Finanças

Expansão da JBS(Friboi) contou com recursos do BNDES, em 2007

2014-735335578-2014072051471.jpg_20140720Foto: Picasa / Agência O Globo

Com mais de 60 anos de história, é à última década que o grupo JBS deve o salto que fez seu faturamento passar de R$ 3,5 bilhões, em 2004, para os atuais R$ 120,5 bilhões ao ano. A maior fabricante de carne do mundo nasceu em 1953, em Anápolis (GO), como açougue Casa de Carnes Mineira. O fundador foi José Batista Sobrinho, pai dos irmãos Joesley e Wesley, que comandam hoje o conglomerado. Nos anos seguintes, já como Friboi, tornou-se frigorífico e foi favorecido pelo desenvolvimento de Brasília, da qual se tornou a principal fornecedora de carne.

A empresa continuou a expansão pelas décadas seguintes, ganhando porte nacional por meio da compra de abatedouros. Mas o momento da virada só chegaria em 2005, com sua entrada na cena internacional por meio da compra da Swift Argentina. Em 2007, já como JBS, estreou na Bolsa captando R$ 1,6 bilhão.

A BNDESPar aportou nela R$ 1,1 bilhão naquele ano — viabilizando a compra da Swift nos EUA e na Austrália —, conquistando 13% da companhia. Com a capitalização, a JBS fez mais três compras nos EUA e se fundiu com o Bertin em 2009, segundo maior frigorífico nacional.

O suporte do BNDES atendia à política da gestão Lula de formar “campeões nacionais” para brigar com gigantes no exterior, gerando críticas de concorrentes e da oposição. Mas, até agora, o negócio é bom para a empresa e para o banco. Hoje, a BNDESPar tem 23,9% do grupo JBS. Segundo dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação, o órgão teria ganho de R$ 3 bilhões se tivesse vendido sua participação em 30 de junho de 2015, considerando o custo da aquisição de ações e o ganho com dividendos, juros sobre capital próprio pagos entre 2007 e 2014.

O Globo

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  1. Qual o problema do bndes emprestar dinheiro pra friboi, ela não pertence a lulinha, já foi provado. O bndes emprestava dinheiro pra rede globo e essa nem pagava, tanto que deve 3 bilhões ao governo e nem se manifesta pra pagar..

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Diversos

Em 2007, Jérôme Valcke recebeu dinheiro da Fifa e da CBF, diz Estadão

Bl0-GL_IAAEuemlJérôme Valcke recebeu dinheiro ao mesmo tempo da Fifa, entidade que escolhe as sedes da Copa do Mundo, e da campanha da CBF para trazer ao Brasil o Mundial de 2014. O Estado apurou com exclusividade que o secretário-geral da entidade continuou a ser pago pela Fifa em 2007 quando, por alguns meses, foi contratado por Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, para ajudar o País a montar um projeto para sediar a Copa.

Em fevereiro de 2007, enquanto estava fora da Fifa, Valcke fechou um contrato de US$ 100 mil (R$ 223,5 mil, em valores atuais) para prestar a assessoria à CBF, auxiliando o Brasil na elaboração de um orçamento para a Copa, criando as bases do Comitê Organizador Local e até estabelecendo uma estratégia para a busca de patrocínios. Esse contrato foi revelado pelo jornal Folha de S.Paulo em 2013.

Embora Valcke estivesse afastado da Fifa naqueles meses, o Estado obteve a confirmação de que ele continuou a receber um salário da entidade máxima do futebol. Desde março de 2007, já era de conhecimento de todos dentro da Fifa que ele voltaria em julho daquele ano, desta vez para ser o número dois da entidade e o gestor da Copa do Mundo que ele havia ajudado a CBF a preparar.

Valcke foi afastado da Fifa em dezembro de 2006, depois da disputa entre a MasterCard e a Visa pela condição de patrocinadora da entidade. O francês era o diretor de marketing e uma corte dos Estados Unidos determinou que Valcke havia mentido nas negociações com as empresas. Naquele momento, a Fifa emitiu um comunicado de imprensa duro contra Valcke, dizendo que tal comportamento não teria lugar na entidade.

Agora, a assessoria de imprensa da Fifa confirma que o salário do francês continuou a ser pago nos meses em que ele trabalhou para a CBF. “É verdade que Jérome Valcke continuou a receber seu salário (por seis meses) depois de sua saída da Fifa”, declarou a entidade. A Fifa, no entanto, justificou o pagamento como sendo parte de um pacote oferecido quando um funcionário deixa a entidade. “Isso faz parte dos contratos dos funcionários da alta gerência, não apenas na Fifa”, explicou a assessoria. “A mesma situação também é verdadeira para treinadores e jogadores de futebol.”

A resposta da Fifa contrasta com uma declaração feita pelo presidente da entidade, Joseph Blatter, em 15 de janeiro de 2007. Naquele dia, o suíço afirmou em Paris que Valcke não havia sido demitido, mas colocado “na reserva”. No dia 30 de julho daquele ano, o repórter do Estado esteve com Valcke em uma mesa do lobby do hotel Baur au Lac, em Zurique, na companhia de Ricardo Teixeira e do escritor Paulo Coelho. Naquele dia, oito meses depois de seu afastamento, Valcke já era o secretário-geral da Fifa. Três meses depois, o Brasil foi escolhido como sede da Copa de 2014.

Estadão

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