Diversos

De olho em 2018, Bolsonaro busca economistas para sua equipe

Jair Bolsonaro (Antonio Cruz/Agência Brasil)

São Paulo – Pensando nas eleições de 2018, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) está procurando economistas para fazer parte de sua equipe. Mas, segundo EXAME apurou, as buscas estão batendo na trave.

Os economistas sondados têm dúvidas sobre as posições do candidato, que já adotou um tom por vezes liberal, por outras intervencionista.

Consultada, a assessoria do candidato diz que ele ainda está avaliando nomes, mas não fez convites formais para montar sua equipe.

Exame

Opinião dos leitores

  1. Acho esse cara meio burrão em termos econômicos. Tá muito cru numas besterias estatistas como esse papo sobre nióbio. Mas que tem consciência da ignorância e tende a delegar para quem sabe fazer.
    Não é feito Dilma que não sabe gerenciar loja de 1,99 e fica passando esculhambação em quem
    não concorda com as 'obradas' que fez na economia.

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Política

De olho em 2018, Alckmin estreita relação com MST

Em disputa interna com o senador Aécio Neves (MG) para se cacifar como candidato do PSDB na eleição para a Presidência em 2018, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, tem aproveitado a falta de diálogo entre movimentos sociais e a presidente Dilma Rousseff para se aproximar de grupos ligados à esquerda e ao PT.

Um dos principais alvos desde o mandato anterior do tucano, iniciado em 2011, tem sido o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), histórico aliado dos petistas.

A aproximação, intensificada nos últimos anos e criticada por ruralistas, terá nesta quinta-feira (14) um marco: a sanção da lei estadual que permite a transmissão de terras a herdeiros de assentamentos rurais e o acesso deles a meios de financiamento.

“É uma sinalização de um governo que enxerga o conjunto do espectro da sociedade e não se limita a um único segmento”, disse à Folha o secretário da Casa Civil, Edson Aparecido, insistindo em uma marca buscada por Alckmin.

Um evento na residência oficial do governador reunirá Alckmin e os sem-terra para celebrar a lei, que sai do papel pela primeira vez no Brasil no Estado de São Paulo.

“É surpreendente e bom que esse projeto venha de um governo tucano. Isso ajuda a pressionar a esquerda e o governo”, elogia Gilmar Mauro, dirigente do MST.

Além de elaborar e propor a lei para Assembleia paulista, o governador deu sinais claros do namoro com os sem-terra em 2015. Cedeu um espaço nobre da capital, o Parque da Água Branca, para a sediar a primeira Feira da Reforma Agrária do MST.

O gesto incomodou petistas, que compareceram em peso ao evento para reforçar o elo com o grupo. Até o ex-presidente Lula confirmou presença de última hora e afirmou, em conversa com dirigentes do movimento, que o governo federal tem que “correr para cumprir o compromisso que assumimos em praça pública com o povo que trabalha no campo”.

Dilma estabeleceu a meta de assentar 120 mil famílias em seu segundo mandato. A projeção do Ministério do Desenvolvimento Agrário para 2015 era a de assentar 32 mil famílias. O Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) fecha o balanço do ano em fevereiro, mas, nos bastidores, integrantes do governo admitem que a meta não será alcançada.

“Já estamos terminando o primeiro ano e me parece que foram assentadas 12 mil famílias até agora”, disse Lula em vídeo gravado para o movimento no fim de outubro.

16010208AGENDA CONJUNTA

As iniciativas do governo tucano integram uma agenda criada em conjunto com o MST em 2013. Depois de uma reunião com Aparecido e Gilmar Mauro, o governador convocou, em 2014, seus 27 secretários para um encontro com uma comissão do MST.

De lá saiu uma lista de projetos que inclui a construção de moradias populares no campo, concessão de terras devolutas a assentados rurais e a construção de uma escola técnica de agroindústria em Itapira, no norte do Estado.

Desde então, Mauro tem encontros mensais com o chefe da Casa Civil de Alckmin para discutir o andamento das políticas pró-assentados.

Com a aproximação com o MST, as invasões de terras no Estado caíram de 58 em 2011, para 27 em 2015. “É consequência das nossas políticas envolvendo de produção à qualidade de vida”, diz Marco Pilla, da Fundação Itesp, responsável pelas questões agrárias de São Paulo.

Segundo ele, o relacionamento também teve efeito nas urnas. “Em regiões de assentamentos, como o Pontal do Paranapanema, onde o PSDB sempre perdeu, passou a ganhar. Na eleição de 2014, o mapa eleitoral ficou azul [referência à cor do partido].”

Gilmar Mauro confirma que o tucano tem conquistado votos. “Com certeza muito sem-terra votou no Alckmin. Temos a linha de votar em setores progressistas, mas mantemos a independência.”

O dirigente, porém, evita comparações com o PT, mas deixa seu recado: “Diálogo não é só conversa, é ação também. Isso que buscamos”.

REAÇÃO

Presidente da Sociedade Rural Brasileira, Gustavo Junqueira, com trânsito no governo paulista, classifica como “erro” a aproximação de Alckmin com os sem-terra.

“O governador não está explicando para as classes produtiva e urbana as motivações dessas políticas. Ou é só compra de voto?”, questiona, defendendo que a questão agrária seja vista pela perspectiva econômica.

Comparando o MST ao ETA, grupo separatista radical basco, e às Farc, da Colômbia, Junqueira afirma que o “oportunismo” do tucano abre margem para perda de apoio da classe produtiva. “No fundo, damos palanque a esse movimento terrorista, que é parte importante da base do governo federal.”

O ex-governador de São Paulo e vice-presidente do PSDB Alberto Goldman concorda que as políticas de Alckmin voltadas para o MST visam a eleição de 2018. “O objetivo de Geraldo é se apresentar como uma figura que pode trazer paz para o país, com uma política mais consensual e com capacidade de negociação”, afirmou.

Para ele, o tucano não corre risco de perder apoio de sua base eleitoral, já que a outra alternativa que se apresenta é o PT, que não tem afinidade com o segmento dos proprietários rurais.

Folha Press

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