Em um recado ao governo Dilma Rousseff, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou medidas para efetivar a criação de duas CPIs (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Casa -ambas incômodas ao Palácio do Planalto.
Atualmente, a criação da CPI dos Fundos de Pensão depende da indicação de nomes do PT para sua composição, o que ainda não foi feito pela legenda. “Falta apenas um partido indicar os nomes, com o qual tenho conversado. Se não indicar hoje, eu indicarei, porque há esse compromisso de minha parte”, afirmou Calheiros, nesta quinta-feira (16).
A oposição quer criar o grupo para investigar uma possível aplicação incorreta dos recursos desses fundos.
Há ainda outro movimento, para abertura da CPI do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), para apurar empréstimos do banco a países aliados do governo petista.
A CPI do BNDES já foi protocolada no Senado, mas a instalação ainda depende da leitura pelo presidente da Casa. Nesta quinta, Renan afirmou que fará essa leitura no retorno do recesso parlamentar, na primeira semana de agosto.
A comissão para investigar o banco ocorre no mesmo dia em que a Procuradoria da República no Distrito Federal abre investigação contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por suposto tráfico de influência internacional e no Brasil.
Lula é suspeito de usar sua influência para facilitar negócios da empreiteira Odebrecht com governos estrangeiros onde faz obras financiadas pelo BNDES, principalmente em países da África e da América Latina.
OPOSIÇÃO
O anúncio foi elogiado pela oposição e acontece dois dias depois de a Polícia Federal realizar operação de busca e apreensão em imóveis de senadores em Brasília. Renan apontou o uso de métodos que “beiram a intimidação”.
“Vossa Excelência cumpre, então, o compromisso assumido”, disse o presidente do PSDB, Aécio Neves (PSDB-MG).
Folha Press
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