Educação

Vereadores aprovam regime de ensino à distância para escolas públicas de Natal

Foto: Elpídio Junior

A rede pública de ensino do município Natal deverá contar com um regime especial de aulas não presenciais para que, em períodos excepcionais, como o atual estado de calamidade em virtude da pandemia causada pelo novo coronavírus, o ano letivo não seja prejudicado. É o que prevê uma proposta da vereadora Eleika Bezerra (PSL), aprovada em sessão ordinária virtual nesta quinta-feira (16) na Câmara Municipal de Natal. Um segundo projeto, também foi aprovado para ampliar a entrega de cestas básicas neste período.

“Foram aprovados dois projetos importantes e vários requerimentos numa sessão bem debatida e esclarecedora sendo nossa quarta sessão remota, ajudando a Prefeitura a realizar suas ações diante dessa pandemia. Estamos cumprindo com a demanda dos projetos da Ordem do Dia e dando continuidade aos trabalhos legislativos”, destacou o presidente da Casa, vereador Paulinho Freire (PDT).

Para que o sistema de ensino da capital não atrase o ano letivo, o Projeto de Lei 96/2020 prevê um regime especial de aulas não presenciais como medida preventiva e excepcional em casos de motivos de força maior ou equivalente. “Nós precisamos fazer algo para não deixar os alunos afastados e perdendo conteúdo. Trouxemos essa proposta porque assim o Município ficará preparado para outras ocasiões em que se fizer necessário, podendo fazer uso também de rádio e televisão”, defendeu a vereadora Eleika.

Segundo o projeto, serão mantidas as atividades pedagógicas sem a presença de alunos e professores nas dependências físicas escolares, mas deverá ser feito todo o planejamento das ações pedagógicas para essa modalidade, inclusive controlando a frequência dos profissionais e alunos nas atividades. O conteúdo será apresentado em videoaulas, áudios, podcasts, conteúdos organizados em plataformas virtuais de ensino e aprendizagem (Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA), redes sociais e correio eletrônico, podendo a Secretaria de Educação firmar parcerias.

Também foi aprovado na sessão o Projeto de Lei 92/2020, do vereador Dinarte Torres (PDT), que autoriza o Poder Executivo a ampliar a distribuição de cestas básicas para pessoas diretamente afetadas em casos de decretação de estado de calamidade pública ou estado de emergência no âmbito municipal. “Quando a gente pensa num projeto desses é pensando nas pessoas que mais necessitam, inclusive aquelas que perderam sua renda porque eram autônomas e agora não conseguem manter a alimentação básica de sua família”, explicou o autor da matéria.

Os vereadores aprovaram, ainda, a criação da Comissão Especial de Fiscalização dos Atos do Poder Executivo de Enfrentamento à Pandemia causada pelo COVID-19. Além dos membros da Comissão de Saúde (Fernando Lucena-PT, Preto Aquino-PSD, Carla Dickson-PROS, Franklin Capistrano-PSB, Cícero Martins-PP), integram o grupo os vereadores Maurício Gurgel (PV), Fúlvio Saulo (SDD), Dinarte Torres (PDT), Robson Carvalho (PDT), Divaneide Basílio (PT), Ana Paula (PL), Sueldo Medeiros (PROS) e Aroldo Alves (PSDB). Outra medida foi o convite que será feito ao secretário municipal de Saúde, George Antunes, para responder questionamentos dos parlamentares na próxima quinta-feira (23).

Sessões virtuais

A Câmara de Natal instituiu e regulamentou o Sistema de Deliberação Remota para a votação de matérias em sessões ordinárias e extraordinárias, quando por motivo de força maior, o Legislativo natalense esteja impossibilitado de se reunir presencialmente.

“Inicialmente, realizamos as sessões extraordinárias de forma virtual, em caráter excepcional, através de ato da Mesa Diretora, devido à pandemia que estamos vivenciando. Como há a necessidade de continuarmos as sessões virtuais, regulamentamos o Sistema de Deliberação Remota da Câmara de Natal e, de início, as sessões ordinárias serão às quintas-feiras, até o dia 30 de abril. Desta forma, a Casa não acumulará tantos projetos, que são de imensa importância para cidade do Natal e para o cidadão natalense. Após este período, iremos reavaliar o cenário e definir um novo cronograma”, disse o presidente da Câmara de Natal, vereador Paulinho Freire (PDT).

Durante a pandemia, as sessões continuarão fechadas ao público e à imprensa, seguindo as medidas de prevenção para evitar aglomerações e contágio do coronavírus, recomendadas pelas autoridades de saúde.

Opinião dos leitores

  1. Politico que não sabe fazer contas, propõe benesses maravilhosas mas não diz de onde vem o dinheiro. Esse é o perfil de 90% dos políticos que existem no Brasil. Todos populistas, no pior sentido da palavra.

  2. Os vereadores vão providenciar a compra de equipamentos pra os professores produzirem as aulas? de computadores e internet pra os alunos?

    1. Os vereadores, junto com os governantes municipais e estaduais vão pagar a internet e dar notebooks para os professores planejarem e produzirem suas vídeo-aulas?

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Educação

Ensino a distância tem 9 milhões de estudantes e cresce no Brasil

Foto: Divulgação

A Educação a Distância está em constante crescimento, é o que mostra o estudo realizado pela pela Abed (Associação Brasileira de Educação a Distância), que registra aumento de 17% em números de alunos matriculados de 2017 para 2018. O levantamento mostra ainda que a região do país com maior concentração de instituições é o Sudeste, que correspondente a 43%. Atualmente, 9 milhões de estudantes optam pela modalidade EAD.

“O estudo engloba cursos universitários e cursos livres também”, explica Betina von Staa, coordenadora do Censo EAD, da Associação. “O que observamos é que as instituições têm investido muito em tecnologia, pelo números do Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes), que avalia os cursos de graduação, os cursos EAD estão no mesmo nível dos presenciais.”

O censo tem como proposta acompanhar o desempenho dos cursos a distância em todo o país e realiza anualmente um mapeamento do setor, em seus diversos aspectos. A pesquisa, que já está na 11ª edição, contempla os cursos regulamentados pelo MEC (Ministério da Educação), mas também agrega as práticas de EAD em cursos livres não corporativos e corporativos, que, juntos, já chegaram a ter 300% de matrículas a mais que os cursos regulamentados.

Além disso, o estudo aponta um aumento considerável em relação à concentração no Sudeste – saindo de 37%, em 2016, para 43%, em 2018. Outro dado que merece atenção é o número de alunos de todas as modalidades de Educação a Distância, que passou de 7.773.828, em 2017, para 9.374.647, em 2018, ou seja, teve um crescimento de 17%.

Em 2018, o maior índice de matrículas registrado foi o de cursos superiores de licenciatura, que soma 324.302, seguido de cursos superiores que agregam bacharelado e licenciatura (306.961). Já os cursos que ainda não decolaram são os superiores de doutorado, que totalizam 144, e de ensino médio, tanto na modalidade regular (204) quanto na educação de jovens e adultos (EJA) (322).

Evasão

Um dos pontos que preocupam tanto as instituições como o MEC é a evasão escolar. Muitos estudantes abandonam os cursos no meio do processo.

“A gestão dos cursos a distância é complexa, exige investimento em tecnologia e acima de tudo é preciso entender quem é o seu aluno, por essa razão, a tutoria é fundamental”, explica Betina. “Se deixar esse aluno solto, muito provavelmente não concluirá o curso, o que significa aumento da evasão e perda de dinheiro.”

Para ela, quanto mais instituições no mercado, melhor para os estudantes que terão mais opções e vão optar por aquele com mais qualidade e estrutura.

Acessibilidade

A acessibilidade é um ponto delicado mesmo para EAD: 18,5% não executam ações que promovem a inclusão. Apenas 20,7% oferecem atendimento de intérpretes da Libras (Língua Brasileira de Sinais).

Já em relação aos recursos tecnológicos oferecidos, nota-se uma pequena melhora, embora distante do ideal: 55,56% das provas são adaptadas; 52,59% dispõe de computadores com recursos de acessibilidade; 28,17% proporcionam lupas e lentes de aumento; 23,70% oferecem roteiros de aprendizagem diferenciados; 19,26 concedem material em braile.

R7

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Educação

Ensino a distância cresce mais que presencial, mas gera desconfiança

Por interino

Dos entrevistados, 27% disseram que escolheriam preferencialmente um curso EaD e 17% disseram que preferem ambos, EaD e presencial – Divulgação/MCTIC

Apesar de crescer em ritmo mais acelerado que o ensino presencial, a educação a distância (EaD) não é a primeira opção para a maioria das pessoas que buscam uma graduação. A desconfiança é grande. Pesquisa divulgada hoje (22) pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) – que representa grande parte do ensino superior particular do país – mostra que 62% dos entrevistados acreditam que a qualidade dessa modalidade não é bem avaliada no mercado de trabalho e 56% dizem que preferem o ensino presencial.

A pesquisa mostra ainda desconforto em ter a maior parte das aulas pela internet: 62% dos estudantes e potenciais alunos dizem que acreditam que as instituições de ensino EaD não oferecem suporte para tirar dúvida na hora e 37% dizem que têm dificuldade com sistema de aula online.

A pesquisa inédita Um ano do Decreto EAD – O impacto da educação a distância foi feita pela ABMES em conjunto com a empresa de pesquisas educacionais Educa Insights. Ao todo, foram entrevistados 1.012 homens e mulheres de 18 a 50 anos, sendo 256 alunos e 756 potenciais candidatos a educação superior em março deste ano.

Dos entrevistados, 27% disseram que escolheriam preferencialmente um curso EaD e 17% disseram que preferem ambos, EaD e presencial.

“Estamos falando de um público diferente da graduação presencial tradicional. Estamos trazendo para ensino superior um público mais velho, mais maduro, que já trabalha com maior intensidade. Esse público precisa da flexibilidade da EaD para completar o curso superior”, diz o vice-presidente da ABMES, Celso Niskier.

O estudo mostra que aqueles que escolhem a educação presencial exclusivamente são mais jovens – 53% têm até 30 anos -; 76% trabalham; 33% são da classe social A ou B; 64% estudaram em escolas públicas e 36% em particulares.

Entre aqueles que preferem a EaD, 67% têm mais de 30 anos; 83% trabalham; 25% são das classes sociais A ou B; 75% estudaram em escolas públicas e 25% em particulares.

Em relação a qualidade da EaD, Niskier diz: “Os jovens acham que mercado de trabalho ainda não percebe muito bem a qualidade da educação a distância. Isso tende a desaparecer com o tempo na medida que comecemos a formar mais e o desempenho desses profissionais seja equivalente”.

Segundo Niskier, a educação vem se transformando como um todo e não é possível fugir das ferramentas digitais nem mesmo no ensino presencial. “Hoje o jovem quer usar smartphone, computador, não quer chegar em sala para receber o conhecimento, quer chegar com esse conhecimento disponível e tornar as aulas mais práticas e mais dinâmicas é o que tem acontecido”.

Cursos a distância

De acordo com o Censo da Educação Superior, em 2016, 33% dos novos alunos ingressaram no ensino superior na modalidade a distância e, 67%, em cursos presenciais. Esse número cresceu. Em 2010, 20% ingressaram no EaD e 80% no presencial.

De acordo com a projeção do estudo, se mantido o crescimento da EaD atual, em 2023, mais estudantes ingressarão na modalidade a distância que no presencial. Serão, pelas projeções do estudo, 51% em EaD e 49% no ensino presencial.

Há um ano, o governo publicou um decreto que define os critérios para a oferta de educação a distância. Entre as mudanças está a possibilidade da instituição privada de ensino superior ser credenciada exclusivamente para oferta de cursos de graduação e de pós-graduação lato sensu (especializações e MBAs) na modalidade a distância. Até então, a instituição deveria também ter algum curso na modalidade presencial.

Agência Brasil

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