Parte dos R$ 4 bilhões estimados da dívida dos clubes com a União é composta por R$ 330 milhões de Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) que não foram recolhidos pelas entidades.
Desse montante, R$ 280 milhões são de responsabilidade de 63 clubes que estão ativos em seus pagamentos, enquanto os outros R$ 50 milhões são débitos contraídos por 556 agremiações cujas situações não foram esclarecidas.
A radiografia das dívidas referentes ao FGTS foi apresentada quarta-feira, em Brasília, em reunião que antecedeu a audiência pública do Programa de Fortalecimento dos Esportes Olímpicos (Proforte), que debateu a dívida dos clubes. A pedido da Comissão Especial que discute o tema na Câmara Federal, os números foram trazidos aos deputados federais por Henrique Santana, gerente nacional de passivos do FGTS, e Iuri Ribeiro Castro, gerente nacional de negócios lotéricos da Caixa Econômica Federal.
– A proposta é pagarmos. Esta renegociação das dívidas dos clubes poderá ser o marco zero do nosso futebol. As medidas serão duras, porém educativas – disse Vilson Ribeiro de Andrade, presidente do Coritiba e representante dos clubes, em entrevista exclusiva ao L!.
A proposta encaminhada pelos clubes sugere que todos os débitos fiscais e tributários com a União sejam pagos, de forma parcelada, em prazo de até 20 anos.
O deputado Otávio Leite (PSDB-RJ), relator da Comissão Especial do Proforte, considerou ‘bastante ponderada e razoável’ a sugestão apresentada, e a expectativa do parlamentar é de que a matéria seja formatada em um Projeto de Lei após o Carnaval.
Nesta sexta, um seminário com a presença de representantes de clubes das Séries A, B, C e D do futebol brasileiro será realizado no Rio de Janeiro. As cidades de São Luiz (MA) e Florianópolis (SC) sediarão os próximos eventos.
Diminuição da folha salarial
A renegociação das dívidas que está sendo desenhada na Câmara resultará, se aprovada, na diminuição da folha salarial dos clubes.
Com a obrigatoriedade de apresentação continuada da Certidão Negativa de Débito (CND), salários terão de ser adequados à realidade de cada clube, sob pena de exclusão de competições em caso de não pagamento das parcelas pré-acordadas.
– É muito provável que isso aconteça. Ninguém poderá perder a CND – opinou Vilson Andrade, presidente do Coritiba.
Com a palavra
Otávio Leite, relator da comissão do Proforte
‘Temos de achar como sair do atoleiro’
O importante é achar um meio de sair do atoleiro em que estão os clubes. A origem dos recursos que ajudarão no pagamento dos débitos será de responsabilidade de cada um.
Se não pagarem o combinado, perderão a Certidão Negativa de Débito (CND) e não participarão de campeonatos. Defendo governança democrática e transparência total na gestão dos clubes.
Lancenet
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