Foto: Stefan Wermuth/Reuters
O IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor – Amplo 15), considerado uma prévia da inflação oficial (IPCA), ficou em 0,51% abril.
O resultado mostra uma aceleração em relação a março, quando o indicador havia registrado alta de 0,43% nos preços, e uma desaceleração na comparação com abril de 2015, quando havia ficado em 1,07%.
Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (20).
Em 12 meses, o indicador acumula alta de 9,34%. No mês passado, o indicador ficou em 9,95%, abaixo de 10% pela primeira vez desde outubro (9,77%), em meio ao cenário de recessão econômica e forte turbulência política.
O indicador continua acima do limite máximo da meta do governo. O objetivo é manter a alta dos preços em 4,5% ao ano, mas há uma tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos, ou seja, a inflação pode variar entre 2,5% e 6,5%.
A inflação oficial no Brasil fechou 2015 em 10,67%, acima do limite máximo da meta. Foi a maior alta de preços anual desde 2002 (12,53%).
Alimentação e saúde pesam
A alta nos preços do grupo alimentação e bebidas foi a principal influência sobre o IPCA-15, com avanço de 1,35% neste mês, responsável por 0,34 ponto percentual do indicador, segundo o IBGE.
Também tiveram alta expressiva os preços no grupo Saúde e Cuidados Pessoais no período, de 1,32%. Segundo o IBGE, reflexo dos remédios (2,64% no mês), como “parte do reajuste de 12,5% em vigor a partir de 1º de abril”.
Perspectivas
Ainda que a recessão econômica venha ajudando a abrandar a inflação, a alta do IPCA deve fechar este ano acima do teto da meta do governo pela segunda vez seguida, segundo a pesquisa Focus do BC, que aponta avanço de 7,08%.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC reúne-se na semana que vem para decidir sobre a taxa básica de juros Selic, atualmente em 14,25%.
Não há perspectiva de alteração nessa reunião e, embora o BC venha reiterando que não trabalha com a possibilidade de corte, economistas veem a redução da taxa.
Metodologia
O IPCA-15 refere-se às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.
A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, considerada a inflação oficial; a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.
UOL, com Reuters
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