurpação da competência deste Supremo Tribunal prevista na al. a do inc. I do art. 102 da Constituição da República a justificar a suspensão da tramitação da Ação Popular”, defende a ministra.
Autor do recurso que cassou a ação popular que permitia a prática da “cura gay”, o Conselho Federal de Psicologia comemorou a decisão.
– Sem duvida nenhuma essa é uma grande vitória para a psicologia brasileira. Ela suspende uma possível violação grave dos direitos humanos – afirmou o conselheiro Pedro Paulo Bicalho.
Processo
Em setembro de 2018, o juiz Waldemar Claudio de Carvalho permitiu, em decisão provisória, psicólogos a tratarem gays e lésbicas como doentes, em terapias de reversão sexual, sem sofrerem censura por parte dos conselhos de classe. Esse tipo de tratamento é proibido pelo CFP desde 1999.
Três meses depois, na decisão final, Carvalho recuou e tirou do documento o trecho que permitia expressamente a possibilidade de atendimento com a finalidade de “(re)orientação sexual”. O magistrado, no entanto, manteve o entendimento que permitia psicólogos de fazer atendimentos a homossexuais insatisfeitos com a própria sexualidade, com o propósito de investigação científica. Com a decisão do STF, essas permissões foram revogadas.
A resolução do CFP questionada na Justiça estabelece há 19 anos normas para atuação dos psicólogos relacionadas à orientação sexual. A decisão do juiz do DF não derrubava a resolução, mas obrigava o conselho a dar nova interpretação ao texto. Desde 17 de maio de 1990, há 27 anos, a Organização Mundial de Saúde (OMS) deixou de classificar a homossexualidade como patologia e a retirou da Classificação Internacional de Doenças (CID).
Cercearam, tolheram o direito de homossexuais buscarem um profissional da psicologia para conversar sobre a escolha sexual. É um grande atraso esse Brasil.
A própria psicologia condena veementemente esse tipo de prática. Ai vem meia dúzia de desavisados que não conhecem bulhufas sobre o tema e se acham no direito de criticar sobre algo que definitivamente não entendem.
A desculpa é o 'propósito da investigação científica', mas todos sabem que isso serviria apenas de pano de fundo para famigeradas tentativas de reversão sexual, alavancadas por convicções errôneas, higienistas, discriminatórias e completamente distantes da realidade do tema.
Sensatez, acima de tudo! Intrinsecamente, cada um sabe de si.
Cada um deveria saber de si, inclusive quem está insatisfeito com a sua sexualidade e precisa de ajuda.
Pois é, Rick. Acho que o povo não tá lendo os artigos. Porque a decisão do juiz não obrigava a nada, apenas "permitia a psicólogos fazer atendimentos a homossexuais insatisfeitos com a própria sexualidade, com o propósito de investigação científica. Com a decisão do STF, essas permissões foram revogadas". Copiei literalmente do artigo.
De um integrante da cúpula nacional do PSDB sobre o deputado tucano João Campos (GO), que foi relator da Proposta de Emenda à Constituição que pretende revisar atos do Supremo Tribunal Federal (STF), elaborada pelo petista Nazareno Fonteles (PI). “Esse deputado é mais da bancada evangélica do que da bancada tucana”, afirmou o líder do PSDB. É uma tentativa de desvincular o parlamentar do partido, num momento em que o STF analisa mandado de segurança contra o projeto, impetrado pelo próprio PSDB.
Campos, pastor da Assembleia de Deus, é contra o projeto de lei que criminaliza a homofobia, contra o aborto, contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo e contra a cirurgia de mudança de sexo no SUS. Costuma votar alinhado com a bancada evangélica.
Em 2011, criou um projeto de decreto legislativo que pretende suspender resolução do Conselho Federal de Psicologia que, desde 1999, impede os psicólogos de tentar curar a homossexualidade. Para Campos, a resolução fere o direito constitucional de psicólogos e pacientes. “Estou zelando pela Constituição”, disse ao defender, no ano passado, a proposta. “Eu não estou tratando de cura gay.”
O polêmico projeto de Campos, que é alvo do Conselho Federal de Psicologia, está na Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Em março, o presidente da comissão, Marco Feliciano (PSC-SP), também pastor, indicou o deputado Anderson Ferreira (PR-PE), outro pastor, para relatar o texto.
Na semana passada, Ferreira concedeu parecer favorável ao texto. “O projeto de decreto legislativo em tela nada mais significa que a sustação da norma editada pelo referido Conselho, até que haja apreciação judicial que decida a questão levantada. Seu texto constitui uma defesa da liberdade de exercício da profissão e mesmo da liberdade individual de escolher um profissional para atender a questões que dizem respeito apenas à sua própria vida, sem prejudicar outrem”, afirmou o deputado.
Agora o texto será votado no plenário da comissão, em data a ser marcada por Feliciano. Depois seguirá para a Comissão de Seguridade Social e Família e Comissão de Constituição e Justiça.
Quem inventar a curagay vai ficar milionário, se existisse essa cura muitos que são homossexuais com certeza já teriam procurado esta cura, as pessoas que tem este problema sofrem muito são descriminados perante a família, amigos e pela sociedade. O que vemos é que este dilema está no mundo todo os heteros tem dificuldade de aceitar principalmente quando não se tem um caso próximo, tenho um amigo com este problema e vejo o sofrimento dele, digo problema porque ele não tem coragem de assumir para a família.
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