Finanças

Novo Plano Mansueto terá impacto de até R$ 222 bilhões, diz Tesouro

Secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida. Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr

O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto de Almeida, estima que o novo projeto de auxílio financeiro a estados terá impacto nas contas públicas entre R$ 148 bilhões e R$ 222 bilhões em 2020. A projeção consta de nota técnica divulgada pelo Ministério da Economia neste fim de semana.

“Esse conjunto extraordinário de recursos será todo financiado por meio do aumento do endividamento público, pois não há novas fontes de receitas em nenhuma esfera do setor público consolidado”, alerta o texto assinado pelo secretário que dá nome ao projeto original, Plano Mansueto.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), estimou que o impacto do novo texto será de R$ 35 bilhões. No entanto, cálculos inicias da equipe econômica indicaram que o projeto vai comprometer R$ 180 bilhões do orçamento de 2020.

Segundo a nota técnica do Ministério da Economia, o déficit primário do setor público este ano deve ser de aproximadamente R$ 500 bilhões, valor próximo a 7% do PIB. A equipe adverte para um crescimento excessivo do déficit e da dívida pública.

“Assim, é importante que qualquer novo impacto fiscal seja debatido de forma cuidadosa para evitar um crescimento excessivo do déficit primário e da dívida pública do setor público além do estritamente necessário para reduzir os impactos econômicos e sociais da crise do Coronavírus e garantir os recursos necessários para o sistema de saúde de todos os entes da Federação”, diz o texto assinado pelo secretário.

Plano Mansueto

Inicialmente, o PLP 149/2019, construído pelo secretário do Tesouro, garantia auxílio financeiro a estados em crise empenhados com o ajuste fiscal. Em contrapartida, os governos estaduais se comprometeriam a limitar os gastos permanentes. Com a pandemia do novo coronavírus, o escopo do projeto foi alterado para garantir apoio emergencial a todos os estados.

De acordo com o presidente da Câmara, o objetivo do projeto original do Plano Mansueto ia ser distorcido se a votação ocorresse agora. “Hoje nós vivemos uma nova realidade: todos os estados estão passando por dificuldades”, disse ele. O Plano Mansueto precisará ser enfrentado provavelmente no segundo semestre, estimou Maia, mas no curto prazo todos os estados precisam recompor receitas para enfrentar a crise decorrente do novo coronavírus.

O novo texto suspende a dívida dos estados e do DF com a União, acaba com a obrigação de cumprimento do teto de gastos e concede perdão de multas decorrentes da suspensão de pagamentos. Também é criada compensação, por três meses, para a queda de arrecadação com o ICMS e o ISS. O substitutivo foi lido pelo relator, deputado Pedro Paulo (DEM-RJ), na última quinta-feira (9) e a votação está prevista para segunda-feira (13).

Cenários

O impacto do texto sobre as finanças públicas em 2020 será de pelo menos R$ 105 bilhões, estima o Tesouro Nacional no cenário mais conservador. No entanto, cada ponto do projeto incluiria outros bilhões na conta.

Deputados debatem, por exemplo, a extensão do projeto a prefeituras, o que não está contemplado pelo texto até o momento. Se os parlamentares incluírem a concessão de operações de crédito para os municípios com uma regra semelhante à dos estados, o Tesouro estima um acréscimo de R$ 39 bilhões no custo.

Para o pior cenário, de impacto de R$ 222 bilhões, a nota considera a inclusão de assuntos não relacionados com o combate à covid-19, que aparecem no

Disputa política

Enquanto autoridades buscam acordo em torno do projeto, bolsonaristas têm utilizado as redes sociais para defender o texto original. A narrativa dos apoiadores de Bolsonaro é de que os deputados, liderados por Rodrigo Maia, fazem alarmismos sobre a pandemia de covid-19 para conseguir mais recursos federais.

O que está em jogo, na verdade, é a “paternidade” de medidas de mitigação dos efeitos da pandemia. Ao repassar o dinheiro aos governadores, Bolsonaro não terá facilidade em se apropriar do bônus política das medidas – como aconteceu, por exemplo, no caso do auxílio emergencial de R$ 600.

Congresso em Foco

 

Opinião dos leitores

  1. Tios Patinhos, o BRASIL tem lastro, ninguém pode perde VIDAS que a vida ñ se recupera. A ECONOMIA , nos longos dos anos se recupera
    mas a vida ñ.

    1. Você já ouviu o termo "morrer de fome"? Acredita que pessoas podem morrer por causa tão "banal"? E depressão, suicídios, encargos AVC, falta de dinheiro para adquirir remédios e tratar doenças, será que pessoas também morrem por tais motivos? E latrocínios devidos a desespero por falta de dinheiro para prover o sustento da família? Olha, esse é o nível dessa gente que não se preocupa com o destino das pessoas, que usa o povo, principalmente os mais carentes, como massa de manobra para seus planos sórdidos.

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Finanças

Dívida pública tem alta de 2% e ultrapassa marca inédita de R$ 4 trilhões em agosto, diz Tesouro

A dívida pública federal em títulos, que inclui os débitos do governo no Brasil e no exterior, registrou aumento de 2,03% em agosto, para R$ 4,074 trilhões, informou a Secretaria do Tesouro Nacional nesta quinta-feira (26). Em julho, a dívida somava R$ 3,993 trilhões.

Foi a primeira vez que a dívida ultrapassou a marca dos R$ 4 trilhões. O crescimento em agosto está relacionado com a emissão de títulos públicos (acima do volume de resgates) de R$ 39,62 bilhões e, também, com as despesas com juros – que somaram R$ 41,37 bilhões.

A dívida pública é a emitida pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do governo federal. Ou seja, para pagar despesas que ficam acima da arrecadação com impostos e tributos.

O crescimento da dívida pública está dentro dos planos do governo federal. A dívida pública pode chegar a até R$ 4,3 trilhões em 2019, segundo programação do Tesouro Nacional divulgada no começo deste ano. Em todo ano passado, a dívida pública teve aumento de 8,9%, segundo números oficiais.

Dívidas interna e externa

Quando os pagamentos e recebimentos são realizados em real, a dívida é chamada de interna. Quando tais operações ocorrem em moeda estrangeira (dólar, normalmente), é classificada como externa.

Dívida interna: foi registrada alta de 1,74% em agosto, para R$ 3,913 trilhões.
Dívida externa: resultado da emissão de bônus soberanos (títulos da dívida) no mercado internacional e de contratos firmados no passado, contabilizou uma queda de 9,55% no em agosto, para R$ 160,87 bilhões.

Compradores

Os números do Tesouro Nacional também revelam que a participação dos investidores estrangeiros na dívida pública interna registrou queda em agosto.

No mês passado, os não residentes detinham 12,14% da dívida total, o equivalente a R$ 474 bilhões, contra 12,31% do total da dívida interna em julho (R$ 473 bilhões).

Com isso, os estrangeiros seguem na quarta colocação de principais detentores da dívida pública interna, atrás de:

fundos de investimento (R$ 1,062 trilhão, ou 27,15% do total);
fundos de previdência (R$ 945 bilhões ou 24,16% do total);
instituições financeiras (R$ 897 bilhões, ou 22,93% do total).

G1

 

Opinião dos leitores

    1. Ai o cabra diz que isso aconteceu devido aos últimos 9 meses…..tenha paciência com tamanha demência.

    2. Seu inteligente, se você olhar vai ver que janeiro de 2018 já era mais de 3,5 tri. Come capim do caramba

    3. Com a política econômica suicida de Paulo Guedes, quer dizer que o estoque da dívida pública reduziu foi? Esse crescimento da "dívida pública" deve ser pra justificar privatizar as 17 estatais brasileiras, inclusive a casa da moeda, listadas por Paulo Guedes a preço de banana para beneficiar as empresas e bancos de Donald Trump.

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