Polícia

Ex-presidente do Paraguai deu R$ 500 mil para ajudar doleiro foragido

Conversas entre os doleiros Dario e Lucas — Foto: Reprodução

O ex-presidente do Paraguai Horacio Cartes teria disponibilizado US$ 500 mil para o doleiro Lucas Lucio Meirelles Paredes, sócio da Casa de Câmbio Yrendague. Esse valor seria encaminhado de forma gradual a Dario Messer, considerado o doleiro dos doleiros, e na época já era considerado foragido. A operação está descrita na denúncia feita pelo Ministério Público Federal.

O ex-presidente do Paraguai Horacio Cartes é alvo de mandado de prisão preventiva em um desdobramento da Lava Jato nesta terça-feira (19).

A suspeita é que ele tenha ajudado na fuga de Dario Messer, que está preso desde o fim de julho.

A decisão é do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal fluminense, que determinou a inclusão do nome de Cartes na Difusão Vermelha da Interpol — a lista de procurados distribuída em aeroportos do mundo todo.

A decisão diz que, em junho de 2018, quando estava foragido, Messer mandou uma carta ao ex-presidente do Paraguai pedindo US$ 500 mil para cobrir gastos jurídicos.

A força-tarefa da Lava Jato afirma que Dario Messer é amigo de longa data de Horacio Cartes.

Relação antiga

“O relacionamento da família Messer com a família Cartes se iniciou na década de 80, quando Dario fundou a Cambios Amambay SRL — atual Banco Basa –, tendo como acionista majoritário o pai do ex-presidente”, escreveu Bretas na decisão.

Ainda segundo o Ministério Público (MP) e a Polícia Federal, na década de 90, Horacio e Dario adquiriram uma fazenda juntos.

Em 2016, em um evento público, Horacio — já como presidente — declarou que Dario seria seu “irmão de alma” (“hermano de alma”).

Segundo imagens colhidas no celular de Dario em junho de 2018 — logo após a deflagração da Operação Câmbio Desligo —, o “doleiro dos doleiros” encaminhou uma carta para o “Patrão” solicitando US$ 500 mil para seus gastos iniciais jurídicos, que deveriam ser entregues a Roque.

O MP afirma que “Patrão” é Horacio Cartes. “A carta de fato foi entregue e Roque passou a ser intermediário entre Horacio e Dario”, detalha Bretas.

Nos diálogos, Roque informa que o melhor período, indicado por Horacio, para Dario se entregar às autoridades paraguaias seria após 15 de agosto, quando encerraria o mandato de Horacio.

Já em março de 2019, em conversa com a advogada, Dario assinala que Julio, seu irmão que mora em Nova York, conseguiu falar com seu “hermano de alma” e que as coisas iam ficar mais calmas.

G1

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