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Brasil vive pior ciclo econômico em mais de 20 anos, diz FMI

CDyLKAoUUAAhx9mO Brasil está vivendo o mais severo ciclo de desaceleração econômica em mais de duas décadas, afirma o Fundo Monetário Internacional (FMI) em seu relatório “Perspectiva Econômica Regional: Hemisfério Ocidental”, divulgado na tarde desta quarta-feira em Santiago do Chile. Ainda assim, a equipe do economista-chefe do organismo multilateral para a região, Alejandro Werner, sugere que o ajuste fiscal e monetário seja mantido e concluído, para que o país recupere credibilidade e sejam destravadas as engrenagens do Produto Interno Bruto (PIB), especialmente os investimentos.

Em linha com os analistas de mercado semanalmente pesquisados pelo Banco Central (BC), o FMI projeta uma recessão para o Brasil em 2015, com contração de 1% do PIB. Em 2013, a economia havia crescido 2,7%. No ano passado, o quadro foi de estagnação, com expansão de apenas 0,1%. A previsão do Fundo é que haja recuperação do crescimento em 2016, mas modesta: 1%.

Pela série histórica do IBGE, se confirmada, a contração de 1% do PIB em 2015 será mais acentuada em 25 anos. Em 1990, ano do confisco implementado pelo ex-presidente Fernando Collor de Mello, a economia desabou 4,35%.

EMPRESÁRIOS TEMEM ASSUMIR RISCOS

Duas outras recessões foram registradas desde então. Em 1992, o PIB encolheu 0,54%. Já em 2009, como consequência direta da crise financeira global, a contração econômica foi de 0,2%.

“O Brasil está passando pela mais séria desaceleração econômica em mais de duas décadas”, diz o FMI. “O investimento privado permanece uma importante draga, à medida que aos problemas de competitividade de longa data se somaram termos de troca (no comércio exterior) mais fracos e elevada incerteza”.

Os empresários estão temendo assumir riscos. Isso deve-se a dois motivos principais, avalia o Fundo: “os desdobramentos da investigação na Petrobras e o impactado da seca prolongada na oferta de energia”.

A estatal do petróleo tem grande influência sobre a cadeia industrial. Além disso, o escaândalo de corrupção está afetando as principais construtoras do país e outros fornecedores de serviços. Já energia é um dos principais cálculos de projeção de custos e viabilidade de empreendimentos.

O Globo

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