Polícia

Inquérito do caso Adélio desconstrói fake news sobre facada em Bolsonaro, diz delegado

Passados dez meses desde que Adélio Bispo desferiu uma facada no então candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL), a Polícia Federal tem direcionado esforços para investigar se ele agiu sozinho.

Até agora, segundo Rodrigo Morais, delegado responsável pelo caso, não há indicativo de que outras pessoas estejam envolvidas.

“Na verdade, a gente tem desconstruído muitas fake news que apontam participação de outras pessoas. Temos demonstrado, através de perícia e outras diligências policiais, que muitas não procedem”, afirma.

A polícia considera que já ficou comprovado que Adélio estava sozinho no ato de campanha no centro de Juiz de Fora (MG) quando atacou Bolsonaro, em setembro de 2018. Contudo, ainda apura se alguém o incentivou ou custeou suas despesas.

Entre os boatos que circulam na internet e que são checados pela investigação está o vídeo “Facada no mito”, uma teoria conspiratória que diz que Bolsonaro teria forjado o ataque a si mesmo. O vídeo de quase uma hora tem mais de 1 milhão de visualizações no YouTube.

Outro vídeo que foi apurado chegou a ser compartilhado pelo próprio presidente Bolsonaro em seu perfil no Twitter, no dia 11 de junho.

Nele, o advogado de defesa de Adélio, Zanone Manuel de Oliveira, abordado em Juiz de Fora (MG) por uma mulher, responde à pergunta “a quem interessa esconder quem mandou matar Bolsonaro” dizendo: “a pessoa que me pagou”.

No mesmo vídeo, o advogado diz que teve despesas bancadas por emissoras de televisão.

Na última segunda-feira (15), Zanone prestou depoimento à Polícia Federal para esclarecer as afirmações. À Folha ele disse que se referia a jornalistas que insistiram em pagar almoços, jantares ou cafés quando se encontravam para entrevistas sobre o caso.

Ele também afirma que, quando falou sobre despesas pagas por emissoras, referia-se a uma viagem a Campo Grande (MS) —onde Adélio está preso— paga por um canal que queria uma entrevista com seu cliente.

Em depoimento, Zanone manteve a versão que tem contado desde que assumiu o caso. Segundo ele, um dia depois do atentado a Bolsonaro, uma pessoa o procurou e pagou R$ 5.000 adiantados. Com a repercussão, porém, a pessoa, que frequentava a mesma igreja de Adélio, sumiu. O advogado decidiu seguir com a defesa mesmo assim.

À PF Zanone contou ainda que quem o contratou seria de Montes Claros (MG). Em março, a polícia fez um pedido para que a Advocacia-Geral da União (AGU) entre com recurso contra a decisão do Tribunal Federal da 1ª Região, que suspendeu as investigações sobre o advogado.

“Infelizmente, a pessoa não voltou para acabar de acertar. Eu não teria colocado aquela equipe toda, no início, se eu não estivesse na esperança de celebrar um contrato grande”, diz Zanone.

Segundo o delegado Rodrigo Morais, o inquérito, que corre em sigilo, é acompanhado desde o início pelo advogado de Bolsonaro. Ele teria, inclusive, proposto algumas diligências à investigação.

“Ele é vítima, ele é parte interessada, o advogado dele acompanha o inquérito. Para ele não teria sigilo não”, explica.

Passados dez meses do crime, a investigação já ouviu mais de 100 pessoas que conviveram ou encontraram com Adélio nos últimos anos. O prazo de conclusão do inquérito vence no final de agosto, mas ele pode ser prorrogado. A PF ainda deve ouvir mais pessoas e periciar materiais. “A ideia é encerrar todas as possibilidades. Não deixar nenhuma dúvida”, afirma o delegado.

Na terça-feira (18), o processo contra Adélio, que corria na Justiça Federal, foi encerrado. Nem o Ministério Público Federal nem Bolsonaro recorreram à sentença que reconheceu que Adélio é portador de transtornos mentais e o considerou inimputável —incapaz de responder pelos próprios atos.

Na decisão, que o enquadrou na Lei de Segurança Nacional por crime político, Adélio recebeu medida de segurança, que prevê internação em um hospital de custódia, com tratamento psiquiátrico. O juiz decidiu mantê-lo no presídio federal onde ele está desde setembro, para garantir sua integridade física.

Folha de São Paulo

 

Opinião dos leitores

  1. Acredito até que não foi o Adélio, pois o mesmo estava na Câmara dos Deputados conforme registro daquela Casa.

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Polícia

Pastor preso dava dinheiro após abusar de adolescentes e crianças em igreja em MT, diz delegado

Pastor evangélico, de 53 anos, preso suspeito de ter estuprado meninos e adolescentes que frequentavam uma igreja no Bairro Mangabeira, em Várzea Grande (Foto: Polícia Civil de MT/Assessoria)

O pastor evangélico, de 53 anos, preso suspeito de ter estuprado meninos e adolescentes que frequentavam uma igreja no Bairro Mangabeira, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, dava dinheiro às vítimas depois de cometer os abusos. Cerca de 10 crianças teriam sido abusadas e sete delas já foram identificadas e confirmadas, segundo a Polícia Civil.

A informação foi revelada pelas vítimas ao delegado Cláudio Alvares Santana, da Delegacia Especializada do Idoso, Criança e Adolescente (Deddica).

O suspeito foi preso nessa terça-feira (28) após quase sete meses de investigação da delegacia. Ele negou os estupros, mas confessou que dava dinheiro aos meninos. O crime foi descoberto depois que a mãe de duas das vítimas identificou que os filhos eram abusados pelo pastor.

“As crianças confirmaram os abusos sexuais praticados pelo suspeito, cometido na igreja que fica aos fundos da casa dele”, disse o delegado.

Das oito vítimas identificadas, sete confirmaram que foram abusadas. Todos as vítimas são do sexo masculino e têm idades entre 6 a 14 anos.

“A mãe de duas dessas vítimas disse que um deles mudou de comportamento. Comprava coisas e aparecia com dinheiro em casa. Ele dizia [para a mãe] que o suspeito dava o dinheiro como presente. A mãe não desconfiava pela condição dele ser religioso”, completou Santana.

“O suspeito se valia da condição de ser pastor evangélico para se aproximar das famílias [das vítimas] conquistando a confiança, se aproximando das crianças. Ele fazia o convite para ir até a casa dele dar conselhos e fazer leituras religiosas”, comentou o delegado.

Sozinhos com o suspeito e sem a presença de outros adultos, os meninos eram abusados pelo pastor dentro da igreja.

“Existem relatos que ele praticou [os abusos] na frente de duas, três e outras crianças, que assistiam. Depois, ele dava dinheiro em quantias que iam de R$ 10 até R$ 50”, disse.

Na delegacia, as vítimas tinham receio em apontar o suspeito como autor dos estupros, além de sentirem vergonha de confessar que foram abusadas.

Ainda nos depoimentos, as vítimas apontaram um adolescente, de 14 anos, como responsável por pagar as contas e fazer compras para o pastor, tida como a pessoa de confiança pelo suspeito.

“Ele confirma que dava dinheiro para as crianças por ser uma pessoa boa e querer o bem das crianças. Mas ele nega que cometeu os abusos”, ponderou o delegado.

O pastor vai responder criminalmente por estupro de vulnerável e corrupção de menores. O suspeito foi encaminhado ao Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC), o antigo Carumbé, em Cuiabá.

G1 – Mato Grosso

 

Opinião dos leitores

  1. Falso profeta esse pastor e os padres que estão tirando o sossego das igrejas.Que vergonha. Deus vai cobrar deles. Melhor que não tivessem nascido.

    1. Verdade, são falsos profetas que usar o de Deus para cometer crimes.

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Diversos

Servidores ‘logo abaixo da reitoria’ da UFPR comandaram desvio de R$ 7,5 milhões, diz delegado

Foto: Giuliano Gomes/Folhapress

O delegado da Polícia Federal Felipe Hayashi, coordenador da Operação Research, afirmou que a fraude investigada pela força-tarefa na UFPR (Universidade Federal do Paraná) desviou R$ 7,5 milhões entre 2013 e 2016.

Nesta quarta-feira (15), PF, CGU (Controladoria-Geral da União) e TCU (Tribunal de Contas da União) cumpriram mandados de prisão, conduções coercitivas e ordens de busca e apreensão em três Estados. Dois servidores da UFPR e 27 supostos beneficiários do esquema foram presos.

Hayashi afirmou que os agentes estão “estarrecidos”.

— Nós estamos chocados com a grosseira fraude desvelada na presente data no âmbito da Universidade Federal do Paraná.
A operação foi batizada de Research (pesquisa, em inglês) em referência ao objeto da fraude, que eram as bolsas de pesquisa pagas pelo governo federal. Segundo as investigações, os criminosos desviavam recursos destinados a bolsas de estudo no Brasil e no exterior.

Os beneficiados, segundo a PF, eram “pessoas desprovidas de regular vínculo de professor, servidor ou aluno da Universidade Federal do Paraná”.

O delegado acrescentou que a fraude era coordenada por pessoas com cargos altos dentro da instituição.

— Nós detectamos que essa fraude decorre de instâncias que figuram em posição logo abaixo da reitoria. Foram elaborados simplórios processos de pagamento para concessão dessas bolsas. Inexiste processo administrativo apto a embasar o pagamento dessas bolsas de pesquisa. Foram elaboradas simplesmente notas de empenho e autorizações a partir da pró-reitoria de pesquisa e pós-graduação da Reitoria.

A PF aponta ainda que as fraudes poderiam facilmente ser detectada por qualquer órgão de controle da universidade.

R7

Opinião dos leitores

  1. Começo a imaginar os motivos da idolatria que existe dentro das Federais com o PT e seus membros superiores.

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Polícia

Fã de Hickmann foi morto em legítima defesa, diz delegado

rodrigo33333.jpgPor interino

Os tiros que mataram o fã que atacou a apresentadora Ana Hickmann, 35, foram dados em legítima defesa, segundo o delegado responsável pelo caso, Flávio Grossi, da Polícia Civil de Minas Gerais. Ele sustenta a tese com base nos relatos das testemunhas e técnicos da polícia que estiveram no local do crime.

No sábado (21), Rodrigo de Pádua, 30, rendeu o cunhado de Hickmann, Gustavo Belo, com um revólver calibre 38 e invadiu o quarto de hotel onde a apresentadora se hospedava em Belo Horizonte. Depois de uma luta corporal entre os dois, Pádua morreu com dois tiros na nuca.

“Pode parecer uma execução, mas tem um contexto. Houve uma luta corporal e, no contexto geral, não tenho dúvidas de que ele [Belo] estava se defendendo”, afirmou o delegado na tarde desta segunda (23).

“A não ser que chegue a perícia com algo extremamente diferente dos relatórios, o que eu acho difícil.”

A Polícia Civil iniciou um inquérito ainda no sábado para investigar o caso e pretende ouvir o irmão de Pádua, Helisson Pádua, e também a assessora e concunhada de Hickmann, Giovana Alves. Ela é mulher de Belo, também estava no quarto e levou dois tiros. A investigação tem prazo inicial de 30 dias para ser concluída, mas pode ser adiada.

Segundo Grossi, depois que Pádua atirou em Giovana, Belo teria se levantado e tentado imobilizar o agressor pelos pulsos. De acordo com o depoimento do cunhado de Hickmann, Pádua não tirou o dedo do gatilho e, após alguns minutos de resistência, aproximou o cano da arma para a nuca.

Nesse momento, Belo teria colocado o próprio dedo em cima do de Pádua e feito ele atirar na própria por duas vezes.

Um vídeo da câmera de segurança do hotel mostra Belo saindo do quarto por volta das 14h e chegando à recepção do hotel com a arma na mão, que foi entregue ao segurança do hotel –o profissional também será ouvido pela polícia.

A perícia da Polícia Civil ainda tenta identificar a origem do revólver, que está com a numeração raspada.

‘EU SOU UM SER HUMANO’

Rodrigo de Pádua se dizia fã da modelo e rendeu Belo no corredor para forçá-lo a entrar no quarto. Muito agitado e falando frases desconexas, ele obrigou os três a se virarem de costas.

Do lado de fora do recinto, o cabeleireiro Júlio Figueiredo gravou o áudio do momento antes de chamar a segurança. “Eu sou um ser humano, cretina”, gritou Pádua. “Eu tenho coração. Eu te falei um milhão de vezes.”

Pádua também gritou que não era assassino, e ao ser questionado porque estava com a arma na mão, respondeu: “Porque ela [Hickmann] é uma mentira. Uma filha da p…. Duvidou do amor que eu tinha, sua v….

Você acabou com minha vida, você não teve o mínimo de compaixão comigo, eu implorei pra ela um milhão de vezes”.

O enterro dele aconteceu nesta segunda-feira (23), em Juiz de Fora (MG). O sepultamento foi acompanhado por poucos parentes.

Folha Press

Opinião dos leitores

  1. Queria vê se fosse um agente público que tivesse agido em "legítima defesa" dando dois tiros na nuca de outro. Com certeza a imprensa e a população já estaria caindo em cima dizendo que o mesmo era um assassino. Na minha opinião ele matou pq quiz o meliante. Não se configura legítima defesa dois tiros na nuca. Mas como nesse país quem manda é o velho dinheiro paciência.

  2. Achei o depoimento da modelo muito artificial no Domingo Espetacular. Parecia combinado. E o cunhado era preparado, matou matando. Só render não bastava? Dois tiros? Hummmm

  3. Olha cara não gosto de entrar neste s assuntos de policia porque não tenho interesse, mas no caso desta moça acho tão estranho estes tiros na nuca. Embora ache que este rodrigo tinha que morre mesmo.

    1. Cabral pelo q vi nas reportagens dos jornais lá de Minas,
      Tudo leva a crer que o rapaz sofria distúrbios mentais,
      Criou uma fantasia de um amor não correspondido,
      o que o levou a se vingar…
      Qto ao fato da legítima defesa própria ou de terceiros,
      está caracterizada após a cunhada da Ana, ser atingida pelos tiros…
      Agora, se o rapaz foi morto qdo já estava imobilizado,
      Aí a conversa passa a ser outra…
      Vamos aguardar o laudo pericial como bem disse o delegado responsável pelo caso….

    2. Caro Val Lima eu fico assim desconfiado entende? Mais tudo bem o Rodrigo foi o culpado, já pensou se ele fosse preso e quando saíssem o que seria capaz de fazer com a moça? Acredito que as suas informações procedem, normal ele não era com certeza.

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Tecnologia

WhatsApp pode voltar a ser bloqueado no Brasil, diz delegado

20151224111912_660_420O delegado Fabiano Barbeiro, que solicitou o bloqueio do WhatsApp no Brasil no final do ano passado, disse em entrevista à Rádio Câmara que pode pedir novamente a suspensão do serviço do aplicativo. O motivo seria a falta de cooperação da empresa numa investigação que envolve o PCC, Primeiro Comando da Capital.

A polícia vem solicitando a quebra de sigilo do WhatsApp, para fornecer informações sobre o caso, desde julho de 2015. A empresa já foi notificada e multada pelo descumprimento e, em dezembro de 2015, o Ministério Público ordenou o bloqueio dos serviços no país por 48h.

Fornecimento de informações

Segundo a rádio, um representante do WhatsApp justificou a falta de cooperação da empresa argumentando que, como os dados trocados pelo aplicativo são criptografados, o WhatsApp não teria como fornecer as informações solicitadas pelos investigadores.

Para Barbeiro, no entanto, essa justificativa não é plausível. Ele argumentou que quando um usuário recebe uma mensagem e não a abre, ela fica armazenada no sistema – isso provaria que o WhatsApp possui dispositivos de armazenamento.

Sobre a justificativa da empresa, Barbeiro disse que a considera “completamente improvável. O que eu acredito, sim, é que existem razões comerciais para que ela [o WhatsApp] mantenha essa resistência”. O delegado disse também que os representantes da empresa no Brasil também poderão ser responsabilizados criminalmente caso o WhatsApp não coopere.

Questão global

O assunto foi discutido em uma audiência pública realizada pela CPI dos Crimes Digitais ontem – coincidentemente, no mesmo dia em que Diego Dzodan, vice-presidente do facebook na América Latina, foi preso por um motivo semelhante ao que levou à suspensão do WhatsApp no ano passado. Embora Dzodan já tenha sido solto, o Facebook também pode vir a ser bloqueado caso não coopere.

Não é apenas no Brasil que situações como essa acontecem. A Apple, por exemplo, passa por uma situação semelhante nos Estados Unidos, cujo Departamento de Justiça ordenou que a empresa criasse uma maneira de burlar a segurança de seus iPhones para auxiliar em uma investigação. A empresa se negou a cooperar.

Olhar Digital, UOL

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Jornalismo

“Prefeita ostentação é mais criação da mídia do que investigação da polícia”, diz delegado

151001232654_prefeita_ostentacao_624x351_instagramireproducao_nocreditApesar de ter ganhado projeção nacional graças à publicação no Instagram de fotos a bordo de jet-skis ou em boates com taças de champanhe, a ex-prefeita de Bom Jardim (MA), Lidiane Leite da Silva (que usou o nome Lidiane Rocha ao se candidatar à prefeitura), não terá seus perfis em redes sociais investigados.

“A presença dela nas redes sociais não foi levada em conta em nenhum momento na investigação, nem é citada no inquérito”, disse à BBC Brasil o delegado da Polícia Federal Ronildo da Silveira, responsável pelo caso. “O Instagram da prefeita, para nós, é irrelevante.”

Depois de passar 39 dias foragida, a ex-prefeita se entregou à Superintendência da Polícia Federal(PF), em São Luís, na última segunda-feira (28). Atualmente sem partido (ex-PP), Lidiane é indiciada por crimes de associação criminosa, peculato e fraude em licitações para reformas de escolas.

Para o delegado, a importância dada às publicações da “prefeita ostentação” seria “mais uma criação da mídia do que de fato a investigação da polícia”.

Magno Linhares, juiz responsável por determinar o destino da ex-prefeita e de seu ex-namorado e ex-secretário de Articulação Política, Beto Rocha, e do ex-secretário de Agricultura Antonio Gomes da Silva, concorda com o delegado da Polícia Federal.

“Eu não avalio pelo aspecto moral, mas pelo aspecto jurídico”, diz Linhares, da 2ª Vara do Tribunal Regional Federal (TRF).

“(O foco na ostentação) é interessante, porque mostra que a sociedade está atenta a seus gestores. Mas também mostra um aspecto negativo, porque pode ensejar em pré-julgamento contra os supostos desvios que estão sendo apurados.”

Os advogados da ex-prefeita não responderam aos pedidos de entrevista.

Verbas da Educação

Segundo o Ministério Público Federal e a PF, a ex-prefeita e seus assessores teriam participado de fraudes em licitações para a reforma de escolas públicas.

Também teriam sacado, em espécie, R$ 300 mil destinados à merenda escolar do município. “A estimativa é que os supostos desvios cheguem a R$ 15 milhões”, diz o juiz responsável pelo caso.

Com IDH de 0,538 (a média nacional é 0,730), o município de Bom Jardim está entre os lanterninhas nos rankings de educação e qualidade de vida de todo o Brasil.

Nas palavras de um morador, pela internet, os cidadãos bonjardinenses convivem com “escolas sem nenhuma condição, ruas sem asfalto, bairros sem água, energia que toda hora falta”.

Por isso, segundo os responsáveis pela investigação, os supostos crimes que teriam sido cometidos têm “total prioridade” sobre as imagens de luxo publicadas pela ex-prefeita nas redes sociais.

‘Compro o que quiser’

Para o criminalista David Rechulski, especializado em administração pública e crimes de internet, as contas da “prefeita ostentação” na internet são “irrelevantes” na investigação.

“A partir do momento em que se descobre algo efetivo, o comportamento extravagante dela se torna secundário”, diz. “Teria relevância maior se ela tivesse cometido algum crime usando meios eletrônicos” – o que, segundo os responsáveis pela investigação, não faz parte do inquérito.

O advogado associa a reação da opinião pública às fotos da ex-prefeita a bordo de jet-skis e em boates com joias e taças de champanhe com a crise política no governo federal.

“As pessoas estão vivendo um desgaste tão grande em relação ao comportamento dos agentes públicos e ao uso do dinheiro público que a forma de usar o dinheiro desviado acaba gerando mais indignação do que o próprio desvio em si.”

Pelo Instagram, respondendo a uma crítica em uma foto de sua caminhonete (cujo preço estimado é de R$ 115 mil), a ex-prefeita disse: “Devia era comprar um carro mais luxuoso porque graças a Deus o dinheiro está sobrando”.

“Eu compro é que eu quiser. Gasto sim com o que eu quero. Tô nem aí pra o que achem. Beijinho no ombro pros recalcados”, afirmou, também pelo Instagram.

BBC Brasil

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Diversos

Mulher que filmou corpo de Cristiano Araújo se arrependeu, diz delegado

ftcO vídeo que vazou na internet com um homem e uma mulher mostrando o corpo de Cristiano Araújo está dando o que falar e não faltam críticas aos dois nas redes sociais. No entanto, segundo o delegado que está cuidando do inquérito aberto para apurar a produção e divulgação destas imagens, Eli José de Oliveira, ao menos ela se mostrou arrependida do ato em seu depoimento dado à polícia.

“Ela não chorou, mas teve uma postura de arrependimento. Falou que foi um ato impensado. Ele não falou muito, disse que não teve participação na história. Realmente não foi ele quem filmou, mas aceitou o que ela estava fazendo e, em determinado momento, pede para ela fazer uma coisa. Ele poderia ter pedido para a filmagem parar. Por isso não é possível que ele seja condenado e ela não”, explicou.

Para finalizar a investigação, Eli precisa apenas colher o depoimento de uma terceira pessoa que foi apontada pela mulher do vídeo e que teria sido responsável por colocar as imagens na internet, um colega seu de faculdade. O delegado irá tentar que ele seja ouvido ainda nesta sexta, mas ele ainda não foi encontrado para responder à acusação.

“Já ouvimos os dois que aparecem nas imagens, além da administradora do local. Só falta ouvir uma terceira pessoa indicada pela menina. Segundo ela, foi ele quem divulgou as imagens na internet. Vamos tentar intimá-lo ainda hoje. Mas a clínica já mostrou que têm um controle interno rigoroso e o ato foi um vacilo mesmo dos funcionários. O inquérito está quase conclúido”, afirmou.

O nome dos autores do vídeo são Márcia Valéria dos Santos Louzado e Marco Antônio Ramos. A terceira pessoa foi identificada apenas como Leandro. Os dois primeiros já foram indiciados pelo artigo 212 do Código Penal, vilipendiar cadáver de forma desprezível e humilhante, e podem pegar de um a três anos de prisão. Os donos da clínica também podem sofrer ação cível porque são responsáveis pelos funcionários.

Depois que o inquérito for realmente finalizado, o caso será encaminhado à Justiça, que irá determinar a punição ou não dos funcionários da clínica. Enquanto não são chamados para responder sobre seus atos em frente a um juiz, Márcia e Marco ficarão aguardando em liberdade.

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EGO

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Polêmica

'Usam WhatsApp para pedofilia, tráfico e assaltos', diz delegado que pede bloqueio do app

B-3W8C9XIAEJAGL“Sabemos que o Whastapp é usado no Brasil para crimes como pedofilia, assaltos e tráfico de drogas. O aplicativo serve como facilitador no ambiente virtual para crimes cometidos em ambientes comuns.”

Quem afirma é Alessandro Barreto, delegado do núcleo de inteligência da policia civil do Piauí e um dos responsáveis pela operação que culminou no pedido de bloqueio do aplicativo de mensagens instantâneas mais popular do Brasil.

A BBC Brasil apurou que a investigação, que corre em segredo de justiça, tentaria identificar suspeitos que usariam o app para troca de imagens de crianças e discussões sobre encontros sexuais com menores de idade no Estado. A Secretaria de Segurança do Piauí não confirma a informação.

Segundo o delegado, a polícia pediu que o aplicativo compartilhasse o teor das mensagens trocadas pelos envolvidos. Após tentativas sem sucesso, o juíz Luiz Moura Correia, da Central de Inquéritos de Teresina, ordenou às operadoras de telefonia que bloqueassem o aplicativo em todo o país por não colaborar com as investigações.

Procurados, representantes do Whatsapp não responderam às solicitações de entrevistas feitas pela BBC Brasil. Já as operadoras prometem recorrer da decisão, que consideram “desproporcional”.

O último capítulo da novela surgiu na tarde desta quinta-feira. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, um desembargador do Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI) pediu que a decisão de bloqueio nacional do app fosse sustada, alegando que a investigação é local e não nacional.

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