O técnico Vanderlei Luxemburgo recebeu alta do hospital Sírio Libanês, nesta terça-feira, em São Paulo, após ficar internado por ter contraído o coronavírus pela segunda vez. O treinador publicou um vídeo nas redes sociais e comemorou a liberação médica.
– Estou indo para casa. Recebi alta, graças a Deus. Passei por essa, vencemos o vírus. Vara de marmelo: enverga, mas não quebra – disse o treinador.
O treinador estava internado desde o dia 11 de dezembro. Foi a segunda vez que Vanderlei Luxemburgo testa positivo para a Covid-19. Na primeira, no início de julho, ele estava assintomático e foi afastado do trabalho diário no Palmeiras, último clube que dirigiu.
O governador do Rio, Wilson Witzel, afirmou hoje que está recuperado da infecção pelo novo coronavírus.
Em mensagem no Twitter, Witzel anunciou que recebeu alta.
“Agradeço às mensagens por minha recuperação e de minha mulher, Helena. Estamos com os anticorpos para o coronavírus e com alta médica. Aproveito para lamentar as 1.123 vítimas do Covid em nosso estado. Meus sentimentos aos familiares”, escreveu.
Em 2019, um homem conhecido como “paciente de Londres” se tornou a segunda pessoa do mundo curada da infecção pelo vírus HIV. Agora, um novo estudo mostrou que, mesmo após 30 meses do fim de seu tratamento viral, ele permanece livre da doença.
Para quem não sabe ou não se lembra, o paciente de Londres tinha HIV até ter leucemia e precisar ser submetido a um transplante de células-tronco. Acontece que o procedimento ocorreu entre ele e um doador cujo DNA é resistente ao vírus. Resultado? Pouco após o transplante, ele estava curado.
“Propomos que esses resultados representem o segundo caso de um paciente a ser curado do HIV. Nossas descobertas mostram que o sucesso do transplante de células-tronco como uma cura para o HIV, relatado pela primeira vez há nove anos no ‘paciente de Berlim’, pode ser replicado”, disse Ravindra Kumar Gupta, principal autor do novo estudo, publicado no The Lancet, em comunicado.
Segundo os especialistas, embora não haja infecção viral ativa no corpo do paciente, restos de DNA integrado do HIV-1 permaneceram em amostras de seus tecidos, que também foram encontradas no primeiro paciente curado da infecção. Os autores sugerem que eles podem ser considerados “fósseis“, pois é improvável que sejam capazes de reproduzir o vírus.
“É importante observar que esse tratamento curativo é de alto risco e usado apenas como último recurso para pacientes com HIV que também têm neoplasias hematológicas com risco de vida”, ressaltou Gupta. “Portanto, esse não é um tratamento que seria oferecido amplamente a pacientes com HIV que estejam em tratamento anti-retroviral bem-sucedido.”
Identidade revelada
O paciente de Londres permaneceu anônimo até recentemente, quanto revelou sua identidade para o periódico britânico The Daily Mail. Adam Castillejo tem 40 anos e nasceu na Venezuela e vivia com o HIV desde 2003.
Em 2012, ele foi diagnosticado com leucemia e passou pelo tratamento que acabou curando-o tanto do câncer no sangue quanto da infecção por HIV. Segundo Castillejo, ele decidiu permanecer anônimo até recentemente, quando sua história se popularizou e ele optou por se tornar um “embaixador da esperança”.
Foto: Hugo Caldato; foto 2: Foto: Vamberto de Castro/Arquivo pessoal
O homem que foi curado de um câncer em estado terminal com um tratamento inédito na América Latina morreu neste mês em Belo Horizonte após um acidente. De acordo com a Polícia Civil, o corpo de Vamberto Luiz de Castro, de 64 anos, deu entrada no Instituto Médico Legal em 11 de dezembro e saiu no mesmo dia.
O acidente provocou um traumatismo craniano grave em Vamberto, que não resistiu. Os parentes do homem não quiseram se manifestar.
De acordo com amigos da família, a missa de sétimo dia de Vamberto foi nesta terça-feira (17). O enterro foi no Cemitério Parque Renascer, em Contagem, na Grande BH.
Vamberto estava em fase terminal de um linfoma – um tipo de câncer – muito agressivo nos ossos quando procurou o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto para tentar um tratamento ainda experimental no Brasil, inédito na América Latina, com uma equipe da Universidade de São Paulo (USP).
Ele teve alta em outubro após apresentar uma melhora considerada cura, com a terapia genética descoberta no exterior e conhecida como CART-CeII.
Antes de se submeter ao tratamento inédito custeado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), Vamberto tomava doses máximas de morfina diariamente e não conseguia mais andar. O tumor havia se espalhado pelos ossos. No início de setembro, o corpo do paciente estava tomado por tumores. Já após o tratamento, a maioria deles já havia desaparecido. E os que restavam, segundo os médicos, sinalizavam a evolução da terapia
Em entrevista ao G1 em outubro, Vamberto afirmou: “hoje, o que eu quero, de verdade, é que aconteça para todas as pessoas que passam por isso o que aconteceu com a gente. A gente vai ter que fazer alguma coisa para buscar o apoio. Este benefício tem que atingir um número bem maior de pessoas”, disse.
No EUA, os tratamentos comerciais já receberam aprovação e podem custar mais de US$ 475 mil.
Cientistas consideram que um londrino, que está em remissão do HIV há um ano e meio, é o segundo paciente no mundo com o vírus a ser curado, 12 anos depois do primeiro, segundo veículos de imprensa dos Estados Unidos.
Divulgado na segunda-feira (4) pela revista britânica Nature, o caso é “prematuro demais” para se declarar oficialmente curado, mas os especialistas falam abertamente de “cura” em entrevistas, após um ano e meio sem tomar medicamentos anti-HIV, segundo o jornal The New York Times.
O HIV do “Paciente de Londres”, que permanece em anonimato, começou sua remissão como consequência de um transplante de medula óssea cujo objetivo era tratar o câncer que também sofria.
O caso é quase idêntico ao de Timothy Brown, conhecido nos meios médicos como “Paciente de Berlim”, que em 2007 foi o primeiro paciente declarado curado do HIV.
Nos dois casos, as cédulas ósseas que receberam vieram de doadores com um gene CCR5 disfuncional. Outros pacientes de HIV que receberam transplantes de cédulas com o gene CCR5 funcional, tiveram melhora e ficaram meses sem medicação, mas o vírus retornou.
A cura desse segundo paciente seria de vital importância, já que o “Paciente de Berlim” deixaria de ser mais um caso isolado.
“Ninguém duvidava da veracidade sobre o ‘Paciente de Berlim’, mas era um só paciente. E qual das muitas coisas que foram feitas contribuíram para a aparente cura? Não estava claro que se pudesse repetir”, disse ao jornal The Washington Post, o chefe do setor de doenças infecciosas do Hospital Brigham and Women’s, de Boston, Daniel Kuritzkes.
Embora seja improvável que os transplantes de medula óssea sejam estabelecidos como tratamento para o HIV por causa do risco que carregam, células imunes semelhantes poderiam ser usadas, dizem os especialistas.
“Isso motivará as pessoas de que a cura não é um sonho. É alcançável”, disse ao NYT a médica Annemarie Wensing, virologista do Centro Médico Universitário de Utrecht, na Holanda.
Em declarações ao jornal nova-iorquino, o “Paciente de Londres” considerou “surreal” e “arrasador” que um apenas transplante tenha lhe curado do câncer e HIV.
“Sinto-me responsável por ajudar os médicos a entender como isso aconteceu para que eles possam desenvolver a ciência”, afirmou. “Eu nunca pensei que haveria uma cura durante a minha vida”, acrescentou.
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