Diversos

Em defesa, Dilma acusa PSDB de fazer ‘uso político da Justiça Eleitoral’

Em manifestação apresentada nesta quinta-feira (18) à Justiça Eleitoral contra pedido de cassação da chapa presidencial, a presidente Dilma Rousseff acusou o PSDB de fazer “uso político da Justiça Eleitoral”.

Segundo a defesa da petista, o partido de oposição, inconformado com a derrota eleitoral, busca obter “perante a Justiça Eleitoral aqueles inúmeros votos” que não conseguiu na urna.

A primeira frase da peça jurídica, de cerca de 50 páginas, também faz referência ao principal argumento do governo federal de que a oposição não aceitou a derrota no ano passado.

“Na democracia, mais importante do que vencer as eleições é saber reconhecer a derrota imposta pelo voto popular”, diz.

A defesa afirma ainda que não se pode permitir que o processo judicial “seja utilizado como palco de discurso político-partidário, como pretende” o partido de oposição.

E classifica as acusações levantadas pelo PSDB, de abuso de poder político e econômico, como insignificantes e como “ilações fantasiosas” e pede que os responsáveis pelo processo sejam responsabilizados pelo ” manejo temerário” da ação de cassação.

“Face a inexistência de qualquer prova juntada aos autos de que a chapa vencedora tenha incorrido em qualquer ilegalidade ou mesmo tenha abusado do poder econômico por qualquer meio, mesmo que minimamente, o que existe são ilações fantasiosas que se arvoram em premissas”, critica.

Segundo a defesa da petista, a sigla de oposição não traz “qualquer prova aos autos que comprove abuso de poder econômico, fraude ou corrupção”. “Eles buscam extrair do TSE novo julgamento sobre condutas já apreciadas judicialmente durante as eleições”, disse.

De acordo com dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a presidente recebeu R$ 47,5 milhões em doações das empresas investigadas.

De acordo com a peça jurídica, “supostos ilícitos”, apontados pelo PSDB contra a campanha da petista, “já foram analisados previamente” ou “não traduzem nenhuma ilicitude”.

“Nenhum deles possui, isolada ou conjuntamente, relevância ou gravidade suficiente para caracterizar abuso do poder econômico ou fraude”, afirma.

A defesa da petista pede ainda que a ação seja extinta, prevalecendo apenas o primeiro processo apresentado à Justiça Eleitoral, uma vez que todas tratam do mesmo objeto e os pedidos “são iguais”. Ela lembra ainda que a prestação de contas da petista foi aprovada pelo TSE.

Em sua delação premiada, o dono da UTC, Ricardo Pessoa, afirmou que, em 2014, foi persuadido pelo ministro Edinho Silva (Comunicação Social), então tesoureiro da campanha à reeleição da petista, a aumentar o valor das doações.

Pessoa disse que foram acertados R$ 10 milhões, mas foram pagos R$ 7,5 milhões porque ele acabou preso na Lava Jato. O ministro, que é investigado no STF (Supremo Tribunal Federal), nega a ter feito pressão ao empreiteiro.

A defesa de Dilma foi entregue em uma das quatro ações que pedem a perda do mandato dela e do vice-presidente Michel Temer por abuso de poder político e econômico, além de suspeitas de que recursos desviados da Petrobras tenham ajudado a financiar a campanha à reeleição.

O processo é considerado o principal deles e trata-se de uma Aime (Ação de Impugnação de Mandato Eletivo). É a primeira vez que a Justiça Eleitoral discute esse tipo de ação contra uma chapa presidencial.

Como a Folha de S.Paulo mostrou na semana passada, Dilma e Temer adotaram a mesma linha de defesa, sustentando que não há elementos jurídicos para que a ação da oposição seja acolhida pela Justiça Eleitoral.

Em peça de defesa, apresentada na semana passada, o vice-presidente argumentou que não se pode demonizar doações devidamente registradas e ressaltou que elas não podem ser chamadas de “caixa dois”.

Na resposta, Temer pediu que a ação seja extinta.

Folha Press

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Finanças

Em defesa, Youssef dirá que foi peça para 'sustentar o poder do PT'

A equipe de advogados de Alberto Yousseff, considerado como um dos líderes do esquema de desvio da Petrobras, vai concentrar a defesa na alegação de que o doleiro serviu apenas como uma peça no sistema político criado para dar sustentação ao projeto de poder do PT. O documento deve ser apresentado à Justiça Federal do Paraná, onde tramitam os processos da Lava Jato, na próxima terça-feira, 27. Em conversa com o Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o advogado Antônio Augusto Figueiredo Basto antecipou qual será a linha de defesa que será apresentada. No processo criminal, Youssef é acusado de chefiar um esquema que teria movimentado ilegalmente cerca de R$ 10 bilhões da estatal.

“É um projeto de poder para sustentação do PT. Não há dúvida disso. Vou citar isso na peça, claro. Não tem dúvida. PT e a base aliada como PMDB, PP”, ressaltou Basto. “É a corrupção sustentando um esquema de poder. Não há para mim a menor dúvida que esse esquema é um grande sistema de manutenção de grupos políticos. Vamos sustentar isso na nossa defesa. Meu cliente foi mera engrenagem. Não era a peça fundamental do esquema. Não tinha esse poder para fazer com que o esquema funcionasse ou deixasse de funcionar. O esquema só existiu porque havia vontade política para fazer com que ele existisse”, acrescentou o advogado.

Na delação realizada por Youssef no âmbito da Lava Jato, ele citou políticos como beneficiários do esquema da Petrobras. Confirmou também que a partilha de desvios de contratos com as empreiteiras entre três partidos: PT, PMDB e PP.

Numa linha de defesa similar, os advogados do empresário Gérson de Mello Almada, vice-presidente da Engevix Engenharia, afirmam em documento entregue à Justiça Federal que a Petrobras foi usada para bancar o “custo alto das campanhas eleitorais”. Segundo a defesa de Almada, preso pela Operação Lava Jato desde 14 de novembro de 2014, “a Petrobras foi escolhida para geração desses montantes necessários à compra da base aliada do governo e aos cofres das agremiações partidárias”.

O advogado de Youssef ressalta que não há combinação na linha de defesa com outros defensores. “Não há nenhuma harmonia entre as defesas, trabalhamos de forma individual. O que há é a verdade, o esquema vem de cima. Agora todo mundo já está falando porque é notório, as empreiteiras estão servido de bode expiatório. É verdade que não tem inocente nesse jogo, ninguém foi extorquido, achacado, todos entraram de forma consciente. Mas é evidente que se o sistema não funcionasse haveria prejuízos para as empreiteiras. Vinha de cima e era para sustentar sim um esquema político. Se você não tem os corruptos, não tem esquema. E quem nomeavam os corruptos? Os políticos. É uma lógica irrefutável”, ressaltou Bastos.

Além da apresentação da defesa na próxima semana, os advogados de Youssef preparam um segundo documento para ser apresentado no início de fevereiro para que o doleiro passe a cumprir pena em regime domiciliar. Youssef está preso desde março do ano passado em Curitiba.

Perdão judicial

A defesa do doleiro também espera conseguir o “perdão judicial” no final do processo em razão das informações prestadas pelo doleiro, após acordo de delação premiada que foi homologado no último dia 19 de dezembro pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki. “Vamos tentar o perdão judicial porque entendemos que a colaboração é extremamente proveitosa. Sem a colaboração do Alberto Youssef a Lava Jato não teria evoluído em nada, não seria possível tomar a dimensão que tomou” afirma Basto.

Segundo ele, ao contrário de algumas defesas apresentadas, até o momento, no processo por parte dos envolvidos no esquema, não pretende pedir anulação das provas levantadas pela Polícia Federal e o Ministério Público Federal.

fonte: Estadão Conteúdo

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Diversos

Após polêmica no Youtube, Câmara terá frente em defesa de religiões de matriz africana

Os fiéis de religiões de matriz africana terão uma nova arma para defender sua fé. Nesta terça-feira, será lançada na Câmara dos Deputados a Frente Parlamentar em Defesa das Comunidade de Terreiros. O lançamento da frente coincide com a repercussão de uma decisão tomada em abril pelo juiz Eugênio Rosa de Araújo, da 17ª Vara de Fazenda Federal do Rio de Janeiro. Em uma sentença em que negou a retirada de vídeos considerados ofensivos à umbanda e ao candomblé do Youtube, ele argumentou que não se tratavam de religiões, e sim de cultos. O juiz já voltou atrás de sua avaliação.

Segundo o deputado Valmir Assunção (PT-BA), um dos integrantes da frente, ela será um instrumento de articulação entre as comunidades de terreiro e o Congresso. Ainda de acordo com o parlamentar, as propostas da frente incluem a defesa das religiões de matrizes africanas e brasileiras, a liberdade do culto, o combate à intolerância, além da promoção de projetos de lei, audiências públicas, seminários e eventos que tratem do tema.

A intensa repercussão negativa da sentença do juiz federal do Rio não passou despercebida pelo deputado Valmir Assunção (PT-BA), um dos articuladores da frente e que, curiosamente, não segue nenhuma religião de matriz africana. A frente é articulada desde 2011, mas foi viabilizada só agora, momento que “não poderia ser mais oportuno”, segundo o parlamentar. São necessárias 198 assinaturas de parlamentares para criar uma frente. A quantidade foi alcançada, mas o número final ainda não foi fechado.

O Globo

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