Jornalismo

#AumentoNão e #RevoltadoBusão: Os transtornos valem a pena?

Nessa última semana, Natal vivenciou um dos maiores protestos organizados por jovens desde o #ForaMicarla. Centenas de jovens se reuniram nos movimentos #AumentoNão e #RevoltadoBusão em prol de uma causa coletiva: a revogação do aumento das passagens de ônibus de R$ 2,20 para R$ 2,40, ou seja, contra um aumento de quase 10% de reajuste na tarifa dos ônibus urbanos de Natal.

O primeiro dos encontros foi realizado no dia 29 de agosto, na marginal da BR-101. Os jovens interditaram a via e, após alguns minutos, seguiram uma caminhada pela BR-101. Um enorme trânsito foi formado. Pessoas que trabalham a noite levaram falta no expediente. Um verdadeiro caos foi instalado. Caos esse, que foi encerrado após um confronto com policiais militares do Batalhão de Policiamento de Choque (BPChoque).

O segundo protesto foi realizado em frente a Prefeitura do Natal, no dia 31. A equipe da Prefeitura ao saber do ato, suspendeu as atividades. Os jovens estudantes terminaram protestando para o vento, já que até a Assembleia Legislativa já se encontrava encerrando o expediente normal. Para não ficarem esquecidos, os jovens seguiram rumo a Ribeira, mais precisamente em frente ao prédio da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob), que foi utilizada como fachada para anunciar o aumento, evitando um desgaste ainda maior da prefeita Micarla de Sousa. Afinal, quando foi pra anunciar que não iria ter aumento, ela não usou porta-voz, ela colocou a cara e falou. Agora? Se escondeu. Mas, o expediente da Semob se encerra as 14h. Diante disso, os jovens decidiram inciar uma verdadeira peregrinação pelas ruas de Natal até o cruzamento das avenidas Bernardo Vieira com Salgado Filho. Conclusão? Trânsito, transtorno, estresse, caos, atrasos, só que dessa vez generalizado.

Existe o chamado direito constitucional de reunião, pelo qual todas as pessoas podem convocar reuniões em locais abertos ao público, desde que o encontro seja pacífico, lícito, sem armas e desde que não prejudique outras anteriormente convocadas para o mesmo lugar. O direito é exercido independentemente de autorização. Exige-se apenas um aviso prévio às autoridades. Só.

Deu pra entender que apesar de algumas  badernas, atos de vandalismos, dos confrontos com a Polícia, da tentativa de impedir o trabalho jornalístico dos veículos de comunicação, das hostilidades praticadas contra quem tentava furar o protesto, e de tudo o que houve de ilegal, o protesto pode ser considerado legal. Veja bem: pode. O Blog não afirma que é ou não, e nem quer entrar nesse mérito. O Blog não é contra qualquer tipo de protesto. Cada um deve protestar, sim, pelo que acha injusto ou errado. O Blog quer fazer apenas uma reflexão: Será que isso tudo vale a pena?

Vejam bem: as passagens de ônibus em Natal aumentaram R$ 0,20. Estudantes pagam meia, ou seja, o aumento real pra eles foi de R$ 0,10. Isso mesmo! Pode ler: dez centavos.  Considerando que um estudante gasta duas passagens por dia, uma para ir para casa e outra para voltar, lá se vão R$ 0,20 de aumento por dia. Considerando-se 30 dias do mês, temos um aumento de R$ 6 por mês. Por causa de R$ 6 por mês toda a sociedade tem que ser penalizada? Porque não protestar contra as pessoas certas? Contra os verdadeiros responsáveis pelo aumento? Será que um protesto que provoca prejuízos diretos e indiretos a toda uma sociedade vai fazer os verdadeiros responsáveis por esse aumento voltarem atrás? Esses R$ 6 por mês devem realmente fazer uma falta grande no bolso de alguns, mas com certeza não no de todos. Enquanto essa bagunça continua nas ruas, os verdadeiros responsáveis pelo aumento devem ficar rindo. Ainda mais quando parte dos jovens perdem o foco do protesto e se desvirtuam em atitudes ilícitas. Eles devem acompanhar em confortáveis poltronas, de camarote, tudo o que acontece. O único compromisso do jovem é com seu estudo, mas o donos e donas de casa, que tem famílias para sustentar, vai bem mais além disso.

O BG só espera que esses movimentos #AumentoNão e #RevoltadoBusão não tenha um viés político, porque está sendo utilizado, demasiadamente, em alguns programas políticos de candidatos desesperados na busca por votos. Inclusive temos noticias qu

Amanhã teremos uma nova rodada de transtornos para todos. Os jovens devem, novamente, fechar a BR-101. Então natalenses, vão se preparando. Amanhã, está marcada uma nova concentração do #AumentoNão e #RevoltadoBusão na parada do circular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), às 16h. O novo protesto deve seguir os mesmos moldes do realizado no último dia 29. De antemão, repito: vale a pena prejudicar todo mundo por causa desse aumento?

Antes que algum atacadinho venha se precipitar, querendo falar algo, essa reflexão vale para todos.

Veja a programação completa prevista para esta semana:

Opinião dos leitores

  1. Este movimento tem dois lados:

    O primeiro é o de causar transtorno na vida de cidadãos que tem responsabilidades em casa e no trabalho, sejam eles pais de família, profissionais da noite, ou somente gente cansada que acabou de ter um dia chato, alugando e invadindo a vida de quem quer (ou precisa) pagar os R$ 2.40. Como o Bruno falou, pra muita gente reconheço que faz falta, mas pra outros não faz.

    O segundo lado é o de quebrar a omissão e devolver a autoridade ao povo, que normalmente é omisso e "medroso" diante dos atos cometidos por empresários e corporações, e semelhantes. Neste lado, este R$ 0,01 (1 centavo) retirado do bolso dela sem aviso prévio é falta de respeito, principalmente porque já sabemos que a maioria dos ônibus são velhos, eles param quando querem paras pessoas e não dá pra ir pra muitos cantos em Natal após as 22h.

    Eu só espero assim como o BG, que isto não esteja sendo motivado por políticos safados e que o protesto tenha mesmo autenticidade; que parece ter. Eu já ví o PSTU usar isso na televisão e isso só pode ser ou aproveitamento da situação ou manobra.

    O movimento de uma forma geral tem ações erradas no meio, pixar, engarrafar  o trânsito, fazer baderna, dar pancadas em ônibus, e reagir a polícia, demonstra que o usuário está com muita raiva, mas vai mudar o que de fato? o empresário é cara de pau mesmo, ele quer dinheiro, ele está dando risada com isto tudo. Nenhuma revolta intimida se perder a razão e o respeito.

  2. Muitos trabalhadores também pegam onibus. Mas engraçado que, quando o que subiu foi o preço da gasolina, nenhum dos motoristas se incomodou não é?! Cada um luta pelos seus direitos e os egoístas olham apenas para o seu próprio umbigo, ao inves de olharem para a bagunça que o país inteiro está se tornando. Mas a bagunça não é o protesto não, e sim, a quantidade de roubos muito maiores que acontecem diariamente nas nossas contas e que ninguem faz nada!

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Carta Capital reage a editoral de O Globo em defesa de Veja

Essa é uma verdadeira briga de cachorro grande. Depois do jornal O Globo publicar um editorial em defesa da Veja (acerca do suposto envolvimento da publicação com o bicheiro Carlinhos Cachoeira), chegou a vez da revista Carta Capital revidar.

Confira

O jornal O Globo toma as dores da revista Veja e de seu patrão na edição de terça 8, e determina: “Roberto Civita não é Rupert Murdoch”. Em cena, o espírito corporativo. Manda a tradição do jornalismo pátrio, fiel do pensamento único diante de qualquer risco de mudança.

Desde 2002, todos empenhados em criar problemas para o governo do metalúrgico desabusado e, de dois anos para cá, para a burguesa que lá pelas tantas pegou em armas contra a ditadura, embora nunca as tenha usado. Os barões midiáticos detestam-se cordialmente uns aos outros, mas a ameaça comum, ou o simples temor de que se manifeste, os leva a se unir, automática e compactamente.

Não há necessidade de uma convocação explícita, o toque do alerta alcança com exclusividade os seus ouvidos interiores enquanto ninguém mais o escuta. E entra na liça o jornal da família Marinho para acusar quem acusa o parceiro de jornada, o qual, comovido, transforma o texto global na sua própria peça de defesa, desfraldada no site de Veja. A CPI do Cachoeira em potência encerra perigos em primeiro lugar para a Editora Abril. Nem por isso os demais da mídia nativa estão a salvo, o mal de um pode ser de todos.

O autor do editorial 
exibe a tranquilidade de Pitágoras na hora de resolver seu teorema, na certeza de ter demolido com sua pena (imortal?) os argumentos de CartaCapital. Arrisca-se, porém, igual a Rui Falcão, de quem se apressa a citar a frase sobre a CPI, vista como a oportunidade “de desmascarar o mensalão”. Com notável candura evoca o Caso Watergate para justificar o chefe da sucursal de Veja em Brasília nas suas notórias andanças com o chefão goiano. Ambos desastrados, o editorialista e o líder petista.

Abalo-me a observar que a semanal abriliana em nada se parece com o Washington Post, bem como Roberto Civita com Katharine Graham, dona, à época de Watergate, do extraordinário diário da capital americana. Poupo os leitores e os meus pacientes botões de comparações entre a mídia dos Estados Unidos e a do Brasil, mas não deixo de acentuar a abissal diferença entre o diretor de Veja e Ben Bradlee, diretor do Washington Post, e entre Policarpo Jr. e Bob Woodward e Carl Bernstein, autores da série que obrigou Richard Nixon a se demitir antes de sofrer o inevitável impeachment. E ainda entre o Garganta Profunda, agente graduado do FBI, e um bicheiro mafioso.

Recomenda-se um mínimo de apego à verdade factual e ao espírito crítico, embora seja do conhecimento até do mundo mineral a clamorosa ignorância das redações nativas. Vale dizer, de todo modo, que, para não perder o vezo, o editorialista global esquece, entre outras façanhas de Veja, aquele épico momento em que a revista publica o dossiê fornecido por Daniel Dantas sobre as contas no exterior de alguns figurões da República, a começar pelo presidente Lula.

Concentro-me em outras miopias deO Globo. Sem citar CartaCapital, o jornal a inclui entre “os veículos de imprensa chapa-branca, que atuam como linha auxiliar dos setores radicais do PT”. Anotação marginal: os radicais do PT são hoje em dia tão comuns quanto os brontossauros. Talvez fossem anacrônicos nos seus tempos de plena exposição, hoje em dia mudaram de ideia ou sumiram de vez. Há tempo CartaCapital lamenta que o PT tenha assumido no poder as feições dos demais partidos.

Vamos, de todo modo, à vezeira acusação de que somos chapa-branca. Apenas e tão somente porque entendemos que os governos do presidente Lula e da presidenta Dilma são muito mais confiáveis do que seus antecessores? Chapa-branca é a mídia nativa e O Globo cumpre a tarefa com diligência vetusta e comovedora, destaque na opção pelos interesses dos herdeiros da casa-grande, empenhados em manter de pé a senzala até o derradeiro instante possível.

Não é por acaso que 64% dos brasileiros não dispõem de saneamento básico e que 50 mil morrem assassinados anualmente. Ou que os nossos índices de ensino e saúde públicos são dignos dos fundões da África, a par da magnífica colocação do País entre aqueles que pior distribuem a renda. Em compensação, a minoria privilegiada imita a vida dos emires árabes.

Chapa-branca a favor
 de quem, impávidos senhores da prepotência, da velhacaria, da arrogância, da incompetência, da hipocrisia? Arauto da ditadura, Roberto Marinho fermentou seu poder à sombra dela e fez das Organizações Globo um monstro que assola o Brazil-zil-zil. Seu jornal apoiou o golpe, o golpe dentro do golpe, a repressão feroz. Illo tempore, seu grande amigo chamava-se Armando Falcão.

Opositor ferrenho das Diretas Já, rejubilado pelo fracasso da Emenda Dante de Oliveira, seu grande amigo passou a atender pelo nome de Antonio Carlos Magalhães. O doutor Roberto em pessoa manipulou o célebre debate Lula versus Collor, para opor-se a este dois anos depois, cobrador, o presidente caçador de marajás, de pedágios exorbitantes, quando já não havia como segurá-lo depois das claras, circunstanciadas denúncias do motorista Eriberto, publicadas pela revista IstoÉ, dirigida então pelo acima assinado.

Pronta às loas mais desbragadas a Fernando Henrique presidente, com o aval de ACM, a Globo sustentou a reeleição comprada e a privataria tucana, e resistiu à própria falência do País no começo de 1999, após ter apoiado a candidatura de FHC na qualidade de defensor da estabilidade. Não lhe faltaram compensações. Endividada até o chapéu, teve o presente de 800 milhões de reais do BNDES do senhor Reichstul. Haja chapa-branca.

Impossível a comparação entre a chamada “grande imprensa” (eu a enxergo mínima) e o que chama de “linha auxiliar de setores radicais do PT”, conforme definem as primeiras linhas do editorial de O Globo. A questão, de verdade, é muito simples: há jornalismo e jornalismo. Ao contrário destes “grandes”, nós entendemos que a liberdade sozinha, sem o acompanhamento pontual da igualdade, é apenas a do mais forte, ou, se quiserem, do mais rico. É a liberdade do rei leão no coração da selva, seguido a conveniente distância por sua corte de ienas.

Acreditamos também que entregue à propaganda da linha auxiliar da casa-grande, o Brasil não chegaria a ser o País que ele mesmo e sua nação merecem. Nunca me canso de repetir Raymundo Faoro: “Eles querem um País de 20 milhões de habitantes e uma democracia sem povo”. No mais, sobra a evidência: Roberto Civita é o Murdoch que este país pode se permitir, além de inventor da lâmpada Skuromatic a convocar as trevas ao meio-dia. Temos de convir que, na mídia brasileira, abundam os usuários deste milagroso objeto.

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Editorial d'O Globo sai em defesa da Veja

Intitulado “Roberto Civita não é Rupert Murdoch”, o editorial publicado pelo jornal O Globo nesta terça-feira (8) saiu em defesa da revista Veja, que constantemente traz matérias negativas dos governos petistas de Lula e Dilma. O editorial por si só já fala muito. Vale a pena conferir.

Editorial

Blogs e veículos de imprensa chapa branca que atuam como linha auxiliar de setores radicais do PT desfecharam uma campanha organizada contra a revista “Veja”, na esteira do escândalo Cachoeira/Demóstenes/Delta.

A operação tem todas as características de retaliação pelas várias reportagens da revista das quais biografias de figuras estreladas do partido saíram manchadas, e de denúncias de esquemas de corrupção urdidos em Brasília por partidos da base aliada do governo.

É indisfarçável, ainda, a tentativa de atemorização da imprensa profissional como um todo, algo que esses mesmos setores radicais do PT têm tentado transformar em rotina nos últimos nove anos, sem sucesso, graças ao compromisso, antes do presidente Lula e agora da presidente Dilma Roussef, com a liberdade de expressão.

A manobra se baseia em fragmentos de grampos legais feitos pela Polícia Federal na investigação das atividades do bicheiro Carlinhos Cachoeira, pela qual se descobriu a verdadeira face do senador Demóstenes Torres, outrora bastião da moralidade, e, entre outros achados, ligações espúrias de Cachoeira com a construtora Delta.

As gravações registraram vários contatos entre o diretor da Sucursal de “Veja” em Brasília, Policarpo Jr, e Cachoeira. O bicheiro municiou a reportagem da revista com informações e material de vídeo/gravações sobre o baixo mundo da política, de que alguns políticos petistas e aliados fazem parte.

A constatação animou alas radicais do partido a dar o troco. O presidente petista, Rui Falcão, chegou a declarar formalmente que a CPI do Cachoeira iria “desmascarar o mensalão”.

Aos poucos, os tais blogs começaram a soltar notas sobre uma suposta conspiração de “Veja” com o bicheiro. E, no fim de semana, reportagens de TV e na mídia impressa chapas brancas, devidamente replicados na internet, compararam Roberto Civita, da Abril, editora da revista, a Rupert Murdoch, o australiano-americano sob cerrada pressão na Inglaterra, devido aos crimes cometidos pelo seu jornal “News of the World”, fechado pelo próprio Murdoch.

Comparar Civita a Murdoch é tosco exercício de má-fé, pois o jornal inglês invadiu, ele próprio, a privacidade alheia.

Quer-se produzir um escândalo de imprensa sobre um contato repórter-fonte. Cada organização jornalística tem códigos, em que as regras sobre este relacionamento — sem o qual não existe notícia — têm destaque, pela sua importância.

Como inexiste notícia passada de forma desinteressada, é preciso extremo cuidado principalmente no tratamento de informações vazadas por fontes no anonimato.

Até aqui, nenhuma das gravações divulgadas indica que o diretor de “Veja” estivesse a serviço do bicheiro, como afirmam os blogs, ou com ele trocasse favores espúrios. Ao contrário, numa das gravações, o bicheiro se irrita com o fato de municiar o jornalista com informações e dele nada receber em troca.

Estabelecem as Organizações Globo em um dos itens de seus Princípios Editoriais: “(…) é altamente recomendável que a relação com a fonte, por mais próxima que seja, não se transforme em relação de amizade. A lealdade do jornalista é com a notícia”.

E em busca da notícia o repórter não pode escolher fontes. Mas as informações que vêm delas devem ser analisadas e confirmadas, antes da publicação. E nada pode ser oferecido em troca, com a óbvia exceção do anonimato, quando necessário.

O próprio braço sindical do PT, durante a CPI de PC/Collor, abasteceu a imprensa com informações vazadas ilegalmente, a partir da quebra do sigilo bancário e fiscal de PC e outros.

O “Washington Post” só pôde elucidar a invasão de um escritório democrata no conjunto Watergate porque um alto funcionário do FBI, o “Garganta Profunda”, repassou a seus jornalistas, ilegalmente, informações sigilosas.

Só alguém de dentro do esquema do mensalão poderia denunciá-lo. Coube a Roberto Jefferson esta tarefa.

A questão é como processar as informações obtidas da fonte, a partir do interesse público que elas tenham. E não houve desmentidos das reportagens de “Veja” que irritaram alas do PT.

Ao contrário, a maior parte delas resultou em atitudes firmes da presidente Dilma Roussef, que demitiu ministros e funcionários, no que ficou conhecido no início do governo como uma faxina ética.

Opinião dos leitores

  1. Qual a diferença da revista Veja para o sistema Globo de comunicação? Nenhuma. As matérias plantadas por Carlinhos Cachoeira na revista Veja saia na sexta-feira e era repercutida no domingo pelo Fantástico da rede Globo de Televisão. Tudo sincronizado, dentro dos mesmos interesses. Globo, Veja, Folha e Estadão formam um quarteto nefasto na mídia nacional. E  o que é pior, eles pautam a mídia brasileira, impondo um consenso midiático de mentiras e distorções dos fatos. Além de serem antinacional, anti-Brasil, contra a nossa independência. Isso não pode e nem deve continuar. A hora é essa, a CPI da Veja/Cachoeira tem a obrigação de fazer uma devassa nesse setor.

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Rafinha Bastos, um produto do culto ao heroísmo canalha

“Eu comeria ela e o bebê, num tô nem aí”. A piada que tem levado Rafinha Bastos à bancarrota é tão grave e despudoradamente de mau gosto, mas semelhante a todas as outras atrocidades vociferadas em tom de anarquismo pelo rapaz que fez de seus aguçados sofismas um ícone reverenciado por uma plateia mediana, tão sem crivo analítico quanto o rapaz que dizem ter senso de humor.

Rafinha caiu porque mexeu com gente grande. O discurso de puni-lo porque ele incorreu em um sério preconceito é de tão mau gosto quanto a piada em si.

Antes de dizer que chegaria às vias de fato com Wanessa e seu filho, Rafinha deu entrevista na qual disse que as mulheres feias deveriam agradecer se fossem estupradas, porque seria um favor – e não o crime – a violação. O que houve a Rafinha por essa declaração? Nada.

Rafinha se tornou porta-voz dos segmentos que vivem do culto ao preconceito. A sua musculatura cerebral é comparável a de seus pares que, mais pomposamente, ocupam colunas e blogs para disseminar um ódio contumaz contra qualquer princípio verdadeiramente democrático. Vide a galeria que vai de Merval Pereira a Reinaldo de Azevedo, perpassando Ali Kamel, William Waack e Diogo Mainardi. (Pardón, quase esqueço Arnaldo Jabor).

Gilberto Maringoni, na Carta Maior, antecipou esse pensamento do qual compartilho e publicou um texto com esse mesmo viés. Apenas em um país como o Brasil, um cidadão defende a ditadura e há uma plateia para aplaudi-lo – foi um dos fulanos aí de cima.

Rafinha, assim, é produto midiático desses tempos em que novos valores são construídos na esteira da boçalidade; da vitória da preguiça sobre o talento; nesses tempos em que heroísmo se confunde com canalhice.

É curioso que Bastos seja defenestrado da Band sob o argumento de quem passou dos limites; que foi preconceituoso. A mesma emissora não puniu Boris Casoy quando ele, esquecendo que os microfones estavam ligados, humilhou os garis que encerraram uma edição de seu programa ao desejar feliz Ano Novo. Quem não se lembra do “Que merda! Dois lixeiros desejando felicidades… do alto de suas vassouras”?

Rafinha deixa o “CQC” e a Band pelo bullying que fez no lado oposto da pirâmide. Marcos Buaiz, esposo de Wanessa Camargo, é influente empresário. O comediante do CQC tinha carta livre para xingar qualquer minoria, exceto a dos abastados.

A Band também pode aprender. A Cuatro Cabezas, emissora argentina detentora dos direitos do programa, ameaça não renovar o contrato de concessão diante da polêmica. Torcemos por esse desfecho.

Opinião dos leitores

  1. Concordo. ele não saberia a diferença entre os seus limites. Mas se aconteceu, mesmo sendo afastando pois do outro lado estava a Buaiz, é digno de aplausos. Fomentar violencia não é ato que se espera ver na televisão brasileira.

  2. Ainda bem q tem gente poderosa pra tirar de circulação pessoas como esse Rafinha, fazer humor é uma coisa, faltar com respeito e denegrir as pessoas é outra coisa, que sirva de exemplo.    

    1. Gente poderosa são os telespectadores, se não gosta se julga inapropriado não assiste. Sem audicência não tem patrocinio, sem patrocinio não tem programa.

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[EDITORIAL] BlogdoBG. Um amplificador

Os recentes eventos envolvendo acusações da assessora parlamentar Thalita Moema contra o vereador Raniere Barbosa, noticiados por este blog em primeira mão, serviram de reflexão e para reafirmar o papel a que este espaço virtual se dispõe desde a sua criação.

É princípio fundamental da atividade jornalística checar informações antes de publicá-las,  estritamente seguido por este Blog do BG antes de noticiar as acusações.

Apesar de ter sido acusado de ter incorrido em ilações, o blog lembra a seus leitores que o segmento da imprensa o qual tem dado atenção ao assunto trata a questão específica exatamente como nós, ressalvando, claro, o estilo que o BG adotou para si, de ser abertamente crítico.

Os eventos de hoje, que culminaram até em promessas de processo contra esse veículo, não nos fazem recuar do objetivo que nos propusemos a perseguir.  Não mudamos uma vírgula de todo o material publicado no BG. Sabemos das responsabilidades, mas afirmamos que o espaço deste blog foi utilizado como amplificador e não fonte das acusações.

O que faz desse blog um veículo crível é a confiança que os leitores nele depositaram, como atestam os números do Google Analytics, que mostram que em menos de cinco meses foram 330 mil acessos e mais de 550 mil visualizações de páginas.

Reiteramos também que não estamos a favor de A ou B como tentam crer alguns e tampouco personalizamos notícias.

Também não estamos aqui para críticas ou elogios gratuitos. Qualquer assunto de interesse público será noticiado independentemente dos lados envolvidos. Doa a quem doer. O compromisso do Blog do BG, reafirmamos, é com o patrão a quem decidimos servir, o leitor.

Não nos resta dúvidas de que a polêmica na qual fomos envolvidos reforça nossa sensação de responsabilidade junto aos nossos expectadores. Cientes desse papel, não abriremos mão da crítica e acidez, justamente os elementos que fazem do BG o que hoje ele é.

 

 

Opinião dos leitores

  1. Brunão, toca o blog prá frente. É o único que podemos ler com a certeza que é imparcial. Se o blog deu espaço para todos os envolvidos se pronunciarem, qual é o problema? O Sindpostos já se pronunciou. Cadê os outros? Forte Abraço. Eduardo.

  2. Bote QUENTE BG. O único que não tem rabo preso. Porque só vc toca no assunto espinhosos enquanto outros nem citam? Sou seu leito diario e vou continuar, nunca vi vc da uma errada. Outra coisa, vc postou com fonte, dados e colocou o blog a diposição. Vão processar vc porque? CONTINUA A LUTA E SIGA EM FRENTE
    Renato Machado

  3. Parabéns pela linha editorial das matérias sempre com isenção e imparcialidade, o sucesso incomoda!!

  4. Sou leitor do Blog do BG desde o inicio e prefiro acreditar em Raniere e Julio que vivem no mundo real , o Twitter é diversão é virtual , serve sim para divulgar eventos e noticias falsas ou não ( mais temos que estar no mundo REAL )

  5. Caro Bruno,
    Você tem assumido um papel importante que já foi realizado por outros grandes blogs da nossa cidade. Infelizmente hoje a grande maioria deles está vinculado a político A ou B, sejam em troca de cargos ou seja em troca de patrocínios ou anúncios públicos.
    Cuidado com a veracidade das informações e fique bem longe dos interesses políticos-partidários.
    Hoje você já é visto/lido por boa parte da sociedade e da imprensa, ou seja, já tem voz marcante.
    Parabéns e sucesso.

    Abraços.
    Nei

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