Saúde

Coronavírus pode seguir ativo no organismo mesmo após sintomas desaparecerem; estudo sugere estender quarentena

Um novo estudo realizado pela Universidade Yale, nos Estados Unidos, e pelo Hospital Geral Chinês, na China, aponta que metade dos pacientes tratados da Covid-19 ainda podem ter o coronavírus ativo no organismo por até oito dias após o desaparecimento dos sintomas. A pesquisa foi publicada no último dia 23 de março na revista científica American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine.

Os autores da investigação analisaram 16 casos de pacientes com idades em torno de 35 anos que foram infectados pelo novo coronavírus, mas que já haviam sido tratados e recebido alta. Os pesquisadores coletaram amostras de secreção da garganta dos voluntários em dias alternados para analisarem se eles estavam 100% curados.

“A descoberta mais significativa de nosso estudo é que metade dos pacientes continuava eliminando o vírus mesmo após o fim dos sintomas”, diz Lokesh Sharma, um dos autores do estudo, em comunicado. Os sintomas primários nesses pacientes incluíam febre, tosse, dor na faringe e falta de ar.

O tempo entre a infecção e o início dos sintomas, o período de incubação, foi em média de cinco dias. A duração média dos sintomas foi de oito dias, enquanto o tempo em que os pacientes permaneceram contagiosos após o final dos sintomas variou de um a oito dias. Duas pessoas tinham diabetes e um teve tuberculose, mas essas condições não afetaram o curso da infecção por Covid-19.

“Se você teve sintomas respiratórios leves e ficou em casa para não infectar pessoas, estenda sua quarentena por mais duas semanas após a recuperação para garantir que você não infectará outras pessoas”, recomenda Lixin Xie, médico e professor da Faculdade de Medicina Pulmonar e Intensiva do Hospital Geral Chinês que também participou da pesquisa.

Os autores enviaram uma mensagem para a comunidade médica: “Os pacientes com Covid-19 podem ser infecciosos mesmo após a recuperação sintomática; portanto, trate os pacientes assintomáticos/recentemente recuperados com o mesmo cuidado que os pacientes sintomáticos”.

Os pesquisadores também enfatizam que todos esses pacientes tiveram infecções mais leves e se recuperaram da doença, e que o estudo analisou um pequeno número de pacientes. Eles também ponderam que não está claro se resultados semelhantes se aplicam a pessoas mais vulneráveis, como idosos, pacientes com sistema imunológico suprimido e indivíduos em terapia imunossupressora.

“Mais estudos são necessários para investigar se o vírus detectado por PCR [exame que detecta o coronavírus Sars-CoV-2] em tempo real é capaz de transmitir nos estágios posteriores da infecção por Covid-19”, acrescentou o Dr. Xie.

Galileu

Opinião dos leitores

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  2. Se bradam que o tratamento com cloriquina não deve ser adotado em massa por não ser conclusivo, mesmo que centenas de pessoas tenham sido curadas, muito menos esse estudo com uma amostragem tão pífia. Mas os profetas do apocalipse vão tratar tal pesquisa como definitiva e vão convencer governos a estender a quarentena.

  3. Só está contra o isolamento quem produz. Os que recebem dinheiro de qualquer maneira podem ficar o resto do ano aguardando em casa.

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