Política

Discurso de Dilma mostrou desconforto da presidente

Dilma-reunia-ministerial-27jan2014Dilma Rousseff fala, na Granja do Torto, na abertura da reunião ministerial de 27.jan.2015

“Podia passar mais rápido, por favor”, disse Dilma Rousseff, irritada, num dos trechos de seus discurso de abertura da primeira reunião ministerial de seu segundo mandato. Estava incomodada com a velocidade com que deslizava à sua frente, no teleprompter, o texto de sua fala.

Segundos depois, não satisfeita, afirmou: “Vou ler”. Fez menção de pegar o discurso, impresso, e passar a ler olhando para o papel –e não para a frente, pela tela transparente do teleprompter. Em seguida, desistiu do papel. Voltou a encarar o teleprompter e a ler de maneira titubeante.

Esse trecho do discurso foi muito mencionado nas redes sociais. A brigada petista reagiu na hora diante das menções à irritação de Dilma. “Falta de assunto, cretino?”, atacou um militante do PT.

Na realidade, se faltou assunto foi para a presidente da República. Ela própria fez uma ressalva ao final, lembrando a todos que as medidas que incluiu no discurso já eram conhecidas –muitas já estavam até incluídas em medidas provisórias enviadas ao Congresso.

Com um terninho amarelo, Dilma foi prejudicada também pela luz e pela maquiagem que faziam seu rosto brilhar de maneira excessiva na tela da TV. A presidente parecia o tempo todo desconfortável com o que estava falando. Demonstrava insatisfação com o conteúdo do discurso com o qual toureava no teleprompter.

Falou que vai combater a corrupção, que o momento é de contenção de gastos, que é necessário (não poderia faltar esse jargão) “fazer mais com menos” e que seus 39 ministros devem reagir “aos boatos”. Quando ouvirem que o governo vai reduzir direitos trabalhistas, devem levar “a posição do governo à opinião pública”, pois tais direitos “são intocáveis”. Dilma determinou: “Não podemos deixar dúvidas”.

Mas a presidente falou sobre fazer um milagre sem mencionar a receita para materializá-lo. Afinal, o que é a política (correta, do ponto de vista econômico) de exigir mais meses de trabalho prévio por parte de quem é demitido e deseja ter acesso ao seguro desemprego? Trata-se de retirar um direito de parte dos trabalhadores.

O governo pode argumentar que se trata de uma anomalia a facilidade com que se concede tal benefício. Mas não tem como chamar a medida por outro nome que não “redução de um direito trabalhista”.

Dilma poderia ter usado seu discurso no início da reunião ministerial desta terça-feira (27.jan.2015) para explicar tudo isso. Poderia dizer: existem certos benefícios que não se tratam de direitos, mas de privilégio para poucos com o prejuízo da maioria que precisa bancar essa farra –afinal, é o que se passa. Estaria oferecendo aos seus ministros argumentos mais objetivos para que sejam claros em suas entrevistas.

Mas a presidente talvez não esteja nem ela própria tão convencida do que está sendo adotado –a seu mando– pela equipe econômica. Esse foi o tom de seu discurso. E não apenas porque ela gaguejou várias vezes ao ler o texto no teleprompter. O caso mesmo foi de falta de convicção no discurso presidencial.

Blog Fernando Rodrigues, UOL

Opinião dos leitores

  1. Esse partidozinho chamado PT, junto com a presidenta incompetenta, já não tem mais como enganar a população brasileira.
    Isso pode estar deixando a Dilma louca e irritada.

  2. A DESINFORMAÇÃO É O NOSSO MAIOR MAL…
    QUAL A DIFERENÇA ENTRE DIREITOS E BENEFÍCIOS?
    O DIREITO TRABALHISTA é o conjunto de regras, contendo os direitos e deveres aplicáveis as relações de trabalho. Assim, "aviso prévio, saldo de salário, indenização das férias integrais (não gozadas e proporcionais, acrescidas do terço Constitucional), gratificação natalina proporcional (13º salário proporcional), indenização compensatória de 40% dos depósitos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e o levantamento do saldo existente na conta vinculada do fundo, são exemplos de DIREITOS TRABALHISTAS.
    E os BENEFÍCIOS se encontram na esfera do conjunto de regras que regem o seguro social, que na realidade é composto pela previdência social, assistência social e saúde.
    Por fim benefícios: é uma espécie de apoio/suporte que usufruem aqueles que se enquadram em uma das hipóteses de proteção da seguridade social, e especificamente, no caso previdenciário são aqueles protegidos por um dos regimes da previdência social. Assim, Auxílio-Acidente e Auxílio-doença Acidentário (auxílio-doença), Auxílio desemprego, entre outros, fazem parte de uma rede de proteção social que visa reduzir o impacto provocado pelas intempéries do mundo do trabalho e social, permitindo uma sobrevivência mínima até a reinserção e recolocação no mercado.
    Porém, essa rede de proteção depende evidentemente das condições do sistema que distribui esses benefícios está superavitário ao ponto de suportar tais situações. O que no caso, como está colocado, coloca em risco toda a rede e cria situações assemelhadas a privilégios que "pessoas espertas" já manipulam habilmente "se dando bem" em cima da "galera". Fazem isso porque aprenderam e acreditam que "O MUNDO É DOS MAIS ESPERTOS".
    Não é isso que é propagado todos os dias por meio da mídia, ao valorizar o malandro (Didi, Pica Pau, Pernalonga, malandro carioca, Zé Carioca, Sérgio Malandro e tantos outros)?

  3. IMORAL!!!! FALOU, FALOU, FALOU E NO FINAL DISSE QUE O QUE ESTA ACONTECENDO É BOATOS, MENTIU DE NOVO. ESSA INFELIZMENTE É DILMA ROUSSEFF PRESIDENTE DE UM PAÍS CHAMADO BRASIL.

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