Diversos

Venezuela vive colapso na saúde e está sob ‘emergência humanitária complexa’, diz ONG

Foto: Reuters/Marcos Bello

A Venezuela está sob “emergência humanitária complexa”, afirma relatório da ONG norte-americana Human Rights Watch divulgado nesta quinta-feira (4). Observadores da organização e especialistas em saúde pública examinaram o colapso médico venezuelano, com aumento na transmissão de doenças infectocontagiosas no país.

No texto, a Human Rights Watch pede à Organização das Nações Unidas uma “resposta contundente” ao regime de Nicolás Maduro. Segundo o relatório, o governo chavista não só se provou ineficiente para conter a crise como a piorou e “se esforçou para suprimir informações sobre a dimensão e a urgência dos problemas”.

De acordo com a ONG norte-americana, os pesquisadores encontraram problemas como:

Piora nos indicadores de mortalidade materna e infantil;
Disseminação de doenças evitáveis por meio de vacinas, como sarampo e difteria;
Aumento na transmissão de doenças infecciosas como malária e tuberculose;
Segurança alimentar em situação crítica;
Desnutrição infantil.

No relatório, a ONG menciona dados da Organização Pan-Americana de Saúde que indicam apenas um caso de sarampo registrado entre 2008 e 2015 na Venezuela. Desde junho de 2017, o número de casos confirmados da doença ultrapassou 6,2 mil.

A Human Rights Watch também alerta que o colapso na saúde pública na Venezuela se agravou por causa do desabastecimento de comida sofrido pelo país. Um relatório da ONU divulgado na semana passada mostrou que 3,7 milhões de venezuelanos estão desnutridos.

Por isso, a organização diz que vai pedir às Nações Unidas que priorizem ações humanitárias na Venezuela e que exijam das autoridades venezuelanas acessos detalhados e completos sobre saúde e abastecimento.

Além de alimentos, remédios e itens de higiene básica estão incluídos nos pacotes de ajuda humanitária retidos na fronteira entre a Venezuela e os vizinhos Brasil e Colômbia. Na semana passada, a Federação Internacional Cruz Vermelha afirmou que “tem caminho livre” para iniciar a distribuição dos carregamentos, incluindo aqueles bloqueados pelo regime de Maduro.

Trabalhadores da Cruz Vermelha venezuelana em Caracas, na Venezuela — Foto: Ivan Alvarado/Reuters

O governo chavista acusa os Estados Unidos e o autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó, de tentarem usar a ajuda humanitária como pretexto para um golpe no país. Por isso, houve confrontos nas fronteiras no chamado “Dia D” da entrega dos carregamentos, em fevereiro.

Desde então, Maduro aceitou a entrada de cargas de Rússia e China – países que ainda reconhecem o chavista como presidente da Venezuela. Os opositores ao regime, no entanto, dizem que os mantimentos são “mercadoria”, e não ajuda propriamente dita.

Impacto no Brasil

O relatório da Human Rights Watch alertou para o impacto do colapso da saúde da Venezuela no Brasil, principalmente em Roraima. Dados coletados até fevereiro de 2019 mostram que 61% dos casos de sarampo confirmados no estado brasileiro ocorreram em venezuelanos.

A ONG norte-americana também apontou para aumento de diagnósticos de HIV entre venezuelanos em Roraima. Entre janeiro e dezembro de 2018, as autoridades estaduais de saúde registraram 56 novos casos – aumento de mais de três vezes em relação ao ano anterior.

Além disso, a ONG apontou que os pacientes venezuelanos, por chegarem debilitados ao Brasil, têm menor chance de sobreviver às doenças do que pacientes brasileiros nas unidades de saúde de Roraima.

G1

 

Opinião dos leitores

  1. Tenho uma sugestão, porquê não mandamos pra lá os petista do Brasil.
    Ele lá ajudariam mais. Aqui eles só atrapalha.

    1. Não está morrendo, a esquerda está tentando acabar com aquele país. Infelizmente a Venezuela não tem um Moro, o MP e a PF que o Brasil tem, e que evitaram que eles fizessem o mesmo com esse país.

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Finanças

Governo repassou R$ 134 milhões em emendas a deputados pró-Temer, diz ONG

CCJ da Câmara durante discussão do relatório sobre denúncia contra Temer (Foto: Cleia Viana / Câmara dos Deputados)

Levantamento feito pela ONG Contas Abertas aponta que o governo federal liberou, no mês de junho, R$ 134 milhões em emendas parlamentares a 36 dos 41 deputados que votaram a favor do presidente Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Quatro dos deputados que votaram a favor de Temer na CCJ não tiveram emendas parlamentares liberadas em junho: Arthur Lira (PP-AL), Domingos Neto (PSD-CE), Maia Filho (PP-PI) e Elizeu Dionizio (PSDB-MS).

Emendas parlamentares são recursos previstos no Orçamento, cuja aplicação é indicada pelo parlamentar. Esse dinheiro tem de ser obrigatoriamente empregado em projetos e obras nos estados e municípios. A liberação dos recursos é obrigatória, e o governo tem todo o ano para realizar os repasses.

De acordo com o secretário-geral da ONG, Gil Castello Branco, o valor é “absolutamente atípico para o período”.

“Isso não é uma ilegalidade”, disse Castello Branco, mas, segundo ele, neste ano o governo concentrou um grande volume de recursos no mês de junho. Antes, afirmou, “não tinha sido empenhado praticamente nada”.

“Essa é a expressão em números de que o governo deixa essas liberações às vésperas de votações importantes na tentativa de obter os votos”, declarou Castello Branco.

Os dados aferidos pela organização mostram que o deputado que mais recebeu os recursos foi Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG). O tucano recebeu R$ 5,1 milhões em emendas no mês passado.

Ligado ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) e à ala do partido que defende a permanência da legenda no governo, Abi Ackel foi o responsável por elaborar um segundo parecer, aprovado na comissão, que recomendou a rejeição da denúncia contra Temer.

A CCJ foi a primeira etapa da análise da denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer. Nesta quinta-feira (13), os deputados rejeitaram, por 40 votos a 25, o relatório de Sérgio Zveiter (PMDB-RJ) que recomendava o prosseguimento da denúncia.

Abi-Ackel, então, foi escolhido como novo relator e apresentou um segundo relatório, recomendando a rejeição da denúncia pela Câmara. O parecer do tucano foi aprovado por 41 votos a 24.

Partidos de oposição atribuem a vitória do governo na CCJ a dois principais motivos: o troca-troca de integrantes promovido por líderes da base aliada, que garantiu maioria de votos ao governo, e a liberação de emendas parlamentares.

Além de Abi-Ackel, outros parlamentares ligados à “tropa de choque” do Palácio do Planalto figuram na lista de maiores beneficiários das emendas liberadas pelo governo.

Depois do tucano, os dois deputados que mais receberam verbas foram Carlos Marun (PMDB-MS) e um dos vice-líderes do governo na Casa, Beto Mansur (PRB-SP).

De acordo com o levantamento, os dois receberam R$ 5 milhões cada. Os parlamentares foram dois dos principais defensores de Temer nos últimos dias.

Ainda segundo o levantamento da ONG, apenas em junho, R$ 2 bilhões foram empenhados para parlamentares de 27 partidos e bancadas estaduais. O partido de Temer, o PMDB, recebeu R$ 284,2 milhões.

G1

 

Opinião dos leitores

  1. NINGUEM VAI COMENTAR ESSA NOTICIA OU SÓ HÁ A LEITURA DO QUE INTERESSA? A PRISÃO DOS MEMBROS DOS PARTIDOS DE ESQUERDA? REALMENTE O POVO BRASILEIRO É ALTAMENTE SELETISTA MSM!

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Diversos

Brasil é o 7º país mais perigoso para jornalistas, diz ONG

Um estudo da organização não governamental Press Emblem Campaign (PEC), entidade com sede em Genebra, na Suíça, aponta que não houve evolução na proteção a jornalistas no ano de 2015 e que o Brasil continua sendo um dos países mais perigosos para os profissionais de imprensa, empatado com Índia, Sudão do Sul e Iêmen.

De acordo com o levantamento, 128 jornalistas foram assassinados neste ano em 31 países. A ONG contabilizou sete assassinatos de profissionais de imprensa no Brasil neste ano, o que o coloca na sétima posição entre os mais perigosos para a profissão.

A ONG começou o balanço em 2006. Desde então, já contabilizou 1.177 jornalistas assassinados. Apenas nos últimos cinco anos, conta 35 mortes no Brasil –média de sete por ano.

A lista de 2015 é liderada pela Síria pelo quinto ano consecutivo, com 11 jornalistas assassinados, e por México e Iraque (10 mortes). Com os ataques ao seminário “Charlie Hebdo”, a França ocupa o terceiro lugar, com oito assassinatos, ao lado de Líbia e Filipinas.

“2015 foi outro ano terrível para jornalistas. Começou com a matança no ‘Charlie Hedbo’ em Paris e a execução, pelo Estado Islâmico, do jornalista japonês Kenji Goto na Siria”, disse o secretário-geral da PEC, Blaise Lempen.

“A violência contra os jornalistas não diminuiu. É revelador o fato de que os últimos quatro anos têm sido os mais mortíferos da década”, disse, em nota.

Ainda segundo a PEC, as principais causas de mortes de jornalistas foram os conflitos armados em países do Oriente Médio, a violência em países da América Latina e ataques terroristas.

RANKING

Também compõem o ranking Paquistão e Somália (seis vítimas cada), Honduras (cinco mortos), Reino Unido e Ucrânia (quatro), Guatemala (três), Afeganistão e Estados Unidos, com duas mortes cada -no caso dos EUA, as duas mortes ocorreram durante uma transmissão de TV ao vivo.

Tiveram um assassinato registrado Arábia Saudita, Azerbaijão, Bangladesh, Burundi, Gaza, Gana, Indonésia, Quênia, Moçambique, Paraguai, Polônia, República Dominicana e a República Democrática do Congo.

Com 38 assassinatos de jornalistas, o Oriente Médio continua que apresenta o maior risco para os profissionais, seguido por América Latina (31 mortos) e Ásia (26).

“O balanço da Europa nunca tinha sido tão pesado nos últimos dez anos, com 13 vítimas”, informa a PEC.

Folha Press

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