Judiciário

‘Houve sede de poder’, diz Toffoli sobre atuação de órgãos como Coaf e Receita

Presidente do STF, o ministro Dias Toffoli Foto: Jorge William 24-04-2019 / Agência O Globo

Em nova defesa de decisão na qual mandou suspender processos judiciais e investigações em Ministério Público com dados de órgãos de controle compartilhados sem aval prévio da Justiça, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli , destacou que “houve sede de poder” por parte de instituições como o Conselho de Administração de Atividades Financeiras (Coaf) e a Receita Federal. Em entrevista ao jornal “Estado de S. Paulo”, o magistrado defendeu a necessidade de impor limites a elas.

Embora tenha atribuído aos órgãos “importância enorme” no estado democrático de direito, Toffoli destacou que eles não configuram um Poder da República e precisam de autorização judicial para ir além de informações globais de movimentações financeiras ou declarações de bens.

— Houve uma sede de poder [dos órgãos de controle]. E poder no Brasil são só três: Executivo, Legislativo e Judiciário. Não existe o ‘poder órgãos de controle’. Isso não é poder. Esses são submetidos aos controles do Judiciário — destacou ele ao jornal.

Toffoli contou que foi relator de uma ação que autorizou, em 2016, a transferência de informações (nome do titular e globalidade dos valores movimentados por mês) entre órgãos de controle, algo que, segundo ele, não ocorria antes. Na visão do magistrado, a partir desta determinação, os órgãos “fizeram uma leitura errada”.

— Inicialmente, eu entendi por bem não fazer isso (suspender processos e investigações), mas, após verificar que isso estava disseminado, estão sendo feitas devassas nas vidas das pessoas sem que haja supervisão do Judiciário, isso é um Estado fascista. Vira investigação de gaveta que ninguém sabe se existe ou não existe.

Na entrevista, Toffoli evitou comentar a posição de outros ministros do Supremo, cujo plenário deve julgar o mérito da controvérsia sobre o compartilhamento de dados em novembro. Ele reconheceu a possibilidade de processos que tenham tramitado com dados compartilhados sem aval da Justiça possam ser anulados.

— É possível, há uma possibilidade. É evidente que pode haver modulação, etc. Mas nós não podemos permitir que o País se transforme em um Estado policialesco e fascista — destacou o magistrado.

Na decisão, Toffoli acolheu um pedido da defesa do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) por suposto desvio de dinheiro em seu antigo gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Um relatório do Conselho de Administração de Atividades Financeiras (Coaf) identificou movimentações atípicas de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio, de R$ 1,2 milhão.

Além de paralisar processos judiciais em andamento, Toffoli mandou suspender inquéritos e procedimentos de investigação criminais (PICs) em tramitação tanto no Ministério Público Federal quanto nos ministérios públicos estaduais e no Distrito Federal.

A decisão de Toffoli acontece após diversas tentativas da defesa de Flávio Bolsonaro para alterar o curso das investigações que tramitam contra ele no Rio de Janeiro. Desta vez, a defesa de Flávio “pegou carona” em um julgamento cujo recurso já tramitava desde 2017 no STF . O recurso questiona uma decisão da Justiça Federal com base em suposta ilegalidade do compartilhamento de dados e foi escolhido pela Corte para ter efeito cascata sobre casos semelhantes.

Ao “Estado de S. Paulo”, Toffoli voltou a negar a relação de sua decisão com o caso específico de Flávio Bolsonaro. “A minha decisão não é fulanizada. Houve uma provocação, mas eu já vinha refletindo sobre isso havia algum tempo”, ressaltou o magistrado. Segundo o presidente do STF, o juiz não deve agir para agradar.

— Eu já disse que o juiz tem que ter couro. E juiz não age para agradar ou desagradar, ele faz justiça. Mesmo contra alguém que um dia possa ter falado mal da Justiça, a justiça existe para fazer o que é o constitucional e a defesa do cidadão — disse.

O Globo

 

Opinião dos leitores

  1. Toffoli pode travar 6 mil inquéritos sobre o narcotráfico
    Brasil 19.07.19 12:55

    A decisão de Dias Toffoli pode travar quase seis mil inquéritos sobre o narcotráfico, diz o Estadão.

    Isso só do Coaf…

  2. BG
    Estamos com sede de lhe impichimar o quanto antes para o bem do Brasil. O Sr. Alcalumbre temn grande responsabilidade em não aceitar e determinar investigações contra esse individuo.

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Judiciário

‘Se tudo vai parar no STF, é o fracasso das outras instituições’, diz Toffoli, ainda sugerindo enxugar a Constituição

Toffoli defendeu que haja diminuição do texto na Constituição Federal — Foto: GloboNews/reprodução

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro José Dias Toffoli, afirmou, na manhã desta sexta-feira (29), que o fato de diversos assuntos discutidos na sociedade chegarem à mais alta corte do país significa o “fracasso” das demais instituições.

Durante seminário na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Centro de São Paulo, Toffoli citou o processo de judicialização de temas, como a carga tributária no frete.

“Por que uma discussão de frete vai parar no STF e o Supremo que tem que decidir se o valor vai ser este ou aquele, ou se o valor está correto ou não está? Isso é o fracasso das instituições brasileiras. E daí tudo cai nos nossos ombros. E aí tudo cai na nossa responsabilidade. E aí, para o bem ou para o mal, nós somos responsabilizados”, disse.

O presidente do Supremo defendeu a simplificação da legislação e da Constituição para que haja diminuição de ações judiciais.

“A esquizofrenia vem de antes. Por que? Porque, se tudo vai parar no Supremo, é o significado do fracasso das outras instâncias”, disse.

Ele também se mostrou favorável a que não haja mais emendas constitucionais, “colocando mais texto na Constituição” e permitindo, assim, maior judicialização das demandas.

Segundo o ministro, é necessário reduzir o texto constitucional. “Eu disse para o [Paulo] Guedes (ministro da Economia): ‘A reforma tributária tem que simplificar, não tem jeito. Tem que tirar da Constituição quase tudo’. Porque, se está na Constituição, vai parar na Justiça, e vai parar no Supremo. E, e se não fizermos isso, vamos continuar com a judicialização nesta e nas outras áreas”, disse.

“E toda nova emenda aumenta potencialmente os conflitos. Porque você coloca mais texto na Constituição, e quanto mais texto na Constituição, mais norma no caso concreto vai ser exigida e quem edita norma no caso concreto é a Justiça. A culpa é da Justiça ou da sociedade? Nós temos que refletir sobre isso”, afirmou. “Então, se nós formos analisar, temos que diminuir a nossa Constituição”, defendeu.

Ele acrescentou que não há “tempo a perder”. “Nas últimas três, quatro semanas, como é público e notório, nós passamos muito tempo atuando para apaziguar as coisas. Felizmente, parece que agora as coisas vão andar no bom caminho. Parece que agora as coisas começam a andar (no Brasil)”, acrescentou Toffoli.

G1

Opinião dos leitores

  1. Toffoli, este sim, merece uma estátua de bronze na Praça dos Três Poderes: o advogado petista é emblemático da necrose moral e intelectual que devasta as instituições brasileiras.

  2. Eu acho que eles se sentem valorizados pela demanda, quando não tem, eles criam:
    Vejam o caso de prisão em 2° instância, já foi julgado 2 vezes e vai para 3° agora no dia l0.04.

  3. DE UM LADO TEMOS UM VILÃO MALIGNO QUE VESTE CAPA PRETA E PROMOVE INJUSTIÇAS EM NOME DE FORÇAS OBSCURAS( GILMAR MENDES). DO OUTRO, O DARTH VADER.

  4. LULARÁPIO O GRANDE MENTIROSO. O PERSONAGEM DESTA SEMANA É TALVEZ UM DOS MAIORES VIGARISTAS QUE O BRASIL JÁ CONHECEU. ELE SE ACHA ESPERTALHÃO. MAS COMO DIZIA TANCREDO NEVES, A ESPERTEZA QUANDO É MUITA CRESCE, FICA GRANDE, VIRA BICHO E COME O DONO.
    #FORALULA #FORAPT #FORADILMA #FORACORRUPTOS #FORABOLIVARIANOS

  5. A partir do momento q o STF julga quem foi campeao em 1987, se flamengo ou sport……o q isso tem de constitucional. Deveria nem julgar. Parece q nao tem o q fazer. Pq nao julgam os casos penais e deixam prescrever? Pq julgam besteiras. Ou pq querem q prescreva.

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Judiciário

Bolsonaro fez “excelente escolha”, diz presidente do STF, Dias Toffoli, sobre general no Ministério da Defesa

O ministro Dias Toffoli disse em nota que recebeu com “muita alegria” o anúncio da escolha do general Fernando Azevedo e Silva como ministro da Defesa de Jair Bolsonaro.

O presidente do Supremo afirmou também que foi consultado sobre a decisão pelo presidente eleito e que considera o nome do general uma “excelente escolha”.

O Antagonista

 

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Política

‘Ele sempre foi eleito pela urna eletrônica’, diz Toffoli sobre críticas de Bolsonaro

O novo presidente do STF, ministro Dias Toffoli, durante entrevista – Jorge William / Jorge William

O novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, rebateu nesta segunda-feira às críticas feitas pelo líder nas pesquisas de intenção de voto para presidente, Jair Bolsonaro, às urnas eletrônicas. Questionado se é preocupante alguém que tem um quarto da preferência do eleitorado colocar em dúvida o sistema de votação, Toffoli, que também já foi presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi breve e respondeu:

– Ele sempre foi eleito pela urna eletrônica – disse Toffoli, em entrevistas a repórteres especializados na cobertura da Corte.

Em outro momento, o ministro defendeu a segurança das urnas. Destacou também que, este ano, a eleição terá observadores internacionais da Organização dos Estados Americanos (OEA) “para acabar com determinadas lendas”.

– As urnas são totalmente confiáveis. São auditáveis para os partidos, Ministério Público e OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) – disse Toffoli.

Toffoli comparou quem acredita em fraudes nas urnas eletrônicas a quem crê num dos personagens mais conhecidos do folclore brasileiro:

– Tem gente que acredita em saci pererê.

O ministro lembrou ainda a auditoria pedida pelo PSDB depois da derrota de seu candidato a presidente em 2014, o senador mineiro Aécio Neves. Na ocasião, não foi observado nenhum problema.

Toffoli afirmou nesta segunda-feira que o Brasil vive uma epidemia de homicídios e criticou a impunidade nesse tipo de crime. Segundo ele, há vários culpados por essa “vergonha”, entre eles a polícia, o Ministério Público e o próprio Judiciário.

– É uma vergonha a impunidade. É uma falha que vem da prevenção, da investigação, da acusação no Ministério Público, e da burocratização quando chega ao Judiciário – disse Toffoli, defendendo a desburocratização do tribunal do júri.

O novo presidente do STF rechaçou ainda as críticas de que a Corte estaria atrapalhando as investigações da Operação Lava-Jato. Desde o ano passado são recorrentes as decisões da Segunda Turma do tribunal – da qual Toffoli fazia parte antes de assumir a presidência – dando fim a vários inquéritos e soltando investigados, alguns deles já condenados em segunda instância, caso do ex-ministro José Dirceu.

O Globo

 

Opinião dos leitores

  1. Fico imaginando esse pilantra na presidência do STF e o PT chegando a presidência do país. Estaremos completamente fud…..

  2. EU CONCORDO POR DEMAIS COM O "DEPUTADO" JAIR BOLSONARO.

    "SE" AS URNAS ELETRÔNICAS FOSSE CONFIÁVEIS, COM CERTEZA ELE E SEUS FILHOS JAMAIS SERIAM "ELEITOS E REELEITOS" PELO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.

    COMO ADMINISTRAM NA BASE DAS AMEAÇAS, OS PRESIDENTES DOS TRIBUNAIS NÃO QUEREM TER PROBLEMAS.

    "SE" FOSSE NUM PAÍS SÉRIO, O PODER JUDICIÁRIO ENQUADRAVA ESSE CIDADÃO, PRA QUE ELE PROVE DIANTE DA JUSTIÇA ESSA "GRAVE" ACUSAÇÃO… SE ELE TEM CONHECIMENTO DE CAUSA, QUE PROVE!!!

    1. O Brasil e a venezuela sao os unicos países do mundo que usam urnas de 1ª geração, conhecidas por DRE (Direct Recording Electronic voting machine — máquina de gravação eletrônica direta do voto), os votos são gravados apenas eletronicamente, não oferecendo possibilidade de auditoria por outros meios. Deste modo, a confiabilidade do resultado publicado fica totalmente dependente da confiabilidade do software instalado no equipamento. (veja, 12 de fev de 2017)

  3. justamente por ela ser eletrônica, pode-se deixar ele ganhar hoje e não deixar amanhã, facilmente programável, como já demonstraram 2 professores de brasília.

  4. Procurem por vídeos do professor Diego Aranha (Doutorado da Unicamp na área de TI) sobre as urnas eletrônicas que vocês saberão do que Bolsonaro está falando.

    Além disso, procurem saber de onde é a fabricante das urnas eletrônicas que ganhou a licitação junto ao TSE sobre o fornecimento das urnas eletrônicas para o TSE… País: Venezuela. Empresa: Smartmatic.

    Provável fraude pela frente nessas eleições. Já estão rolando alguns vídeos no youtube com as urnas chegando aos cartórios eleitorais sem a mídia de gravação das urnas…

    Bolsonaro 2018

  5. Isso não é desculpa para dizer que urnas eletrônicas são seguras, pois quem garantiu a insegurança foi técnicos especializados.

  6. É pq o Bozo não é capaz de estabelecer essa relação. Exige uma capacidade de raciocínio além do que seus neurônios conseguem entregar.

    1. Jallir é uma caixa de ressonância, só fala o lhes mandam, fora disso não consegue diferenciar um camelo de um dromedário… B…. Pra Cara… Leo

    2. Como ele não precisa mentir para esconder falcatruas e corrupção, não tem a "agilidade" mental dos demais políticos que as praticam, tais como Haddad, Alckmin, Ciro…

    3. Vamos ao que interessa…
      A senhora vota em quem mesmo? Vamos atestar agora essa questão de neurônios.

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Judiciário

Judiciário pode ‘cometer o mesmo erro de militares em 1964’, diz Toffoli

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli disse nesta sexta-feira (16) que a Justiça corre o risco de “cometer o mesmo erro que os militares cometeram em 1964” se a política for criminalizada e o Judiciário “exagerar no ativismo”.

Ao palestrar em evento de direito tributário em Belo Horizonte, Toffoli listou momentos da história do Brasil em que as Forças Armadas agiram como “poder moderador”: destituíram governos e depois devolveram aos civis.

Ele afirma que, no entanto, no golpe de 1964, os militares quiseram “se achar os donos do poder” e se desgastaram com isso.

“Com o desgaste dos militares, porque eles deixaram de ter autoridade moral de ser o poder moderador das crises da federação brasileira, quem acaba por assumir é o Poder Judiciário”, afirmou.

“E nesse protagonismo, o Poder Judiciário tem que ter uma preocupação: também não exagerar no seu ativismo. Se exagerar no seu ativismo, ele vai ter o mesmo desgaste que tiveram os militares.”

Toffoli, que falaria no evento sobre direito tributário, deixou o tema de lado disse que era “mais importante fazer essas reflexões”.

“Se criminalizar a política e achar que o sistema judicial vai solucionar os problemas da nação brasileira, com moralismos, com pessoas batendo palma para doido dançar e destruindo a nação brasileira e a classe política… É o sistema judicial que vai salvar a nação brasileira?”, questionou.

Segundo o ministro, a Justiça tem que “resolver a crise de maneira pontual” e quando for provocada ou vai haver um “totalitarismo do Judiciário e do sistema judicial”.

“Se nós quisermos ser os protagonistas da sociedade brasileira, começarmos a fazer sentenças aditivas, começamos a fazer operações que tem 150 mandados de busca e apreensão num único dia… Temos que refletir”, acrescentou.

Folha Press

Opinião dos leitores

    1. Concordo plenamente, pois o povão quem vem pagando um preço alto por isso.

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