Pesquisadores da Universidade de Buffalo, nos Estados Unidos, realizaram os primeiros testes para criação de rede Wi-Fi submarina. O objetivo é padronizar a transmissão de dados debaixo d’água, substituindo as soluções empregadas hoje, cuja tecnologia variam em cada instituição. Segundo os estudiosos, o sistema vai facilitar a detecção de tsunamis e terremotos e permitir o compartilhamento em tempo real das informações em aparelhos como tablets e smartphones.
Os testes foram conduzidos no Lago Erie, o décimo maior do mundo, localizado na região dos Grandes Lagos americanos. Segundo relato da rede BBC, os cientistas mergulharam dois sensores de 18kg e conseguiram transmitir informações para um laptop a partir deles.
Atualmente, as tecnologias de comunicação submarina recorrem a ondas acústicas, em vez das ondas de rádio usadas pelas redes Wi-Fi tradicionais Isso porque as ondas de rádio penetram com pouco alcance as camadas de água, tornando impossível a comunicação entre pontos distantes dos oceanos. Além disso, a falta de padronização nas tecnologias chega a tal ponto que a NOAA, órgão federal americano responsável pelo monitoramento do oceano e da atmosfera, não consegue compartilhar suas informações com a Marinha — e isso num país considerado o mais tecnologicamente avançado do planeta.
“Uma rede sem fio submarina nos dará a capacidade inédita de coletar e analisar dados sobre os oceanos em tempo real”, disse Tommaso Melodia, pesquisador que guia os testes.
A novidade permitirá o desenvolvimento de uma internet submarina que dará melhor apoio à exploração de petróleo e gás natural em alto-mar, ao monitoramento de poluição, à detecção de tsunamis e a vários outros serviços.
A indústria de energia também se beneficiaria, já que hoje depende de tecnologia baseada em ondas sísmicas para realizar buscas por reservatórios subterrâneos de óleo e gás.
“Poderíamos até usar a nova tecnologia para monitorar peixes e mamíferos marinhos, descobrindo como melhor protegê-los do tráfego de navios e de outros perigos”, complementou Melodia. “Uma internet submarina abriria muitas possibilidades”.
O Globo
A TIM poderia adaptar essa tecnologia e criar uma rede de celular que funcionasse fora d'água.