Economia

Para baratear gás de cozinha, governo vai acabar com diferenciação de preços dos botijões

Governo revoga resolução de 2005 que criou a política de diferenciação de preços Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo

O governo aprovou, nesta quinta-feira, o fim da diferenciação de preços de gás de cozinha (GLP), com validade daqui a seis meses. A decisão foi tomada em reunião extraordinária do Conselho Nacional de Política Energética ( CNPE ), colegiado de ministros presidido pelo ministro de Minas e Energia. A novidade faz parte da estratégia do governo de baratear o preço do gás e fazer isso chegar aos consumidores.

Hoje, o botijão residencial de até 13 quilos (que corresponde a aproximadamente 72% do mercado nacional) tem subsídio cruzado. Quem consome acima de 13 quilos acaba pagando mais. Isso não significa, porém, que o preço seja mais baixo para os vasilhames menores. A avaliação do governo é que essa política encarece outros produtos e envases para compensar perdas.

“O fim da prática de preços diferenciados de GLP corrige distorções no mercado, entre o GLP comercializado em botijões de até 13 kg e o granel, e incentiva a entrada de outros agentes nas etapas de produção e importação de GLP, ambas concentradas no agente de posição dominante. A mudança contribui com o aumento da oferta de GLP e o desenvolvimento do mercado”, informou o ministério, em nota.

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirma que o botijão de 13 quilos na refinaria custa R$ 23. Para o consumidor, ele chega a R$ 90. Segundo o ministro, o preço nas refinarias ou na importação cairá para até R$ 16.

— Isso vai impactar o preço final do botijão. Acabando com essa diferenciação de preços, entendemos que quem comercializar isso, seja produzido na refinaria ou importando, fará isso a R$ 16 ou R$ 17, e poderá vender a preço mais baixo para consumidor de baixa renda — disse o ministro, acrescentando: — Os resultados são esperados a partir de agora.

O ministério anunciou a revogação de uma resolução de 2005 que criou a política de diferenciação de preços, numa tentativa de baratear o gás de cozinha para consumidores de baixa renda.

Um estudo do Ministério da Economia aponta que essa política é “ineficaz, ineficiente e pouco transparente”. Além disso, barra a entrada de novos agentes no mercado.

Ao acabar com a diferenciação, o governo espera atrair novos agentes para o setor. A ideia é que a possibilidade de obter lucro aumente a competição e, consequentemente, reduza os preços finais ao consumidor.

Atualmente, o fornecimento de GLP é dominado pela Petrobras. O segmento de distribuição é concentrado em quatro empresas. O Ministério da Economia avalia que o fim da diferenciação de preços não terá impacto sobre os consumidores. O argumento é que o preço praticado no Brasil hoje é 40% maior que no mercado internacional.

Segundo o MME, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) deverá reforçar as ações de monitoramento dos preços praticados pelos agentes econômicos.

O Globo

 

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Economia

JUSTIÇA: Diferenciação entre pagamento em dinheiro, cheque ou cartão de crédito é abusiva

“A diferenciação entre o pagamento em dinheiro, cheque ou cartão de crédito caracteriza prática abusiva no mercado de consumo, nociva ao equilíbrio contratual.”

Com esse entendimento, a 2ª turma do STJ negou provimento a recurso da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte para que o Procon/MG deixe de autuar ou aplicar qualquer penalidade aos lojistas pelo fato de não estenderem aos consumidores que pagam em cartão de crédito os descontos eventualmente oferecidos em operações comerciais de bens ou serviços pagos em dinheiro ou cheque.

De acordo com o relator, ministro Humberto Martins, “o pagamento por cartão de crédito é modalidade de pagamento à vista, pro soluto, implicando, automaticamente, extinção da obrigação do consumidor perante o fornecedor”.

“Toda decisão que venha ao encontro dos princípios e fundamentos do CDC, fortalecendo o consumidor nas relações de consumo, são auspiciosamente recebidas”, afirmou o diretor-geral do Procon-DF, Paulo Márcio Sampaio, ao comentar a decisão do STJ.

O presidente da Associação Comercial do Distrito Federal (ACDF), Cleber Pires, explicou que a venda com cartão de crédito tem um custo operacional que está embutido no preço e recai naturalmente sobre o valor total. “Mas hoje o consumidor está atento, a concorrência é grande e todo benefício para o consumidor é bem-vindo.”

Fonte: Migalhas Quentes

Opinião dos leitores

  1. BG.
    O cidadão que faz sua vida financeira adequada e responsável será penalizado pois não obterá desconto para pagamento em especie, ao contrario do cartão de débito que o comerciante paga em torno de 2% de taxas apenas para transferir o dinheiro da conta do cliente para a conta da empresa , este País não tem jeito mesmo é só "BURROCRACIA" e INCOMPETÊNCIA que prevalecem.

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