Fabinho e Roberto Firmino não foram liberados pelo Liverpool, que será punido pela Fifa — Foto: REUTERS/Peter Powell
Os clubes ingleses que se recusaram a liberar jogadores convocados pela seleção brasileira serão impedidos de usar esses jogadores por mais cinco dias depois do fim da data Fifa. O mesmo vale para o Zenit. A informação de que o clube russo seria punido foi publicada primeiro por Fabio Aleixo, jornalista brasileiro radicado em Moscou.
Na prática isso quer dizer que Chelsea, Liverpool, Manchester City, Manchester United e Leeds United vão jogar desfalcados dos jogadores brasileiros na próxima rodada do Campeonato Inglês.
Os jogadores afetados são Alisson, Fabinho e Roberto Firmino (Liverpool), Ederson e Gabriel Jesus (Manchester City) Thiago Silva (Chelsea), Fred (Manchester United), Raphinha (Leeds United), Claudinho e Malcom (Zenit).
A punição dura de 10 a 14 de setembro (próxima terça-feira), o que vai afetar também dois jogos da Liga dos Campeões marcados para o dia 14. O Manchester United não vai poder usar Fred contra o Young Boys, da Suíça. A partida entre Chelsea e Zenit não terá Thiago Silva, Claudinho e Malcom.
A Fifa não trata o caso como “punição”, mas como o cumprimento do que diz o regulamento da entidade, que obriga os clubes a liberar jogadores chamados para as datas Fifa. No entanto, a entidade só age quando as associações nacionais de futebol pedem. Foi o que a CBF fez no caso desses jogadores, como o ge revelou no dia 2 de setembro. O Uruguai, por exemplo, fez diferente com Cavani e o desconvocou para os jogos de setembro das Eliminatórias.
Se os clubes tentarem forçar a escalação dos jogadores, a punição prevista é de derrota por 3 a 0 no jogo em que isso acontecer. Segundo o jornal inglês “The Guardian”, os times da Premier League ainda tentam uma negociação que permita eles escalar os jogadores.
Everton poupado
A CBF agiu diferente com o atacante Richarlison, do Everton. A relação com clube é boa desde antes das Olimpíadas, evento para o qual o jogador foi liberado apesar de isso não ser obrigatório pelas regras da Fifa. Como a CBF não pediu, o Everton não será punido.
Todos os jogadores estão cientes da posição da CBF – o que não garante que todos estejam satisfeitos, afinal correm o risco de não poderem entrar em campo por seus clubes por um ou dois jogos.
Newcastle também punido
Um outro clube inglês que recebeu essa notificação foi o Newcastle, que não liberou o paraguaio Nelson Almirón para as rodadas de setembro das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo.
Os clubes ingleses impediram a liberação de jogadores sul-americanos porque os países da região estão na “lista vermelha” do governo do Reino Unido – e teriam que fazer uma quarentena de dez dias em hotel ao voltar para a Europa.
Zenit se posiciona
Até o momento, os clubes ingleses não se pronunciaram. Apenas o Zenit, que além do duelo contra o Chelsea perderá Claudinho e Malcom para o jogo contra o Akhmat no fim de semana pelo Campeonato Russo, emitiu uma posição oficial ao jornalista Fabio Aleixo. Veja abaixo:
“Realmente recebemos a carta da FIFA e estamos extremamente preocupados com a situação atual. Todos estes dias, o clube tem estado em contato direta com a UEFA, FIFA e RFU (União Russa de Futebol). Sabemos que as autoridades estão tentando resolver o problema. O FC Zenit, por seu lado, enviou uma resposta fundamentada à UEFA e à FIFA sobre a situação com a saída de jogadores brasileiros da seleção, bem como cartas com um pedido de esclarecimento pormenorizado da situação com as restrições impostas. Ao mesmo tempo, constatamos que o lado brasileiro violou os termos de convocação do Malcolm, mas o clube concordou e liberou o jogador (para a seleção). Não recebemos explicações claras, e vemos uma ameaça real de violação do princípio do esporte, uma vez que várias equipes participantes de competições europeias foram a priori confrontadas com a opção de liberar ou não permitir que seus jogadores fossem para a seleção. Acreditamos que o futebol deve estar em primeiro lugar e que todas as seleções, clubes e jogadores devem estar em pé de igualdade.”
Globo Esporte
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