Política

Delação de dono da Gol mostra acerto de Bolsonaro em não negociar cargos, dizem assessores

Em um momento em que o governo enfrenta novas dificuldades no Congresso e pressões dos partidos do Centrão, a delação do dono da Gol, revelando o uso político da Caixa Econômica Federal, mostra que o presidente Jair Bolsonaro está certo em não admitir negociar com aliados cargos em bancos públicos.

A avaliação é de assessores presidenciais, feita ao blog depois que foi revelado o acordo de Henrique Constantino, um dos donos da Gol, com o Ministério Público, no qual ele diz ter acertado pagamentos de R$ 7 milhões à cúpula do MDB em troca da liberação de empréstimos na Caixa e no FI-FGTS, fundo de investimentos em projetos de infraestrutura, para a companhia aérea.

Segundo esses assessores, a delação de Constantino reforça a posição do presidente Jair Bolsonaro de não querer entrar no toma lá dá cá para garantir a formação de uma base aliada dentro do Congresso Nacional. Durante a fase de transição e depois, no início do governo, partidos aliados chegaram a pressionar o Palácio do Planalto para que fosse aberta uma exceção e aceitasse nomeação de afilhados na Caixa.

Nos últimos dias, o presidente Jair Bolsonaro cedeu às pressões de seus aliados e aceitou recriar dois ministérios, das Cidades e da Integração Nacional, na tentativa de convencer os partidos do Centrão a reduzirem pressões contra a reforma da Previdência e aprová-la o mais rápido possível.

Mesmo assim, porém, esses partidos acabaram derrotando o presidente na votação da medida provisória que reestrutura a Esplanada dos Ministérios, retirando, por exemplo, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) das mãos do ministro da Justiça, Sergio Moro.

Segundo interlocutores presidenciais, ele continua disposto a entregar o Ministério das Cidades a aliados, mas isso não significaria uma mudança de postura em relação à distribuição de cargos. Um assessor de Bolsonaro disse que seria um caso pontual, para garantir a aprovação do que é mais importante, a reforma da Previdência. Outros cargos, como postos em bancos públicos, continuariam fora das negociações.

Em sua delação, Henrique Constantino citou os nomes do ex-presidente Michel Temer, dos ex-presidentes da Câmara, Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves, e do ex-ministro Geddel Vieira Lima. Eles teriam acertado receber uma propina de R$ 7 milhões em troca da liberação de empréstimos para a companhia aérea.

O acordo do dono da Gol com o Ministério Público, homologado pela Justiça Federal de Brasília, complica ainda mais a vida dos emedebistas. Os quatro estão ou foram alvos de prisão e respondem a mais de um processo. O ex-presidente Temer tentará obter nesta terça-feira (14) liminar no Superior Tribunal de Justiça para sair da prisão.

Blog Valdo Cruz – G1

 

Opinião dos leitores

  1. E a visita surpresa do Mito ao Bush? A dimensão disso vai entrar para a história. Um chefe de Estado faz uma viagem internacional e visita um ex-presidente americano sem qualquer agenda e sem avisar, só para tirara uma foto. Quem pagou essa viagem? O mito, que chamou os manifestantes de idiotas úteis, disse que entendeu o semblante de Bush.
    Sim, e o filho de Lula?

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Judiciário

Dono da Gol confirma pagamento de propina a filho de Lula

O empresário Henrique Constantino, dono da Gol, confirmou em sua delação – homologada pela Justiça Federal – ter pago propina a Luís Cláudio Lula da Silva, o Luleco, por meio de patrocínio à liga de futebol americano.

A transação, segundo Constantino, foi intermediada pelo deputado federal Vicente Cândido (PT).

Repercussão  aqui

O Antagonista

Opinião dos leitores

  1. Os PTralhas choram…o filho do ladrao condenado Lula será preso também….a notícia boa é que sairá jogo de baralho na cadeia ??

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Judiciário

Rodrigo Maia, sobre delação de dono da Gol: “Mais um inquérito a ser arquivado”

Rodrigo Maia, citado na delação de Henrique Constantino, negou ter recebido propina:

“Nunca me pagou nada, isso é mentira dele. Não tem como provar e vai ser mais um inquérito arquivado na justiça brasileira.”

E reforçou:

“Nunca tive relação com ele, nunca tive nenhum benefício deles.Como outras delações que já foram arquivadas, como da Odebrecht, essa vai ser arquivada também.”

O Antagonista

Opinião dos leitores

  1. Esses MAIAS sempre aprontando. O daqui no Arena das Dunas já o outro em delação ao MPF. Sinceramente canoniza esses caras,são verdadeiros Santos. Nunca deixam rastros são profissionais,Fernandinho Beira Mar não joga nem na escolinha deles!!

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Judiciário

Dono da Gol assina delação premiada e acusa Temer, Cunha e Geddel

Foto: Evaristo Sá / AFP

Um dos donos da companhia aérea Gol , o empresário Henrique Constantino assinou acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal e pela primeira vez admitiu pagamentos de propina em troca da liberação de financiamentos da Caixa Econômica Federal para suas empresas. A delação foi homologada pelo juiz Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara Federal do DF, e traz acusações contra políticos do MDB, como o ex-presidente Michel Temer e o ex-ministro Geddel Vieira Lima.

O empresário relatou relacionamento com esses políticos do MDB e contou ter participado de uma reunião com o então vice-presidente da República Michel Temer, em 2012, na qual houve a solicitação de R$ 10 milhões em troca da atuação dos emedebistas em favor dos financiamentos pleiteados pelo seu grupo empresarial na Caixa.

Pelos crimes cometidos contra o banco, Henrique Constatino se comprometeu a pagar R$ 70,7 milhões aos cofres da Caixa. O valor corresponde a dez vezes a propina paga por ele ao operador Lúcio Funaro, de R$ 7,7 milhões, que seria distribuída aos políticos do MDB. Do total acordado, R$ 63,3 milhões serão pagos por meio de seis depósitos semestrais, cuja primeira parcela tem que ser efetivada no próximo dia 30 de maio, e a última em 30 de novembro de 2021. Outros R$ 7 milhões serão pagos em até 60 dias e vão ser usados na execução de projetos sociais ainda a serem definidos.

Os crimes na Caixa Econômica Federal são apresentados de forma detalhada, com provas documentais como e-mails e trocas de mensagens. Constantino conta que os pagamentos de propina eram feitos por suas empresas, após contratos fictícios de prestação de serviços, a empresas do operador Lúcio Funaro. Em troca, houve financiamento de R$ 300 milhões do fundo de investimentos do FGTS (FI-FGTS) para a empresa Via Rondon e ainda uma cédula de crédito bancário de R$ 50 milhões para a Oeste Sul Empreendimentos Imobiliários. Ambas as empresas pertencem à família Constantino.

Henrique Constantino conta que iniciou o relacionamento com Funaro no fim de 2011, ao ser avisado por um outro empresário que o operador financeiro poderia ajudar a destravar o financiamento de R$ 300 milhões que estava na Caixa. Funaro o levou a reuniões no banco com integrantes da cúpula, como o então vice-presidente Fábio Cleto, ligado a Eduardo Cunha.

Após o início desse relacionamento, em junho de 2012 Constantino participou de uma reunião com Temer, o então deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ) e o então deputado Henrique Eduardo Alves (MDB-RN). Todos os três foram presos por conta das investigações da Lava-Jato, mas Henrique Alves acabou solto posteriormente.

“Sobre a reunião em junho de 2012 em Brasília com Eduardo Cunha e Henrique Alves, informou ainda que se reuniu com eles e o então vice-presidente Michel Temer; que foi solicitado pelo grupo o valor de global de R$ 10 milhões em troca de atuação ilícita de membros do grupo em diversos negócios, como foi o caso da operação da Via Rondon com o FI-FGTS”, disse em seu depoimento.

Segundo Constantino, essa propina foi paga por meio de repasses via caixa dois à campanha de Gabriel Chalita (à época no PMDB, hoje no PDT) à Prefeitura de São Paulo em 2012 e por meio de repasses a empresas de Funaro. “Efetuou pagamentos para a campanha de Gabriel Chalita em 2012 (pagamentos de despesas), conforme combinado com o grupo, além de efetuar pagamentos para empresas indicadas por Funaro, como Viscaya e Dallas”, relatou. “Ficou claro para o depoente, nessa reunião, que a contribuição dos 10 milhões de reais era em troca de auxílio aos pleitos do depoente por esses membros do então partido PMDB”, disse em seu depoimento.

Em outra referência a Temer, Constantino afirma que o ex-presidente foi citado por Funaro como integrante do grupo de influência que poderia atuar em favor do empresário, em troca de propina. “Funaro expôs o poder de influência que tinha junto com seu grupo no âmbito do governo federal e instituições diversas, como o Postalis”, afirmou. O operador financeiro, então, “mencionou o então deputado federal Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves, líderes que, segundo Funaro, poderiam auxiliar o depoente em outros negócios de seu interesse, em troca de vantagens indevidas; que, da mesma forma mencionou Michel Temer como membro desse grupo”, disse no depoimento.

Sobre Geddel, o empresário afirmou que o emedebista, então vice-presidente do banco, atuou na liberação de crédito de R$ 50 milhões para uma de suas empresas em troca de propina. “Após a aprovação da operação, Funaro informou que seriam destinados 250 mil reais a Geddel em razão de sua atuação”, afirmou.

Constantino já é réu em uma ação penal da Operação Cui Bono, na qual é acusado de corrupção ativa e lavagem de dinheiro pela propina na Caixa. As contribuições de sua delação serão usadas para complementar as investigações e também para abrir outras linhas de apuração.

Procurada, a defesa de Temer afirmou que não poderia comentar, porque desconhece e não teve acesso ao teor da delação. A defesa de Eduardo Cunha afirmou que ele nega as acusações e está se defendendo perante a Justiça. As defesas de Henrique Alves e de Geddel Vieira Lima ainda não responderam até a publicação desta matéria.

O Globo

 

Opinião dos leitores

  1. meu Deus Henrique tá em todas… bateu recorde. Pelo andar das coisas pode ser preso novamente

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