Nesta terça-feira (17), a partir das 8h30, a Fundação Cultural Capitania das Artes estará reabrindo ao público o Museu de Cultura Popular Djalma Maranhão, localizado na Praça Augusto Severo, na Ribeira.
O Museu de Cultura Popular Djalma Maranhão proporciona uma leitura geral da cultura da tradição do nosso Estado, apresentando a exposição de longa duração denominada de ‘Atos de Memória: tradição e cultura do povo potiguar’, que está dividida em quatro módulos: O mundo encantado dos folguedos e das danças tradicionais do RN; O mundo mágico: encantos e encantamentos do João Redondo; Saberes e fazeres do povo potiguar e Atos de memória: arte, fé e religiosidade do povo.
O Estado do Rio Grande do Norte é privilegiado em matéria de danças da tradição popular folclórica. O RN mantém vivo os quatro grandes autos populares: Boi, Fandango, Chegança e Congo. E, ainda, Lapinha, Pastoril e Caboclinhos. Além de um grande número de danças populares, desde o Zambê de Tibau do Sul (uma referência nacional) à Sociedade Araruna, única no Brasil, orgulho dos potiguares.
O Museu de Cultura Popular passou por uma reestruturação e reforma que envolveu diversas secretarias da Prefeitura do Natal. Todo o trabalho de pesquisa foi desenvolvido pela equipe da própria Funcarte.
A Câmara Municipal de Natal realizou nesta quinta-feira (03) um sessão solene com importância histórica relevante para a capital potiguar e o Brasil. Por proposição do vereador George Câmara (PC do B), a CMN realizou a devolução, de forma simbólica, In Memoriam, dos mandatos do prefeito Djalma Maranhão e vice prefeito Luís Gonzaga dos Santos, que tiveram seus mandatos cassados em 1964, por ocasião do golpe da Ditadura Militar brasileira. A sessão foi presidida pelo vereador Albert Dickson (PROS).
“É dever nosso reconhecer esse triste erro, ainda que simbolicamente reparando esse ato de arbitrariedade, quando essas duas pessoas faziam políticas públicas que representavam o povo natalense. É dever de justiça desta casa reestabelecer os mandatos daqueles que injusta e ilegalmente foram perseguidos pela ditadura”, ressaltou o vereador propositor.
A filha do ex prefeito Djalma Maranhão, Ana Maria Maranhão Fagundes, participou da solenidade e emocionada entregou uma carta escrita por seu pai, por ocasião de seu exílio em Montevidéu, em julho de 1965. “Represento aqui a família Maranhão em um dia histórico quando o povo remedia uma grande injustiça.Meu pai foi o mais amado e querido prefeito que essa cidade já teve e que morreu longe de sua terra e sua gente”, disse.
Em um de seus últimos comunicados ao Brasil, o ex prefeito Djalma Maranhão disse: “Toda cidade do Natal é testemunho do meu trabalho e devotamento. Meu crime maior foi alfabetizar 25 mil crianças na pioneira campanha de Pé no Chão Também Se Aprende a Ler, reconhecida pela Unesco dando ao povo acesso às fontes do saber”.
Ao final da sessão, foram entregues placas pela retratação simbólica em que a câmara reconhece como atos anti-democráticos e injustos os ocorridos na época da ditadura militar e anula decisão da mesa diretora da Câmara Municipal de Natal de 3 de abril de 1964, que aprovou as cassações, fazendo uma retratação histórica.
Também participaram do evento Wilma de Faria, vice prefeita de Natal, a deputada federal Fátima Bezerra, Horácio Paiva, presidente da Comissão Municipal da Verdade, Antônio Capistrano, presidente do Comitê Estadual da Verdade, Geraldo dos Santos Queiroz, que possui laços de parentesco com luís Gonzaga, secretária municipal de Educação Justina Iva, além dos vereadores Rafael Mota (PROS), Hugo manso (PT), Amanda Gurgel (PSTU), Ary Gomes (PP) e Dagô (DEM).
“Lembro aqui os milhares de jovens que na época se engajavam no sonhos pela justiça social e ações de democracia e independência neste pais e que de súbito viram paralisadas esses ideais durante o golpe de 64. Essa casa está de parabéns por essa resolução que anula a cassação dos mandatos e os devolve simbolicamente numa clara demonstração de resgate histórico e da justiça”, afirmou Horácio Paiva, presidente da comissão municipal da verdade.
“Não tem ditadura que apague a memória do povo. Na época do golpe eu tinha 17 anos mas já era militante com essa turma que luta a por um Brasil diferente e via no governo Maranhão alguém que se preocupava e era comprometido com seu povo. A verdade está com o tempo e não com as autoridades”, destacou Antônio Capistrano, presidente do Comitê Estadual da Verdade.
Resgate histórico
Djalma Maranhão e Luis Gonzaga foram eleitos prefeito e vice prefeito no início da década de 60. Na época a campanha “De Pé No Chão Também Se Aprende a Ler” foi um dos marcos de seu governo ( referência em programa de alfabetização). Em 61 após a posse de Djalma, Natal tinha 160 mil pessoas e 60 mil analfabetos(38% da população). O programa fez salas de chão batido e palha de coqueiro para alfabetizar natalenses e esse quadro reduziu consideravelmente.Em 1964 eles tiveram os mandatos de prefeito e vice cassados pela ditadura militar. Eles foram acusados pelo exército brasileiro de serem comunistas e por isso estavam impedidos de exercer suas funções.
A câmara Municipal de Natal votou pelo impeachmant dos dois quando estes já estavam presos.
Que ato bacana e merecido!
Temos que ser contra o excesso cometido por ambas as partes.
Quando será que a CMN irá homenagear as vítimas da turma da esquerda?
Por um momento pensei que a demagogia de José Agripino iria fazê-lo aparecer nessa homenagem, e ainda discursar "povo de Natal, eu como prefeito biônico escolhidos pelos militares, venho nessa solenidade devolver o mandato do prefeito Djalma Maranhão"
A maior homenagem que pode ser feita é nas urnas o povo não eleger nenhum desses políticos que apoiaram o golpe militar, políticos estes que fizeram sua carreira política com amparo dos militares contra a democracia e anaquilando os verdadeiros representantes do povo. José Agripino que foi prefeito biônico de Natal é um exemplo desse tipo de político que deveria ser excluído da vida pública regida pela democracia.
Foi aprovado por unanimidade pela Câmara Municipal de Natal nessa quinta-feira (20) uma lei que anula o impeachment dos mandatos dos ex-prefeito e vice-prefeito Djalma Maranhão e Luís Gonzaga dos Santos, que tiveram seus cargos cassados durante o período da ditadura militar no Brasil. O projeto, de autoria do vereador George Câmara (PC do B).
George Câmara destacou que os vereadores na época fizeram um documento e afirmavam que não sofreram pressão para votação do impeachment. “Todos sabiam que havia influência dos militares. Foi uma grande mentira, uma farsa que se montou”, explicou o vereador.
O texto da lei considera as cassações aprovadas em 1964, ano em que ocorreu o Golpe Militar no Brasil, como “atos antidemocráticos e injustos”, por isso, como forma de corrigir a “injustiça histórica”, os nomes do prefeito e do vice-prefeito serão inscritos nos anais da Câmara Municipal e da prefeitura como “dignos representantes dos cidadãos natalenses”. A Casa Legislativa também fará a entrega “in memoriam” dos diplomas a Djalma Maranhão e Luís Gonzaga, “devolvendo de forma simbólica seus mandatos, eleitos de forma democrática pelo voto do povo”, destaca texto da lei. Por fim, no Palácio Felipe Camarão, será fixada ainda uma placa de metal com os nomes do ex-prefeito e vice-prefeito, como todos os que já estão registrados.
Comente aqui